quinta-feira, 27 de maio de 2004

Eu ofereço o bilhete de avião...



Nino Vieira está «disposto» a ser julgado em Bissau, isto segundo uma carta enviada à Liga Guineense dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau e agora divulgada pelo seu presidente, Luis Manuel Cabral. A carta, explicou, foi recebida pela Liga a 10 de Outubro de 2003, mas acabou por ser "metida na gaveta", dado que o momento político da altura, "não era consentâneo com a divulgação" do pedido de "Nino" Vieira. "Acabávamos de sair de um golpe de Estado (três semanas e meia antes), não havia poder judicial nem um governo. Por isso, em concertação com as autoridades da transição, resolveu-se congelar a carta até à existência de um governo legítimo e de um poder judicial independente", explicou. Na missiva, "Nino" Vieira diz estar disposto a ser julgado em Bissau "ou por qualquer outra instância judicial da UEMOA (União Económica e Monetária Oeste-Africana), CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) ou da UA (União Africana)". Como contrapartida, o antigo chefe de Estado guineense, actualmente exilado em Vila Nova de Gaia, junto ao Porto, norte de Portugal, pede que lhe sejam "dadas garantias de um julgamento imparcial, não submetido a quaisquer pressões políticas". "Como cidadão, tenho direito ao bom-nome e boa reputação e é óbvio que ela tem estado a ser posta em causa pelo poder político da Guiné-Bissau e pelos "media" que reproduzem as acusações sem fundamento que me são feitas, com graves prejuízos morais para a minha família e para mim próprio", escreve "Nino" Vieira na carta.

REFLEXÃO: Ora, ora, Sr. «Nino» Vieira. Eu a falar no «quem é vivo sempre aparece» e lá me aparece uma carta onde pede (implorou, pelo menos?) para ser julgado na Guiné. E mais. Exige ainda «garantias»...porra para isto! Deu o Sr. alguma garantia ao Paulo Correia, ao Viriato Pã, ao João da Silva? Francamente... Aceite este conselho: Deixe-se ficar por Vila Nova de Gaia e continue prisioneiro da sua própria consciência. Se, mesmo assim, quiser ir, disponho-me desde já para oferecer o bilhete de avião.