segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Para memória futura - 2009
"A ONU É QUE DEVIA INVESTIGAR"
Uma semana após o duplo assassínio, de Nino Vieira e Tagmé Na Waié, as circunstâncias em que se deram as mortes continuam na boca do povo mas o medo de represálias impede que o façam abertamente. O jornalista António Aly Silva é um dos poucos que se atrevem a fazê-lo. "O que se passou é intolerável e não pode continuar. Estes acontecimentos ultrapassam o nosso próprio Estado, observou, apontando soluções: "A questão devia ser tomada pela ONU, abrir-se um inquérito internacional e criarmos uma comissão de reconciliação, como aconteceu na África do Sul."
Há heróis em Bissau
A elite política e militar da Guiné-Bissau tem provado que o palco mais intenso da guerra colonial deu origem a um estado falhado. Um dos países mais pobres do Mundo onde o acesso ao poder significa a fuga à miséria e a obtenção de rendas provenientes dos cheques da ajuda internacional e do dinheiro dos narcotraficantes.
É por isso que Bissau tem sido palco de vários golpes que decidem quais os militares com acesso ao pote. Mas neste cenário desolador há muitos guineenses que resistem. Como o jornalista António Aly Silva, detido e agredido pelos golpistas, que ontem escrevia no seu blogue: "O primeiro grau do heroísmo é vencer o medo." Ainda há sinais de esperança no país sonhado por Amílcar Cabral.
Armando Esteves Pereira,
Director-Adjunto do Correio da Manhã
Vamos lá ser realistas
Sr MB,
Começo por te dizer que sou Fernando Mbali Tchuda, da etnia Balanta mas acima de tudo sou Humano e orgulhosamente Guineense, por favor simplifique o seu nome, porque MB são inicias e pode não significar nada. O Sr é que é um grande mentiroso, o Aly Silva tem sido um Homem Lutador pela JUSTIÇA, contra o tribalismo. Devo dizer-lhe que os processos do Aly Silva e de Cadogo ainda estão em abertos para que possam, caso entenderem, avançarem para a Justiça.
Por favor vamos ser realistas, se na realidade amamos a nossa Guiné. Quem é que não sabe que foi o António Iinjai e com a participação do agora (prisioneiro) Pansau Intchama mais 6 pessoas é que mataram o então Presidente Nino Vieira? Eu sou Militar e sou com todo orgulho da etnia Balanta, mas não concordo com o que alguns Balantas estão fazer neste momento. Estou completamente desgostoso com as atrocidades que tenho visto, mas Deus é grande.
O António Injai e os que lhe seguem, tais como o Governo dos golpistas não escaparão a uma verdadeira Justiça. Este é o momento de os familiares destes senhores lhes chamarem atenção, porque depois será tarde e não venham a dizer, (Coitadi flano gora i era bom dimas).
Viva a Paz na Guiné-Bissau e Viva o Povo Guineense.
Fernando Mbali Tchuda
Vulnerabilidade
Determinadas notícias conseguem avivar conteúdos de reflexões antigas mas muito actuais. É que, quando se fala da Guiné-Bissau, os dois mundos, passado e presente, se entrechocam e coabitam. Ninguém sabe onde acaba um e se inicia o outro, o que se carrega do passado e o que foi deixado de lado. Deste modo, na procura do fio da meada, olha-se para trás e, de repente, faz-se um pouco do balanço da situação.
Na Guiné-Bissau, todos acreditam que são profundamente vulneráveis embora saibam que existem graus de vulnerabilidade. Porque é o estado da vulnerabilidade profunda que caracteriza a vivência do cidadão guineense neste pleno século vinte e um: não sabe quando é que uma bala pode ceifar-lhe a vida, quando é possível ser furtado, espancado e morto, sabe que mesmo com dinheiro suficiente (quase sempre não o tem) para se curar não o pode fazer porque não existe um quadro hospitalar de qualidade a nivel nacional e o exterior é sua solução (e custa caro!), não consegue custear a educação dos filhos etc., etc. E, tudo isso porque as instituições estão indevidamente organizadas e funcionando para assegurar aos cidadãos os direitos que lhes são devidos.
O estado é o responsável para assegurar os direitos de cada cidadão e para o efeito estrutura o país de forma a assegurar a realização dos mesmos.
O cidadão cumpre com as suas obrigações, é o que espera dele. Essas são as condições sina qua none para banir a vulnerabilidade. Os direitos sociais de base são o pilar e se constituem dos direitos a educação, a saúde, a segurança social. Por vontade própria, abordarei apenas a questão da segurança social e físico-individual (na sua interligação) porque são as situações que vivem os cidadãos guineenses neste momento que me interpelam. A segurança social e física vai para além de um sistema de assistência social e de proteção económica. Ela constitui-se de regras, práticas e comportamentos institucionalizados e globalmente interiorizados sob forma de cultura e que dignificam o cidadão e o seu país. Imaginem, a trajetoria de um individuo: ex-militar, ex-ministro, ex-assessor do Presidente da República, político no ativo, chefe de ONG, e que devido a insegurança se encontra numa situação de extrema vulnerabilidade.
O que é que faz dele vitima da vulnerabilidade? A segurança social e fisica inexistentes, que se traduz entre outros, por cidadãos expostos a agressões alheias e de grupos marginais e empodeirados, cidadãos expostos ao asilo, pela incapacidade ou dificuldade, em caso de necessidade, de se curar, pela falta de um emprego e de um salário digno, pela exposição de qualquer cidadão às tentações levianas e de corrupção, e, isso como possível consequência de falta de segurança social, física mas também económica.
Na Guiné-Bissau actual, quem pode afirmar que não pertence a esse grupo de vulneráveis ameaçado pela falta de segurança social e físico? Provavelmente os funcionários das Nações Unidas e das organizações internacionais. Isso, quaisquer que sejam as condições de trabalho e as excepções que confirmam a regra. As causas da vulnerabilidade do guineense são sem dúvidas, o caráter das instituições de segurança social, da defesa e segurança que funcionam de forma primária e precária resultantes da falta incontestável de uma visão de organização estatal no respeito para com os direitos humanos o que, aliás, abriu portas grandes à corrupção, muitas vezes promovida pela actuação do estado, e finalmente ao surgimento de novos actores que impõem regras outras que àquelas normalmente ditadas pela cultura institucional.
A desorganização social é de tal modo grande que a confusão dos papeis levou os militares e os narcotraficantes a regular a convivência social, económica e política, os parlamentares a se substituir aos eleitores ao mesmo tempo que as instituições fragilizam-se cada vez mais e os cidadãos nelas perderam confiança. A jogada de fragilização institucional (pratica exercida por todos os governos) em favor de implantação de normas que favorecem a ditadura e o favoretismo foi sempre e é uma faca de dois gumes. Cá entre nós, a situação de vulnerabilidade tem suas vantagens: mais cidadão bajulador e corruptível, mais possibilidades de comprar consciência e de instaurar o clientelismo, mais fáceis os desvios de fundos públicos para fins pessoais e paridários (afinal para onde vão os milhões que a previdência social/ seguros colecta no bolso do contribuinte) e, muitas mais coisas como a própria instalação do narcotráfico. As suas desvantagens?
É o que se vive actualmente na Guiné-Bissau: qualquer um pode assaltar o poder e qualquer um não está ao abrigo da vulnerabilidade. Mas, assim mesmo se vai acreditando na mudança. A seu favor, claro. Parece que já é parte do imaginário colectivo guineense: Será que não se diz na Guiné-Bissau: “ten ta kamba!”. Pois é, até os que parecem mais iluminados políticamente estão sempre a espera de uma qualquer mudança, de onde quer que venha, o importante é que caia o grupo no poder e se ascendam, colocando-se, enfim, fora do alcance da vulnerabilide (Que ingenuidade!). Por isso, em situação de crise surgem atitudes e comportamentos de saudação, de colaboração e de denúncias vergonhosas porque se acaricia o sonho de, enfim, vir a ser parte do elenco senhorial. Mas, neste vento de mudanças por vezes intempestivas, a tábua de salvação, meus amigos, é trabalhar para construir um estado de direito: que a justiça seja feita e as instituições restruturadas para o seu funcionamento no respeito dos direitos humanos.
QES
A RESIGNAÇÃO DE TODO UM POVO ABANDONADO À SUA SORTE
Que povo é este que permite que, sempre que é chamado a votar, aparecerem uns criminosos de armas nas mãos para subverter o seu veredito e esse povo não reage!?
Que povo é este que permite que uma minoria de criminosos o domine, apenas porque estão na posse de armas de fogo, subtraindo-os a maioria dos direitos constantes da carta internacional dos direitos humanos e esse povo não reage, ou reage timidamente!?
Que povo é este com tamanha resignação, que não é capaz de se levantar e dizer “BASTA”, demonstrar por atos que o país não pode ser pertença de meia-centena de pessoas com armas na mão e seus comparsas, mas sim do milhão e meio que constitui a sua população?
Que povo é este que assiste os seus irmãos a serem aterrorizados, torturados e até mortos, por criminosos armados, sem se levantarem e digam “BASTA, se é para morrer, vamos todos morrer, para salvar o país”!?
Que povo é este que teme mais um grupo de criminosos armados, do que toda a consequência que os atos desses criminosos os possa causar? É como ver um barco a dirigir-se para se estalar contra uma rocha e os seus ocupantes continuarem quietos e com medo da tripulação que os conduz rumo a essa tragédia, apesar de saberem que o futuro é o naufrágio e a morte!?
Que povo é este que não consegue aperceber-se que foi abandonado à sua sorte, pela dita comunidade internacional e que o seu futuro está agora nas suas mãos e, quanto mais tarde reagir, mais grave será o problema e de mais difícil resolução será?
Que povo é este permite ter no seu seio e na diáspora, irmãos letrados que pactuam, ativa ou passivamente, com o ambiente de terror a que os seus irmãos estão submetidos no país e ainda outros limitam-se a alternância de um ativismo feroz com um silêncio ensurdecedor, de forma seletiva, conforme suas posições e interesses… !?
Que povo é este que tem um irmão a exercer um dos mais altos cargos das Nações Unidas, sem que consiga influenciar os responsáveis dessa instituição a serem mais interventivos, em relação aos problemas do seu país e dos seus irmãos!?
Que povo é este que não consegue aperceber-se que chegou a hora de agir, de lutar para que a sua voz seja ouvida e respeitada e o seu voto se tornar soberano!?
Que povo é este que não consegue organizar-se para responder com os mesmos atos, contra aqueles que os privam das liberdades essenciais e contra os familiares dos mesmo que se encontram dentro ou fora da Guiné-Bissau?
Que povo é este!? Será o mesmo povo que lutou com valentia e abnegação, durante mais de uma década para se tornar livre? Será esse o povo guineense a que pertenço, com muito orgulho?
Para terminar, gostaria de lançar um desafio a qualquer guineense que domine a tecnologia informática, para a criação de uma base de dados disponível on-line, onde constaria o nome e o local da residência de todos os golpistas e transacionistas e, ainda, de todos os seus familiares diretos, o respetivo grau de parentesco e o eventual benefício direto ou indireto que poderá estar a usufruir com a atual situação do país… Para evitar injustiças e calúnias, deverá existir um espaço para que os que acharem que os seus nomes constam da lista de forma injusta, possam defender-se, explicar-se e exigir a retirada do nome da lista…
Devemos começar a envergonhá-los on-line e depois de longa a lista, pensar em passar para outras formas de luta…
Bem haja.
