Assim que soube do levantamento militar de ontem, 1 de abril, o Presidente da república levantou-se e tomou as rédeas, segurando a tropa. Depois, começou a poupar vidas.
Malam Bacai Sanhá, mostrou que tem autoridade. Dirigiu-se ao vice-CEMGFA António Indjai: "Isto é um disparate. Mande libertar imediatamente o Primeiro-Ministro, e ai de si se acontece alguma coisa ao CEMGFA, Zamora Induta". Quem assistiu, garantiu-me que António Indjai tremia que nem uma vara verde e até respondia ao PR com um «sim, Pai».
Malam Bacai Sanhá disse mais. Disse o que lhe deu na real gana e o que lhe apeteceu. Afinal, o PR sabe estar no lugar de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas guineenses: «Durante o meu mandato, não haverá derramamento de sangue neste País, ouviu bem?». «Sim, Pai» - era a resposta do António Indjai.
Depois, Malam Bacai Sanhá mandou ao fim da tarde uma delegação a Bissalanca. Chefiada por Mário Cabral, um dos seus conselheiros, integrava ainda Octávio Lopes, Conselheiro para os Assuntos Jurídicos e Constitucionais do PR, o seu Chefe da Casa Militar e aida um coronel em representação do vice-CEMGFA, António Indjai. Mais um resultado positivo: Zamora Induta está bem e nunca foi maltratado. «Ouviu umas bocas desagradavéis, apenas e nada mais do que isso, o que, em certa medida e atendendo às circunstâncias, não foi de estranhar» - garantiu a fonte do DC.
Hoje, Bacai Sanhá reuniu-se em separado com o Procurador-Geral da República, Amine Saad, com a Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Silva Monteiro e com o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior.
Cadogo insiste que continuará como Primeiro-Ministro porque foi eleito pelo povo. Contudo, há um problema: é o PM quem indica e propõe ao PR o nome para a chefia das forças armadas. Que nome indicará Cadogo? Será o de António Indjai, que disse que o ia matar? E se não indicar o nome deste, como será? AAS