quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Assassinato de cidadão chinês: 13 militares e para-militares detidos
A Polícia Judiciária e a Guarda Nacional da Guiné-Bissau detiveram 13 militares e membros daquela guarda, suspeitos de envolvimento na morte de um cidadão chinês, disse à agência Lusa o Procurador-Geral da República (PGR), Abdu Mané. Os 13 detidos estão em Gabú, no leste do país, em cujo tribunal regional vão hoje ser ouvidos por dois magistrados, referiu.
"O processo está sob a alçada do Ministério Público, que vai requerer ao juiz a prisão preventiva dos suspeitos para que se possam aprofundar as investigações sobre o que se passou", acrescentou Abdu Mané. Questionado pela Lusa sobre o facto de indícios de um homicídio recaírem sobre elementos das forças de segurança, o Procurador-Geral da República referiu apenas que "infelizmente" é essa a situação. LUSA
O vira-casaca
"O governo golpista de Bissau, visando o fortalecimento dos laços de cooperação entre os dois governos, vem anunciando com grande pompa a visita à Guiné-Bissau do PM de Timor Leste, o legendário ex-guerrilheiro, Xanana Gusmão .
Nada de extraordinário teria essa visita (que diga-se de passagem, é fruto da diplomacia assumidamente pro-golpista de Ramos Horta), não fosse o claro desalinhamento desse pais com afinidades históricas com a Guiné-Bissau, relativamente as posições de firmeza e coerência que os demais países da CPLP têm tido relativamente ao regime golpista de Bissau e a crise guineense.
Porém, fica a curiosidade e a expectativa, em ver como, o actual Ministro do Negócios Estrangeiros (MNE) do regime golpista de Bissau, o conhecido vira-casacas Fernand Delfim da Silva, irá receber e encarar o antigo guerrilheiro e actual PM de Timor Leste.
Tal expectância, torna-se interessante, se se tomar em conta, de que o actual MNE golpista, FERNANDO DELFIM DA SILVA foi um dos maiores e ferrenhos apoiantes de Shuarto e do governo sanguinário da Indonésia, potencia regional, que então invadira e ocupara Timor Leste durante largos e sangrentos anos da sua recente história.
A historia regista e não esquece o facto, de que Fernando Delfim da Silva, tal como foi no caso da negociata diplomática do reconhecimento de China Taiwan, em que beneficiou de um envelope de mais de dois milhões de dólares, foi igualmente o porta-estandarte dessa potência regional que invadiu e colonizou Timor Leste com as consequências que se conhecem, junto das Nações Unidas. Nesse fórum, FDS oficiava e defendia a causa indonésia sobre Timor Leste quando a Guiné-Bissau ocupava o assento de membro não permanente do CS das NU.
Delfim da Silva, à custa do sangue do povo timorense, foi beneficiário directo das relações com a Indonésia invasora de Timor Leste, relações essas que eram generosamente recompensadas com muito dinheiro por baixo da mesa e malas e correios diplomáticos repletos de dólares de sangue que era distribuído entre a cúpula dirigente de então.
Por tudo isto, estamos aqui para ver, como essas duas personagens se irão encarar aquando da visita tão pomposamente anunciada pelo regime golpista de Bissau. Porém... diz um velho ditado, «mudam-se os tempos mudam-se as vontades» e hoje, paradoxalmente, Timor Leste, por acção de Ramos Horta, parece mais próximo do regime golpista e sanguinário de Bissau do que, das legitimas aspirações do povo guineense, que claramente rejeita e repudia o regime imposto na Guiné-Bissau sob os auspícios da CEDEAO.
Fico na expectativa para ver as fotos do abraço do Judas.
C. P."
Militar morto à catanada
Liga Guineense dos Direitos Humanos
Comunicado de Imprensa
No quadro da sua missão de promoção e proteção dos direitos humanos, a Liga Guineense dos Direitos Humanos registou com tristeza a denuncia da morte de um cidadão nacional em circunstâncias por esclarecer. Trata-se de Rafael Baindara Sambú de 36 anos de idade, militar afecto ao Batalhão de Fortaleza de Amura, onde está instalado o Estado Maior General das Forças Armadas.
Segundo informações recolhidas junto dos familiares, este militar com categoria de Furriel, recebeu uma chamada telefónica, cuja origem se desconhece, com carácter de urgência no dia 21 de Setembro 2013, que o convocou para se apresentar no seu aquartelamento militar no quadro dos serviços de prevenção que estava em curso naquele período. Depois de vários contactos sem sucesso para o localizar, no dia 26 do corrente mês os familiares tomaram conhecimento através de anúncios via rádio da existência de um corpo em Nhoma arredores de Bissau, que viria a ser identificado pelos mesmos, sendo que o corpo apresentava sinais de catanadas.
Na democracia e no estado de direito, a vida humana é o valor supremo, fundamento e a razão da existência do próprio estado, conquanto, a sua preservação e proteção se traduzem nas obrigações fundamentais das instituições públicas e privadas, independentemente das circunstâncias envolventes ou condições existentes.
Nesta perpsectiva, a LGDH exige das autoridades judiciarias competentes a abertura de um inquérito conclusivo e transparente tendente a esclarecer as circunstâncias da morte da vitima, e consequente identificação e tradução à justiça dos autores morais e materiais de mais este ato hediondo e bárbaro.
Por fim, a Direção Nacional da Liga se associa aos familiares do malogrado neste triste momento de dor e consternação em que se encontram, rogando a Deus que a sua Alma descanse em paz.
Pela Paz, justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau, aos 03 dias do mês de Outubro 2013
A Direção Nacional
__________________________
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
EXCLUSIVO - 26 MINUTOS DE TERROR: ANTÓNIO INDJAI NA PRIMEIRA PESSOA
Ouça o que disse o general que manda na Guiné-Bissau. AQUI MESMO
Ditadura do Consenso: mais cedo ou mais tarde, o seu blog
Enquanto dormiam, eu pensava na letra 'C'
"A Constituição - que os militares da Guiné-Bissau não conhecem e muitos juristas e juízes pelos vistos também não - serve para defender os direitos dos cidadãos da República da Guiné-Bissau.
Lutámos durante onze anos para nos libertarmos do colonialismo. Uma luta árdua, difícil, feita com tenacidade e brio, sob o comando do insigne líder Amílcar Cabral - que alguns hoje, felizmente poucos, já esqueceram ou nunca souberam, a ponto de lhe terem perdido o respeito.
Até que mataram Cabral. A luta intensificou-se. Chegou a independência. E as flores desabrocharam. O sol raiou. A guerra, por estas alturas, foi uma fase por que passamos. Unimo-nos ainda mais. E construímos tudo aquilo que o colonialismo nos privara e não queria que tivéssemos: escolas. Muitas escolas. E havia bons professores, dedicados. Inglês, física e química (com excelentes professores russos). E construímos fábricas. Muitas. Fomos mais longe e convencemos a França a instalar no País uma linha de montagem de automóveis (em detrimento do Senegal!?).
E depois? Bom, depois foi o golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980. E era então que tudo ia começar.
A partir daqui, começamos a perder os nossos direitos, conquistados por homens valentes, com muito sangue derramado (não é por acaso que o vermelho ocupa um espaço maior na nossa bandeira), suor e lágrimas. Depois chegou a vez dos «bufos». Podiam estar na mesa do lado no café, no corredor da escola ou do emprego, do outro lado da linha telefónica quando se ouvia meter uma cavilha ou coisa que o valha. Ninguém estava a salvo.
Então, de repente tornamo-nos pequenos. Estávamos espantados com a rápida decadência do nosso País e das suas infraestruturas. Assustaram-nos muito. Enfim, ficou um País pequenino e bolorento, a preto-e-branco, povoado de gente paranóica e perigosa e descontrolada. Julgavam e matavam pessoas. Chegavam a matar pessoas sem qualquer julgamento. Enterraram centenas em várias valas comuns. E continuaram a matar.
Hoje. 2013. Século XXI. Parece que retrocedemos quatro décadas em termos de desenvolvimento. Já não se pode falar à vontade num café (eu, falo!), escrever o que se pensa (eu, escrevo!), comunicar ao telefone, mandar um bilhetinho sem que alguém tente saber do que se trata ou mesmo interceptá-la.
E nós temos medo (eu, não!). Medo de que o âmago da nossa intimidade, os nossos pequenos e grandes segredos, as manifestações mais inocentes dos nossos afectos, as conversas mais pueris fossem escutadas, interpretadas e - quem sabe até – divulgadas.
Guineenses,
A nossa Constituição foi ferida de morte. A Constituição foi uma conquista, não apenas teórica, porque definiu direitos de cidadania concretos, muitos dos quais nunca tinham sido usufruídos sequer pela minha geração. Hoje, alguns senhores julgam que podem, através da força, limitar outra vez as liberdades e criar novos mecanismos policiais.
Hoje que assistimos a inúmeros atropelos, quem se lembrou mesmo do capítulo «Direitos, Liberdades e Garantias» da Constituição?
- O 'Presidente da República de Transição Golpista' tomou as medidas necessárias para obrigar ao seu respeito? Não.
- O procurador-geral de 'pacotilha' deu ao País a imagem de um garante da aplicação das leis da República? Não parece.
Quem de nós, sendo cidadão de bem (e independentemente das simpatias políticas), não fica preocupado ou inquieto?
Tenham um bom dia." António Aly Silva
DROGA: PGR fala em "elementos de bloqueio"
O procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Abdú Mané, admitiu, esta terça-feira, a existência de «elementos de bloqueio» na luta contra o tráfico de droga no país.
«Há bloqueios internos. Não é fácil. Há muitos bloqueios internos, há contrariedades, mas há um empenhamento grande dos magistrados perante os compromissos que assumimos. Cumprir a lei e fazer cumprir a lei é o lema do Ministério Público e da Polícia Judiciária», disse o procurador-geral aos jornalistas, depois da incineração de 4,4 quilos de cocaína, apreendida pela Polícia Judiciária (PJ) guineense entre março e agosto, no aeroporto internacional de Bissau. Abdú Mané recusou-se no entanto a dizer que «bloqueios» enfrenta a PJ, mas assegurou que as autoridades continuarão a respeitar os compromissos internacionais sobre o combate ao narcotráfico.
«É um trabalho para continuar enquanto estivermos aqui. O país está envolvido em compromissos internacionais que queremos respeitar escrupulosamente», frisou. A droga agora destruída pertencia a uma cidadã cabo-verdiana, um maliano, dois nigerianos e dois cidadãos da Serra Leoa.