Jorge Herbert
Olha quem nos quer dar lição
Meus irmãos,
A CEDEAO, guiada pela Nigéria, foi quem legitimou o golpe de estado de 12 de abril, através da nomeação de um Presidente e de um governo propostos pelos militares golpistas. A inveja dos sucessos que Angola tem estado a alcançar não só em àfrica, mas também no mundo, fez com que este país, que nem o seu vasto território consegue controlar, tomasse a decisão que tomou em relação ao nosso país sem pensar nas consequências negativas deste povo.
Mas é curioso um país sem norte, como a Nigéria, esteja a querer dar lição à Guiné-Bissau.
Olhem só um exemplo: Os gajos nem as suas crianças conseguem dar uma minima qualidade de vida. Prova disto é que, num estudo conduzido pela Unidade de Inteligência Económica(EIU) que avalia a qualidade de vida em 80 países do mundo, publicada pela revista The Economist (inglaterra), a Nigéria é o país que proporciona pior qualidade de vida as crinças, isto numa previsão económica que vai de 2013 a 2030. No topo da lista estão a Suiça, a Austrália e a Noruega. Portugal está situado no no 30.º lugar.
Bolingo Cá
A entrevista que vale duas buzinadelas
Só hoje vi, e ouvi a entrevista/encomenda feita ao 'presidente de transição' da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, e que passou ontem no programa 'Sociedade das Nações' na Sic Notícias. Para poupar atalhos, devo desde já dizer que essa entrevista não tem ponta por onde se lhe pegar. Foi um Serifo Nhamadjo bastante nervoso aquele a quem meteram um microfone à frente para debitar postas de pescada.
Acho que Serifo Nhamadjo perdeu uma boa oportunidade para pedir solenemente desculpas ao povo da Guiné-Bissau e admitir a sua quota parte de responsabilidade no golpe de Estado de 12 de Abril, e a interrupção, de forma violenta, do processo eleitoral que estava em curso e que culminou com a implantação de uma ditadura militar feroz, que vive da perseguição, do rapto, de espancamentos e de assassinatos de cidadãos guineenses - a quem o Estado devia garantir protecção e segurança, como diz a nossa Constituição.
Acho que Serifo Nhamadjo devia igualmente ter pedido desculpas a Portugal, e a Angola. A Portugal, pela acusação irreflectida e irresponsável, de conivência com Pansau Ntchama na 'tentativa' do assalto ao quartel dos para-comandos e que teve um saldo trágico: dezenas de guineenses foram chacinados! Outra desculpa a Portugal, pela desavergonhada encenação que foi a 'operação' de 'captura' do Pansau Ntchama, pateticamente encenada e em que este aparece envolto numa bandeira deste país nosso amigo, maior contribuinte líquido e o principal parceiro bilateral da Guiné-Bissau - como se Portugal tivesse alguma coisa a ver com o assunto. Lá está, Serifo não fez o trabalho de casa. Em vez de dar a mão à palmatória, decidiu afundar um pouco mais a Guiné-Bissau. E um pouco mais é... muito mau.
Acho que Serifo Nhamadjo deve igualmente um pedido de desculpa a Angola, por ter contribuido decisivamente para a interrupção abrupta e à base de calúnias, da brilhante reforma nos sectores da Defesa e da Segurança (em que a própria União Europeia queimou dezenas de milhões de euros dos seus contribuintes e depois admitiu que fora "um fiasco"...) que Angola, um país nosso irmão estava a levar a cabo. Preferiu a má-língua: que "Angola tinha mais material bélico que as nossas forças armadas", disse-o com todas as letras - 53 letras, para ser preciso. Mas não disse que era Angola que alimentava as forças armadas da Guiné-Bissau, que era Angola que estava a construir e a reconstruir todos os quartéis da Guiné-Bissau (para que os quartéis passassem a ter água canalizada, telhados, tudo em condições); não disse o 'presidente de transição', que o dinheiro de Angola serviu para formar perto de 700 homens e mulheres para a polícia e para a Guarda Nacional, que o dinheiro de Angola serviu para encher o bandulho a muita gentalha. Assim, a entrevista do 'presidente de transição'... Esta entrevista vale duas buzinadelas: uma para o entrevistado, outra para o entrevistador...
Serifo Nhamadjo aparece sem rede. Não tem atrás (no 'seu' gabinete de trabalho) uma bandeira da Guiné-Bissau. E, desconfortável, disparava contra os mesmos alvos: Angola e, voilá!, Portugal. Que Portugal apoiou a guerra civil (que TODO o povo guineense apoiou, como TODO o povo guineense condenou o golpe de 12 de abril). "Há muita desinformação, até disseram que eu dormia com o CEMGFA António Indjai na Presidência". Veja só, senhor jornalista! Antes isso, sr. 'presidente de transição'. Antes isso. Fazem um belo par, não haja dúvidas.
Que Serifo Nhamadjo não se preparou para a entrevista, isso foi por demais evidente; agora que o jornalista estivesse à altura do entrevistado... isso é imperdoável. Estou à espera para ouvir, se é que também houve, a entrevista com o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, perdão, do António Indjai, aliás, do 'governo de transição'...
Convido-vos, e ao 'presidente de transição', a ouvirem como deve falar um Chefe de Estado... AQUI MESMO
António Aly Silva
domingo, 25 de novembro de 2012
Si bu sta dianti na luta
Prezado compatriota Aly Silva,
Tenho estado a acompanhar desde ha muito tempo a sua/nossa luta atravês do seu blog e devo-lhe dizer que tem valido pena, pois dá a conhecer ao mundo a realidade do nosso quotidiano. O método que escolheu para combater o mal que nos encalha, escrevendo ciberneticatmente, é eficaz! Nunca desista... estamos carentes de um lider, creia! O povo guineense clama por um contramestre astuto, capaz de uma visao diferenciada; capaz de se distanciar dos demais armados em falsos Cabralistas, mas que napão passam de descendentes de Judas!
Claro que está no seu direito não querer medalhas, aliás, isso só vem reforçar a humildade que só está ao alcance dos bons! Mas por favor não páre! "Se por acaso não poder mais voar, corra. Se não poder andar, rasteje. Mas continue em frente de qualquer jeito" (Martin Luther King)!
Continue, o povo está consigo!
Humildemente,
Dartanha Na Bantaba
PRECISAM-SE NOVAS ESTRATÉGIAS DE LUTA!
Nada melhor do que iniciar este artigo com as palavras de um dos pioneiros do movimento de direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King:
“Quando reflectirmos sobre nosso século, o que nos parecerá mais grave não serão os erros dos maus, mas o silêncio dos bons”.
A proclamação da independência da Guiné-Bissau (Há 40 anos) foi um acto heróico mas, infelizmente marcada por conflitos cíclicos que em nada abonaram a consolidação da mesma. O poder politico, motor dos processos democráticos e de integração nacional, é responsável pelas forças e fracassos do país. Os políticos devem apostar na construção duma nação sem exclusão de grupos linguísticos, religiosos e regionais criando uma identidade comum a todos; devem implantar a homogeneidade étnica em toda a esfera da sociedade guineense.
É necessário modernizar, adoptar novas estratégias de luta, separando a carne, do osso, a casca, do caroço. Há que saber enfrentar os desafios musculados dos tempos modernos sem uso de violência. Tomada de posse por via de armas, para além de ser tão vergonhosa para o país, é sempre uma humilhação para o povo guineense que vê o futuro comprometido, a esperança enforcada e a dignidade pisoteada.
Os partidos políticos devem reestruturar-se para não correrem o risco de prevalecer os interesses pessoais ou de grupos que possam promover o desvio das linhas políticas traçadas. Interesses esses, que poderão conduzir o país para uma governação autocrática e o fará cair nas garras do neocolonialismo.
A Guiné-Bissau, como um estado de direito democrático, políticos desestabilizadores com comportamentos desviados, potencialmente nocivos ao país, deviam por lei, serem proibidos de exercer funções públicas quer nos respectivos partidos, quer no governo. Indivíduos desta natureza, infelizmente estão presentes na sociedade guineense. São cidadãos insensíveis as dores e aspirações do povo. Urge, identificá-los e desmascará-los!
Curiosamente, palavras bonitas como: “desenvolvimento,” “justiça,” “liberdade,” “bem-estar,” não faltam no dicionário inventado pelos partidos políticos mas na realidade, triste realidade, este pacote de palavras mágicas é ignorado deixando a sensação de impotência da parte daqueles que mais sofrem, mais precisam desses bens preciosos.
Caros compatriotas, vamos unir os nossos esforços e combater sem tréguas para derrotar definitivamente as forças do retrocesso! Olhemos com seriedade para a situação nefasta do nosso país e do nosso povo! Temos que aceitar que estamos a beira do abismo e perante uma ameaça de colapso total! Devemos estar todos, na linha da frente da defesa do nosso país que se quer livre independente e democratic!
Estamos desesperados a aguardar pela oportunidade de mudança na vida política económica e social do país. O futuro tem nos reservado muitas surpresas, oxalá que desta vez seja para o bem desta nação abandonada pelo mundo e maltratada até pelos próprios filhos.
Londres, 24/11/2012
Vasco Barros.
sábado, 24 de novembro de 2012
Dignidade
Caro Aly Silva
Acompanho, como sabe, a sua luta. Tanta dignidade e coragem deveria envergonhar o mundo. Não parece ser o caso. A sua empreitada é enorme, saiba que rezo por si e pelo seu povo. Como diria CARNE ROSS:
"não existe maior satisfação do que lutar por uma causa em que acreditamos"
Que Deus o abençõe a si, aos seus filhos e à Guiné-Bissau.
Abraço,
Mário Santos
Orgulho
Caro Aly,
Como é que tu vais? Foi com uma grande alegria que soubemos que conseguiste sair da Guiné-Bissau e que estas agora longe dos assassinos que governam a nossa terra. Tu és um herói para a juventude guineense na Diáspora. Amilcar Cabral, Titina Sila e Domingos Ramos devem estar cheios de orgulho de ter um neto como tu. Foi para isso que eles lutaram, e não para termos estes palhaços que nos governam.
Abraço.
Mágoa
Com muita mágoa lhe escrevo estas palavras e para lhe dizer que sinto muito você ter de sair da sua terra e nao dizer e fazer aquilo que gosta - informar as pessoas. Tenho pena mas a vida é mesmo isso: nao se pode ser democrata. Ser democrata é um risco e eu como seu simples leitor, fiquei triste por voce e pelo povo indefeso da Guine-Bissau. As crianças e os idosos, sao os que sofrem na pele esta luta desigual.
Sou um simples cidadao portugues que nos anos 60 e 70 passou pela Guiné e fiquei sempre um apaixonado por essa terra. Tenho lá muitos amigos, é por isso que estou triste com toda a situaçao. Por isso te envio um abraço muito solidario, e nunca desistas da luta contra os tiranos. O meu bem-haja para ti e para tua familia, e muitas felicidades meu amigo Aly.
Alexandre Cardoso
Porque...
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner
Mais mentiras
O MUNDO ANIMAL a que pertencemos, não obstante como HOMENS Racionais, o que nos destaca na planeta terra dos outros animais. Não devemos contentar ou autoproclamarmos absolutos e mais justos do que os nossos semelhantes, também detentores da Razão.
- A fome do poder levar certas pessoas a cometer falhas sem precedentes.
Gostaria de chamar atenção ao Sr. Fernando Vaz–Dito Ministro Porta-Voz do Governo de Transição na Guiné-Bissau (Nosso Pais), para as afirmações que tem vindo a fazer nas suas entrevistas.
