quinta-feira, 3 de outubro de 2013
O vira-casaca
"O governo golpista de Bissau, visando o fortalecimento dos laços de cooperação entre os dois governos, vem anunciando com grande pompa a visita à Guiné-Bissau do PM de Timor Leste, o legendário ex-guerrilheiro, Xanana Gusmão .
Nada de extraordinário teria essa visita (que diga-se de passagem, é fruto da diplomacia assumidamente pro-golpista de Ramos Horta), não fosse o claro desalinhamento desse pais com afinidades históricas com a Guiné-Bissau, relativamente as posições de firmeza e coerência que os demais países da CPLP têm tido relativamente ao regime golpista de Bissau e a crise guineense.
Porém, fica a curiosidade e a expectativa, em ver como, o actual Ministro do Negócios Estrangeiros (MNE) do regime golpista de Bissau, o conhecido vira-casacas Fernand Delfim da Silva, irá receber e encarar o antigo guerrilheiro e actual PM de Timor Leste.
Tal expectância, torna-se interessante, se se tomar em conta, de que o actual MNE golpista, FERNANDO DELFIM DA SILVA foi um dos maiores e ferrenhos apoiantes de Shuarto e do governo sanguinário da Indonésia, potencia regional, que então invadira e ocupara Timor Leste durante largos e sangrentos anos da sua recente história.
A historia regista e não esquece o facto, de que Fernando Delfim da Silva, tal como foi no caso da negociata diplomática do reconhecimento de China Taiwan, em que beneficiou de um envelope de mais de dois milhões de dólares, foi igualmente o porta-estandarte dessa potência regional que invadiu e colonizou Timor Leste com as consequências que se conhecem, junto das Nações Unidas. Nesse fórum, FDS oficiava e defendia a causa indonésia sobre Timor Leste quando a Guiné-Bissau ocupava o assento de membro não permanente do CS das NU.
Delfim da Silva, à custa do sangue do povo timorense, foi beneficiário directo das relações com a Indonésia invasora de Timor Leste, relações essas que eram generosamente recompensadas com muito dinheiro por baixo da mesa e malas e correios diplomáticos repletos de dólares de sangue que era distribuído entre a cúpula dirigente de então.
Por tudo isto, estamos aqui para ver, como essas duas personagens se irão encarar aquando da visita tão pomposamente anunciada pelo regime golpista de Bissau. Porém... diz um velho ditado, «mudam-se os tempos mudam-se as vontades» e hoje, paradoxalmente, Timor Leste, por acção de Ramos Horta, parece mais próximo do regime golpista e sanguinário de Bissau do que, das legitimas aspirações do povo guineense, que claramente rejeita e repudia o regime imposto na Guiné-Bissau sob os auspícios da CEDEAO.
Fico na expectativa para ver as fotos do abraço do Judas.
C. P."