Nota: o que o PGR Golpista não disse, é que é pessoalmente impotente, incapaz, incompetente e covarde para tomar quaisquer medidas que seja contra os seus patrões militares e politicos golpistas que o colocaram nesse posto com uma missão de hedionda mesirabilidade contra os justos e um mero instrumento não mão dos golpistas e traficantes, alias circulo de que ele, faz também parte. AAS
«Há bloqueios internos. Não é fácil. Há muitos bloqueios internos, há contrariedades, mas há um empenhamento grande dos magistrados perante os compromissos que assumimos. Cumprir a lei e fazer cumprir a lei é o lema do Ministério Público e da Polícia Judiciária», disse o procurador-geral aos jornalistas, depois da incineração de 4,4 quilos de cocaína, apreendida pela Polícia Judiciária (PJ) guineense entre março e agosto, no aeroporto internacional de Bissau. Abdú Mané recusou-se no entanto a dizer que «bloqueios» enfrenta a PJ, mas assegurou que as autoridades continuarão a respeitar os compromissos internacionais sobre o combate ao narcotráfico.
«É um trabalho para continuar enquanto estivermos aqui. O país está envolvido em compromissos internacionais que queremos respeitar escrupulosamente», frisou. A droga agora destruída pertencia a uma cidadã cabo-verdiana, um maliano, dois nigerianos e dois cidadãos da Serra Leoa.
Nota: o que o PGR Golpista não disse, é que é pessoalmente impotente, incapaz, incompetente e covarde para tomar quaisquer medidas que seja contra os seus patrões militares e politicos golpistas que o colocaram nesse posto com uma missão de hedionda mesirabilidade contra os justos e um mero instrumento não mão dos golpistas e traficantes, alias circulo de que ele, faz também parte. AAS
terça-feira, 1 de outubro de 2013
ELEIÇÕES: Cabo Verde sinaliza apoio técnico para eleições na Guiné-Bissau
o Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, sinalizou a possibilidade de Cabo Verde dar assistência para o fundo de reformas de forças de segurança guineenses. A ONU e seu Conselho de Segurança já se pronunciaram em prol de eleições credíveis, inclusivas e realizadas o mais rápido possível. José Maria Neves, manifestou intenção de apoiar as eleições e dar assistência para o fundo de reformas de forças de segurança na Guiné-Bissau.
Os guineenses têm agendadas eleições gerais para 24 novembro. Até a realização do pleito, o país é administrado por um governo de transição liderado pelo presidente Manuel Serifo Nhamadjo. "Já há alguns avanços positivos, criou-se um governo de inclusão e o Parlamento está a funcionar. Há um esforço no sentido de criação de condições para as próximas eleições e, nós queremos continuar a contribuir", afirmou José Maria Neves.
E o primeiro-ministro ainda salientou: "Não temos recursos para apoiar diretamente as eleições mas, podemos apoiar com assistência técnica e podemos, também, contribuir como já reafirmamos, no quadro do fundo de pensões para a reforma das forças armadas e segurança na Guiné-Bissau". Em meados de setembro, a ONU considerou imperativo que as eleições presidenciais e legislativas sejam realizadas o mais rapidamente possível, tendo em conta o fim do período de transição a 31 de dezembro.
O Conselho de Segurança, por sua vez, solicitou que as autoridades estabeleçam medidas adequadas para aprofundar o diálogo político interno e garantir que as eleições sejam credíveis, transparente, inclusiva e democráticas. África 21/Rádio ONU
Há uma _____________________ que divide o Ramos Horta do povo da Guiné-Bissau
ORA, OIÇA o 'Que se Follan los Acadêmicos' na linha do big boss da ONU na Guiné-Bissau
"Que Guinea-Bissau es un narcoestado es un disparate de algunos académicos que escriben estudios poco asentados en la realidad" – José Manuel Ramos-Horta
Foi assim
Quando aconteceu o golpe de estado na Guiné Bissau, na noite de quinta feira, 12 de Abril, quem queria acompanhar os acontecimentos pela internet sabia exactamente onde encontrar relatos a partir do local – no blog do jornalista António Aly Silva, Ditadura do Consenso. Aly Silva é um dos bloggers mais importantes – se não o mais importante – deste pequeno país de África Ocidental, com pouco mais de um milhão de pessoas (leia a entrevista do Global Voices em Novembro de 2010). É uma figura controversa, que não esconde as suas inclinações políticas. Ainda assim, ninguém se equipara a ele em termos de longevidade, frequência de publicação e dedicação ao blog.
Na noite de quinta feira, ele era um dos cidadão-repórteres que tentavam transmitir actualizações da conturbada capital, Bissau. Aly reportava a partir do Hospital Nacional com micro-posts, fazendo com que o seu blog parecesse um “blog em directo”. Mais tarde relatou que as visitas ao seu blog atingiram um pico na noite de quinta feira, chegando às 50.000 (comparativamente ao mínimo diário de 2.500).
Na sexta feira de manhã, Aly publicou fotografias dos estragos na residência do candidato presidencial Carlos Gomes Jr, cujo paradeiro era ainda desconhecido depois dos eventos nocturnos. Depois de escrever sobre os movimentos dos oficiais militares de topo, veio o silêncio. Ao que parece foi detido quando estava a fotografar ou reportar perto de instalações militares, e não é claro se quem o capturou sabia da dimensão da sua audiência online. À tarde começou a circular no Twitter que Aly Silva teria sido preso, e nos telejornais da noite em Portugal, este cidadão da Guiné e Portugal já era causa célebre.
Foi criado um grupo no Facebook a pedir a sua libertação, que rapidamente juntou mais de 1.800 membros. No Twitter, a sua foto era divulgada por muitos internautas. Cerca de 10 horas depois do seu último post, Aly Silva voltou a aparecer, dizendo que tinha sido libertado “depois de uma coronhada que [lhe] cortou a orelha de cima a baixo”. Aly diz que foi espancado e detido na histórica Fortaleza São José de Amura, onde grande parte do seu equipamento de reportagem foi roubado pelos oficiais militares que o atacaram. O seu último post “SOS: Preciso de um computador!” deixa claro que a sua capacidade de blogar foi afectada pela detenção e roubo. GLOBAL VOICES ADVOCACY
Hoje MINTO eu!
RUI BARROS, 1º MINISTRO DO REGIME GOLPISTA DA GUINÉ-BISSAU, RESPONDENDO AO CEMGFA - E TAMBÉM GOLPISTA - ANTÓNIO INDJAI:
"As falhas dizem respeito a problemas antigos, cuja resolução não é fácil. "Não existe uma lei orgânica do serviço de Segurança". Sem isso, é difícil funcionar. Alguém pode nomear ou dar ordens a quem bem entender no âmbito da Segurança de Estado porque não existe uma lei orgânica. Isso demonstra a nossa desestruturação. É por aí que devemos começar."
MAS É MENTIRA. ORA VEJA O QUE O DITADURA DO CONSENSO DESCOBRIU. ATÉ PARECE MAGIA...:
E AGORA, VAMOS TER DESFORRA? IODÉÉÉÉ...
Óscar de melhor actor para António Indjai
situação está socialmente explosiva em Bissau.
Nos bairros de Bissau iniciou-se uma revolta contra a falta de água e luz que prevalece há várias semanas. As pessoas são obrigadas a irem buscar água a poços sem nenhumas condições, provocando diarreias prolongadas e já surgiram os primeiros casos de cólera.
A bancarrota em que se encontra o Estado, completa o cenário de exasperação dos funcionários públicos que deixaram de receber os seus salários mensais, os quais apenas trazem para casa ….a fome.
Neste estado de coisas o general Indjai decidiu atirar as culpas para cima do governo e criar uma série de factos fictícios que lhe permitam justificar o golpe em preparação. Inventou o assalto ao quartel dos para-comandos, com o roubo de armas já recuperadas (sem que se saiba quem foi), e diz agora sentir-se ameaçado; culpa os políticos que integram o governo de serem uns corruptos, que apenas estão lá para “comer” o dinheiro que entra.
Orientados pelo eterno mentor teórico e espiritual dos militares, Delfim da Silva, Indjai prepara-se para constituir um governo só de militares, tendo como primeiro-ministro Daba Na Walna, enquanto Delfim será o único civil que manterá a pasta dos Negócios Estrangeiros ou irá para as Finanças.
A Guiné-Bissau será então uma ditadura pura e dura, em que passará a valer tudo, tão ao gosto do procurador-geral Abudú Mané, mais conhecido como o “procurador batatinha”, especializado em comédias de queima de “droga” (4 quilos), quando todos sabem que são toneladas as que passam mensalmente pela Guiné-Bissau. Consta que a especialidade do procurador é a de ralar batata para ficar em pó e ser confundida com cocaína.
E no meio disto tudo onde andam os militares da CEDEAO? Onde sempre estiveram. Em parte alguma! Apenas preocupados em proteger os empresários do Senegal, Costa do Marfim, Burkina e Nigéria, que neo-colonizaram o País desde o golpe de estado organizado e apoiado por eles.
E Ramos Horta? Esse anda a comer uns camarões gigantes que tanto aprecia, quando entre duas viagens ao estrangeiro passa por cá. Pasmalu
Nos bairros de Bissau iniciou-se uma revolta contra a falta de água e luz que prevalece há várias semanas. As pessoas são obrigadas a irem buscar água a poços sem nenhumas condições, provocando diarreias prolongadas e já surgiram os primeiros casos de cólera.
A bancarrota em que se encontra o Estado, completa o cenário de exasperação dos funcionários públicos que deixaram de receber os seus salários mensais, os quais apenas trazem para casa ….a fome.
Neste estado de coisas o general Indjai decidiu atirar as culpas para cima do governo e criar uma série de factos fictícios que lhe permitam justificar o golpe em preparação. Inventou o assalto ao quartel dos para-comandos, com o roubo de armas já recuperadas (sem que se saiba quem foi), e diz agora sentir-se ameaçado; culpa os políticos que integram o governo de serem uns corruptos, que apenas estão lá para “comer” o dinheiro que entra.
Orientados pelo eterno mentor teórico e espiritual dos militares, Delfim da Silva, Indjai prepara-se para constituir um governo só de militares, tendo como primeiro-ministro Daba Na Walna, enquanto Delfim será o único civil que manterá a pasta dos Negócios Estrangeiros ou irá para as Finanças.
A Guiné-Bissau será então uma ditadura pura e dura, em que passará a valer tudo, tão ao gosto do procurador-geral Abudú Mané, mais conhecido como o “procurador batatinha”, especializado em comédias de queima de “droga” (4 quilos), quando todos sabem que são toneladas as que passam mensalmente pela Guiné-Bissau. Consta que a especialidade do procurador é a de ralar batata para ficar em pó e ser confundida com cocaína.