Como por exemplo quando acusa o governo do Sr. Carlos Gomes Jr., de ter sido tendencioso ao assinar o contrato para a exploração da Bauxite entre a Guiné-Bissau e Angola, entre outras.
Quero deixar as seguintes interrogações:
- Será que o Sr Fernando Vaz sabe quem assinou o Contrato de Bauxite com Angola em 2007?
- Será que o Sr. Fernando Vaz pensa que acusar o Governo do Sr. Carlos Gomes Jr., de todas as irregularidades poderá tirar o país na crise em que se encontra?
- Por favor, decumente-se nos arquivos do Estado e do Governo para depois tornar publico certas acusações.
- Nôs na diaspora queremos desmentir a sua afirmação de que o 1° Ministro Carlos Gomes Jr., tivesse assinado o acordo com Angola, porque sabemos que o signatario foi o Sr. Soares Sambu, no ano de 2007, durante a presidencia do falecido Presidente João Bernardo Vieira. Entretanto, se existe uma dupla assinatura do mesmo acordo, gostariamos de vé-la publicada nos orgãos de comunicação social, para então sim validar as suas acusações contra o Sr. Carlos Gomes Jr.
- Nós constatamos na diaspora que apos o golpe de 12/04/2012, que culmina com a designação do Presidente e consequentemente com um governo de transição, temos registados que a produção efectiva do pais baixou de 5.3% em 2011 para os 2.1% previstos para 2012. Tudo leva a crer que o destino do contra-valor das vossas acções vai mergulhar a Guiné-Bissau numa crise economica sem precedentes!!! Não ha confiança nos usurpadores o poder para facilitar o crescimento!!! Isto porque, sem a taxa de crescimento e sem a criação de riqueza nacional, não se pode criar empregos e nem sustentar um plano do desenvolvimento efectivo para o povo da Guiné-Bissau. Mas parece que isto não vos importa!!!
- Concluimos que toda a vossa acção é vergonhosa e irresponsavel perante o povo Guineense e a comunidade internacional e sobretudo, malfetoria para a geração de jovens que deveriam ser ensinados outros comportamentos e acções benéficas para a aquisisão dos valores uteis.
A juventude e a diaspora observa-vos e a Historia julgar-vos-á. A luta continua para a Verdade e Prosperidade do Povo da Guiné-Bissau.
TAMBA NA N’TCHUTO
INSTABILIDADE POLÍTICA: ACÇÃO DA SOCIEDADE OU TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE?
Se nos anos 50 e 60 praticamente todos os movimento culturais que lutaram contra a exploração e dominação colonial foram criados na Diáspora. A ideia dos lideres africanos para libertar o continente africano surgiu noutro lado do continente, antes a África era dominado, massacrado e reprimido pelos europeus. Mas hoje são os próprios africanos quem massacra seus próprios povos.
A aplicação da lei seria e será sempre um problema na história na Guiné-Bissau.
Há um ditado que os filósofos gregos costumam usar, quando não a punição, a tendência é voltar àquela mesma coisa. Como é o caso dos mentores da instabilidade política na Guiné-Bissau.
O país precisa urgentemente apresentar leis que pune severamente penas de prisão que poderão ir de acordo com lei para todos aqueles que forem considerados culpados pelos atos de instabilidade que paira na sociedade. Esta onda de violência que começou e ninguém sabem quando vai parar. Não podemos ser intimidado pelos próprios “irmãos”, só pelo fato de serem militares. O artigo 20º da Constituição do país deixa claro que os militares têm a função de defender a soberania e a integridade territorial. Mas em Bissau, a situação é inversa, são eles que estão a arruinar o país. Violências aterrorizam cada vez mais a população guineense. Basta de agressões, não é possível que a sociedade civil, que é quem mais ordena que estejam todos os dias a passar por tal situação.
A Guiné-Bissau atravessa momentos de divergência dividida por conflitos e tentativas de sucessão, muito especialmente o período pós-queda do regime de Nino Vieira. Só após conflito interno de 07 de junho de 1998 a 1999, cessam as tentativas de revolta. Mesmo assim, considera-se que a “centralização do poder nas mãos dos militares” foi suficientemente forte para dar instabilidade ao país. Uma instabilidade que conseguiu adiar sempre alguns passos importantes, dando afinal o ar da crise latente e crônica. As mais graves tensões vieram sempre á tona de diversas formas.
Do inicio, a sociedade guineense não tem muita noção de quanto o conflito interno de 07 de junho foi surpreendente nos anos de 1998 a 1999. Pois tal conflito serve meramente como veiculo de transporte entre causas e efeitos de longo prazo, como resultado, o surgimento de intrigas, invejas, ambição e traição que passou a ser visto como uma consequência inevitável para sociedade civil.
Tendo em conta este contexto histórico, o conflito interno de 07 de junho de 1998 a 1999, liderado por ex- Chefe de Estado Maior Ansumane Mané marcou o fim do domínio da era Vieira e instituiu um regime tão mais violento, acentuado e instrumentalizado as clivagens e étnica (exílio, prisão, tortura e execução de quadros de referencia) e levando o país á ruína econômica. Tendo sofrido inúmeras tentativas de usurpação de poder por parte dos militares.
A forma súbita como as sucessivas tentativas de golpes de Estado se intensificam num curto período de tempo no país impõe algumas indagações. Qual é o melhor caminho para inibir tal situação que aterroriza a sociedade civil? Será que ação ou transformação da sociedade é o caminho viável para contornar tal problema. Investir na Educação é outro caminho para acenar essa cultura de violência que paira no país.
“Nós só podemos seguir crescendo na atividade que abraçamos e amamos se os compromissos forem mantidos, se o ideal for renovado e se nossa capacidade de sonhar não se limitar aos problemas e for sempre maior que eles”.
Rolim Adolfo Amaro
Quem ama a Guiné-Bissau de verdade constrói a PAZ.
A.B.F.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Guiné-Bissau: A SIDA em risco
O Secretariado Nacional de Luta contra a Sida (SNLCS) da Guiné-Bissau lamentou, na terça-feira, que mais de 20 anos após o primeiro caso notificado no país “o estigma continua a ser um dos maiores obstáculos” no combate à pandemia. João Silva Monteiro, secretário executivo do SNLCS, disse que, até hoje, nunca alguma figura pública se assumiu como seropositiva, porque, apesar de todas as campanhas, se “teme a exclusão”.
“Outro sinal triste da estigmatização prende-se com o facto de muitos guineenses escolherem a calada da noite para procurar anti-retrovirais”, disse o responsável, que criticou “os próprios serviços do Estado que praticam a estigmatização” quando exigem o teste de Sida a candidatos a bolsas de estudo no exterior. João Monteiro disse à agência Lusa que há países, como a China ou a Rússia, que exigem esse teste, mas que os serviços competentes o fazem mesmo para candidatos a bolsas para países como Brasil ou Portugal, que não têm essa exigência.
“É contra a lei e é desumano”, disse, acrescentando que é também “monstruoso” que se tenha chegado ao ponto de impedir uma pessoa de ser jornalista por ser seropositiva. O SNLS começou na terça-feira em Bissau um encontro para debater a lei 5/2007, de prevenção e tratamento da Sida, na tentativa de, através de melhoramentos na lei, se chegar “à realização plena e universal dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais”. O secretário executivo referiu que, “se há discriminação, é porque a lei ou não foi suficientemente divulgada ou porque tem lacunas ou está desactualizada”.
Um relatório divulgado na terça-feira pelas Nações Unidas aponta que pelo menos 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus da Sida em 2011, com a África subsaariana a ser a mais afectada. A Guiné-Bissau está no grupo de países onde houve um aumento de pelo menos 25 por cento de novas infecções. Em Setembro passado, as organizações de luta contra a Sida na Guiné-Bissau já tinham alertado para a situação “muito delicada” em que estava o país, quase sem apoios depois de o Fundo Global (organização internacional de apoio à luta contra a malária, tuberculose e SIDA) ter cancelado a cooperação.
Os cortes começaram há um ano, mas agudizaram-se depois do golpe de Estado de 12 de Abril passado, referiram. O país ficou durante algum tempo quase sem reservas de medicamentos e de suplementos alimentares. João Monteiro disse, na terça-feira, que os problemas começaram antes, por alegadas irregularidades na gestão do dinheiro do Fundo Global, mas considerou que o país viveu “uma sanção” (pelo golpe). “O Fundo anunciou que vinha. Antes, diziam que não vinham por motivos de segurança”, disse, precisando que a delegação do fundo chega a Bissau no início do próximo mês para negociar um novo programa, mas mais reduzido”. LUSA
ANP: PAIGC ocupa lugares
A situação de impasse que se registava no parlamento da Guiné-Bissau foi hoje ultrapassada com a indigitação de dois deputados do partido maioritário, PAIGC, para a mesa do órgão. Após três dias de impasse desde a reabertura da sessão parlamentar, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) indigitou os nomes dos deputados Augusto Olivais e Isabel Buscardine para os lugares de primeiro e segundo vice-presidentes do Parlamento.
O líder do grupo parlamentar do PAIGC, Rui Diã de Sousa, considerou que o seu partido decidiu abdicar do lugar de presidente do Parlamento, deixando-o para Sory Djaló, do Partido da Renovação Social (PRS), e ficar com os cargos de vice-presidentes do órgão. LUSA
ANGOLA: Golpistas não entram
É O SEGUNDO PAÍS QUE RECUSA A ENTRADA DO MESMO MINISTRO NO ÂMBITO DO EMBARGO AO ACTUAL REGIME GUINEENSE. DEPOIS DE PORTUGAL, AGORA FOI A VEZ DE ANGOLA.
COMECEMOS POR ESTE ÚLTIMO:
AGOSTINHO KÁ, QUE GARANTIU AO JORNALISTA DA RDP-ÁFRICA, WALDIR ARAÚJO, TER SIDO FORMALMENTE CONVIDADO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, OMS, PARA PARTICIPAR NO ENCONTRO DO COMITÉ REGIONAL AFRICANO DA ORGANIZAÇÃO, QUE DECORRE EM LUANDA, APENAS CHEGOU ATÉ MARROCOS, TENDO JÁ REGRESSADO À GUINÉ-BISSAU. ISTO PORQUE, UMA VEZ NA CIDADE MARROQUINA DE CASABLANCA, ONDE SE PREPARAVA PARA SEGUIR VIAGEM PARA LUANDA VIA LIBREVILLE, O MINISTRO DA SAÚDE DA GUINÉ-BISSAU E RESPECTIVA COMITIVA, FORAM AVISADOS QUE NÃO PODERIAM VIAJAR PARA ANGOLA POR ORDENS EXPRESSAS DO GOVERNO DE LUANDA.
ADMIRADO COM A SITUAÇÃO, UMA VEZ QUE AGOSTINHO KÁ GARANTE TER RECEBIDO NÃO SÓ UMA “CARTA – CONVITE” DE LUIS GOMES SAMBO, DIRECTOR REGIONAL DA O.M.S. PARA ÁFRICA, ASSIM COMO UMA NOTA DO PRÓPRIO MINISTRO DA SAÚDE DE ANGOLA, JOSÉ VAN DÚNEM, A CONFIRMAR O CONVITE E A VIAGEM, O EMBAIXADOR DA GUINÉ-BISSAU EM MARROCOS TEVE QUE AGIR. ASSIM, ABUBACAR LI, LIGOU PARA O SEU HOMÓLOGO ANGOLANO EM RABÁT, DE QUEM RECEBEU A CONFIRMAÇÃO DE QUE O MINISTRO E A SUA DELEGAÇÃO NÃO DEVIAM MESMO SEGUIR PARA ANGOLA, POIS NÃO TÊM AUTORIZAÇÃO PARA ENTRAR NAQUELE PAÍS DA CPLP.
