quarta-feira, 25 de julho de 2012

Maravilhoso 1973*


Que isto fique bem claro: se, por exemplo, me for permitido escolher um sítio para nascer novamente (não sei é em que circunstâncias isto pode acontecer...) não hesitaria um nanosegundo: a Guiné-Bissau. E de preferência no Quebo. Não trocaria este País por nenhum outro.

Comemorámos mais um aniversário da nossa independência – o 38º. Eu, para ser sincero, não tenho motivos nenhuns para comemorar, tirando o facto de continuar vivo, a ver e a rir das tropelias e dos malabarismos que se fazem para, dizem, sairmos deste lamaçal curiosamente (ou não) por nós criado e onde nos atolámos desde há muito. Pior do que tudo isto é não sabermos como sair do lodo. Tendemos a criar mais lama sobre a... lama!

Mas, de que independência estamos a falar quando falamos em 38 anos? Da nossa, claro. Sim, mas a nossa independência significará tudo menos independência. Somos dependentes em quase tudo; continuamos, orgulhosamente sós, com os nossos fantasmas. Fantasmas que há 38 anos afrontam tudo e todos, despejando um ódio que ninguém sabe donde saiu - se das entranhas ou das profundezas do nosso ser.

Aqui, neste País, tudo o que se faz de realizações fica limitado ao nosso próprio perímetro: pequeno, bolorento, preto-e-branco e às vezes cinzento. Um perímetro partilhado, ainda assim, por muito poucos. Isso forjou-me a têmpora – e é nessa minha quase-solidão que se forjou aquilo que muitos apelidam de coragem, outros de loucura. Isto parece uma espécie de panóplia em que não se pensa mais nada, que se tem em cima sem sequer se dar conta disso. E eu? Eu vou em frente, faço o que tenho a fazer, o resto não interessa para nada.

Por cá, somos desfolhados lentamente, uma folha por dia, até ao fim. Até se ficar nú. Às vezes até parece que as coisas que (muito) poucos de nós combatemos não existem, que é apenas um delírio na nossa mente. É um estado de espírito que não podemos permitir-nos. É um risco, baixar-se a guarda. Há que estar atento, e eu faço por isso.

Preservo-me e sei como. Nesta inútil batalha em que tenho a certeza de reencontrar o papel de derrotado há algo que não devo descurar. E saber. Tenho a certeza absoluta – pelo que me chega - que estou a ser visto, ando a ser vigiado. Mas não conseguem monitorar-me. Aqui, tudo tornou-se loucura e obsessão. Aprendi, assim, a reconhecer até aquela raiz que penetra na terra nos olhares de quem decidiu olhar de frente certos poderes, ainda que saiba as consequências.

Há que encontrar algo que faça carburar o País. Qualquer coisa. O Ultra-nacionalismo, o anarquismo, a desobediência civil, eu sei lá que mais. Qualquer coisa, mas não - nem por sombras! - um cabide onde nos pendurarmos a comer o pó dos dias e à espera de dias piores...

(*) Maravilhoso, mas com sabor a fel.

António Aly Silva

Portugal exportou armas para a Guiné-Bissau


Jornal "i"

Portugal exportou 684 mil euros em armas e munições para a Guiné-Bissau desde 2009. Eurodeputada Ana Gomes defende que há uma violação da posição comum da UE em matéria de exportação de armas, vinculativa desde 2008

É um sector pouco representativo das exportações nacionais – nos primeiros cinco meses do ano a venda de armas e munições para o exterior representou 0,07% do total – mas um dos mais escrutinados e sujeito a pareceres prévios da direcção nacional da PSP. Os dados do Instituto Nacional de Estatística, actualizados até Maio de 2012 ainda que desde 2009 contem apenas com informação preliminar, permitem apurar todos os países de destino. A Guiné-Bissau surge como o sexto mais importante nos primeiros meses deste ano, com exportações na ordem dos 195 mil euros. Para a eurodeputada Ana Gomes, há uma violação da posição comum da UE em matéria de exportação de armas, que proíbe as vendas para países em risco de tensão e conflitos.

Os dados do INE revelam que desde 2009, ano do assassinato do presidente Nino Vieira, Portugal exportou 684 mil euros em armas e munições para a Guiné-Bissau. Ana Gomes sustenta que esta prática contraria as salvaguardas da posição comum assim como o trabalho da missão da UE para a reforma do sector de segurança na Guiné-Bissau, lançada em 2008 e que deixou o país em 2010. Já no início do ano, antes do golpe de Estado de Abril, uma missão da UE tinha estado no país para avaliar a evolução do combate à droga e implementação da reforma das Forças Armadas, tendo o parlamento europeu aprovado a 13 de Junho uma nova recomendação em que reafirmava a convicção “de que existe o perigo de que a Guiné-Bissau permaneça militarmente instável e incapaz de fazer face a uma corrupção omnipresente”. Nesta resolução, os eurodeputados apelavam ao conselho europeu para que estude a possibilidade de uma nova missão no país.

O i questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Defesa e o Ministério da Administração Interna acerca das exportações para a Guiné-Bissau, sem resposta até ao fecho desta edição. Só este ano, e segundos os dados preliminares do INE, as exportações de munições para o país ultrapassaram os valores totais para os últimos três anos.

MAIS EXPORTAÇÕES PARA PALOP Segundo os dados do INE, nos primeiros cinco meses do ano houve uma quebra das exportações neste sector face ao mesmo período em 2011. Ainda assim, destaca-se um aumento das exportações para os PALOP, que atingem os 351 mil euros, o valor mais elevado desde 2006 para o período homólogo. Depois da Guiné-Bissau, seguem-se as exportações para Moçambique (125 mil euros), São Tomé e Príncipe (12 mil euros) e Angola. O principal país de destino de armas, componentes e munições exportadas a partir de Portugal permanecem contudo os EUA, com um montante de 7 milhões de euros no total de 14 milhões atingido nestes primeiros cinco meses. Registam-se ainda exportações de pequena monta para Japão, Canadá, Coreia do Sul ou Cuba.