E no meio disto tudo onde andam os militares da CEDEAO? Onde sempre estiveram. Em parte alguma! Apenas preocupados em proteger os empresários do Senegal, Costa do Marfim, Burkina e Nigéria, que neo-colonizaram o País desde o golpe de estado organizado e apoiado por eles.
E Ramos Horta? Esse anda a comer uns camarões gigantes que tanto aprecia, quando entre duas viagens ao estrangeiro passa por cá. Pasmalu
"Os camaradas estão a perguntar se é assim que se toma a independência"
Senhor Benvindo,
Sr. Rui Barros: Demita-se e leve o seu 'governo' de marionetes junto. Saiam, desamparem a loja! Por uma vez façam uma coisa boa, um gesto nobre, um grande favor aos guineenses: entreguem o País ao António Indjai!!! Deixem-no governar! Já vi que tal como o desesperado CEMGFA, vocês também não pescam nada daquilo. GOVERNAR é para quem sabe, e tem regras. O povo é quem manda! São tão estúpidos que nem deram conta que todas essas greves são uma forma de PROTESTO contra o golpe de Estado de 12 de abril de 2012.
«Os camaradas estão a perguntar se é assim que se toma a independência.»
O País, a Guiné-Bissau independente há 40 anos, não é como a vossa casa, onde, em algumas - talvez não raras circunstâncias - comem com as mãos, dão um arroto sibilino. E até peidam. NÃO. Trata-se de um Estado.
Respondam aos camaradas!
Mas antes um conselho: saiam. Saia já daí. Saiam rápido. O António que forme um governo militar, que ande com os tanques na rua, que sobrevoe os céus 24 sobre 24 horas; O indjai que imponha uma ditadura do tipo Idi Amin no Uganda, que atire guineenses ao Pindjiguiti; que faça o diabo ao quatro, foda-se! Tenham vergonha e saiam, saiam já!. É o sol dele que está a arder - deixem-no aquecer. O Indjai, tal como eu e vocês, vamos passar mais tempo mortos, pá! Deixem-no divertir!
Este país, cuja terra e povo venero, dilacera-me o coração. Convém no entanto esclarecer que amo a Guiné-Bissau! E, talvez por isso, sinto-me repelido por ele. Odeio-o mas volto a amá-lo. Esta relação de amor ódio ainda hoje persegue-me. E levanta no meu cérebro suspeitas imemoriais, dúvidas estranguladoras, incertezas dolorosas...
Vivemos hoje, na Guiné-Bissau, o cúmulo da tirania: o individualismo dos mais fortes sobre os mais fracos - dura há anos e permanece. Ainda assim o Povo da Guiné-Bissau continua com medo. Terá a sua razão, mas cabe ao Povo a vontade e a acção da mudança. Há, porém, três coisas que não se podem esconder: o amor, o fumo e um homem montado num porco. Para bom entendedor...
Um atoleiro este, onde nos vimos enfiados. Que não nos falte nada já que a nós nos calhou tudo! Boa semana a todos. AAS
PUTA QUE PARIU!(*): "Senhor primeiro-ministro, tem que tomar decisões. Se não puder, avise-nos." - António Indjai
RAMOS HORA, engula isto. Se conseguir, claro...
António Indjai classificou o executivo como "um Governo de engolidores: cada um engole [o dinheiro público] e não quer saber do povo". O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, acusou o Governo de transição de corrupção e pediu verbas para as forças de segurança e militares, sob pena de haver instabilidade. O general que liderou os militares no golpe de Estado de abril de 2012 falava na segunda-feira durante um encontro dedicado aos serviços de segurança guineenses, no Clube Militar de Bissau, e cujo discurso foi divulgado pela Radiodifusão Nacional. "Fizemos este golpe para mudar e melhorar a situação do país, mas na realidade está pior", referiu, deixando um aviso: "se estão a brincar com este país, fiquem a saber que nós, os militares, não estamos na brincadeira e apenas vos chamámos para governar".
Salários em atraso, militares sem farda e falta de outros meios para operações, foram algumas das queixas apontadas pelo general para criticar a falta de investimento do Estado guineense em segurança. "Se não fosse por estarmos cansados de problemas, há muito que já tinha havido um levantamento militar, porque estão a dar cabo de nós", acrescentou Indjai, num discurso em crioulo e na presença do primeiro-ministro de transição, Rui de Barros. Ao líder do executivo, o general perguntou: "o que andam a fazer nas reuniões do conselho de ministros? Aquilo é só para discutir como fazer para ter uma quinta, para arranjar um carro, para mandar o filho estudar fora do país, é só isso". António Indjai classificou o executivo como "um Governo de engolidores: cada um engole [o dinheiro público] e não quer saber do povo".
O líder dos militares admitiu, por exemplo, negociar diretamente com barcos estrangeiros as licenças de pesca nas águas da Guiné-Bissau para assim obter financiamento, acusando o Governo de não saber rentabilizar os recursos naturais. "Senhor primeiro-ministro, tem que tomar decisões. Se não puder, avise-nos. Sei que a comunidade internacional vai dizer que somos nós que estamos a mandar neste país, mas temos uma palavra a dizer na governação", destacou. O líder das Forças Armadas lamentou que tenha sido negada uma proposta dos militares para integrarem os atuais órgãos de gestão da tesouraria pública.
António Indjai deixou mais uma nota no discurso: "nas próximas eleições, se não me matarem, vou-me candidatar para mostrar às pessoas como é que se governa um país. Mas mesmo que venha a ganhar, vou por outra pessoa como Presidente". Rui de Barros, primeiro-ministro de transição, respondeu a Indjai, dizendo que as falhas "dizem respeito a problemas antigos", cuja resolução "não é fácil". O governante queixou-se de não existir "uma lei orgânica do serviço de Segurança", referindo que "sem isso, é difícil funcionar".
"Alguém pode nomear ou dar ordens a quem bem entender no âmbito da Segurança de Estado porque não existe uma lei orgânica. Isso demonstra a nossa desestruturação. É por aí que devemos começar", acrescentou. António Indjai foi acusado em abril pelo procurador de Manhattan, Estados Unidos, de participação numa operação internacional de tráfico de droga e armas. A acusação surgiu poucas semanas depois de os Estados Unidos terem anunciado a prisão de Bubo Na Tchuto, antigo chefe da marinha da Guiné-Bissau, e de outros guineenses acusados de tráfico de droga. Lusa
(*) TINHA MESMO DE DIZER ISTO. SORRY...AAS
Orgulho na alma
"Meu caro,
Li parte da tua entrevista ao jornal angolano 'O País', que me deixou orgulhoso de ti, és decididamente um dos poucos guineenses que diz o que lhe vai na alma.
Abraço
A."
Aly Silva, em entrevista exclusiva ao jornal angolano 'O País' (última parte)
Heróis mortos um por um
Porquê? Ter-se-á tratado de uma encenação?
Foi tudo por ordem do Malam Bacai Sanhá, o presidente que morreu. Aliás, a ordem que ele deu foi para matar o Carlos Gomes Júnior. E quando ele telefona para o Estado-maior a informar-se sobre o Cadogo diz-lhe o Indjai “ele está aqui ao meu lado”, e então dá ordens para o deixarem ir embora. Há por aí, a circular, muitas versões, e todas mal contadas, de como se passaram as coisas. Com o Zamora Induta, que foi meu colega de tropa, foi o que aconteceu. Fomos incorporados juntos em 1986, e ao contrário do que fazem hoje, indo à Tabanka escolher os futuros militares, foram buscar-nos aos liceus, numa tentativa de introduzir sangue novo e gente com potencialidades de formação nas Forças Armadas. Éramos jovens com o 11º e o 12º anos de escolaridade.
Então, já houve tentativas sérias de reformar as Forças Armadas Guineenses…
Sim. Houve essa tentativa, mas o Nino Vieira foi travado. Mas é preciso entender uma coisa: isso acontece porque os militares que hoje se armam em donos do país são gente que nem fez a guerra de libertação. O António Indjai tem 50 e poucos anos e não pode ter participado. O Daba na Walna, que é o disparatento-mor do Estado-Maior, tem quarenta e tal anos e também não pode ter feito a luta de libertação. Por isso pergunto, então, como é que pode ser general? Como é que essa gente pode ter a pretensão de querer falar em nome dos combatentes da luta de libertação e reclamar para si privilégios que resultam dessa condição, se nunca, como militares, fizeram nada pelo país?
Então, o mito dos grandes guerrilheiros que habitualmente se associa às Forças Armadas guineenses não passa, hoje em dia, de uma mistificação?
Os grandes guerrilheiros guineenses acabaram por ser todos mortos nesta última década e meia. Estou a falar do Ansumane Mané, do Tagma na Wai, do Tchambú Mané, do próprio Nino Vieira e de vários outros. Uns morreram na guerra civil que se seguiu ao golpe de Estado de 1998, outros acabaram por ser eliminados nas sucessivas inventonas que ocorreram depois. Foram sendo mortos um por um, e estes que lá estão agora não passam de impostores.
Quer dizer que a actual instituição militar guineense não pode ser considerada herdeira do que durante muito tempo foi designada como “as gloriosas FARP” (Forças Armadas Revolucionárias do Povo), do tempo de Amílcar Cabral e dos primeiros anos da independência?
Não. Os que pertenceram às “gloriosas FARP” estão todos sete palmos debaixo do chão. A actual hierarquia militar é formada por impostores, que chegaram ao poder porque pegaram em armas e derrubaram os antigos. Tomaram de assalto a instituição militar, e estão a estragar o nome da tropa guineense.
MISSANG era acto de gratidão
Esta entrevista, sendo uma conversa de evocações que envolve necessariamente sentimentos e emoções, não pode seguir um rumo linear, e somos obrigados a voltar atrás quando necessário. É o caso agora, porque lhe vou pedir que retomemos a questão da MISSANG. Na sua opinião, o que é que correu mal?
