domingo, 25 de abril de 2010
Filho, serás um adulador
Uma vez, aqui mesmo no blogue, escrevi que a caneta pode mais que a espada. E acrescentei: entretanto convém ter a espada à mão, não vá a caneta falhar... Continuo a ter razão. E também já escrevi, aqui, que a nossa luta neste País, a minha luta pelo menos, é contra os instintos. E porquê? Porque quando pensamos que pior é impossível, logo surge mais uma notícia hedionda. E a última, normalmente, ultrapassa largamente a imaginação do comum dos mortais.
Mas está claro que os guineenses não querem um País que possam exibir com um orgulho indisfarçável. Os guineenses cansaram-se, perderam forças e acenam agora pedindo apenas um País sem conflitos nem derramamento de sangue. E são constantemente ignorados. Não ignorem as vozes, falem com elas – é o meu pedido.
Um dia numa mesa de café, alguém dizia-me que «o cenário voltou a mudar mas as moscas são as mesmas». Olhei-o com alguma compaixão, devo dizer. Qual cenário, que moscas?, perguntei. Mas depois, pensando melhor, dei-lhe razão. Este País parece realmente uma peça de teatro.
Reparem.
Aqui, que tem poder tem normalmente um sentimento de grandiosidade ou de auto-importância ainda que na vida real confunda, não raras vezes, uma caneta com uma catana. Chegam a exagerar na descrição das suas realizações, a ponto de mentirem. Ou seja, estão firmemente convencidos que são únicos e especiais. Numa frase: precisam de admiração excessiva e carecem de adulação, atenção e afirmação.
Entretanto, eu não estou. Nem para uma nem para outra coisa. AAS