Fernando Roque de Oliveira, presidente do Observatório Permanente sobre a Produção, o Comércio e a Proliferação de Armas Ligeiras, comentou ao i que embora no caso da Guiné Bissau seja necessário perceber se as vendas foram feitas no âmbito de algum processo de cooperação nacional, a revisão nacional da lei das armas em Fevereiro de 2011 tornou o crivo menos apertado. “Até então qualquer exportação tinha de passar pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que confirmava a existência das empresas até através dos consulados antes de haver um parecer do Ministério da Defesa. Actualmente a autorização está apenas dependente da avaliação da direcção nacional da PSP, trouxe uma flexibilização indesejável.”

terça-feira, 24 de julho de 2012

Associação dos Estudantes da Guiné-Bissau no Distrito Federal (AEGB/DF)



INFORME Nº 24/07/2012

De acordo com a reunião emergencial da Direção da AEGB/DF realizada no passado Sábado 21 de Setembro de corrente ano, numa das salas do minhocão (ICC- NORTE) UnB, que tem como um dos pontos fundamentais a analise do comunicado da Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil relativamente à criação da dita “Comissão Organizadora, para a celebração da data da Independência Nacional” comunicado em referencia foi assinado pela Embaixadora Eugenia Saldanha Araújo, pedindo a participação de todos os guineenses, estudantes e residentes em Brasília, para organização de um evento que ela chamou de “abrangente e inclusivo” atividade de autoria da AEGB/DF já há 11 anos.

Foi deliberado o seguinte:

O nome da Associação dos Estudantes da Guiné-Bissau no Distrito Federal (AEGB/DF) deve ser utilizado único exclusivamente em qualquer organismo e instituições Brasileiros, IFES, ONGs governamentais e não governamentais residentes no Brasil, nomeadamente, em Brasília, com uma autorização previa da direção da AEGB/DF.

No caso de desacato deste informe sem previa autorização do Uso do carimbo a óleo, papel timbrado e/ou logo marca da AEGB/DF, a direção promete tomar diligências necessárias em função da legislação brasileira contra o infrator arcará com as suas consequências negativas pelo ato inadequado da sua conduta de irresponsabilidade.

Este informe tem efeitos imediatos.

Brasília, 24 de Julho de 2012

Hiaosmin V. T. costa
Presidente

NÃO EXISTE DEMOCRACIA SEM DEMOCRATAS


Caro Aly, aqui vai uma sugestão de um admirador do seu trabalho. Não entre no jogo do quanto pior, melhor. Você é um profissional da comunicação e não um curioso. não se anivele por baixo. Siga fazendo o seu trabalho. 

Cordialmente,

"Depois de um longo período de partido único, na curta história da existência da Guiné-Bissau como país, deu-se abertura política no início dos anos noventa do século passado, guindada pelos ventos de mudanças que sopraram de fora para dentro. Talvez por isso não tenhamos ainda a maturidade de lidar com certos ditames democráticos. A meu ver, não há uma introjeção da cultura democrática na mente de certas figuras da sociedade guineense. Sem querer dar lição de democracia a ninguém que seja, permito-me o direito de opinar como o cidadão, que na democracia, assim como em qualquer processo quotidiano de um povo, deve-se aprender com os erros do passado.

Para corroborar as minhas assertivas, destaco que depois de abertura política, a falta de diálogo conduziu-nos à guerra fraticida que ceifou milhares de vidas e desorientou severamente o país. Na sequencia de primeiras eleições após a guerra, sem privilegiar a via do diálogo, tivemos um presidente destituído, em 2003, por meio de força, ou seja, mediante um golpe de Estado.

Em 2005, depois de mais um período de transição, elegemos um presidente que acabaria por ser assassinado, no ano 2009, em pleno exercício do mandato, logo após o atentando que vitimou mortalmente o então Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. No mesmo ano, elegemos um presidente que viria a falecer em janeiro último, vítima de uma doença prolongada.

Para pôr fim à vacatura presidencial, assumiu interinamente o presidente do parlamento, objetivando a realização das eleições presidências, que acabaram por ser interrompidas por mais um golpe de Estado, sob as mais diversas alegações, preterindo mais uma vez o diálogo.

Recorrentemente, ouvimos declarações eloquentes verbalizadas por algumas individualidades que se arvoram em democratas, mas cujas práticas distam a léguas do verdadeiro sentido da democracia. Esquecem-se que, a democracia não é uma mera questão semântica, mas sim, um conjunto de procedimentos constantes, baseados no respeito à vontade popular. Não podemos nos conformar com o cenário de que nenhum presidente eleito ou governo termine o seu mandato. É inaceitável.

Em que pese a nossa democracia ser muito jovem, já deveria emanar alguns sinais de maturidade, por se tratar de uma aprendizagem constante, posto que, melhor que a democracia é só a democracia melhorada. Para isso, precisamos de pessoas com mentes e espíritos desarmados, dispostos a aprender e a ensinar com os seus atos exemplares, sem medo de errar, pois, errar é o humano, evitando assim, cometer reiteradamente os mesmos erros. Devemos ter a consciência cívica de que precisamos respeitar as opiniões divergentes, por mais que a priori, nos pareçam totalmente absurdas.

Devemos ainda entender que, as cores partidárias, todas elas sem exceção, não devem, a pretexto nenhum, sobrepujar os interesses da coletividade. Para isso, faz-se necessária a consciência de que o conflito de opiniões deve cessar no campo da discordância, sem necessidade de uso de expediente antidemocráticos para fazer valer a nossa opinião.  
Todos os episódios acima e mais outros não enumerados, ilustram o quadro de intolerância e desconfiança que se instalou num pequeno país como o nosso.

Não existe alternativa para melhorar o nosso país que não passe pela tolerância, respeito à diversidade de todas as ordens, combate ao espírito de arrogância e prepotência na gestão de coisa pública. Devemos trabalhar constantemente na busca de soluções pacíficas para os nossos problemas, que não são poucos, mediante comportamento e uso de linguagens moderadas, deixando de lado vocabulários agressivos, com tons de intimidação, como forma de fazer-nos respeitar.