A MISSANG resultou de um acordo assinado entre os dois países, e o próprio António Indjai esteve envolvido no processo. Previa a reforma das Forças Armadas, na sequência do fracasso de um general espanhol que a União Europeia mandou à Guiné-Bissau com o mesmo objectivo. Os angolanos chegaram, fizeram um levantamento e começaram a deitar abaixo quase os quartéis para construírem, de raiz, novas e modernas instalações militares, onde não chovesse dentro das casernas, que tivessem água corrente e que oferecessem condições dignas para a tropa. Para se ter uma ideia da dimensão do projecto, basta dizer que a MISSANG gastava na Guiné-Bissau, só para o funcionamento da própria missão, entre 40 a 50 mil dólares por dia. Até alimentavam os militares guineenses, o que não estava no acordo. É claro que esse dinheiro não era nada para o Estado angolano, uma vez que só o orçamento anual do exército daquele país cobre três anos do Orçamento do Estado da Guiné-Bissau. Por isso, quando digo que não existe Estado na Guiné-Bissau, este dado confirma o que digo. Voltando ao assunto da MISSANG, demoliram-se o quartel da marinha e outras instalações militares, e até as instalações da Divisão de Trânsito foram deitadas abaixo para se construir uma nova infra-estrutura. E quando se viu que a reforma era mesmo para valer, os problemas começaram a aparecer e alguns militares, com medo de perder o seu protagonismo, ilegítimo porque conquistado à força, e movidos por interesses completamente diversos dos da Guiné-Bissau, começaram a acusar Angola. As imputações eram que Angola levou armas e outros equipamentos militares, mas tudo o que a MISSANG desembarcou na Guiné estava previsto no acordo, e tudo foi apresentado ao Estado-Maior. Mostraram as armas, os tanques e os meios aéreos e navais, e disseram aos guineenses que iam receber formação para operarem aqueles equipamentos que, posteriormente, reverteriam a favor do exército guineense. Havia inclusivamente helicópteros, e para a sua utilização foi dada formação a pilotos que já não voavam há anos. Do acordo constava igualmente o fornecimento de aviões caça MIG, completamente novos, que seriam entregues ao exército da Guiné-Bissau. Foi nessa altura que MISSANG teve conhecimento de que se estava a preparar um golpe de Estado, e o embaixador angolano confrontou com essa informação os que viriam a ser os autores do golpe. Estes negaram, naturalmente, mas pouco tempo depois aconteceu. Angola já tinha, inclusivamente, avisado o Carlos Gomes Júnior e o presidente Malam Bacai Sanhá, na convicção de que este último não sabia de nada, o que não correspondia à realidade, como se veio a provar. O Cadogo só não se dirigiu à embaixada de Angola para se proteger para não criar mais problemas. Ele permaneceu em casa, deu ordens ao seu corpo de guarda-costas para não reagir se viessem prendê-lo e, assim, evitarem ser mortos, e o golpe aconteceu com as incidências que todos conhecem.
E assim morreu a reforma das Forças Armadas guineenses e se abortou a MISSANG.
Foi o que aconteceu. E garanto-lhe que o que os militares iriam receber como pensão de reforma nem eles tinham ideia. Precipitaram-se e deram o golpe, colocando o país na situação caótica em que se encontra e ficando privados de uma reforma digna e uma aposentação tranquila. E quando o último homem da MISSANG deixa o Hotel Palace, comprado para alojar a missão, instalou-se aí a embaixada angolana e, nas antigas instalações desta última, a Bauxite Angola, a empresa que ia explorar as jazidas desse mineral em Farim e que já tinha construído uma cidade para os trabalhadores da futura exploração viverem. Tudo isso morreu, assim como o Porto de Buba, cuja concessão já estava feita e a desmatação da área concluída, e que já ia começar a ser construído. Neste processo, o que as pessoas não conseguiram ver é que, independentemente das posições que se pudesse ter em relação à MISSANG, o resto eram negócios, e que, se algum dia as parcerias acabassem, os angolanos não levariam o porto de volta para o seu país. Mas também, lá está: quando quem dirige as Forças Armadas são analfabetos, é o que acontece.
Guineenses passam fome
O que é que move o António Aly Silva a ter este discurso de amargura, tristeza e crítica contundente em relação ao que se passa na Guiné-Bissau?
Politicamente, nada. Já tive intervenção política na Guiné-Bissau quando pertenci ao PRS. Nas eleições de 2009 eu era do partido, mas vi coisas de que não gostei e saí. Por exemplo, à saída da casa do Kumba Yalá para acções de campanha, em todos os carros havia kalashnikovs e isso chocou-me. Disse-lhes que no meu carro não entrava arma nenhuma porque eu não ia para uma guerra e, sim, para uma campanha política. Por isso, apresentei a minha demissão e saí. Politicamente, nada me move, não quero cargo nenhum na Guiné e nunca vou ser nada, em termos políticos, naquele país. Agora, ser cidadão e lutar por direitos, isso ninguém me tira. No dia em que me derem um tiro, morro e acabou. Mas enquanto for vivo vou reclamar em nome do povo, porque o que me interessa não é aquela meia dúzia de disparatentos que lá estão. As minhas verdadeiras motivações estão enraizadas no sofrimento do povo, que hoje em dia até passa fome, o que é inconcebível. Como é que se pode falar de fome num país como aquele? As nossas potencialidades marinhas são enormes, mas as nossas riquezas são roubadas todos os dias; temos muito mais terras cultiváveis, por exemplo, do que o Senegal; temos mais área de água do que de terra; temos uma centena de ilhas; temos 300 quilómetros de costa; e temos um arquipélago que foi declarado Reserva Mundial da Biosfera. A Guiné-Bissau apenas precisa da ajuda da Comunidade Internacional para se reerguer e afirmar-se, mas terá que ser uma ajuda efectiva, firme e consistente. Defendo uma força de estabilização com um mandato por tempo indeterminado mas com a duração necessária para o país arrefecer. Isto não pode ser feito em menos de 10 anos. Nesse período, seria possível colocar à frente dos destinos do país os que sabem, e dar instrução aos que não sabem para poderem contribuir de forma útil para o bem-estar comum. O que devíamos todos fazer era reconhecer, clara e humildemente, que falhámos, e aceitar a ajuda necessária para nos recompormos.
Qual é, neste momento, o estatuto legal de António Aly Silva?
Sou um guineense revoltado. Saí da Guiné um mês depois da minha prisão, com problemas de saúde, e fui para Portugal. Tive de fazer três cirurgias para debelar as sequelas dos maus bocados que passei aquando da minha prisão, altura em que fui espancado e levei coronhadas na cabeça. Depois de ter estado em Portugal regressei à Guiné, um mês depois.
E como é que foi acolhido?
Com respeito, porque não admito ser acolhido de outra forma no meu país. Ou me tratavam com respeito ou teriam de me prender e espancar novamente. Permaneci na Guiné-Bissau até Outubro, quando decidi fugir por causa de ameaças, nomeadamente de tiros de bazuca. Neste momento não sou exilado nem sou asilado, sou apenas um cidadão da Guiné-Bissau e da CPLP a tentar ver se retoma a sua vida. Se tivesse dinheiro ia para Angola, onde até tenho família.
O melhor estadista africano
Isso depende do quê? De uma proposta de trabalho?
Sim, e iria para lá de bom grado, até porque, como já disse, tenho lá família. Também fui casado durante 10 anos com uma angolana, do Lubango, de quem tenho um filho. Se surgisse essa tal proposta ia, sem pensar duas vezes. Vejo Angola com muita simpatia e digo-lhe porquê: porque é um país de futuro e porque, para mim, o presidente angolano é o melhor estadista africano. Chamem-lhe o que chamarem, é assim que o vejo. Tem defeitos? Tem, certamente, porque todos temos. Mas, para mim, o José Eduardo dos Santos tem-se revelado o maior estadista da actualidade, porque manteve o país a funcionar durante longos anos de uma guerra cruel e destrutiva, e conduziu Angola à fase actual, que é bastante auspiciosa. Ser estadista, na minha óptica, é fazer aquilo que o presidente angolano faz. Ele tem o pulso do país. E Angola revela ter uma capacidade de regeneração que nenhum outro país africano demonstrou. É um país fabuloso e tão grande que há sítios onde nem a guerra conseguiu chegar.
Para si, a paz em Angola é irreversível?
Completamente. É tão irreversível a ponto de o presidente angolano ter tido a iniciativa, que revela grande coragem e hombridade, de nomear um ex-general da UNITA como Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas. Isto também mostra que a inclusão, que nunca chegou a acontecer na Guiné-Bissau, é uma realidade em Angola. Há aqui uma lógica de inversão. Angola começou muito mal mas, hoje, está no bom caminho. No meu país, onde tudo começou bem e onde a guerra de libertação foi a mais bem-sucedida do mundo, deu tudo errado, e é uma tristeza reconhecer isso. Mas temos de o fazer e de dizer em voz alta que falhámos em toda a linha, para podermos depois começar do zero com alguma probabilidade de êxito.
Acredita que, nessas circunstâncias, a Comunidade Internacional não hesitaria em ajudar?
Falei recentemente com o Carlos Lopes, que é o guineense com maior projecção nas Nações Unidas, e ele disse-me que a Guiné-Bissau não estava na agenda. A Comunidade Internacional quer ajudar o país mas que não o faz porque, com o que se está sistematicamente a repetir, toda a ajuda resulta em insucesso…
Essa é a opinião de Carlos Lopes, que já foi Secretário-geral Adjunto da ONU…
Sim, e acredito que ele algum dia será Secretário-geral das Nações Unidas. Actualmente ele tem um handicap, que é o de ser cidadão de um país pequeno e insignificante onde, ainda por cima, acontecem reiteradamente estas situações. Isto é mais uma demonstração de como o país está a ser prejudicado pelos militares. Mas a Guiné-Bissau tem que ser ajudada como Timor-Leste foi. E espanta-me a atitude actual de Timor-Leste em relação à Guiné. Saiu completamente fora do rebanho da CPLP e pôs-se ao lado dos golpistas. Compra dívida soberana de Portugal, que não precisa tanto como nós, e dá à Guiné dois milhões de dólares. O Governo timorense está a gozar connosco, mas tem que dizer, no seio da CPLP, qual é o seu papel e a sua posição oficial em relação à Guiné-Bissau. A CPLP fala a uma só voz, exceptuando Timor-Leste que tem uma voz dúbia e uma atitude completamente desavergonhada.
As incongruências de Timor, ONU e CEDEAO
Acha que as posições de Timor-Leste, que considera dúbias, têm reflexos negativos no trabalho que Ramos Horta está a fazer como Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau?
Completamente! Ramos Horta anda “aos papéis” na Guiné. Chegou com muita prosápia mas a tropa acalmou-o e ele baixou a bola. Mas eu alertei-o, numa carta que lhe enderecei no meu blog, para o que ia encontrar na Guiné-Bissau. Eu não tenho mais de 47 anos mas percebo mais daquele país do que qualquer um deles. Porque foi lá que sempre vivi, exceptuando o período em que estive fora a estudar. Agora, é bom que a CPLP pergunte a Timor-Leste qual é o seu papel na Guiné-Bissau. Na última reunião da comunidade, Angola propôs a manutenção das sanções, e a proposta foi aprovada. As próprias Nações Unidas, que mantém sanções à Guiné, chamam agora o presidente golpista para discursar na Assembleia-Geral. Isto é completamente incongruente.
