quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Militares e polícias obrigaram a TAP a transportar os refugiados sírios


O Serviço de Estrageiros e Fronteiras (SEF) reteve ontem mais de 70 refugiados sírios provenientes da Guiné-Bissau. O grupo possuía passaportes falsos e ilegais, criados na Turquia, e terá sido obrigado a embarcar no voo T2 202 da TAP após ordens das autoridades guineenses.

De acordo com o Diário de Notícias, terão sido os militares e polícias da Guiné-Bissau a ameaçar a tripulação e o chefe de escala de modo a que este conjunto de sírios, no qual estavam 30 menores e uma grávida, viajasse até Portugal, depois de já ter passado pela Turquia e por Marrocos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros foi de imediato notificado e considerou este episódio como um incidente diplomático “muito grave”. Após uma reunião com a Direcção-Geral da Polícia Externa, representantes da TAP, do Ministério da Administração Interna e do SEF, o ministério de Rui Machete, sabe o Diário de Notícias, vai envolver a União Europeia numa tomada de posição pois classifica a situação como “delicada” para que Portugal tome uma postura isolada.

Em causa, defende o ministério, está a violação de tratados internacionais que poderão influenciar as relações entre Portugal e a Guiné-Bissau, país que obrigou os refugiados a voar até Lisboa. De acordo com a publicação, este possível conflito diplomático poderá colocar em causa a ligação aérea entre Lisboa e Bissau.

Para já o SEF está a averiguar a verdadeira identidade dos refugiados de modo a perceber se a sua origem poderá ou não estar relacionada com a Al-Qaeda ou outro grupo terrorista, contudo, lê-se no Diário de Notícias, trata-se de pessoas com bens e posses que terão pago avultadas quantias para conseguirem fazer as viagens.

O grupo de 74 sírios, que já pediram asilo a Portugal, encontram-se agora “alojados em instalações disponibilizadas pela Segurança Social, enquanto decorre o período de instrução dos respectivos pedidos”.