Devemos assumir um compromisso com a nação e as gerações vindouras, em construir um legado democrático que torne a Guiné-Bissau um país cordial e menos hostil ao seu próprio povo. Certa vez, estava eu a conversar com um cidadão estrangeiro, originário de um país africano, que fez uma piada sem graça, aduzindo que o “emprego” mais perigoso do mundo era o de presidente da Guiné-Bissau. Mas, entendo que a violência politica recorrente no nosso país é que oportuniza esse tipo de comentários.
Vamos trabalhar em conjunto, sem olhar a quem, para conseguirmos retirar o nosso país do fosso em que se encontra.

Devemos ter em conta que a democracia não se exerce apenas com palavras bonitas, mas com atitudes democráticas. O ativismo democrático não deve ser fruto de conveniência pessoal ou politica, mas sim, um valor inabalável e inalienável, por mais que a conjuntura política nos seja desfavorável.
Por fim, porém, não menos importante, deve-se ter em sempre em conta que, a democracia não se faz apenas com institutos ou arcabouços jurídicos aliciantes, mas também com pessoas democratas, de pensamentos e ações democráticos.
 
Alberto Indequi
Advogado e Empresário"

Nova greve, desta feita do Sindicato do Tribunal de Contas, que paralisará de 24 a 26 de Julho - exigem novas instalações, pois onde laboram actualmente não tem condições e pertence ao candidato derrotado na 1ª volta das eleições presidenciais de 18 de junho, Henrique Rosa. AAS


Até às eleições, previstas para fins de 2012, John Dramani Mahama, assume interinamente o cargo de presidente do Ghana. AAS

Ghana: Morreu o presidente John Atta Mills. AAS

Carlos Gomes Jr., vai participar na reunião do Comité Africano da Internacional Socialista


O primeiro-ministro Carlos Gomes Jr., regressou ontem de Paris, vindo de Cuba, onde esteve a fazer o habitual check up anual. Antes de regressar a Lisboa reuniu-se com a comunidade de emigrantes guineenses em Lyle.

Na qualidade de Presidente do PAIGC foi convidado pelo Comité Africano da Internacional Socialista para participar na reunião do Comité deste organismo, que terá lugar em Cabo Verde, cidade da Praia entre os dias 30 e 31 de julho. O dossier Guiné-Bissau, soube o ditadura do consenso, estará em cima da mesa onde se prevê desde já uma posição forte de codenação do golpe de Estado de 12 de abril último, e a continuadade da busca da democracia e da liberdade para o povo guineense. Entretanto ficou agendado para breve um enconto, em bruxelas, com José Manuel Durão Barroso. AAS

Só mais uma coisa


"Caro Aly,

Cada um de nós deve fazer algo de bom para Guiné-Bissau. Não é de admirar o comportamento de certas pessoas... A essas pessoas, se não sabiam, agora devem saber que estamos no seculo XXI, ninguém pode silenciar um jornalista sobretudo aqueles que estão ligados ao mundo virtual (a internet). Só um analfabeto (profano) que não conhece o ABC das tecnologias de informacão pensa que pode silenciar o Aly, os seus colaboradores deste espaço da verdade e de defesa da Democracia.

Li centenas de artigos publicados no teu blog, o ditadura do consenso, e nunca vi-te a defender fulano ou beltrano. Defendes, sim,  A VERDADE. Aquando da tua prisão e espancamento e da apreensão dos teus materiais pelos ditos militares (larápios) ao lado do clube Benfica alguém lamentou o acontecido com estas palavras: "SE EU PUDESSE AJUDAR O ALY, AJUDAVA-O PARA DEIXAR ESTA GENTE”.

A LUTA CONTINUA.

Muito obrigado,

Ibraima"

Greve deixa sector da saúde parcialmente paralisado


O sistema de saúde pública da Guiné-Bissau encontra-se parcialmente paralisado devido a uma greve geral de quatro dias iniciada hoje por enfermeiros e técnicos de assistência hospitalar. O porta-voz da comissão da greve, Gaspar Baticã, disse à agência Lusa que a "greve tem uma grande adesão" hoje e que tudo indica que será assim nos próximos três dias. Gaspar Baticã afirmou que, embora os médicos não tenham aderido à greve, estes se mostraram solidários com as reivindicações dos enfermeiros e técnicos da saúde que reclamam sobretudo o pagamento de um conjunto de subsídios e promoção na carreira.

"Os médicos não estão de greve, mas estão solidários com a nossa luta. Há serviços mínimos em todos os departamentos de todos os hospitais e centros de saúde", observou o sindicalista. Gaspar Baticã sublinhou que a "greve vai durar os quatro dias" uma vez que "não existem sinais de entendimento" entre o SINETSA (sindicato nacional de enfermeiros), STS (sindicato de técnicos da saúde) e o Governo.

"Estivemos a conversar com o Governo, com o ministro da Saúde e a sua equipa, durante dois dias seguidos mas não concordámos em nada. Para nós existem três condições inegociáveis para o levantamento da greve", disse Baticã. "Primeira condição, pagamento de seis meses de subsídios de vela e de isolamento; segunda, pagamento de salários aos enfermeiros recém-formados; e, última condição, alteração de letras aos quadros da saúde", enumerou o porta-voz da comissão da greve.

De acordo com Gaspar Baticã, os funcionários da saúde pública não beneficiam de promoção na carreira praticamente há mais de 20 anos. "Um técnico de saúde recebe o mesmo salário durante vários anos. Isso não pode continuar. São estas questões que queremos ver resolvidas de uma vez por todas", disse o sindicalista. A comissão da greve promete fazer um ponto de situação sobre a adesão à paralisação ainda hoje. LUSA

Foi assim


"Amigos,

Acabei de ler no Ditadura do Consenso, uma carta enviada ao Aly, com o titulo "Matchundadi Virtual" e não pude deixar de agradecer esse senhor! Mesmo porque, nós, os vizinhos do Aly, presenciámos in loco todo o esforço dele neste último conflito, tudo para nos retratar a verdade!