A própria CEDEAO também é vista como tendo, em certa medida, legitimado o golpe de Estado…
A CEDEAO, num primeiro momento, condenou o golpe, mas no dia seguinte mudou de discurso, por causa da Nigéria que tem aquele quid-pro-quo com Angola. Costuma-se dizer que dois galos não cantam na mesma capoeira, e é o que acontece entre a Nigéria e Angola. A Nigéria quer fazer valer um estatuto de potência em África que já não lhe pertence porque não conseguiu conservá-lo. Hoje em dia, Angola tem mais força e mais credibilidade que a Nigéria, que além da corrupção generalizada, enfrenta todo o tipo de problemas, como o fundamentalismo religioso, o crime organizado e os grupos armados que matam, aterrorizam e assaltam petrolíferas. Se os nigerianos não conseguem resolver esses problemas internos irão resolver os problemas da Guiné? Não vão! Quanto ao Senegal, tem os independentistas de Casamança que lutam num território que era guineense, e nunca, tampouco, conseguiu resolver o problema, porque o exército senegalês veste saias. Não entra no mato para ir procurar os rebeldes. Fica na estrada a chatear os guineenses que atravessam a fronteira, assaltando-os e roubando-os. Tudo isto prova que, com a CEDEAO, os interesses da Guiné-Bissau não estão em boas mãos, e que, em contrapartida, a ajuda de Angola era uma boa solução para o país.
Disse há bocado que se dissociou do PRS de Kumba Yalá e da política guineense porque não queria pegar em armas. Pode-se dizer que a sua arma é o seu blog “Ditadura de Consenso”?
Exactamente. O meu blog é a minha arma, e a arma do PRS é uma ala militar que controla o partido. Na rua do Kumba Yalá em Bissau, a partir das sete horas da tarde, ninguém entra e ninguém sai. Está tudo guardado por tropas armadas com bazucas e kalashnikovs. Ele tem um exército paralelo, como tem a RENAMO em Moçambique.
Vamos voltar a sangrar
E as diferenças étnicas? Como é que funcionam na Guiné-Bissau e em que medida contribuem para esta permanente instabilidade do país?
Eu não gosto muito de falar de diferenças étnicas porque entendo que o guineense não as valoriza muito.
Mudo então a expressão para especificidades étnicas.
Isso foi dito ao António Indjai na Costa do Marfim. Disseram-lhe isso mesmo: a tua etnia, que constitui 80 por cento do exército guineense, é que está a rebentar com as Forças Armadas.
Está a referir-se aos balantas, etnia a que também pertence o Kumba Yalá…
Sem dúvida. São os balantas, mas nem todos. Eles é que estão a dar cabo das forças armadas e da Guiné-Bissau. Existem os do norte e os do Sul, que se diferenciam no nome. Os do Norte, por exemplo, têm no patronímico a partícula “na”, como são os casos de Tagma na Wai e Daba na Walna, e os do sul não. Mas eles têm os seus pactos, e a canalha anda toda junta. Os bandidos estão activos e estão para durar. Se não for feito nada, teremos outro golpe não tarda. Eu sei isso, vamos sangrar novamente.
'Discurso' do António Indjai vs a integridade da merda: A merda é íntegra, tão íntegra, que graças a ela os guineenses têm a verdadeira noção do estado do seu país! Desamparem a loja e deixem a tropa mandar!!! Saiam, saiam já! AAS
Mas a verdade é só uma: Indjai está a queimar os últimos cartuchos...AAS
EXCLUSIVO: Assassinato em Mafanco fez duas mortes
Afinal, o cidadão chinês não foi a única vítima do assalto à serração de Mafanco. Ditadura do Consenso sabe que houve uma outra vítima - um cidadão nacional de nome Abduramane Baldé, de 35 anos, pai de uma menina de 4 anos, que trabalhava na serração. Abduramane foi espancado e acabou por falecer no hospital Regional de Bafatá.
Segundo consta, os assaltantes, após terem abatido o chinês voltaram-se para ele, espancando-o e exigindo que este revelasse o paradeiro da chave do cofre. Esta informação foi revelada por um familiar da vitima, que vive em Bafatá e pediu anonimato. AAS
Indjai ameaça com novo golpe de Estado
Numa reunião de segurança de estado que começou hoje em Bissau, António Indjai voltou a fazer - e a falar - das suas. Pela primeira vez, disse publicamente que o golpe de estado de 12 de Abril piorou a situação da Guiné-Bissau. Segundo ele, o levantamento militar que derrubou o poder civil destinava-se a ver a situação melhorada do país mas afinal estava enganado. Não deveriam remeter o poder aos civis, ou seja os militares deviam assumir o poder, e se calhar o povo estaria mais descansado, pela lei dura que instauravam...
O CEMGFA António Indjai acusou, num tom bem carregado, o Primeiro Ministro Rui Barros de estar a matar o país e reafirmou que os militares estão fartos e cansados de guerra se não já teriam saído de novo para as ruas para mais um golpe contra atual governo, porque estes não estão a fazer nada. "Fizemos este golpe para mudar e melhorar a situação do país, mas na realidade está pior", referiu, deixando um aviso: "Se estão a brincar com este país, fiquem a saber que nós, os militares, não estamos na brincadeira e apenas vos chamámos para governar". AAS
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Aly Silva, em entrevista exclusiva ao jornal angolano 'O País' (Parte I)
Jornal 'O País', edição de 27 de setembro de 2013
40 anos de independência da Guiné-Bissau: O triste olhar de António Aly Silva sobre o país de Amílcar Cabral, 40 anos depois
Entrevista de Orlando Rodrigues
Cidade da Praia, Cabo Verde
É jornalista, e é com a palavra que, todos os dias, nas páginas virtuais do blog “Ditadura do Consenso”, procura combater a situação real prevalecente na Guiné-Bissau, um país que, no momento em que completa 40 anos de independência, ainda passa a vida “na intriga e na matança”. Chama-se António Aly Silva, e é conhecido em todo o mundo como um dos principais opositores ao regime militar, vigente naquele país lusófono na sequência do Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Contundente na palavra e convicto dos próprios princípios e ideias, lança, nesta entrevista exclusiva a “O País”, um olhar de mágoa, tristeza e revolta, sobre a actualidade guineense, um país geograficamente distante mas muito próximo, em cultura, afectividade e afinidades históricas, do povo angolano. António Aly Silva, cujo blog conta já mais de 8 milhões de visitas, identifica, denuncia e acusa, sem papas na língua, os que considera serem os culpados pela situação do seu país que, avisa com tristeza, “vai voltar a sangrar”.
A Guiné-Bissau está a celebrar o 40º aniversário da sua independência nacional (proclamada a 24 de Setembro de 1973). Enquanto cidadão guineense, tem motivos para festejar?
Não! Não tenho. Não tenho e deixei isso claro hoje no meu blog, dizendo que não ia ser actualizado por protesto. Porque estar neste momento fora da Guiné-Bissau, e logo em Cabo Verde, um país que connosco fez a luta de libertação, e ver o desenvolvimento a que aqui se chegou mesmo com todas as dificuldades, o que só mostra que a estabilidade é essencial, deixa-me, por um lado, orgulhoso dos cabo-verdianos, e, por outro, extremamente triste por contraste com o que se passa no meu país. Porque vivemos permanentemente em instabilidade, criamos e fomentamos o ódio, passamos a vida na intriga e na matança, e o mais chocante é que não há responsáveis. E o descaramento total foi, agora, a tropa querer que um parlamento também ele ilegal, amnistiasse os crimes que ela própria cometeu. As pessoas que deram o golpe nunca foram à tropa e acabaram por ser incorporadas às pressas, para receberem a farda e o (António) Indjai poder manter a sua guarda pretoriana de analfabetos e assassinos.
A que pessoas se refere especificamente?
São muitas. Está lá a pessoa que me prendeu e cortou a orelha, no dia do golpe. Todos aqueles jovens que estão hoje em Cumeré para serem militares, nunca antes vestiram a farda. Um dos exemplos é um dos cabeças do tráfico de drogas e que é a mão direita e o pé esquerdo do Indjai e que conheço bem porque foi a pessoa que me prendeu no dia a seguir ao golpe e nem era militar na altura. Até tenho fotos dele em Cumeré, de boxer, corpo nu e kalashnikov na mão. Não consigo ver em que outro país se possa encontrar soldados assim.
O facto de estar em Cabo Verde acentua ainda mais, na sua percepção, os contrastes que há nos percursos dos dois países?
Os contrastes são gritantes. A Guiné-Bissau tem um Ministério da Indústria e não sei para quê. Cabo Verde, em contrapartida, fabrica e produz bens e serviços em quase todas as ilhas. Na ilha do Fogo até fabricam vinhos reconhecidos internacionalmente, e sei, por exemplo, que o vosso primeiro-ministro foi recentemente à Itália e levou 10 caixas, justamente para promover o que aqui se produz, e bem. Pelo que conheço dos dois países, posso afirmar que a Guiné-Bissau, mesmo com estabilidade, nem daqui a 20 anos chegará ao patamar de desenvolvimento que Cabo Verde já atingiu. Porque parece que, lá, ninguém deseja o desenvolvimento do país, que não se constrói com analfabetos no Parlamento, no Governo e nas Forças Armadas. E muito menos com bandidos no poder, pois bandido tem de estar é na cadeia. A diferença gritante é que, em Cabo Verde os traficantes são presos e, quando são condenados, todos os seus bens são confiscados a favor do Estado, enquanto, na Guiné, não se confisca um triciclo de um traficante. Quando muito, a tropa liga e diz: acabou a audiência. E o Ministério Público e os tribunais obedecem e soltam os bandidos. Isso não é país, nem Estado.
O que é que chamaria, então, à Guiné-Bissau?
Um Estado completamente anárquico, onde cada um faz o que quer. A EAGB (empresa de electricidade) chega e corta a luz, e quando dá as costas a pessoa coloca uma escada, liga de novo e as coisas continuam iguais. A pirâmide está invertida, os que sabem e os que são honestos estão a ser esmagados aqui em baixo, e todos estão reféns daquela gente. Estamos reféns da tropa que faz e desfaz, e não sei para que é que a Guiné pede dinheiro para eleições e a comunidade internacional dá.
Dá razão, então, ao antigo Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, quando ele é citado pela imprensa a dizer que a instituição militar guineense caiu na delinquência e na tirania?