DE REFERIR QUE O MINISTRO DA SAÚDE GUINEENSE SEGUIA PARA O ENCONTRO DA OMS COM PLENOS PODERES DE REPRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE DE TRANSIÇÃO, SERIFO NHMAMADJO, TAMBÉM CONVIDADO PARA O ENCONTRO, AO QUAL NÃO TERÁ IDO POR MOTIVOS DE AGENDA POLITICA. NA COMITIVA DO MINISTRO AGOSTINHO KÁ SEGUIAM AINDA O DIRECTOR GERAL DA SAÚDE PÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, UMARU BÁ E O ASSESSOR JURÍDICO DO MINISTÉRIO, O ADVOGADO JOÃOZINHO VIEIRA CÓ. RECORDE-SE QUE RECENTEMENTE O MESMO MINISTRO, AGOSTINHO KÁ, VIU RECUSADA A SUA ENTRADA EM PORTUGAL, ONDE VIRIA PARTICIPAR NUM ENCONTRO COM MÉDICOS GUINEENSES NA DIÁSPORA.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
CEDEAO: O mal maior
A intervenção desacertada e nebulosa da CEDEAO no processo da crise da Guiné-Bissau acabou por reforçar em mim a convicção de que, essa organização regional, mais do que resolver os problemas dos paises membros, cria-os e os agudiza ainda mais, tal é a incompetência e a incapacidade que demostram no terreno dos acontecimentos, seja dos seus orgãos, seja das suas estruturas, quando se trata de resolver a minima crise regional que seja. Tal como o seu estado-mater, a Nigéria, a CEDEAO é o cumulo da desorganização e de interesses mafiosos.
A crise guineense, traz à luz a fragilidade e a desorganização dessa instituição no capitulo da resolução de conflitos e da gestão de crises dos paises membros. Alias, essa fragilidade estrutural organizacional ja era evidenciado pelo não cumprimento arreigado de varios dos seus membros dos principios comunitarios de base apregoada por essa organização, como é o caso do principio da livre circulação de pessoas e bens no espaço comunitario. Basta sair de Bissau para ir a Dakar ou vice-versa para se sentir no bolso o peso da incoerência de principios, dessa organização. No minimo dos minimos, por cada um dos sete chek-points de contrôlo terrestre estratégicamente instalados, os policias senegaleses e gambianos de um lado e do outro, subtiram aos pobres cidadão guineenses 1.000 Francos Cfas (1,6 euros) por carimbo. Se se recusar a pagar, o cidadão corre o risco de ali ficar dias... ou, para melhor convencê-lo a pagar, ameaçam-os com a cadeia ou recâmbio.
Essa conclusão, decerto têm-no também neste momento a maioria dos guineenses que, assistem impotentes e incrédulos o seu pais ser desbaratado e anarquizado por uma sanha tribal e criminal sem precedentes na historia do seu pais mercê de uma decisão politica aberrante, roçando o banditismo de estado que foi tomada pela CEDEAO, ao apoiarem e abençoarem o golpe de estado de 12 de abril de 2012 levado a cabo por Antonio Injai e Kumba Yala.
O que ainda é mais paradoxal, na crise guineense, é que, ela esta a ser tratada de uma forma sectaria mente enfeudada por um grupo de quatro chefes de estado da organização (Nigéria, Senegal, Burkina e Costa do Marfim), os quais de uma forma ou outra possuem interesses inconfessaveis sobre a Guiné-Bissau. Diz-se enfeudada, pois não se compreende que uma comunidade constituida de quinze paises é deixada refém do ego-centrismo de interesses de quatro chefes de estado mafiosos que, prevalecendo-se oportunisticamente da sua condição delegada de «mediadores» de um conflito entregaram irresponsavelmente um pais aos desmandos da anarquia e a brutalidade de uma elite militar sanguinaria com ligações comprovadas ao narcotrafico e o banditismo armado. O Burkina-Faso que faz parte do Bando dos Quatro, embora não sendo estado mediador, foi o pais chave no golpe de estado, porquanto, o aval da acção interruptiva do processo eleitoral para impedir Carlos Gomes Junior ganhar as eleições presidenciais em curso, veio comprovadamente desse pais.
O incômodo que o posicionamento e a importância que a acção de Angola junto ao Estado da Guiné-Bissau estavam a criar a esses paises, em particular a Nigéria e Senegal, face ao contexto geo-politico e de interesses de recursos regionais em disputa, de forma alguma, podera servir de pretexto de tão aberrante e desencontrada intervenção que, catastrôficamente e contra todas as previsões, acabou por mandar as calendas gregas a propalada «tolerância zero contra golpes de estado» para..., paradoxalmente premiar golpistas militares, caucionando um golpe de estado e a tomada do poder pela força. Enfim, uma decisão de gravidade extrema e por demais razões que possam existir incompreensivel e injusticiavel perante o direito e a democracia que paulatinamente se estava edificando no nosso marterizado pais.
Porém, em tudo isso, é preciso tentar encontrar as razões, o clik detonador, que deve estar na base dessa decisão incrédula da CEDEAO que conheceu o ponto de reviravolta no encontro de Dakar em maio ultimo, em que uma suposta reunião do grupo de mediação parab a Guiné-Bissau fora surpreendentemente transformada em mini-cimeira de chefes de estado por representação delegada. Efectivamente, entre o periodo que mediou o golpe de abril e essa reunião, algo de muito grave se decerto se tera passado e, é mais do que certo que, jogadas de bastidores maquiavelicamente montadas acabaram por traçar esse inusitado e inesperado desfecho de apoiar o golpe.
Sobre essa ante-câmara do golpe, é bom lembrar que, como consequência dessa cimeira da discordia, registaram-se posições contraditorias não negligenciaveis, tal como, a colérica reacção do chefe de estado gambiano, Yaya Jhyamey ao constactar a montagem de Dakar, assim como o abandono putativo do presidente da Guiné-Conakry da chefia de mediação do processo bissau-guineense, que se diz, devido as interferências grosseiras e constantes de Blaise Campaoré no processo. Por tudo isso, cada vez mais me convenço de que a crise guineense, não foi um caso tratado de forma normal e pelas vias da coerência pelas instâncias da CEDEAO.
Como um mal não vem so, também a instalação ilegal e abusiva das forças da CEDEAO na Guiné-Bissau, em nada veio alterar no sentido positivo a situação de crise na Guiné-Bissau..., pelo contrario piorou ainda mais com a sua presença, pois com ela no terreno, as manifestações politicas foram proibidas, os politicos e activistas dos direitos humanos e associações da soceidade civil continuam a ser perseguidos e amedrontados, as pessoas são presas diariamente de forma arbitraria, pessoas (civis e militares) são raptados à luz do dia ou a calada da noite, politicos e contestatarios do golpe são espancados e abandonados a sua sorte, pessoas comuns são assassinadas a um ritmo de serial killer, algumas desses assassinatos foram executadas sumariamente, o numero de presos e desaparecidos em parte incerta aumentam a cada dia... devido a perseguição e temerem pelas suas vidas as fugas para o estrangeiro de politicos e de altos quadros acentua-se todos os dias. Enfim, cada um a seu jeito, a CEDEAO ensombra o pais com a sua inutil presença, enquanto os militares se divertem a matar o Povo e a afundar o pais.
Este estado de coisas, por culpa e cumplicidade da CEDEAO, que esta a conduzir o pais a um autentico atoleiro regional, como palco de crimes, da impunidade e do narcotrafico, respalda a forma, leviana, irresponsavel, roçando mesmo o menosprezo, com que essa organização que não se respeita a si mesma, trata as questões da Guiné-Bissau, das nossas populações e das nossas instituições.
Somos tratados de uma forma porca e desrespeitosa pelos nossos supostos estados-pares, isto é, como um estado membro de segunda categoria, um povo mal-adoptado, um autentico out-sider numa sociedade, qual hidra de cabeças vampiricas maioritariamente francofonas e anglofonas.
Ainda assim, o que me deixa mais triste, é ver e constatar de que, ha guineenses que, na vã ansia de mandar servem cegamente de séquitos e cumplices dos criminosos do seu Povo.
Porém, estou certo de que, um dia a justiça lhes batera à porta.
Carlos Té
Ameaças no parlamento
PAIGC apresentou há pouco a sua proposta para o preenchimento de vagas na mesa da ANP - Augusto Olivais para presidente, e Isabel Buscardine para vice-presidente, mas a resposta do Sory Djaló, actual usurpador do lugar, foi claro: "Si bu na bai tchur, si bu sibi kuma baka ku bu dibi di leba, anta ka bu lambu galinha". E rematou: "Este é um assunto que nem vai ser discutido".
Sory Djaló, que é do PRS, "quer" que seja Seidi Bá, do PAIGC, a subir para o lugar de 1º vice-presidente e a Aurora para 2º vice-presidente...que já está ocupado pelo próprio Sory Djaó... Entretanto, o PAIGC abandonou a plenária para concertação. AAS
Amnistia Internacional
Amnistia Internacional - Panorama Regional/África
Estejam atentos aos países que hoje ocupam a Guiné-Bissau... AAS
Uma entrevista absolutamente a não perder
Rádio Morabeza, Cabo Verde
António Aly Silva em Primeira Pessoa. O jornalista e activista guineense é o convidado da grande entrevista de Nuno Andrade Ferreira, para ouvir esta sexta-feira, depois do Jornal das 5, com repetição sábado, a seguir ao meio-dia.
Djumbai de Cidadania de Lisboa
"Como os jovens guineenses na diáspora podem mobilizar-se em favor da Guiné-Bissau?"
Realizou-se em Lisboa, no passado dia 17 de Novembro, o primeiro Djumbai da Cidadania organizado pelo MAC em Portugal, a convite da Associação de Estudantes Guineenses em Lisboa e com a participação da “Musqueba - Movimento de Mulheres”. Cerca de três dezenas de guineenses e lusoguineenses, entre os quais ex-dirigentes estudantis, reuniram-se durante seis (6) horas na Faculdade de Direito de Lisboa para uma reflexão conjunta sobre a situação política e o estado atual da Nação Guineense. A instabilidade política, fruto dos sucessivos golpes de estado, estiveram no centro da discussão.
A sessão teve início com os participantes a manifestarem cada um sonho para com a Guiné-Bissau, dos quais destacam-se: paz, diálogo, sossego, educação, saúde, desenvolvimento sustentável, felicidade, harmonia, harmonia …
Este exercício serviu para que o grupo refletisse no que é necessário fazer, ou mais concretamente, no que a comunidade guineense na diáspora poderá fazer para que esses sonhos sejam alcançados, para que isso deixe de ser uma utopia e passem a fazer parte de um Estado verdadeiramente de direito e democrático em que se viva em harmonia.
Marcado pela reflexão acerca do estado da democracia e da complexidade da situação política na Guiné-Bissau, o djumbai evoluiu no sentido de perceber os seguintes elementos:
De que forma a comunidade guineense em Lisboa tiveram conhecimento do Golpe de 12 de Abril? E quais foram os pedidos que receberam (se receberam), dos familiares e/ou amigos que residem na Guiné?
Verificou-se que a maioria dos participantes recebeu a notícia do Golpe de Estado de 12 de Abril através dos meios de comunicação social (RDP-África e RTP-África), ou por via dos familiares e amigos (residentes na Guiné-Bissau ou não) que os contactaram via telefone, mas a esmagadora maioria afirmou ter acesso à informação por via do Blog “Ditadura do Consenso”. Quanto aos pedidos feitos pelos familiares, existem aqueles que pediram medicamentos; informação sobre o que se estava a passar no país (nessas alturas muitos são os que ficam sem acesso à informação e quem está fora do país, por vezes, sabe mais do que se passa do que a população residente), pediram também documentos e dinheiro/bilhetes de passagens para saírem do país.