No primeiro dia, quando se assaltou a casa do Carlos Gomes, todo Bissau estava em silêncio e nas ruas até dava para ouvir o zoar do vento perante ausência de seres vivos (ninguim ka ossa sta na rua), eu e a minha irmã Dulce, á varanda da casa minha mãe e por volta das 3 da madrugada, vimos o Aly com a máquina ao pescoço em direcção á casa do Cadogo, eu ainda disse á minha irmã: "Não, esse gajo não é louco para ir aí, onde se encontra um batalhão de militares!" Saí devagarinho e fui até á esquina para espreitar se realmente ia para lá. E não é que foi mesmo? Lembro-me de ter dito á minha irmã: "Esse gajo é teimoso!"

Foi assim durante aqueles dias, toda aquela vizinhança viu a incansável luta e persistência do Aly. A irmã dele, a Rosy, chorava para todo mundo: "ele não come, não dorme!" E todos nós presenciamos a força desse homem. Os miúdos da zona, amigos com quem fico a conversar todos os dias (Edymar, Ova, Guto, Welmer, Justem, Geny, Nino, etc…) chamavam-lhe: “Máquina Ticha”, porque não parava!

Quero dizer com tudo isso, que eu sou-lhe muito grata, porque foi sincero e segundo o que sabia, retractou-nos tudo de forma real, com dever de um jornalista! Não pensou que… Não ouviu dizer que… Não supos nem imaginou que… Buscou a verdade e assim a retratou, nua e crua! Portanto, cumpriu com o seu dever de jornalista e foi a fonte mais célere que tivemos naqueles dias! Era opositor forte do Carlos Gomes, mas na hora certa e com coerência, mostrou-se contra as barbaridades. Há algum comportamento mais digno que este?

Parabéns Aly, Homem digno abraça a verdade acima de tudo, não significa mudar de lado, mas estar do lado da verdade!

Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos na organização inicial da revista Kampuni, e com o meu amado primo Hélder Proença, aliás, eu sugeri-o ao meu primo, como alguém que tinha muito mais experiência que eu! Mas por diversas vezes nos embatemos um no outro (eu e o Ticha), cada um a defender o seu ponto de vista e sempre andamos chateados! Mas a verdade é que: eu admiro a sua personalidade e a força que carrega!

S.C."