O comandante Pedro Pires tem autoridade moral para falar como falou. Ele foi combatente da liberdade pelos dois países, foi governante dos dois países logo após a independência e, posteriormente, primeiro-ministro de Cabo Verde, país de que veio a ser eleito, por duas vezes, Presidente da República. Neste momento, ele fala como um simples cidadão mas tem toda a legitimidade para criticar a situação actual e os seus protagonistas, acima de tudo porque ele gosta da Guiné-Bissau e nós também gostamos muito dele. Existe até, na Guiné, quem discuta sobre a tribo a que pertence: uns dizem que é manjaco, outros que é papel, e há ainda quem pense que ele é balanta. Isso ilustra bem a empatia que existe entre Pedro Pires e povo guineense, e demonstra o quanto ele é querido no meu país. Por isso, acho que o comandante não disse o que disse por mal, e de uma conversa que tive com ele depreendi que até que foi mal interpretado, intencionalmente ou não. Mas como tem autoridade moral para isso, aquilo bate e cai e tanto faz que ele tenha dito como não. Assim como o primeiro-ministro cabo-verdiano terá afirmado que, em Cabo Verde, não se brinca aos Estados, e está muito bem dito. Porque nós não temos um Estado. E só temos fronteiras porque existem.
Não se pode falar do percurso histórico da Guiné-Bissau dissociando-o do caminho feito por Cabo Verde. A Guiné-Bissau fez a luta de libertação de maior sucesso em África…
…do mundo. Tivemos a melhor guerrilha do mundo.
…seja, do mundo, e libertou pelas armas o seu próprio território, após o que proclamou unilateralmente a independência, imediatamente reconhecida por toda a comunidade internacional. Unido a Cabo Verde fez a primeira parte do percurso, e depois aconteceu a ruptura. A Guiné-Bissau desfez a unidade preconizada por Amílcar Cabral, e na última década e meia tem vivido em constante instabilidade. Qual foi, para si, o momento crítico que terá conduzido à actual situação?
O golpe de Estado de 1980. O dia 14 de Novembro de 1980 marca o fim do sonho que Amílcar Cabral idealizou. Eu não sou um saudosista que pensa que a unidade Guiné-Cabo Verde, concebida por Cabral, poderia ter-se concretizado. Não podia. Mas os dois países tinham tudo a ganhar com uma cooperação estreita e saudável. Temos, com Cabo Verde, mais afinidades que com qualquer outro país do mundo, mesmo com Portugal, que esteve presente na Guiné-Bissau durante 500 anos, e com os países com os quais temos fronteiras terrestres. O Senegal, por exemplo, é o nosso maior inimigo, e este golpe de 12 de Abril não foi para depor o Cadogo (Carlos Gomes Júnior, antigo primeiro-ministro). Foi por causa do trabalho que Angola vinha fazendo, por exemplo no Porto de Buba (a cerca de 200 km de Bissau), que seria certamente o maior da África Ocidental e viria naturalmente a eclipsar a importância do Porto de Dakar. É um projecto antigo que se ia concretizar com a cooperação Angolana, e os senegaleses, sempre que ouvem falar disso, começam a “dar ataques”. O Senegal nunca quis isso, e fez intrigas para provocar o golpe de Estado e, assim, comprometer os investimentos angolanos e promover a saída da MISSANG (Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau) do país. Esses investimentos e a MISSANG eram uma forma de Angola demonstrar gratidão pelo que deve à Guiné-Bissau, algo de que muita gente não tem sequer noção. A Guiné foi um dos principais palcos logísticos da guerra em Angola, para onde enviou milhares de homens para combaterem os sul-africanos.
Honras de capa
Quer dizer que a MISSANG era uma forma de Angola demonstrar a sua gratidão para com a Guiné-Bissau…
Nem mais. E o Fidel Castro disse isso mesmo ao Carlos Gomes Júnior em Cuba. Derramou-se sangue guineense em Angola, assim como se derramou sangue cabo-verdiano na Guiné. A verdadeira vocação da MISSANG era a reforma das Forças Armadas guineenses, um problema que se arrasta desde a independência e nunca foi resolvido, e é por isso que o país vive a situação que todos conhecem, protagonizada pelos militares. Portanto, nós só teríamos a ganhar se puséssemos de lado esse orgulho de merda que nem sei onde fomos buscar e aceitássemos a ajuda que nos chegava de Angola. Os militares criaram um ódio visceral, não só em relação a Angola mas, até, com Cabo Verde, mas felizmente esse ódio não é retribuído. Existem mais de 9 mil guineenses a viver em Cabo Verde, 8 mil dos quais em situação perfeitamente legal…
E as autoridades cabo-verdianas têm promovido frequentemente campanhas de legalização de emigrantes guineenses indocumentados, o que ainda não aconteceu com qualquer outra comunidade presente no país. Isso, certamente, não pode ser visto com um sinónimo de ódio em relação aos guineenses…
Muito pelo contrário. Por isso, se os militares pensam que tudo o que têm feito e dito contra Cabo Verde e Angola pode pôr em causa as afinidades e a amizade entre os nossos povos, estão completamente enganados. Mas devo ser justo e dizer que não é toda a instituição militar que está envolvida nestes desmandos. Há oficiais sérios e honestos, que apenas compactuam porque têm medo. Existem outros, que acabaram por abandonar o país e não estão envolvidos nas intentonas nem no tráfico de drogas.
O Zamora Induta é um deles?
O Zamora Induta foi deposto, e o que se passou nesse dia foi um autêntico filme de comédia. (CONTINUA)
Não conseguem matar a honra
Quem me conhece bem sabe que não sou pessoa de desistir facilmente. Tenho, de resto, o empenho estampado no rosto. Gosto do meu País. Dez minutos depois de atravessar as suas fronteiras, começo a sentir arrepios. Bom, dez minutos talvez seja exagerado; Que sejam cinco. Mas de certeza que de trinta minutos não passa.
Pessoalmente, tenho dificuldade em orgulhar-me das coisas que me acontecem por casualidade, mas como escreveu o Fernando Pessoa «o lugar onde se nasce é o lugar onde mais por acaso se está». Outra frase com a sua piada...
Eu nasci na Aldeia Formosa (actual Quebo). Já fui ao Quebo umas vezes, passei outras tantas sem parar e confesso que nem de uma nem de outra vez senti grande coisa. Nem um arrepio na alma. Não me vieram - ao contrário dos piegas - lágrimas aos olhos, nem me deu vontade de escrever contos. Nem sequer um poema.
Pouco me importa que milhão e meio de guineenses desconheça onde fica a vila do Quebo, ou quantos habitantes terá ou teve em tempos. Ou sequer se tem tradições, e já agora quais serão. Trata-se de um sítio, e pronto. Um sítio de merda, como o são aqueles sítios onde por nada deste mundo assentamos arraiais, ainda que por breves momentos.
O facto de eu lá ter nascido - como de resto já adivinhava enquanto a minha querida Mãe andava comigo às voltas - não transformou Quebo num lugar especial - e é assim que está bem, acreditem. Um sítio banal, aquele onde eu nasci. Mas não o trocaria por nenhum outro. Por agora: vou-me embora. Vou para o outro Sul. E será sempre o eterno Sul cheio de estrelas e de noites intermináveis. ANTÓNIO ALY SILVA
Morte de cidadão chinês: Cinco pessoas detidas
A Guarda nacional guineense deteve cinco pessoas supostas de estarem implicadas do assassinato de um homem de negocios chinês, Li Zhuosen, em Mafonco (região de Gabu, 170 km à Leste de Bissau), apurou fonte proxima da embaixada da China em Bissau.
Li Zhuosen, 42 anos, que vivia com a sua esposa ha muitos anos na Guiné-Bissau, foi friamente abatido, quarta feira passada no seu domicilio por um grupo de homens armados, apos lhe terem roubado o dinheiro que guardava com ele, confiaram as testemunhas. A prisão dos suspeitos foi confirmada sexta feira à imprensa Xinhua pelo comandante Samuel Fernandes da Guarda nacional, que no entanto recusou-se a revelar a identidade das pessoas detidas.
Segundo fontes proximas do inquérito, um dos suspeitos detidos trabalha na povoação de Mafanco. A viatura a bordo da qual se encontravam os suspeitos detidos foi confiscada e guardada nos locais da Guarda nacional em Bissau, constatou Xinhua.
domingo, 29 de setembro de 2013
É assim, um amigo
O Governo de Cabo Verde considera fundamental que "a comunidade guineense seja uma ponte de entendimento e progresso" entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, declarou, na cidade da Praia, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional, Jorge Tolentino. Ao usar da palavra na do 1º Congresso da Diáspora Guineense em Cabo Verde, Tolentino afirmou que o mesmo princípio se aplica, naturalmente, aos cabo-verdianos que vivem e labutam na Guiné-Bissau.
Jorge Tolentino prometeu que o Governo continuará a envidar esforços no sentido de boa integração da comunidade guineense no arquipélago cabo-verdiano através, nomeadamente, do processo de regularização especial dos guineenses residentes em Cabo Verde, do acesso a cuidados básicos da saúde e da sua participação nas eleições autárquicas. O governante reconheceu ainda haver trabalhos por fazer e aspetos por aperfeiçoar como, por exemplo, o que se refere à previdência social e regulação do mercado de trabalho, aos setores onde, reconheceu, existem ainda "enormes desafios por vencer".
Jorge Tolentino, porta-voz do Conselho de Ministros, considerou "reconfortante" que este congresso tenha lugar em Cabo Verde, desejando que o evento seja "bem-sucedido" e que signifique um contributo "marcante" para a contínua melhoria das condições de vida e de participação citadina da diáspora guineense. O governante cabo-verdiano disse esperar que esta iniciativa dos guineenses em Cabo Verde sirva de exemplo às outras comunidades estrangeiras no arquipélago.
O governante aproveitou ainda a oportunidade para felicitar a todos os Guineenses presentes pelo 40º aniversário da Independência da Guiné-Bissau, assinalado a 24 de setembro, sublinhando que, "não é por acaso" que em Cabo Verde "se vive com interesse e preocupação os sucessos e percalços do povo guineense". O ministro não fez referência à situação interna na Guiné-Bissau e nem tão pouco aos recentes incidentes que marcaram o relacionamento entre os dois países, fez votos que o futuro a que aquele país tem direito seja de "desenvolvimento e de respeito pela dignidade da pessoa humana".
Conforme o "Perfil Migratório de Cabo Verde editado em 2009", os cidadãos naturais da Guiné-Bissau (mais da metade dos 17 mil imigrantes no arquipélago) constituem a maior comunidade estrangeira em Cabo Verde, estando predominantemente ligada às áreas de serviços, comércios, profissões intelectuais e científicas, bem como profissões não qualificadas. AFRICA 21
SENEGAL? Só para recordar...