Ainda com base no mesmo tema, os participantes, organizados em dois grupos de trabalho, partilharam as suas perceções e sentimentos sobre:
Como viveram o Golpe de 12 de Abril?
O Golpe de 12 de Abril foi vivido em lisboa, segundo os participantes, com sentimentos de revolta, medo, angustia, tristeza/depressão e vergonha.
Quais as causas da contínua instabilidade política e sucessivos Golpes de Estado na Guiné-Bissau?
Foram evidenciadas: o narcotráfico, inversão dos valores, ambição desmedida, cultura de “matchundadi” e fragilidade das Instituições do Estado. Sendo este ultimo, fator impulsionador desta condição de fragilidade em que o país de encontra.
O que se pode fazer para evitar os Golpes?
Com esta reflexão concluiu-se que os golpes de Estado podem ser evitados através de: - Justiça social; - Respeito pelos Direitos Humanos; - Educação; - Reformas nas FARP, no sistema político (CNE, ANP e lei dos partidos).
O que a comunidade guineense na diáspora pode fazer para evitar um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau?
Os grupos de trabalho concluíram que é urgente:
- “Nô boca ten ku sta la”!: implicação, participação, compromisso e responsabilização com maior efetividade na resolução dos problemas do país, pois esteja onde estiverem, se o país não está bem, a sua diáspora também não está!;
- Produzir e disseminar informações mobilizadoras sobre a Guiné-Bissau em prol da união e das mudanças desejáveis no país;
- Intervenção organizada e coordenada das associações na diáspora, baseadas em dinâmicas interventivas e de consciencialização quer no contexto de origem (Guiné-Bissau) como no de chegada (Portugal);
- Fazer-se incluir a diáspora no processo de recenseamento biométrico de modo poder participar nas próximas eleições.
Neste djumbai, foi abordado também a pouca participação feminina na sociedade e nas questões políticas. Foram identificados alguns factores de impedimento de uma maior participação feminina tais como:
As questões culturais e religiosas, a ocupação doméstica (altos níveis de sobrecarga desde a infância face a quase que ausência de exigências relativamente aos homens no que diz respeito à participação na vida doméstica), a falta de oportunidades às mulheres e favorecimento dos homens, numa sociedade machista/patriarcal e que reproduz modelos (educação) de valores e atitudes machistas.
Salientou-se assim, a necessidade de haver mais informação e sensibilização para as questões do género e envolvimento dos homens. Devendo o Estado apostar em Políticas de Açãões Afirmativas em setores cruciais como a Educação, Saúde, Providência Social e no Mercado de Trabalho, defendendo-se a necessidade de uma discriminação positiva das mulheres, sendo a introdução das quotas, como um dos exemplos.
As jovens raparigas presentes demonstraram claramente o engajamento na luta para a reconhecimento e afirmação social da mulher guineense tanto no contexto de origem (a Guiné-Bissau) como na diáspora. Nessa base, exortaram que deverão ser, principalmente as mulheres a lutarem pelo reconhecimento dos seus direitos.
Com este Djumbai, os jovens guineenses na diáspora, em especial os estudantes, perceberam que é necessário “Resgatar e refazer a história da Guiné-Bissau”.
Guiné-Bissau: Os militares espezinham os direitos humanos. A CEDEAO tem que reagir
Federação Internacional dos Direitos do Homem
21 de Novembro de 2012
Desde o ataque fracasado dirigido por militares contra o quartel de uma unidade de elite no dia 21 de outubro de 2012, membros do exército têm sido responsáveis de maus-tratos infligidos a líderes de partidos politicos e de graves ameaças contra jornalistas e representantes da sociedade civil. Algumas informações também revelam execuções sumárias.
Embora os motivos do ataque do 21 de outubro sigam incertos, as autoridades de transição que resultaram do golpe do 12 de abril de 2012, o qualificaram imediatemente de tentativa de golpe de Estado orquestrado pelo antigo primeiro ministro, Carlos Gomes Junior, no exílio.
No dia 22 de outubro, dois líderes políticos conhecidos por suas críticas para com a governança, os Sres. Yancuba Djola Indja, presidente do Partido da Solidariedade e Trabalho, quem é também líder da Frente Nacional Anti-golpe, e Silvestre Alves, presidente do partido Movimento Democrático, foram sequestrados e brutalmente golpeados por um grupo de militares.
No dia 27 de outubro, as autoridades militares anunciaram a detenção, em Bolama, no arquipélago dos Bijagos, do principal suposto responsável do ataque do 21, o capitão Pansau N’Tchama. Segundo algumas informações, durante essa detenção, 5 pessoas, 3 civis e 2 militares, acusados de ser cúmplices de Pansau N’Tchama, foram executados. No quadro da perseguição dos supostos responsáveis do ataque, vários agentes teriam sido detidos em lugar desconhecido.
Adicionalmente, no dia 6 de novembro de 2012, o Sr. Luís Ocante Da Silva, funcionário da empresa Guiné Telecom e amigo do General José Zamora Induta, antigo Chefe do Estado-Maior do exército, foi sequestrado na sua casa por um grupo de militares. O seu corpo sem vida foi encontrado dois dias depois no morgue do principal hospital do país.
Nesse contexto, as organizações da sociedade civil denunciam ameaças dirigidas a qualquer pessoa que se atreve a denunciar as violações dos direitos humanos cometidas pelos militares ou a criticar a governança das autoridades de transição. Jornalistas, blogueiros e defensores dos direitos humanos são particularmente afectados, o que leva alguns deles a fugir do país.
Enquanto a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a enviar a sua missão na Guiné-Bissau (ECOMIB), em aplicação do acordo relativo á Reforma do Sector da Defesa e da Segurança, e exorta as União Africana que reconheça as autoridades de transição, as nossas organizações instam o organismo regional a denunciar publicamente as violações dos direitos humanos cometidas pelos militares, a contribuir para a protecção dos líderes de partidos políticos e dos representantes da sociedade civil, e a manter uma forte pressão sobre as autoridades de transição para que a ordem constitucional seja restaurado o mais rapidamente possível e em condições serenas.
As nossas organizações exigimos a apertura de investigações imparciais sobre o ataque do cuartel, sobre as alegações de execuções sumárias por ocasião da detenção de Pansau N’Tchama e sobre os actos de violência perpetrados contra os líderes de partidos políticos, para levar os autores de violações dos direitos humanos a tribunal e julgá-los em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos.
As nossas organizações exortamos as autoridades de transição a que respeitem estritamente o disposto nas convenções internacionais e regionais de protecção dos direitos humanos ratificadas pela Guiné-Bissau, incluindo o relativo á libertade de expressão, de informação e de reunião, e pedimos que elas tomem todas as medidas necessárias para garantir a segurança das pessoas.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Kumba Yala contra...800
O ex-Presidente da Guiné-Bissau e líder do Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá, vai disputar a chefia do partido com outros quatro dirigentes no congresso marcado para Dezembro, revelou hoje (quarta-feira) a comissão organizadora do conclave.
Orlando Viegas, presidente da comissão organizadora do quarto congresso ordinário do PRS, segundo maior força política na Guiné-Bissau, apresentou hoje(quarta-feira) a lista definitiva dos candidatos à presidência do partido, anunciando os nomes de Kumba Ialá, Baltazar Cardoso, Alberto Nambeia, Sola N'Quilin e Aladje Sonco. Kumba Ialá é o fundador do PRS, mas nos últimos anos a sua liderança tem vindo a ser questionada sobretudo por Sola N'Quilin, seu antigo ministro e ex-líder parlamentar dos renovadores guineenses. N'Quilin chegou mesmo a afirmar que Kumba Ialá dirige o PRS de forma autocrática e com bases étnicas.
Actualmente, decorre nas instâncias do partido um processo que, segundo fontes do PRS, poderá acabar em expulsão de Sola N'Quilin. Para o congresso marcado para entre 11 e 14 de Dezembro são também candidatos os deputados Alberto Nambeia e Baltazar Cardoso, o último um conhecido empresário guineense e um dos vice-presidentes da Câmara do Comércio.
Aladje Sonco é um militante ainda desconhecido entre os militantes do PRS, mas mesmo assim vai desafiar o líder do partido no congresso. Para o cargo de secretário-geral dos "renovadores" guineenses concorrem Carlitos Barai (antigo ministro das Obras Públicas), Florentino Mendes Teixeira (antigo secretário de Estado do Plano e Orçamento) e Máximo Tchuda. A organização conta ter 801 delegados no congresso.
O baile dos cangalheiros
Ontem os deputados, apelidados pomposamente de deputados da «nação», unanimes e patéticamente sorridentes, anunciaram aos guineenses e ao mundo de que, afinal de contas, «os guineenses estão unidos», pois finalmente chegaram a um acordo sem excepção, para a prorrogação do mandato da ANP, segundo ainda o reportorio de auto-elogios, «desbravando o caminho da transição através de uma via legal e possivel para a viabilização do pais». Foram varios os vocabularios de bagatelas utilizados pelos sucessivos intervenientes para justificarem o inusitado volte-face do posicionamento desse orgão, que até a altura dessa decisão, maioritariamente parecia coerente e combativa quanto a defesa dos ideais democraticos e da legalidade.
Porém, do chorrilho de kafunbans, o que os esses fandangos de deputados, fidalgos pobres da nossa decadente democracia, esqueceram de dizer ao sofredor Povo da Guiné-Bissau, é que, eles votaram na ilegitimidade uma lei que so a eles e os golpista interessava.
A eles, porque votaram a continuidade da sua sobrevivência, permitindo-lhes manter o «o tacho da vida parasitaria de Deputado-sabe-nada» e continuar a receber os seus rochudos salarios com a qual mantêm e sustentam as respectivas familias, contra a miséria do Povo. Aos golpistas, incluindo em primeira linha, o Presidente da Transição da CEDEAO, porque finalmente, por um lado, se sentirão caucionados internamente por essa decisão da ANP por esse acto barbaro de atentado à democracia guineense, por outro, também, ao Co-Golpista manuel Serifo Nhamadjo, porquanto, para além de ser ver ilegitimamente no cargo, mercê de um despacho administrativo da nigéria, viu ainda os seus poderes alargados e reforçados para melhor poder dar vazão às orientações do Bando dos Qutro, os seus potestativos patrões, nigeriano, burkinabe, senegalês e costa marfinense, os Srs, Jonhatan, Campaoré, Sall e Ouattara.
Um acto vergonhoso, caucionado por autenticos unhas de fome, ditos representantes do Povo, sua emanação, esse Povo que, pensava serem eles, o ultimo resguardo da defesa da nossa moribunda democracia. Essa democracia que, a 12 de abril fora vergonhosa e impunemente espezinhada por um bando de dilinquentes em armas foi, ontem, prostituidamente abençoada por gente pertencente a uma Casa em quem muito se acreditava, com o qual, estão hoje, porém decerto, desiludidos por servirem de joguete nesse complô vergonhoso de jogos de interesses obscuro e sem igual nos anais da nossa democracia parlamentar.