Universidades: As 100 melhores de África



1  University of Cape Town
South Africa

2  Universiteit Stellenbosch
South Africa

3  University of Pretoria
South Africa

4  University of the Witwatersrand
South Africa

5  University of KwaZulu-Natal
South Africa

6  University of South Africa
South Africa

7  Cairo University
Egypt

8  The American University in Cairo
Egypt

9  Rhodes University
South Africa

10  University of the Western Cape
South Africa

11  University of Dar es Salaam
Tanzania

12  University of Johannesburg
South Africa

13  University of Botswana
Botswana

14  University of Nairobi
Kenya

15  University of Ghana
Ghana

16  University of Lagos
Nigeria

17  Mansoura University
Egypt

18  Makerere University
Uganda

19  Ain Shams University
Egypt

20  North-West University
South Africa

21  Université Cadi Ayyad
Morocco

22  University of Khartoum
Sudan

23  Université de la Reunion
Reunion

24  Kwame Nkrumah University of Science and Technology
Ghana

25  University of Mauritius
Mauritius

26  Cape Peninsula University of Technology
South Africa

27  Universidade Eduardo Mondlane
Mozambique

28  Université Cheikh Anta Diop
Senegal

29  The German University in Cairo
Egypt

30  Assiut University
Egypt

31  Helwan University
Egypt

32  University of Namibia
Namibia

33  Polytechnic of Namibia
Namibia

34  Addis Ababa University
Ethiopia

35  Al Akhawayn University
Morocco

36  Jaamacada Muqdisho
Somalia

37  University of Zimbabwe
Zimbabwe

38  University of Zambia
Zambia

39  University of Ilorin
Nigeria

40  University of Ibadan
Nigeria

41  Nelson Mandela Metropolitan University
South Africa

42  Obafemi Awolowo University
Nigeria

43  University of Education, Winneba
Ghana

44  Universiteit van die Vrystaat
South Africa

45  University of Benin
Nigeria

46  Université des Sciences et de la Technologie Houari Boumediène
Algeria

47  Zagazig University
Egypt

48  Strathmore University
Kenya

49  The Hubert Kairuki Memorial University
Tanzania

50  Presbyterian University College
Ghana

51  Université Mentouri de Constantine
Algeria

52  University of Port Harcourt
Nigeria

53  Kenyatta University
Kenya

54  Sudan University of Science and Technology
Sudan

55  Université Abou Bekr Belkaid Tlemcen
Algeria

56  Central University of Technology
South Africa

57  Tshwane University of Technology
South Africa

58  Université Abdelmalek Essadi
Morocco

59  Université d'Alger
Algeria

60  Université de Nouakchott
Mauritania

61  Minia University
Egypt

62  Université de Batna
Algeria

63  University of Zululand
South Africa

64  University of Agriculture, Abeokuta
Nigeria

65  United States International University
Kenya

66  Université Mohammed V - Agdal
Morocco

67  Université Sidi Mohamed Ben Abdellah
Morocco

68  October 6 University
Egypt

69  Al-Azhar University
Egypt

70  Jomo Kenyatta University of Agriculture and Technology
Kenya

71  Université Mohammed V - Souissi
Morocco

72  Université Hassan II - Casablanca
Morocco

73  Minoufiya University
Egypt

74  University of Fort Hare
South Africa

75  Université Abdelhamid Ibn Badis Mostaganem
Algeria

76  Université Hassan II - Mohammedia
Morocco

77  Jimma University
Ethiopia

78  Université d'Oran
Algeria

79  Université Badji Mokhtar de Annaba
Algeria

80  Université Hassan 1er
Morocco

81  Université Gaston Berger
Senegal

82  Tanta University
Egypt

83  South Valley University
Egypt

84  Ahmadu Bello University
Nigeria

85  University of Swaziland
Swaziland

86  Moi University
Kenya

87  Durban University of Technology
South Africa

88  University of Jos
Nigeria

89  Université Djillali Liabes
Algeria

90  University of Cape Coast
Ghana

91  Université Mouloud Maameri de Tizi Ouzou
Algeria

92  National University of Rwanda
Rwanda

93  University of Malawi
Malawi

94  University of Venda
South Africa

95  Université M'hamed Bouguerra de Boumerdes
Algeria

96  École Nationale Supérieure en Informatique
Algeria

97  Vaal University of Technology
South Africa

98  University of Limpopo
South Africa

99  Université Saad Dahlab Blida
Algeria

100  MISR University for Science and Technology
Egypt

O inimigo feroz


"António,

Neste momento, as minhas principais palavras vão no sentido de lhe desejar as melhoras e uma boa recuperação. Depois disso, só me resta dizer que a estupidez é um inimigo feroz, que exige muita paciência para ser combatido... Por isso, conte até dez, respire fundo, e com a sua determinação e inteligência habitual, continue o seu bom trabalho!
 
Beijinho grande,
LG."

Matchundadi virtual


"Os verdadeiros homens não falam, mas sim fazem.

Quero aqui tentar definir o fator homem (Matchu) em dois tempos: Homem da sociedade moderna, homem da sociedade machista (mathundadi).

1. Homem da sociedade moderna, é aquela capaz de fazer com mérito o que gosta de fazer, homem com conhecimento, homem esclarecido.

Aly Silva, você é homem porque sabes fazer o que gostas de fazer; sabes escrever porque gostas de escrever, quem não sebe fazer o que gosta de fazer não é homem neste termo.

2. Homem da sociedade Machista, é aquele com coragem de enfrentar frente a frente qualquer que seja o desafio, sem pensar nos riscos e consequências que podem advir dessas lutas. Mas falar à distancia, afirmar machismo longe da frente de batalha, é pura e simplesmente bla-blá.

Quanto a segunda definição: Aly, já sabias que estavas a correr riscos, quando, no início deste golpe, sempre te posicionaste do lado da DEMOCRACIA e escreveste contra o golpe de estado do dia 12 de abril? Sim, mas encaraste o desafio no terreno, perto dos golpistas, até ao ponto de seres espancado e preso… isto quer dizer você é homem (Matchu)!

Agora, quem quer escrever mas não sabe escrever, quem gosta de cantar mas não sabe cantar, quem diz que fez programação ou informática, neste mundo de informática, mesmo isso não consegue fazer, não é suficiente para compreender que ele ou ela devem ser um burro por natureza? Estranho...

Aly, queres imitar um burro? Acho difícil, podes tentar mas não conseguirás porque não és burro. Foste sempre crítico das governações na Guiné-Bissau, e isso não quer dizer que és contra a democracia, isso não quer dizer que deves incentivar a violência como forma de resolver os problemas ou a má governação.

E agora, grande Aly: continua a ser homem/matchu, para informar e formar os que querem aprender a ser homem/matchu, como tu. Um desafio: vamos aprender a ser Matchu/Homem.

Josimo"

N'ba luta...


"Caro amigo,

Espero que recuperes bem das cirurgias a que foste submetido. Fiquei a saber atraves do teu e nosso blog que estas em tratamento em Portugal. Pois meu amigo, tens que saber primeiro es tu, segundo es tu, terceiro es tu e só depois é que sao outras pessoas - sao ensinamemtos do meu querido pai, assim sendo primeiro trata da tua saude e nao te compactues com pessoas sem valores ou seja os mesquinhos do nosso Reino unido...
   
Va, recupera-te, sao pessoas como tu que queremos para nos dar informacao do jornalismo da investigacao, porque viveste os cenarios e senteste na pele e mesmo assim continuaste a fazer o teu trabalho. Quanto a mim nao tenho duvidas: com meia duzia de pessoas como tu a nossa Guiné-Bissau iria mudar, ai sim.

Ve-se a diferenca enquanto estes contenciosos sem provas do tal assassinato [Roberto Cacheu] porque nenhum corpo foi encontrado ainda e outros ja falam de certeza ainda que sem provas. Mas uma coisa como amigo te aconselho: de nao voltares a toa para a Guine-Bissau por enquanto porque os que dizem 'nba luta' mas que nao foram, estao de vida e atentos.

Uma boa recuperacao e longa vida, sao os meus votos.

U. Baldé, abri udju"

Duro como aço


"Hi, Mister Aly!

Como vai? Espero que a sua recuperacao seja rapida, porque nos e a sua familia precisamos do senhor mais do que nunca, neste momento tao desagradavel que o pais e o povo da Guine-Bissau enfrenta, por causa de certos individuos que julgam que o nosso pais esta condenado a viver num precipicio como Antoninho no fundo do mar.

Thank for the job and the information you have been providing in your blog. I hope you will continuo do so without paying attention to those people who know nothing, but LIE and STEAL from people and the Country. 
 
Boa sorte e obrigado pelas informacoes!
 
Manuel Dossantos, USA"

A luta é a tua primavera



"Caro Aly

É com enorme prazer e entusiasmo que muitos de nós te acompanhamos através do teu blogue. Espero que estejas óptimo (rijo como sempre).

Não te queria estar a maçar com esta mensagem. Mas como constato que há pessoas que mal conseguem discernir entre crítica ao desempenho de um cargo e uma ofensa pessoal, entre exigência duma explicação para um facto de interesse público, e uma acusação, entre outros que não quero classificar aqui, entendo que mesmo não precisando é justo que te diga que o papel que desempenhas é muito importante.

