domingo, 8 de dezembro de 2013

OPINIÃO: Kumba Yalá verga a comunidade internacional


"Não há outra maneira de ver ou de entender a questão.

Kumba disse, em conferência de imprensa, em 12 de Abril de 2012 (uma ou duas horas antes do golpe de estado), que não haveria nem segunda, nem terceira ou quarta volta das eleições presidenciais (desse ano). Disse que nem haveria campanha eleitoral e que, quem se atrevesse a fazer campanha teria pela frente a "máquina" do PRS que, para o efeito, já estava posicionada.

Depois dessas palavras toda a gente sabe o que se passou a seguir.

Kumba sabe desde 2008 (depois da maioria qualificada conquistada pelo PAIGC, sob liderança de CADOGO Júnior), que Carlos Gomes Júnior se tornou na sua barreira intransponível para o regresso ao poder. Engendrou desde então uma estratégia que consistia, numa primeira fase, em lançar todo o tipo de suspeições sobre o CADOGO Júnior relacionando-o com todos os assassinatos e outros crimes que tenham surgido ou a surgir. Numa segunda fase, se necessário, elimina-lo fisicamente ou, pura e simplesmente afasta-lo do país.

Todos os guineenses sabem que CADOGO Júnior nunca perdeu nas urnas. Aliás, nunca perdeu qualquer tipo de eleição. Porque precisará ele então de recorrer a outras vias para aceder ao poder?

Kumba, ele sim, é um perdedor nato (só ganhou uma vez, na confusão dos confusos e turbulentos momentos do 7 de Junho). Perdeu em 1994, perdeu em 2005, perdeu em 2009 e perdeu na primeira volta em 2012. Percebendo que uma segunda volta com CADOGO Júnior seria uma tremenda humilhação e o seu DESAPARECIMENTO DEFINITIVO da cena política posicionou a sua "máquina" e interrompeu as presidencais desse ano.

Agora, Kumba usa de novo a sua "máquina" (com a qual muita gente do PRS não se identifica) para impedir o regresso daquele que é, politicamente falando, o seu"carrasco", Carlos Gomes Júnior. Para isso alia-se com todos os dilinquentes que, assim, encontram também oportunidade de chegar ao poder e usa-lo como cobertura para as suas façanhas.

Qual é o papel da Comunidade Internacional em tudo isso? Ela tem responsabilidades a partir do momento em que faz o diagnóstico político e social e constata que:

- há medo generalizado no país
- há perseguição política
-ha espancamentos e assassinatos políticos
- há interferência dos militares e da polícia na vida política
- não há liberdade de manifestação
- não há liberdade de imprensa
- não há respeito pelos direitos humanos etc, etc, etc, e mesmo assim quer forçar eleições.

Em que parte do mundo já se viu fazerem-se eleições DEMOCRÁTICAS num clima desses? Se querem entregar o ouro ao bandido entreguem-no mas, por favor, tenham dó, não usem o pobre povo guineense para legitimar tamanha vergonha.

Voltarei,

Unsai Wek"