O embaixador do Senegal na Guiné-Bissau e general na reserva, Dieng, QUESTIONOU em 2009, à saída do encontro do Governo com o corpo diplomático acreditado em Bissau: "Será que em democracia os militares podem invadir a casa de alguém e matá-lo?". E perguntou: "Será que tinham um mandado de captura?".
NOTA: O que mudou? O embaixador do Senegal na Guiné-Bissau é o decano dos embaixadores no País: está no mesmo posto há 20 ou mais anos...Ele é general, e uma espécie de agente secreto ao serviço do estado do Senegal e por isso, também, não teremos paz enquanto ele se mantiver nesse posto...cozinha aqui, prova ali, serve acolá. DIZEM QUE ESTÁ NA 'RESERVA', MAS ESTÁ A TRABALHAR NO DURO, A FAZER O JOGO SUJO NA PRAÇA DE BISSAU... Um autêntico pirómano. AAS
Quebo*
Marcas que o tempo deixou
Terias
De ser um arrozal do meu Sul
Para me alimentar
Uma palmeira alta e esguia
Para me saciar a sede
Um mar fundo de vida
Um sopro violento na alma
Quando aqui chegaste
Eram só afagos, atenções
As manhãs eram claras e
Ensolaradas
Os campos vastos e verdejantes
Hoje há nuvens a anunciar
O vento
Vês em todos o melhor e o pior
Que quererás?
Havias de querer estar um dia
Quando os rapazes se fizerem
Homens
As mulheres
Mães
Terias de ser
Tudo aquilo que eu não escrevi
Para assim tudo contares
(*) - Nha terra/minha terra
António Aly Silva/Out/2010
É isto que eu acho:
"Acho que o Serifo Nhamadjo perdeu uma boa oportunidade para, na 68a Assembleia Geral da ONU, pedir solenemente desculpas ao povo da Guiné-Bissau e admitir a sua quota parte de responsabilidade no golpe de Estado de 12 de Abril, e a interrupção, de forma violenta, do processo eleitoral que estava em curso e que culminou com a implantação de uma ditadura militar feroz, que vive da perseguição, do rapto, de espancamentos e de assassinatos de cidadãos guineenses - a quem o Estado devia garantir protecção e segurança, como diz a nossa Constituição." António Aly Silva
68ª Assembleia Geral da ONU: O discurso de José Maria Neves, Primeiro-Ministro de Cabo Verde
"Senhor Presidente da Assembleia Geral
Senhor Secretário Geral da Nações Unidas
Excelências Chefes de Estado e de Governo
Senhoras e Senhores
Saúdo, com satisfação e entusiasmo, a todas e a todos.
Gostaríamos ante de mais de saudar o Sr. John Hash de Antigua e Barbuda, Presidente da sexagésima oitava Sessão da Assembleia Geral que, estamos seguros trará toda a sua paciência experiência e sabedoria na condução dos debates e das tarefas importantes que são da responsabilidade da Assembleia Geral.
Mencionaria, para começar, o notável trabalho desenvolvido pelas Nações Unidas para que todos tenhamos levado avante os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio e nos permita a este estágio de inferir conjuntamente uma nova agenda de desenvolvimento pós-2015. Realmente, este é um desafio à escala global que, para além de inaugurar mais uma era no desenvolvimento global, nos interpela a cumprir os oito Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. O foco desta sessão é a equidade e dignidade para todos, como bem referiu o Senhor Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, tarefa que desafia a todos e impõe a cada um novas atitudes e comportamentos na premissa de que um Mundo Melhor É Possível.
Cabo Verde, Pequeno Estado Insular e independente há menos de 39 anos, tendo já alcançado a maioria das metas preconizadas, vai continuar os seus esforços para cumprir os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. Graças a uma Agenda de Transformação, que vimos levando a cabo desde 2001, progressos significativos aconteceram no País, então na lista dos Menos Avançados. Estes progressos aconteceram, tanto a nível socio-económico, como a nível político, para a melhoria global do nível de vida das nossas populações.
Tem sido clara, inequívoca e sistemática a nossa aposta no acesso à educação e à saúde, à água e à alimentação, bem como ao esforço da inserção competitiva da nossa economia ao mercado internacional, com apoio de parceiros internacionais. A par disso a Agenda de Transformação, perfeitamente sintonizada aos compromissos e metas do Milénio, permitiu, nomeadamente, a histórica transição de Cabo Verde para a esfera dos Países de Desenvolvimento Médio, ainda de Renda Baixa e com a agravante do forte impacto da crise internacional que tem condicionado a dinâmica de alguns progressos em curso.
Dando conta a esta magna Assembleia, diremos que o quadro dos indicadores mostra que reduzimos a pobreza a metade e estamos em tendência claramente decrescente, sendo nosso actual desafio, o da vigilância apertada a evitar situações de retrocesso, em virtude da conjuntura económica global e do seu impacto sobre Cabo Verde. Em verdade, não obstante a graduação a País de Desenvolvimento Médio os indicadores revelam ainda elevadas taxas da pobreza, da desigualdade e do desemprego, ainda insuficiente o acesso das pessoas a muitos bens e serviços, e ainda aquém de realização do bem-estar e da qualidade de vida para todos.
Os cabo-verdianos estão prontos para evoluir sobre os postulados dos ODM e engajar na substituição do «reduzir» para «erradicar» a pobreza extrema, não deixando ninguém para trás. Outrossim, estão prontos, porque já o assumiram em Cabo Verde, para colocar a questão da sustentabilidade económica no centro da agenda de desenvolvimento do país. Encaramos a transformação que em Cabo Verde, mais do que palavra-chave, é uma agenda de trabalho, a partir do crescimento inclusivo. E temos vindo a criar instituições responsáveis, abertas a todos, que garantam a boa governança.
Nessa perspectiva, havíamos reorientado a nossa política interna e, consequentemente, mobilizando as vontades nacionais, apelando ao apoio dos parceiros internacionais, para o prospecto do Desenvolvimento Avançado no horizonte 2030 e é esse sentido que para nós significa engajarmo-nos numa Agenda pós 2015. Neste momento, encontramo-nos numa situação de transição. Os instrumentos criados não são suficientes para responder isoladamente às questões do presente, nem para preparar esse futuro que aponta para o Desenvolvimento Avançado, senão no quadro de uma agenda global, liderada pelas Nações Unidas e de uma intensa cooperação e parceria internacional, tanto na vertente multilateral como na vertente bilateral.
Cabo Verde tem-se empenhado neste esforço conjunto. Os cabo-verdianos olham com acuidade questões globais como as mudanças climáticas, a fome e a desnutrição e a abordagem de diferentes formas de desigualdade, bem como a garantia da sustentabilidade ambiental e parcerias a nível nacional e internacional em prol do Desenvolvimento Global. As mudanças climáticas constituem um problema premente dos nossos tempos que importa tratar com urgência e sentido de responsabilidade. Com efeito, o mundo atingiu recordes em termos de emissões e concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, atingindo agora cerca de 400 partes por milhões. Isso poderá significar a ruína dos nossos esforços de desenvolvimento e, pior ainda, uma clara agudização das tensões sociais, abrindo portas para potenciais conflitos tanto a nível nacional como regional.
Da mesma forma, importa sublinhar os impactos sobre a segurança alimentar global. Por outro lado, a acidificação dos oceanos elevou-se a uma taxa jamais atingida em 55 milhões de anos. A prazo, o desaparecimento de numerosas espécies marinhas tornou-se inevitável. Assim devemos todos enfrentar esse problema que põe em perigo o nosso futuro comum e tomar as decisões que se impõem, assegurando ainda o indispensável cumprimento dos engajamentos financeiros destinados a adaptação nos países mais vulneráveis em particular. No concernente à agenda pós-2015, a questão do emprego domina a preocupação dos cabo-verdianos. O assunto ocupa o lugar cimeiro entre as pessoas consultadas que identificam o emprego como essencial para alcançar o desenvolvimento económico e humano.
Outra questão gravosa tem a ver com a sustentabilidade da segurança social. Precisamos universalizar mais o sistema de previdência e temos de introduzir engenharias nos instrumentos previstos para o efeito, só possível com mais dinâmica económica. Não haverá Agenda de Transformação se não criarmos bases sólidas e sustentáveis de amparo social. Para tanto, precisamos crescer e ampliar a riqueza, criando uma onda de modernização da sociedade e factores de competitividade para a nossa economia, num quadro de melhoria de ambiente de negócios e de atracção de investimentos externos.
A resposta maior será o crescimento económico e a criaçao da riqueza que induzirá a melhoria dos indicadores que importam elevar. Temos de reconhecer que há espaços para melhorias, nomeadamente em termos da redução da burocracia estatal e do aumento da competitividade, bem como tornar o investimento externo mais simplificado e mais eficiente em termos de empreendimento. Estamos a exortar os nossos cidadãos a serem produtivos, competitivos e prósperos, sem que percam a grande matriz cabo-verdiana da generosidade, da solidariedade e da responsabilidade.
A continuidade da crise internacional e o seu impacto em todos os países criam sérios problemas a toda a comunidade mundial. No caso de Cabo Verde, esta situação nos coloca sérios desafios que, a todos os títulos importam vencer, de aceleração do crescimento económico, da promoção do emprego e da redução da pobreza. Nesta sexagésima oitava sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, reafirmamos o nosso compromisso com a Paz e o Diálogo, nos parâmetros consagrados na Carta das Nações Unidas.
A nossa visão das Nações Unidas, é a de organização que queremos mais coesa e mais unida, em que os esforços se orientem para a prosperidade das Nações, a sua Assembleia-Geral seja o grande fórum de diálogo sobre os Desafios Globais do Planeta e da Humanidade e no seu Conselho de Segurança tenha uma representação mais equilibrada e mais ajustada à evolução geopolítica que o Mundo conheceu de 1945 a esta parte.
É esta uma ocasião impar para reafirmarmos o desejo e o empenho, enquanto país falante do português como língua oficial, na afirmação da diversidade cultural e no afã da multiculturalidade que nos é apanágio, pleitearmos a Língua Portuguesa – o 5º idioma mais falado no mundo, ligando Estados e povos nos cinco continentes – a uma das línguas oficiais ou de trabalho das organizações internacionais, em particular das Nações Unidas.
Mais uma palavra para nos posicionarmos, na sequência do Relatório dos Peritos das Nações Unidas, contra a criminosa e inaceitável utilização de armas químicas na Síria, que temos seguido com muita atenção, e nos congratularmos com os progressos alcançados em prol do diálogo, nomeadamente a busca conjunta de soluções pacíficas, principalmente no quadro das Nações Unidas. Aliás, somos contra a utilização das armas de destruição de massa e alinhamo-nos nas iniciativas consequentes em prol de sua erradicação. Entrementes, somos contra a guerra e a beligerância, pelo que defendemos a implementação da Estratégia Global no combate à violência.