Pessoalmente e na opinião de muita boa gente és:

- Corajoso – Basta conhecer-te, ou ler os teus artigos, não apenas o blogue porque eu acompanho-te desde os tempos de O Independente, da 'Visão' e do teu próprio jornal, o Lusófono:

- Inteligente: Conheço-te pessoalmente e assim penso, quem pensar o contrário é livre de fazer um cartaz publicitário… Com as próprias opiniões;

- Um Grande Profissional: Basta 'ler-te', é evidente que para um semi-analfabeto, ler o Saramago ou o Tio Patinhas é capaz de ser indiferente. Por outro lado, apesar de muitos não o saberem, 'fizeste escola' numa das melhores redacções da Europa, no jornal O Independente, que foi tão forte em tempos ao ponto de mudar o poder em Portugal. Mas o que se pode esperar de gente que não lê? Para uns não valerá a pena pois ficariam na mesma, outros porém apenas porque não terão dinheiro para tais 'luxos'… Só que, não nos podemos nivelar por baixo, quem não sabe o que diz, que fique simplesmente calado.

Na Europa, uma coisa é trabalhar na função pública (Estado) outra bem diferente é entrar e (con)vencer numa instituição privada de 'top' na sua área de negócio como foi O Independente, onde os critérios são muito selectivos, as exigências constantes e permanentes, os target’s elevadíssimos - não se pode baixar a guarda sob pena de se ser ultrapassado…. Se depois de tudo isto ainda se consegue encontrar humildade e motivação para voltar para a Guiné-Bissau, o mínimo que se pode esperar é respeito e consideração, porque tu fizeste coisas importantes nomeadamente:

- Um site de referência na altura (www.jornallusofono.com), um jornal (o Lusófono), um blogue (este mesmo), que pela relevância do conteúdo, basta digitar “ditad” no Google, que aparece imediatamente na lista de “autocomplete” com 157000 resultados possíveis…

Tens um curriculum que não foi conseguido à custa duma colocação em alguma organização internacional por via do preenchimento de cotas dos países, ou da rotatividade dos mesmos nos cargos das instituições de que são membros - foi a pulso e por mérito.

- Patriota! Se cada um nós pensar no que já fez de concreto, mesmo que seja um carro de lata que tenha sido conhecido, falado, lido, citado, estudado, mencionado, tomado como referência, ou ajudado de alguma forma alguém em alguma tarefa, esclarecido o que for que seja sobre o seu país, e se depois pensarmos em quanto custou (riscos, sacrifícios, do que se teve que abdicar, etc..), talvez se comece a ter uma ideia do que tu fazes;

Quem te escreve mail’s ameaçadores, ou pejorativos, são os mesmo que nos metralham na diáspora com porcarias desprovidas de qualquer sentido e/ou interesse, com origem em Bissau, quiçá no próprio Governo, que em vez de fazer o que deve, dispersa-se, e desperdiça os parcos recursos em coisas que não são da sua competência.

Apesar da minha falta de vocação e pachorra para ensinar – já para aprender é bem diferente, talvez seja um egoísta – penso ser elementar que um ministro informe toda a sua família e Staff de que não podem abrir 'frentes de batalha' sem o seu conhecimento e consentimento, muito menos a devida validação de todo o conteúdo(arsenal) a ser usado nessa 'linha da frente'. Mas para tal as pessoas teriam que estar à altura dos respectivos cargos, e esse não é o caso para a quase totalidade dos membros do actual (des) Governo, que me desculpem a omissão os poucos(quíssimos) que constituem a excepção.

Quanto a "...andar com cheques do Tesouro Público na pasta …" é o equivalente a outras trapalhadas que nos têm envergonhado a todos, nomeadamente:

As forças armadas a falarem no lugar dos serviços de informação e segurança do Estado;

Golpes de Estado que se planeiam no estrangeiro e se executam na cama;

Presidente da República (PR) que diz que não, mas depois nomeia elementos do estado-maior à revelia da constituição;

Assassinar um PR “à catanada” sem que hajam consequências – Convém não esquecer o CEMGFA, Tagmé Na Waie;

Espancar o presidente do tribunal de contas, e um advogado que litiga contra o Estado ou as forças armadas;

Distribuir panfletos e mandar mail’s a dizer que são os traficantes que agridem e matam pessoas pela madrugada, como se isso beneficiasse ou ilibasse o Governo que tem a tarefa de garantir a segurança;

Ter dificuldades em fazer um inquérito conclusivo aos crimes que se têm cometido, quando já temos um elemento do estado maior das FARP que desde a morte do Ansumane Mané e de forma sistemática, tem vindo a explicar tudo o que se passou com uma facilidade invejável (se já temos alguém que sabe tanto, sobre muitos assuntos, não percebo do que andamos à procura);;

Colocar o porta-voz do partido a falar pelo governo;

Viagens particulares do Primeiro-Ministro, do PR, e de vários ministros antes dum suposto golpe de Estado (ou operação de limpeza) … Podíamos passar o dia nisto…

Tu sabes que és jornalista, e mesmo em condições adversas manténs-te concentrado na tua função, já o mesmo não acontece com muita gente, porque somos aquilo que fazemos com o nosso tempo, ou seja, se alguém é membro (ou tronco) de um (des) Governo, mas passa o tempo a inventar desculpa para as trapalhadas, a planear 'limpezas' ou 'contra-golpes', a desinformar, a tentar aldrabar a comunidade internacional, a responder ao ilustríssimo António Aly Silva, no clandô, no engate (fora os pedófilos) - meu caro essa pessoa pode ser muita coisa, mas um governante é que não, com toda a certeza.

Meu caro, quando perdes tempo com certos indivíduos sinto-me prejudicado pela ausência conteúdo no teu blogue, acredita que és uma referência.

Já vi textos em que alguns se gabam de ser muita coisa e por isso se sentem no direito de te agredir, mas tens o consolo de nos ter a nós que te valorizamos, e não somos poucos, se me permites usar o teu estilo, diria que pela parte que me toca, valho por alguns 100 desses, que duma forma recorrente usam a respectiva formação académica para tentar ligitimar a respectiva argumentação.

