quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nô Pintcha!

Hoje, aconteceu-me uma coisa estranha. Estacionei o meu carro entre uma alfaiataria e a casa de certa pessoa, e entrei para trabalhar. Dez minutos depois: «Aly, querem que retire o seu carro...». Ai, ai... fui à rua e já lá estava meio-mundo, pronto para a escandaleira.

«Eu não estou a empatar nada, e, assim sendo, não retiro carro nenhum». E virei as costas. O séquito todo da senhora atrás de mim, e eu nem água vai nem água vem. Já queriam passar à agressão e tudo... N’pega nha caminho. Insistiam para eu retirar o carro; e eu não retirava carro nenhum! Isso é o que mais faltava. E expliquei-lhes:

A senhora em causa tem 2 carros a cair de podre na sua porta e, assim, ocupa ilegalmente dois lugares de estacionamento. Um é carro do Estado (?!) e estava à venda há um par de dias, mas desde que apareceu no ditadura do consenso...retiraram a palavra vende-se. Deviam ter lá posto «devolver ao Estado», mas ainda não vi nada. E tem mais um, todo podre e sujo).

Mas adiante. Tanto insistiram que acabei por arrumar a minha ferramenta de trabalho e, quando fui para sair...já não podia. E porquê? Porque vários lacaios se meteram entre a minha pessoa e o automóvel.

Pensei: hum, isto está a tomar contornos que eu não desejo...e antes mesmo de completar o meu raciocínio, aparecem-me à frente dois polícias. Cada um mais velho que o outro – diga-se de passagem.

Conversa vai, conversa vem, chamei um deles à parte e sussurrei-lhe ao ouvido. O sussurro deve tê-lo feito acordar e disse-me: «Amigo, bom já pode retirar o carro, acabaram-se os problemas» e mais um conjunto de graxas de sapato azul, preto, branco, incolor eu sei lá que mais...

Ainda assim, não me contive. Peguei então no meu telefone e fiz uma chamada apenas. E sentei-me descontraídamente a beber uma Super Bock bem fresca fresca pelo gargalo, à espera do Super Rock.... Soube-me mesmo bem – mas sabia-me ainda mais o que estava para vir.

E chegaram... um carro, três homens. O resto, não conto. Por pudor. Não, não houve mortos nem feridos. Em contrapartida, houve uma lavagenzinha. As verdades, como sabem, são para se dizer. E foram bem ditas, até! Aquele macaco que dava continência...kila ka tem mas!!!

Para ser franco, estou a ficar farto. As pessoas estavam habituadas a fazer tudo o que lhes desse na real gana, mas desde que se viram escarrapachadas na internet eu tornei-me como que num alvo a abater. Vão abater vacas ao matadouro. Aqui, ninguém faz a festa, e, se fizer, terá com que se preocupar para toda a vida. Uma longa e lamentável vida, diga-se. AAS