Para parabenizar essa autentica parôdia democratica, estavam dois sujeitos agoirentos postados na bancada do hemiciclo guineense, rindo às expensas do Zé Povinho. Quiça, estavam até gozando com o triste espectaculo de bajulação e cobardia dos enrabados deputados que vergonhosamente supliciavam pelo seu ganha pão, mentindo estar a «agir no interesse e defesa da nação». Acto que, no fundo se confinava aos seus interesses que é, de manterem as suas regalias e mordomias... o Povo que se lixe.
Contudo, se se tomar em conta que, nas vesperas da abertura dessa sessão parlamentar, da Nigéria chegou, através de um émissario bem conhecido na praça, uma maleta a abarrotar de dolares para comprar essa famosa votação, essa reviravolta operada pelos «desesperados da nação», particularmente os deputados da maioria, deixara de constituir uma surpresa para guineenses.
Estou eu certo de que, é por essa nebulosa razão de 'suco di bas à moda di parlamento' que, esses dois Jagunços, hoje, Donos gêmeos do novo Rêgulado de Bissau, Kumba Yala e Antonio Injai, estavam presentes no hemiciclo. Estavam la, com certeza para se certificarem in loco, quem ousaria votar contra a alteração da constituição proposta sob caução do Comando Militar/Kumba Yala/O bando dos 4 da CEDEAO..., apos terem recebido umas boas massas da corruptiva Nigéria.
É que, todo o cuidado é pouco, porquanto da aparência de se «legitimar as reformas» propostas para o periodo da transição estava uma cornalia faminta de obtusos, a legitimar na ilegalidade, sem se dar conta..., tal como o beijo de judas, a maior traição à democracia guineense.
Essa traição, de certeza, o Povo nunca vos perdoarão.
Antonio G. F.
Jurista
Luz bai, luz bim
Um grupo constituído por três empresários portugueses e um guineense rubricou com o 'governo' de transição da Guiné-Bissau um protocolo para o fornecimento de energia elétrica para as populações de três localidades no norte do país.
Em declarações à Agência Lusa, Luís Neves, sócio do grupo Eletrobissau (constituído pelos portugueses Dinis Carvalho, Luís Neves e Francisco Melo e o empresário guineense Carambá Turé) explicou que se tudo correr como previsto até ao final do ano uma das localidades terá energia elétrica. As localidades de Bula, Canchungo e Cacheu são as contempladas no projeto, mas Canchungo é a vila que deverá ter energia mais rapidamente já que possui 30 por cento de equipamentos, assinalou Luís Neves. LUSA
Os escutados
As embaixadas de Portugal, França, Espanha, de Angola, da África do Sul, da Gâmbia e a representação da União Europeia na Guiné-Bissau; Os cônsules e/ou encarregados de Negócios de Portugal, de Angola e da Espanha, estão sob mira da secreta guineense. "É quase, posso dizer, uma obsessão, isto de se meterem a escutar diplomatas", adiantou ao ditadura do consenso um oficial do serviço de informações da Guiné-Bissau, que duvida ainda da "legalidade e das reais intenções" por detrás deste novo passatempo das autoridades de Bissau. Um passatempo perigoso e com consequências que ninguém pode prever.
"Quase todas as comunicações por telemóveis são escutadas, e gravadas", refere e diz que mesmo as comunicações via internet "não estão cem por cento seguras",. A nossa fonte revela ainda que as escutas podem também estar a ser feitas a elementos da sociedade civil, e, mais grave ainda, denuncia que os próprios militares têm acesso a tudo que é gravação. O desespero tem destas coisas...
Ainda hoje, parceiros internacionais da Guiné-Bissau diziam-se preocupados com a "vigilância por agentes de segurança do Estado" de "membros e propriedades da comunidade diplomática", sem contudo especificarem. Num comunicado divulgado em Bissau e assinado pelo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, os parceiros afirmam-se também muito preocupados "com as contínuas e inaceitáveis violações de direitos humanos". AAS
Liberdade, mas nem tanto
Na semana passada, um juíz de instrução criminal do tribunal de Bissau proferiu um despacho em que ordenava a libertaçao imedita de Ensa Dukuré, ex-comandante da Polícia de Intervenção Rápida, que está detido há já vários meses na sequência das investigações sobre o desaparecimento do deputado Roberto Fereira Cacheu.
Informado sobre o conteúdo do despacho do Juíz de Instrução Criminal, o Vice-PGR Paulo Sanha - o mesmo que anda a oferecer carros para ser eleito presidente do STJ... - telefonou ao referido juíz proferindo ameaças graves contra este. Nesse mesmo dia, apurou o ditadura do consenso, o JIC, temendo pela sua vida e integridade fisica, produziu um novo despacho em que revoga o anterior, legalizando a prisão preventiva de Ensa Dukuré.
E assim vai a Guiné-Bissau... AAS
ELEIÇÕES NO STJ: Corrupção!?
A eleição para o cargo de presidente e vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, marcada para o próximo dia 5 de Dezembro de 2012, em Bissau, está a dar uma carga de trabalhos a quem concorre ao cargo. Pelo menos para quem concorre ao cargo contra o candidato Paulo Sanha...
Informações recolhidas pelo ditadura do consenso, garantem estar envolvidas avultadas somas de dinheiro, e pedem investigação e responsabilidades. O aliciamento dos 14 eleitores - dez juízes Conselheiros e quatro juízes Desembargadores parece estar, por agora, a dominar a campanha, e um dos candidatos ao cargo do presidente da STJ, Paulo Sanha, está referenciado como sendo o mais espalha-francos...
A mesma fonte foi mais longe, apontando o dedo ao Paulo Sanha e fala de "corrupção que precisa de ser investigada, e já". Rui Sanha, alegou a mesma fonte, terá mesmo oferecido já viaturas de luxo a quatro juízes Desembargadores. E para quê mesmo? Para que estes votem na sua candidatura, estúpidos! AAS
Culpados!
"Assistimos ontem dia 20 de Novembro o primeiro passo para a legitimação do golpe de estado de 12 de Abril e das isntituições delas emanadas principalmente da figura do Presidente da República de Transição.
Quando um grupo de deputados eleitos democraticamente aprovam, sei lá, uma resolução conferindo poderes que nem a Constituição da República dá, ao PRT, então a reconhecer a figura e consequentemente o golpe de estado.
É uma atitude que deixa os verdadeiros filhos deste país desapontado e triste.
É triste, meus senhores, mas ao meu ver a culpa não pode ser imputado a ninguém que não seja a comunidade internacional que vê a Guiné-Bissau como um anexo e não como um país membro da UA e da NU.
Foram 7 meses de sofrimento, de abusos, de espancamentos, de sequestros, de assassinatos a sangue frio sem que a dita comunidade internacional reagisse, salvo as sanções sem efeitos e apelos froxos de restabelecimento da ordem constitucional.
É porque não temos petróleo como Iraque, Libia e Timor, por exemplo? Não temos sim petróleo, mas temos um povo humilde e acolhedor que merecia muito mais atenção.
O povo esperou, esperou, esperou e a resposta foi o silênccio.
Até podemos considerar esta atitude dos deputados, principalmente os do PAIGC - não todos, como um mal menor. Pois, os ABUTRES já estavam a desenhar a dissolução da ANP(não sei com que poderes - mas ia acontecer, pois tudo é possível para eles) e a criação de um Conselho Nacional de Transição.
Quantas foram os apelos das autoridades legitimas da Guiné-Bissau à comunidade internacional? Qual foi a resposta? Será que este silêncio insurdecedor da CI não incentiva golpes de estado? incentiva sim, pois, os ABUTRES estão mais uma vez confiantes de que a CI só fala, não reage, excepto em países em que os países patrões têm interesse.
É pena meus senhores. Agora só nos resta acreditar em Deus que um dia fará a justiça. De isto podem ter a certeza.
Bolingo Cá"
Diplomatas vigiados...
Os parceiros internacionais da Guiné-Bissau afirmaram-se hoje (quarta-feira) preocupados com a "vigilância por agentes de segurança do Estado" de "membros e propriedades da comunidade diplomática", sem contudo especificarem. Num comunicado divulgado em Bissau e assinado pelo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, os parceiros afirmam-se também muito preocupados "com as contínuas e inaceitáveis violações de direitos humanos".
"Os parceiros internacionais reiteram a sua forte preocupação com as contínuas e inaceitáveis violações de direitos humanos, incluindo uma execução sumária, sequestros e espancamentos, e ameaças diversas não especificadas", diz o comunicado, feito na sequência de uma reunião na semana passada, mas só agora divulgado. Na reunião, realizada na passada sexta-feira, os parceiros felicitaram a abertura da Assembleia Nacional Popular (sem funcionar desde o golpe de Estado de 12 de Abril mas que reabriu na quinta-feira), que consideraram "um passo importante para uma participação política nacional e inclusiva".
Os parceiros "expressam a esperança de que os membros da Assembleia Nacional irão trabalhar em conjunto para uma execução bem-sucedida do programa definido para a sessão, incluindo o trabalho legislativo destinado a assegurar a preparação e realização de eleições livres e transparentes", diz o comunicado.
Os parceiros pedem às autoridades de transição para que garantam a prevenção das violações de direitos humanos e que conduzam investigações transparentes relativamente às violações, em conformidade com normas internacionais, "para que os criminosos sejam levados à justiça, e que lutem contra a impunidade recorrente na Guiné-Bissau". A Guiné-Bissau está a ser gerida por um Governo de transição na sequência de um golpe de Estado que a 12 de Abril depôs as autoridades legítimas. O Governo de transição tem sido crítico em relação à postura do representante da ONU no país e já pediu a sua substituição.
Vou por Aly...
A mão direita segura um queixo cansado com barba por fazer. O exílio não é a pátria que convém a ninguém - é uma frase feita. Bem feita, até. A paisagem que tenho à frente não esconde segredos mas mantém o encanto, apesar da pouca luz, coisas do tempo. Entre dois cafés, fumava cigarro atrás de cigarro. E filosofava. A Guiné-Bissau estará cega dos olhos ou surda dos ouvidos? E nós, os guineenses, seremos cegos numa sala cheia de surdos?. Complicado, como mais adiante se verá.
Escrevi há pouco na minha página da rede planetária, Facebook, que "cada história trágica [que passámos] teve o efeito [perverso] que vemos hoje". Quem, da minha geração, não previu mesmo que tudo isto iria acontecer. Quem não sabe mesmo que foi tudo premeditado? Friamente, até.
A pirâmide inverteu-se há muito. Aqueles que não sabem simplesmente esmagam aqueles que andaram anos a queimar pestanas, fazendo das tripas coração. Quem mandou em nós desde a independência - e como mandaram em nós? O que fizeram da Guiné-Bissau? As perguntas dariam pano para mangas. Mas há algo que me inquieta. Uma pergunta: porque deixámos que nos fizessem tudo isto? E a sentença só pode ser: culpados!
Num ai, o sonho caminhou para o pesadelo. Ficámos sem chão. Fomos traídos no nosso âmago! Hoje, o nosso país não passa de um Estado pária, condenado no mundo todo, os seus cidadãos são olhados com desconfiança em tudo que é fronteira; a Guiné-Bissau tornou-se tristemente num exportador da morte. Uma visão absurda de país, perdão, de um projecto dos deuses atriçoado pelos seus próprios filhos.
39 anos de independência, quarenta de ilusão! - é conveniente contar sempre com o ano por vir... Continuamos a ser um país viciado em ajudas internacionais. E entretanto, nas ruas, cruzam-se diária e alegremente um povo exuberante e tristemente feliz e os Homens que arruinaram o seu país - mais felizes do que nunca. Estranho. E sem piada nenhuma...