Mas aqui também estamos confortáveis, porque se o assunto for formação e CV, e o meu é algo que contempla licenciatura em Informática (Eng. de Software), especialização em Sistemas de Informação, 10 anos de experiência profissional ao mais alto nível como Consultor (sempre na Europa), um “sem número” de formações técnicas, comportamentais, e de liderança, certificações técnicas e de gestão (daqueles que são corrigidos nos Estados Unidos da América, 'pati nota caten'), participação e/ou coordenação de projectos em muitas entidades de renome na praça portuguesa e não só (CTT, TMN, DGV, GALP, Ministério da Justiça de Cabo-Verde, etc), e sou dirigente associativo.

Como não me têm feito nada por favor, sinto-me seguro para te dizer que sei avaliar uma pessoa, e o respectivo desempenho, e para o António Aly Silva apenas o seguinte:

É BOM (salvo seja J ), E RECOMENDA-SE

Não por ser rico, ter força, ou um harém, mas sim porque é competente, bem formado (é de família J ), bem-educado (fora alguns momentos de intervalo para pôr os pontos nos iiii's), e é NOBRE de espírito.

Quando deixares de perder tempo em Bissau, da-nos o prazer … por cá.

Um Abraço

MC"

Meu caro amigo, há alturas em que nos sentimos sem forças sequer para reagir a um texto tao bonito. Um abraço fraterno. AAS

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Perseguição


Agora, inventaram esta:

"06. Onde arranjou dinheiro para comprar tantas casas, cuja lista o seu agora amigo e apoiante Aly Silva publicou no seu blogue DITADURA DO CONSENSO?"

MINHA RESPOSTA: No blogue ditadura do consenso, NUNCA foi publicada nenhuma lista de supostos bens do Carlos Gomes Jr.

Isto ainda vai acabar mal - e, pelos meus dois filhos, não volto a avisar... AAS

Subir


"Caro AAS,

Para alem de ser um seguidor assiduo do seu (e nosso) blog, irmao da Guine e na senda da verdade, tenho um enorme interesse em tentar subir para onde estiver e logo de seguida falar consigo, se permitir.
 
Assim que achar pertinente, por favor, da um sinal e estarei ali junto de si para falarmos de algo que considero pessoal. Espero que recupere rapido e com possibilidade de continuar a fazer o seu trabalho ao nivel de que nos habituou.

Deus não nos deixara orfao de quem tudo quanto fez, foi e e sera icar a bandeira da verdade para todos verem.  

Que seja preparada a vereda da verdade nos nossos dias.

Um abraco forte,

Guine Lanta

A verdade liberta!"

'Caso Roberto Cacheu': Comunicado da Liga Guineense dos Direitos Humanos


MEMBRO DE:
 FIDH – Federação Internacional dos Direitos Humanos
 UIDH – União Internacional dos Direitos Humanos
 FODHC-PALOP – Fórum das ONGs dos Direitos Humanos e da Criança dos PALOP
 Fundador do Movimento da Sociedade Civil
 PLACON – Plataforma de Concertação das ONGs
MEMBRO OBSERVADOR JUNTO DE:
 CADHP – Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos

COMUNICADO À IMPRENSA
 
No passado dia 26 de Dezembro 2011, foi anunciado uma suposta tentativa do golpe do estado que culminou com o assassinato de duas pessoas e detenção de varias outras. Conquanto, o paradeiro do deputado Roberto Fereira Cacheu uma das pessoas acusadas de envolvimento nesta alegada tentativa de alteração da ordem constitucional, continua desconhecido.
 
Entretanto, nos ultimos dias, circulam informacoes da sua eventual morte,  inclusive por parte do Governo de Transicao que emitiu no dia 19 de Julho, um comunicado do Conselho de Ministro, no qual informa publicamente que este terá sido assassinado por pessoas ainda por identificar.
 
A vida humana é o bem mais sagrado, a sua defesa e protecção consubstanciam o fundamento da democracia sobre o qual se projectam os demais valores do estado de direito.
 
Contudo, tem-se registado no país várias acções criminosas de execuções sumárias de cidadões cujos autores continuam impunes num claro disrespeito à vida humana com consequências gravosas no processo da consolidação da paz e da reconciliação entre os guineenses.  
 
Caso se confirme o assassinato do deputado Roberto Fereira Cacaheu, a LGDH condena com firmeza e exigi a responsabilização criminal dos autores materiais e morais, de mais um acto macabro e nojento, através de investigações céleres e conclusivas.

Outrossim, a LGDH tem conhecimento de que os Serviços de Informação de  Estado detiveram na sequencia destas investigações várias pessoas entre as quais altos oficiais, da mesma instituição. Neste contexto, a Organizacao apela aos responsaveis desta corporacao policial de que quaisquer investigações com vista ao esclarecimento da eventual morte do Roberto Cacheu devem ser conduzidas pela Policia de Investigação criminal ( no caso guineense Policia Judiciaria). Portanto, a intervencao do SIS esta apenas a comprometer as  investigacoes, em particular a validade das provas a serem produzidas e a credibilidade do processo em causa.

Nesta perspectiva, a Liga reafirma o seu inequivoca apoio e determinação no combate a impunidade na Guiné-Bisau, alertando no entanto que esta luta tem que obdecer rigorosamente o quadro legal e os procedimentos criminais previstos na lei.

Finalmente, a organizaçao exorta as autoridades competentes, Ministerio Publico e o Ministerio do Interior no sentido de se articularem para o esclarecimento mais urgente possivel do paradeiro do cidadão Roberto Cacheu ou das circunstancias do seu eventual assassinato.

Feito em Bissau aos 23 dias do mes de Julho 2012

A Direcçao Nacional

Feito em Bissau, aos 23 dias do mes de Abril 2012
A Direcção Nacional

'Caso Roberto Cacheu' - Comunicado do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento


COMUNICADO À IMPRENSA
 
O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento acompanha com bastante preocupação a noticias veiculada nos órgãos de comunicação social sobre o presumível assassinato do Deputado da Nação Roberto Ferreira Cacheu.
 
A noticia do assassinato de qualquer cidadão merece atenção do Movimento N. da Sociedade Civil, como também, das autoridades publicas, sobretudo quando se trata de assassinatos de caris político ou ideológico.
 