Queremos ainda expressar a nossa solidariedade com o Governo e o Povo do Quénia, bem como o nosso inequívoco repúdio pelos actos de barbárie e de selvajaria humana, de todo condenáveis, ocorridos no passado sábado em Nairobi. Outrossim, exortamos todos os membros desta Assembleia-Geral a uma convergência histórica em prol do Ambiente. A grande meta é implementar as estabelecidas no documento final da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, intitulado "O Futuro que Queremos".
Reafirmamos também, nesta tribuna, a nossa firme vontade de cooperar com todos para reduzirmos as tensões regionais e mundiais, alargando o entendimento sobre as soberanias, as liberdades e os direitos humanos. Reafirmamos ainda, perante vós, a nossa opção pela definição conjunta de novas metas que preconizem os fundamentais para a prosperidade dos países e para o bem-estar dos povos no mundo, buscando, de forma convergente, uma Agenda Pós 2015. Cabo Verde está empenhado em dar a sua contribuição para a criação de um novo cenário das metas, tão sucessor quão complementar aos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio.
Cumprir os oito Objectivos é o nosso compromisso comum e criar uma nova agenda pós 2015 em prol do desenvolvimento sustentável é a nossa responsabilidade partilhada. A forma como o fizermos determinará o nosso destino comum. A importância das nossas decisões e a responsabilidade de o fazermos no quadro das Nações Unidas são evidentes.
Vamos à obra! Por uma nova sociabilidade global que incida numa visão conjunta da promoção do progresso. Cabo Verde está firmemente empenhado na definição de uma agenda de desenvolvimento pós-2015, que seja também, o Futuro que Queremos. E queremos garantir-vos que tudo faremos, em nome de um futuro melhor de liberdade, igualdade e prosperidade. Contem connosco.
Muito obrigado."
sábado, 28 de setembro de 2013
68ª Assembleia Geral da ONU: Portugal alerta para a «continuada subversão da ordem constitucional» na Guiné-Bissau
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, alertou hoje para a “continuada subversão da ordem constitucional” na Guiné-Bissau, instando à realização em breve de eleições presidenciais e legislativas, no discurso que proferiu na Assembleia-Geral da ONU.
O chefe da diplomacia sublinhou que Portugal "prossegue esforços, juntamente com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), para que se realizem, o mais rapidamente possível, eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau" e manifestou “apreensão com as notícias sobre o prolongamento do período de transição”. Rui Machete frisou ainda a necessidade de essas eleições serem livres. Por último, Machete falou sobre o objectivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) de que o português, “a língua de origem europeia mais falada no mundo, com 250 milhões de falantes, seja língua oficial das Nações Unidas”.
Viva a CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa!
Serifo Nhamadjo, o golpista-mor da Guiné-Bissau, teme que a posição coletiva da CPLP impeça o auxílio brasileiro. Ele ainda solicitou apoio da comunidade internacional para a realização do recenseamento, sem o qual as eleições ficariam inviáveis. Diz que conta com a ajuda do Brasil para realizar as eleições gerais, marcadas para dia 24 de novembro.
(ELEIÇÕES? QUANDO? ONDE, ONDE? Ó SERIFO, CAI NA REAL...TU E ESSA CANALHA DE CAMUFLADO, INTERROMPERAM UMAS ELEIÇÕES, CARAGO! E 50 POR CENTO DISSO FOI PAGA POR ESSA MESMA COMUNIDADE INTERNACIONAL - A QUEM DEVIAS UM PEDIDO DE DESCULPAS E NÃO PEDINHCICE...VOCÊS NÃO SABEM COMO FAZER ELEIÇÕES, NÃO TÊM ONDE CAIR MORTOS, NÃO TÊM DINHEIRO PARA FAZER CANTAR UMA DUPLA DE CEGOS... VOCÊS QUEREM É DINHEIRO PARA CONSTRUIR CASAS, COMPRAR CARROS DE LUXO PARA AS COMADRES...ELES JÁ VOS TOPARAM. NEM UM TOSTÃO!!! SE QUISEREM ETERNIZEM-SE NO PODER! TAMBÉM COM ESSE POVO...)
Em entrevista à Rádio ONU, pouco antes de discursar na Assembleia Geral, Nhamadjo elogiou o apoio dado pelo Brasil há vários anos, mas disse que receia mudanças por causa da situação política gerada com o golpe de 12 de abril na Guiné.
(RECEIAS MUDANÇAS, SERIFO? PABIA GORA? E PORQUE TE FOSTE ENTÃO METER NUM GOLPE DE ESTADO? APENAS PARA DIZER 'FUI PRESIDENTE' TAL COMO AQUELES QUE DIZEM 'NBAI LUTA.
- TOMA LÁ PARA APRENDEES: A CPLP É GRANDE!?
A respeito da possível ajuda do sistema de urnas eletrônicas do Brasil, o presidente avalia que seria um ótimo auxílio. Mas, ponderou: "O presidente Ramos Horta esteve lá, eu não sei o que é que se evoluiu. Acredito que dentro desta comunidade CPLP, da posição que tem em relação aos acontecimentos de 12 (de abril), poderá contribuir para esse recuo na participação do Brasil. Não sei, não sei...".
(NÃO SABES NADA, SERIFO! ÉS COMO UM SANTO. MAS DEIXA PARA LÁ PORQUE O RAMOS HORTA TAMBÉM NÃO, E VAI NA TUA/VOSSA CANTIGA...AFINAL TIMOR QUER FICAR COM O NOSSO PETRÓLEO, A NOSSA BAUXITE, O NOSSO FOSFATO E, PASME-SE, ATÉ CONTINUAR COM A OBRA DO PORTO DE BUBA INICIADA POR UMA EMPRESA ANGOLANA...O TANAS É QUE VÃO!!! NEM QUE TENHAMOS QUE PASSAR A BEBER SUMO DE PETRÓLEO!!!)...
"Cabo Verde é um país de relações históricas muito sólidas, não são esses pequenos incidentes que vão criar problemas ou que vão pôr em causa essa nossa relação histórica, e com São Tomé a mesma coisa. Falando de São Tomé, fala-se de Angola e de Moçambique. São todos países irmãos e nós temos uma cumplicidade histórica, que é impensável dizer que teremos problemas de maior. Há um incidente, que deve ser analisado e situá-lo no seu momento, no seu contexto, para que depois das eleições, o país se reencontre com todos esses países irmãos, para o desenvolvimento que todos desejamos".
(CARAGO! SERIFOOOOO, CHAMAS A UM GOLPE DE ESTADO CANALHA DE 'PEQUENO INCIDENTE'? QUE DESCARADO... SABES QUANTO TEM CUSTADO ÀS EMPRESAS QUE INVESTEM NA GUINÉ-BISSAU ESTE GOLPE DE ESTADO PATÉTICO? SABES POR QUE PASSAM AS EMPRESAS? E OS HOTÉIS? CLARO QUE NÃO, E NEM QUERES SABER. TU ATÉ TENS UM PALÁCIO - AINDA QUE NENHUM GUINEENSE VOTOU EM TI. PARA TI, ESTAVA CLARO: DEPOIS DO BACAI, SERIFO! MAS A GUINÉ-BISSAU É O VOSSO QUINTAL, NÃO É MESMO? TÉ NA DIA... AAS
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
ÚLTIMA HORA-TENSÃO EM BISSAU: NOTÍCIA DC CONFIRMA-SE
1ª página do jornal 'O Democrata' de hoje, 27 de setembro de 2013. A NOTÍCIA do DC, tinha razão de ser... (...) Treze metralhadoras AK-47, de um lote indeterminado de armas roubadas do batalhão dos páracomandos, na passada quarta-feira, foram ontem recuperadas. Para já, os militares afectos a este batalhão estão confinados ao quartel, proibidos de sair. AAS
OPINIÃO: Mentira
"Boa-tarde, sr. Aly Silva.
Começo por agradecer-lhe as informações que nos vai trazendo da "nossa" Guiné.
E agora, passada mais uma data que teria de ser de comemoração para quem nasceu naquela terra e depois do que escreveu ou retransmitiu acerca do 24 de Setembro, só posso confirmar o que sempre foi a minha opinião e que está mais que confirmado, isto é, foi tudo mentira.
Sim:
- Foi mentira Madina do Boé, pois, afinal, a proclamação unilateral de 24/09/73, não foi ali, mas bem mais perto da fronteira.
- Foi tão mentira que eu mesmo estava em Bissau nesse dia, não dei por nada (ninguém deu), continuei a ver a bandeira Portuguesa içada em todo o lado, a fazer-lhe continência e quando em Dezembro desse ano embarquei de regresso ninguém me carimbou passaporte.
- Foi mentira porque o partido da proclamação preconizava a luta pela independência de um país com a sua parcela continental com sede em Bissau e dezenas de ilhas, dos Bijagós a Cabo Verde. Estas últimas são independentes há muito e o que acho um absurdo e uma aberração, esse mesmo partido ainda se define da mesma maneira. Ainda é o PAIGC, isto é, uma organização que luta pela independência de um estado soberano, que em boa hora se libertou da pandilha que era (ou se transformou) essa organização.
- E aqui outra mentira: ainda se intitulam os combatentes da liberdade da pátria mas o que fizeram quase desde a "libertação" foi matarem cobardemente outros que de boa fé os tinham combatido - embora se tivessem comprometido do contrário - e matarem-se uns aos outros e a quem lhes tem feito frente.
- Mentira porque não se dão ao respeito, colaborando com inimigos que há ano e meio os destituíram, por umas migalhas e a menos de dois meses da data marcada para eleições nem um congresso são capazes de organizar.
Ora, quase nada disto e muito mais que podia ser mencionado, podia ter acontecido num verdadeiro Estado.
Como, infelizmente - para desgraça do pobre povo guineense, a quem eu e muitas centenas de milhar nos afeiçoamos - não se vislumbra saída deste atoleiro e porque continuam a ser os analfabetos que são promovidos e impõem as regras, só posso acabar como comecei: isto foi e continua a ser tudo Mentira.
Cordiais saudações!
R. Jesus"
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
68ª Assembleia Geral da ONU: Um discurso vazio, cheio de frases feitas, proferidas por um 'presidente' golpista e moribundo...Devia era chegar-me em papel, para lhe dar melhor uso! Ganhem vergonha e deixem-se de golpes e de matanças. Terão negociado o Indjai - ou a alma dele - apenas para discursar na ONU? Hum...AAS
"40% do discurso é só agradecimentos, uma vergonha total..." - DEMBA
NOTA: AGRADECIMENTOS, E PEDITÓRIO...AAS
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