António Aly Silva
terça-feira, 20 de novembro de 2012
BEM VISTO: "Militares deviam ficar com o poder", diz o deputado Mário Dias Sami
O antigo secretário de Estado das Pescas da Guiné-Bissau, Mário Dias Sami, afirmou hoje, terça-feira, no Parlamento, que os militares que fizeram o golpe de Estado deviam ficar com o poder, em vez de o entregar aos civis.
"Sim, porque em golpes de Estado clássicos quem faz o golpe fica com o poder. Mas, aqui o que temos tido não são golpes de Estado, porque os militares acabam sempre por entregar o poder aos civis", defendeu Dias Sami, agora deputado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), maioritário. Intervindo numa sessão parlamentar, dedicada a debates sobre a revisão pontual da Constituição da Guiné-Bissau, Mário Dias Sami disse que os políticos e os guineenses deviam "deixar os militares em paz".
"Se fosse eu a fazer o golpe de Estado tinha ficado com o poder", afirmou Sami, acrescentando que o poder hoje está com civis, como o presidente de transição (Serifo Nhamadjo), o presidente do Parlamento (Sory Djaló), a presidente do Supremo Tribunal de Justiça (Maria do Céu Monteiro) e o primeiro-ministro (Rui de Barros). "Os civis devem assumir de uma vez por todas as suas responsabilidades, porque são eles que detêm o poder neste país, não os militares. Já chega de falar de golpe de Estado para justificar tudo e mais alguma coisa. Nós, os parlamentares temos que assumir a nossa responsabilidade", sublinhou.
O antigo governante reagia assim quando alguns deputados, nomeadamente os da sua própria bancada, falaram da necessidade de antes de se aprovar qualquer diploma no Parlamento as bancadas consultarem as respetivas direcções partidárias. "Se somos divididos neste país por causa dos partidos, então o melhor, se calhar, era acabarmos com os partidos e ficarmos com o povo da Guiné-Bissau, que é o mais importante", disse Mário Sami, merecendo palmas de alguns deputados.
Global Insider: ECOWAS Mission in Guinea-Bissau Shows Little Success
World Politics Review
At a summit meeting earlier this month, leaders from the Economic Community of West African States (ECOWAS) extended the mandate of a small peacekeeping force in Guinea-Bissau that was put in place after a coup in the West African state in April. In an email interview, Lars Rudebeck, a professor emeritus of political science at Upsalla University in Sweden, discussed ECOWAS’ mission in Guinea-Bissau.
WPR: What is the composition of the ECOWAS force in Guinea-Bissau, and what are its goals?
Lars Rudebeck: The force is made up of around 600 soldiers from Burkina Faso, Senegal and Togo, according to ECOWAS. It was initially deployed in May 2012 for six months. At the ECOWAS summit meeting in Abuja, Nigeria, earlier this month, the decision was made to extend the mandate for the force for another six months. It is reported that Nigerian troops will now be substituting for some of the others.
The ECOWAS force was deployed after a roughly equally large Angolan force was obliged to leave after the military coup on April 12, 2012. The Angolan soldiers had arrived in March 2011 on invitation by the legal government that was overthrown by the coup. They had all left by early June 2012.
The official reason for the presence of the ECOWAS force is to support and help pave the way for peaceful transition/return to constitutional democracy, after the electoral process was interrupted in April between the first and second rounds of the presidential election then underway. Underlying this are interests in control - West African, particularly Senegalese and Nigerian, as opposed to Angolan - and a measure of stability.
WPR: How effective has the mission been?
Rudebeck: The short answer is that, so far, the mission has not been effective at all. Overall the political, economic and social situation seems to have continued to deteriorate since the coup. The following are a few indications:
- Frequently closed banks, which cause great difficulties for, among others, farmers attempting to market their cashew harvest, due to lack of buyers' access to cash. This in turn is serious both for the farming population, the great majority in Guinea-Bissau, and for the national economy - cashew exports are almost the sole source of foreign currency besides foreign aid, which is also dwindling.
- Frequently closed schools, due to teachers striking over unpaid wages.
- Difficult access to all kinds of oil-based fuels.
- Rising unemployment in urban centers.
- No apparent end in sight to Guinea-Bissau's role as a significant hub in drug trafficking between Latin America, especially Colombia, and Europe.
- The sacking in early August 2012 of the director of the independent social science research institute INEP, who had come out openly in May in support of an immediate return to constitutional democracy.
- An armed attack on a military base near Bissau, the capital city, on Oct. 21, in which six assailants and one guard were killed. The leader of the assault, an army captain, was caught and is now being held in jail.
- The severe beating of two leading representatives of the democratic opposition outside Bissau on Oct. 23. They were then dumped in the countryside.
WPR: How does the mission in Bissau reflect on ECOWAS' larger role as a conflict manager in West Africa?
Rudebeck: To date, it does not reflect very positively, judging from the lack of success. Still, the fact that ECOWAS intervened at all probably looks better, so far, than if it had simply remained passive. In the longer run, however, it is an increasingly serious problem for ECOWAS that the entire "international community," with ECOWAS as the sole significant exception, refuses to accord any legitimacy at all to the coup government ECOWAS itself is cooperating with.
ONUDC: Cocaína movimenta 462 biliões de FCFA na África Ocidental
Segundo o Gabinete da Organização das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), os beneficios da cocaína ultrapassam 462 biliões de Fcfa, isto é, quase 1,3 biliões de perdas para a economia dos Estados da Africa Ocidental. Por seu lado, no sector da saúde, 10 % dos medicamentos que são comercializados são produtos contrafeitos.
A abertura do encontro regional dos peritos sobre a harmonização das legislações em matéria de criminalidade, foi um pretexto escolhido pelo chefe do Gabinete das Nações Unidas para a Africa do Oeste Contra a Droga e o crime (ONUDC) para fazer essa revelação de monta. Esta situação é de tal forma evidente que Pierre Lapaen fez notar que «os beneficios gerados pelo trafico de cocaína, na região, ultrapassamos 900 milhões de dolares anuais, dos quais quase 400 milhões são branqueados regionalmente».
Para confirmar as suas declarações, o Chefe do Gabinete da ONUDC exibiu as estatisticas para declarar que ela representa «aproximadamente 1,3 biliões de perdas para as economias dos paises da sub-região nos sectores da saúde, do trabalho entre outros». Igualmente para dar uma visão inequivoca do impacto que recai sobre a região, ele invoca as consequências desastrosas no sector da saude, afirmando «cerca de 10% dos medicamentos que circulam na região que são contrafeitos e, por ironia, os que produzem efeitos nocivos à saúde atingem em certos paises picos de mais de 30%», acrescentou o Lapaen.
«A justiça é a chave da virtude das instituições nacionais. Sem uma justiça séria e eficaz na qual o acusado se deve fiar e acreditar, não haverá estruturação social sólida no plano nacional. E, que o Estado, ele mesmo não é mais credivel tanto no plano interno e internacional com os seus parceiros». O Chefe do Gabinete Regional da ONUDC lamentou a fraca taxa de condenações dos crimes que estão por tras dessas práticas criminosas prejudiciais à economia dos Estados concernentes». Walfadjiri
Fire on Babylon
Há cerca de um mês, Abdú Mané, o PGR da Guiné-Bissau esteve em Lisboa, e caiu no erro de ir ao centro comercial Babilónia, na Amadora. Para azar do PGR, um grupo de jovens guineenses atentos topou-o, caindo-lhe logo em cima. Uma testemunha ocular contou hoje, ao ditadura do consenso, o dissabor por que passou o novo PGR (e advogado dos familiares de Helder Proença, Baciro Dabó entre outros, assassinados em 2009 por militares), Abdú Mané.
"O PGR [Abdú Mané] foi duramente insultado por um grupo de jovens, que começaram por lhe chamar de golpista e depois foram mais 'além'", contou essa testemunha ao DC. Depois, quando os ânimos se exaltaram, Abdú Mané, completamente sozinho e à mercê dos rapazes que o cercavam, foi cauteloso, "acabando por optar pela fuga". "Nem os seguranças de serviço no CC Babilónia, na sua maioria guineenses, se meteram". Podia ter sido pior, portanto.
Abdú Mané, recorde-se, tem sido bastante criticado pelo facto de, em 2009, ter sido o feroz advogado, e também porta-voz, dos familiares das vítimas dos crimes de 2009, e agora, para espanto de muitos, aceita de bandeja o cargo de Procurador-Geral da República, cabendo-lhe (ao ministério Público, entenda-se) a 'investigação' desses mesmos crimes... AAS
Kumba Yalá – o “chefe” balanta
Na noite de 14 de Setembro de 2003, acordaram abruptamente Kumba Yalá para o avisar que estava em marcha um golpe de Estado, face ao qual seria conveniente recolher-se em aposento com melhores condições de segurança. Era um engodo, em que caiu, assim dando origem a um “golpe palaciano” tão bizarro quanto tinha sido o exercício do seu mandato como Presidente da República, iniciado em 17 de Fevereiro de 2000. O quarto para o qual Kumba Yalá aceitou ser levado, alegadamente para sua protecção, foi a seguir trancado, tornando-se numa espécie de refém. De caminho foi formalmente afastado da Presidência.
Os quase três anos que a presidência de Kumba Yalá já levava constituiram uma exibição contínua, no país e no estrangeiro, de excentricidades de que não havia memória. Os partidos da oposição, incluindo o PAIGC, chegaram a pedir a sua destituição ( “impeachment” como então se dizia), invocando razões de insanidade mental – algo de facto presente nos constantes excessos e gafes em que incorria em público (e outros, privados, de que havia ecos). Apesar de “louco”, como ficou conhecido, Kumba Yalá foi toda a vida, incluindo na sua faceta de Presidente, um inato manipulador, movido por fixações de poder, importância e notoriedade (escreveu e publicou um livro de poesia, que a crítica considerou “intragável”, como contribuição para a sua celebrização).
Foi por que detinha um poder no mínimo não negligenciável, que os mentores do “golpe palaciano” que afastou da Presidência, entre os quais o então CEMGFA, General Veríssimo Seabra, optaram pela brandura de simplesmente o “confinar a um quarto”. A sua aguda obsessão pelo poder e o instinto de sobrevivência que revela, constituem a explicação mais abalizada para a argúcia e capacidade que sempre exibiu para se ir adapatando às diferentes circunstâncias da sua vida, sempre que vislumbrou nas mesmas satisfação da sua ambição de poder.
Mudou de identidade, de partido, de religião, de amigos e aliados, etc, mas na lógica de todas as mudanças descortina-se o desígnio de se afirmar/fincar como chefe balanta – na verdade, a fonte principal do poder que de facto tem – apesar de corrído pelo tempo e pelo efeito nefasto de contovérsias que também fazem parte da sua maneira de ser. No balanço do seu consulado presidencial há-de sempre sobressair um lado profundamente negativo – o das clivagens que cavou na sociedade guineense, cuja natureza pluri-étnica foi alterada pela promoção da tribo balanta, em que se aplicou. Dizia, embora nunca o tendo feito em público, que era uma forma de os retirar da marginalização a que tinham sempre estado sujeitos, em especial no tempo de Nino Vieira.
O problema é que, de forma desproporcionada, lhes entregou as Forças Armadas, as magistraturas, os negócios, o funcionalismo, etc. A importância que Kumba Yalá de facto tem e essa outra, ainda maior, que o próprio julga que tem (tão grande que lhe permite afirmar não ter adversários à altura, no seu partido, o PRS, ou mesmo no país), vem sobretudo da imensa legião de protegidos que lhe é grata, o respeita (sempre tratado por senhor doutor) e o considera uma tábua de salvação para conservar o que tem. Por acréscimo, uma outra legião de pessoas comuns, que com ele se identificam, atraídas pelo seu populismo e/ou por verem nele “o chefe”. O problema é que são simplesmente legiões de balantas – o sificiente para minar a já de si precária coesão nacional. AM
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Le Joola - França decide sobre culpas
A mais alta jurisdição francesa, o Supremo Tribunal (Cour de cassation), deve decidir terça-feira sobre o recurso dos responsáveis senegaleses accionados judicialmente num inquérito levado a cabo em França sobre o naufrágio do ferry le Joola, que vitimou quase 1.900 pessoas ao largo da Gâmbia, há pouco mais de dez anos.
Seis dos setes antigos responsáveis senegaleses, civis e militares, visados por mandados de detenção internationacionais, contestam a competência da justiça françesa. De entre eles, uma só pessoa foi interpelada em outubro de 2010, em Paris. Depois de ouvido foi colocado sob tutela judiciária. O inquérito francês foi aberto em 2003 com base de indiciação de homicidios involuntários e omissão de assistência a pessoas em perigo, seguida de uma queixa das familias das vitimas, entre os quais 22 franceses.
Em 2010, o Supremo Tribunal Francês tinha anulado os mandados de detenção emitido contra o ex-Primeiro Ministro senegalês Mame Madior Boye e o ex-ministro das Forças Armadas Youba Sambou. Para a Etienne Rosenthal, advogada das vitimas francesas, seria uma "negação da justiça" caso esse inquérito não desse lugar a um processo.
Da sua parte, a justiça senegalesa encerrou esse dossier desde de 2003, concluindo que a única responsabilidade reacai sobre o comandante de bordo, desaparecido no naufrágio. O Joola, recorde-se, afundou-se ao largo da Gâmbia no dia 26 de setembro de 2002, quando fazia a ligação entre Ziguinchor (sul do Senegal) e Dakar. A catástrofe fez 1.863 morts e desaparecidos segundo o balanço oficial, mais de 2.000 segundo as associações das familias das vitimas, em qualquer das circunstâncias ultrapassando o naufrágio do Titanic (1.500 mortoss). Somente 64 pessoas conseguiram sobreviver. AAS com Agências
Saques & Delírios
- Os militares guineenses, para comemoração do 16 de Novembro, sacaram do Tesouro Público 150 dos 250 milhões de FCFA que tinham solicitado. Mas antes insultaram o Ministro das Finanças porque este lhes disse que os 250 milhões não tem enquadramento visto estar a juntar dinheiro para pagar os salários aos funcionários públicos. O que aconteceu? Levaram-no para a fortaleza da Amura (EMGFA), onde o insultaram e intimidaram.
- A tropa foi à tabanca de Gã-Cisse, na Região de Gabú, 'visitaram' um campo de horticultura preparado pela população e disseram que têm informações de que é ali que os 'mercenários' descem - os tais mercenários... Esse é um campo de horticultura apoiado pelo Projecto PASA com o financiamento do BOAD. Um autêntico delírio, portanto... E assim vai a Guiné-Bissau... AAS
ADVERTÊNCIA OFICIAL DO GOVERNO DO CANADÁ
GUINÉ-BISSAU - EVITAR TODA A VIAGEM NÃO ESSENCIAL
O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comércio Internacional do Canadá, recomenda aos seus cidadãos a evitar toda viagem não essencial para a Guiné-Bissau. A situação politica actual continua incerta em todo o país, e os riscos de instabilidade civil ou militar é de nivel elevado, segundo a mesma fonte. AAS
domingo, 18 de novembro de 2012
Ditadura do Consenso: Nota 10
Aly,
5.000.000 de visualizações é uma proeza, que foi com certeza, fruto de um trabalho árduo que demonstra a tua capacidade jornalística de construir leitores e torná-los fiel ao blogue. Este número vem confirmar que o “Ditadura do Consenso” não é somente um jornal electrónico de informação, mas sim um elo de ligação entre a Guiné-Bissau e o mundo. O mérito também pertence aos excelentes comentaristas, cronistas, activistas que participam diariamente na construção colectiva de notícias no D.C.. O D.C. (berço de futuros escritores) veio para ficar... . A todos, os meus PARABÉNS!
Caros compatriotas, apesar de me ter deixado sem chão, a notícia da possível desistência do blogue, quero destacar a belíssima mensagem do cidadão Aly que diz: “NÃO QUERO SER HERÓI, NEM COISA QUE O VALHA. NÃO CORRO POR CONDECORAÇÕES, FUJO DE HOMENAGENS A SETE PÉS, NÃO QUERO A GLÓRIA. NÃO ME INTERESSA PARA NADA”. É sem sombra de dúvidas uma demonstração de generosidade, afecto e humildade. Uma atitude dum bom filho desta nação valente. Quando se luta contra todos os ventos, pondo em risco a nossa própria vida, e acto de coragem, mas fazê-lo como trabalho voluntário é mais que isso: é prova de amor a pátria. Este cidadão/jornalista, a meu ver, merece muito mais...
Aly, sendo eu, um leitor e colaborador assíduo do D.C., obviamente não podia ficar fora desta corrente forte de solidariedade que demonstra o carinho, afecto e sobretudo um rico gesto de reconhecimento nacional do excelente trabalho jornalístico que tens prestado a pátria, com muita coragem, quer chova quer faça vento.
O “Ditadura do Consenso” existe já há uns bons anos mas, infelizmente só há sete meses (idade do golpe de estado de 12 de Abril) que descobri este blogue de grande utilidade pública. Experimentei, gostei e fiquei. Esta é a avaliação do blogue que fiz durante este período conturbado pós golpe:
• D.C. é blogue do povo com dose q.b. (quanto basta) de sensacionalismo, de qualidade e porque não com uma pitada de (mínimo que o país precisa) patriotismo;
• D.C. é um veículo de transmissão do sofrimento do povo guineense;
• ajuda a compreender a verdade das coisas sem abafar o feio, o podre e os prejuízos, (muitos irreparáveis) causados ao país;
• posta artigos que respondam as perguntas diárias deste povo sofrido;
• relata notícias de última hora (breaking news) em tempo record;
• da informações baseadas na realidade dos factos;
• não fica indiferente diante da dor e das privações dos guineenses;
• representa o povo guineense de forma digna;
• não ignora o quotidiano do leitor;
• sempre privilegiou o que considerou ser o interesse nacional sobre os interesses particulares. Nota 10/10.
Tudo indica que o Ditadura do Consenso “ka na kaba pabia homi ka ta moli”. Sendo assim, o povo te agradece: DJARAMA Aly!
O fim do D.C. deixaria com certeza muitos guineenses tristes e desprovidos de notícias da nossa querida Guine. Deixaria sem dúvida uma grande lacuna na comunicação social guineense, isto sem menosprezar o excelente trabalho que todos os blogs e sites estão a fazer em prol da democracia e do bem-estar comum.
A continuação do blogue D.C. seria uma decisão acertada mas, nunca te esqueças que a preservação da tua integridade física e a dos teus, deve estar acima de qualquer paixão, de qualquer coração. Não abdiques daquilo que tanto gostas e que fazes tão bem! Não abortes este lindo projecto (Ditadura do Consenso) de grande utilidade pública! Cuida-te “matchu”! Terra sta tirmidu...
Desejo-te, enfim, felicidades, sucesso e que muitas novas e boas ideias surjam para que o “ditadura do consenso” cresça cada vez mais e continue a servir este povo maravilhoso.
Antes de dar o fora, quero, em nome de todos os guineenses apelar a comunidade internacional que de apoios na busca duma solução política inclusiva e definitiva ao conflito e na construção da paz e justiça social, como passo imprescindível para a democracia.
A minha esperança assim como a de todos os guineenses mantem acesa em dias melhores. Um dia, olharei para o meu país e direi para meus filhos: "A Guine é minha, é vossa, é de todos, cuidem e desfrutem...!"
Londres, 18/11/2012
Vasco Barros
COLECTIVO GUINEENSE EM FRANÇA LANÇA APELO A FAVOR DE IANCUBA DJ. NDJAI
COLLECTIF DES RESSORTISSANTS, AMIS ET SYPATHISANTS DE LA GUINEE-BISSAU
O nosso compatriote e amigo Dr Iancuba DJOLA NDJAI está num estado de saùde preocupante e com uma situaçâo financeira dificil para o seu tratamento no hospital Pincipal em Dakar (Sénégal).
Compatriotas, nesses momentos de grande afliçao, todos unidos (patriotas, humanistas, simpatizantes, democratos, etc...) temos um dever moral e uma obrigaçâo da nossa consciência de mobilizar todos os meios para encontrar uma soluçâo rapida à esta situaçâo através de uma solidariedade nacional e internacionale.
Por esta razâo, o “Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guinée-Bissau”, lança um apelo para a recolha de fundos a fim de fazer face às dificuldades financeiras que o Dr Iancuba DJOLA NDJAI està a enfrentar no hospital Principal em Dakar.
Para a sua hospitalisaçâo e a assistência por parte da sua famlia em Dakar, é nécessario meios financeiros e apoios nesse momento particular na luta e sacrificios para a Democracia e liberdade do povo da Guiné-Bissau e da Africa.
Por isso, apelamos à todos os bons sensos, boas vontades, humanistas, Democratas e patriotas para fazerem um « gesto humanitario », segundo às possibilidades de cada um de nos. A vida de DJOLA NDJAI depende agora da nossa fraternidade, “Guinendade”, determinaçâo e generosidade. Nâo devemos permitir uma autosatisfaçâo dos inimigos da Democracia na Guiné-Bissau!
Agradecemos à todos os bons sensos que tiveram a generosidade de fazer um gesto humanista para com o Dr Iancuba DJOLA NDJAI. Com o vosso apoio, a luta para a paz, liberdade e Democracia na Guiné-Bissau permitera o Dr Iancuba DJOLA NDJAI de fazer faz aos demas despesas hospitalares.
Contando com a vossa contribuiçâo financeira, podem fazer a transferencia, deposito de cheque ou liquido no suiguinte numero de conta bancaria:
Crédit Mutuel Paris Montmartre Grands Boulevard
Solidariedade Polon
Code Banque: 10278
Code Guichet 06039
Numéro de Compte: 00021419201
Clé: 28
Podem tambem utilizar bancos de transferencias: Wester Union, MoneyGram, Ria etc...em nomes abaixo mencionados.
Toda ajuda financiera sera justificada por um recibo da nossa parte.
Contactos:
Jorge Albino Monteiro : (00 33) 6 78 22 65 20
Matilde Pontes : (00 33) 1 45 01 61 88
Caramba Sanha : (00 33) 6 50 36 35 75
Maxi Pontes : (00 33) 6 69 18 35 18
Marcelina Monteiro : (00 33) 6 36 71 73 44
Dembo Cante : (00 33) 6 62 36 36 50
Diamentina Monteiro : (00 33) 6 19 64 35 46
Antonio N’Decki : (00 33) 6 68 81 50 20
Carmen Silva : (00 33) 6 16 81 70 40
Flavio Batica : (00 33) 6 61 11 85 72
Rosantina Ramos Da (Necas) : (00 33) 7 70 53 84 80
Valdir Medina : ( 00 33) 6 16 45 95 73
Ivair Spencer (00 33) 6 10 46 46 87
Jean Mendy : (00 33) 6 19 48 42 35
O vosso gesto humanitario dà um grande reforço à nossa UNIDADE NACIONAL!
Para todas as informaçoes referentes às ajudas financieras e outras, podem contactar:
Email: collectifgbfrance@gmail.com
Paris, 17 de novembro 2012
Direcçâo
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