A forma divulgada como foi perpetrado o presumível assassinato do Deputado Roberto Cacheu, é hediondo e repugnante, pelo que o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento delibera o seguinte:
 
 
1. Exortar as autoridades competentes, nomeadamente, o Ministério Publico, a Policia Judiciária a rápida instauração de inquérito com vista ao esclarecimento do caso de uma forma isenta e transparente, se for possível que seja conduzida  por uma entidade independente e credível, em nome da Justiça, Estabilidade e do Estado de Direito Democrático;
 
2. Apelar à classe política no sentido de evitar a politização do caso tendo em conta a natureza do caso e, porque ainda se trata do caso da policia  que é da competência dos órgãos jurisdicionais e  de investigação;
 
3. Apelar aos Serviços de Informação do Estado e ao Ministério Publico no sentido de assegurar o estrito cumprimento das normas e garantir a integridade das pessoas detidas em conexão com o caso, tendo em conta a necessidade de cumprimento dos direitos fundamentais  e transparência do processo
 
 
Bissau, 23 de Julho de 2012.
 
O Movimento da Sociedade Civil
 
 
Movimento E-mail: movimentosc@yahoo.com.br; elbachir_12@hotmail.com   Sede Provisória, Rua-Justino Lopes, Casa Nº13 (atrás da casa Escada), Tel (245) 6604831/675.20.31 Cp.n 65-Bissau/ Republica da Guine-Bissau

Au, au


"Irmão,

Tenho visto algumas trocas de mails e mensagens de solidariedade que subentendem um ataque à tua pessoa. De qualquer das formas, quero somente dizer-te que o teu trajecto fala por si, e, para mim, entrar nesses debates é perda de tempo. O teu espaço está conquistado e ninguém to poderá, tirar ou questionar..., por isso como diz o velho diatdo popular, "os cães ladram, a caravana passa".

Um abração e muita paz e saude.

L.P.F"

GESTAO DAS CRISES NO MALI E NA GUINE-BISSAU: O método da CEDEAO posto em causa



O Coordenador da Open Society Iniative for Africa (OSIWA), Mathias Hounkpe pôs em causa a gestão da Comunidade Economica dos Estados da Afrique do Oeste (CEDEAO) nas crises no Mali e na Guiné-Bissau. Segundo ele, os actores deste orgão sub-regional não possuem nenhuma linha de conduta credivel para a resolução dessas crises. Hounkpe falava no decurso de uma conferência de imprensa tida quarta-feira, 17 de julho, sobre os resultados dos estudos do International Crisis Group (ICG) sobre a Nigeria, o Mali, a Libéria e a Guiné-Bissau. A posição moderada/contemporizadora da Comunidade Economica dos Estados da Afrique do Oeste (CEDEAO) na resolução das crises no Mali e na Guiné-Bissau, segundo a opinião de Mathias Hounkpe de OSIWA, resulta de uma fraqueza dos actores desse orgão sub-regional. Segundo ele, os actores não se sentem capazes de seguir uma linha de conduta traçada por eles mesmos.

Efectivamente a CEDEAO, apos o golpe de estado ocorrido nesses dois paises, tinha tornado publico uma declaração de «Tolerancia Zero» contra os golpista que tinham derrubado os poderes legitimamente instalados. Se, de uma forma aceitavel essa tolerância zero foi aplicada ao Mali contra o grupo do capitão SANOGO, na Guiné-Bissau não foi esse o caso. A CEDEAO, validou nesse pais aquilo que julgou inaceitavel no pais de Modibo DIARRA, negociando com o comando militar a implimentação de um governo de transição na Guiné-Bissau.

Essa posição de contemporização da CEDEAO obedece em principio, segundo Vincent Fourcher, analista conceituado das questões da Guiné-Bissau junto à ICG, a uma logica revenchista dos actores deste orgão contra a Republica de Angola. De sua opinião, se a CEDEAO decidiu assumir a seu encargo exclusivo, toda a operação ligada à operação Bissau-guineense e reconhecer o governo de transição contestada por Angola e Portugal, mais não é do que um acto de vingança e revanchismo contra Angola, que decidiu unilateralmente de intervir na questão guineense sem os consultar.

Segundo ele, é dentro desse quadro que se inscreve a contemporização dos orgãos da CEDEAO na crise guineense. Porém, para o politologo Babacar Justin Ndiaye, «outros factores, tais como a posição do Senegal face a crise guineense e a zona geopolitica na qual se encontra o Mali podem justificar a falta de coerência na conduta da CEDEAO sobre estas duas crises sub-regionais. Para ele, «por razões de segurança na zona sul do pais, o Senegal não pode deixar a Guiné-Bissau mergulhar no caos, sendo porém que, no Mali a situação é totalmente diferente»

Fonte: SUDONLINE

Por: Nando Cabral Gomis

Vai com calma mas fode essa caterva


Quando alguem de qualquer país emigra (cai na diáspora) dificilmente se reintegra se regressar.

No caso da Guiné-Bissau, desde Luís Cabral, quem tinha alguma capacidade desistiu e não regressou mais; só o Nino Vieira mas foi o que se viu. Só vão ficando, por exclusão de partes os tribalistas, incultos, e a maioria tanto são guineenses como gambianos ou senegaleses e da outra Guiné, depende das ligações tribal-familiares. A Guiné-Bissau está sabotada por traidores e vendidos principalmente à França e Senegal (a conversa do cólon tuga, pequeno e atrasado, azar que nos calhou).

Vai denunciando o coro racista antigo à boca pequena que nem Amilcar Cabral tinha direito de ser Presidente da Guiné-Bissau. Como o Cadogo penso que não será de nenhuma tribo já o querem foder com outros argumentos, para disfarçar. Claro que eu digo isto, porque fui cólon em Angola e trabalhei na Guiné-Bissau na Tecnil no tempo do Luís Cabral e mais umas “chulices cooperativistas” e ouvi muita merda.

Como já sou velho, conheci muito caboverdeano que achava que Amílcar Cabral era parvo e eu também achava. Mas como a merda já foi feita não há nada a fazer. E provavelmente tu nunca passarás de jornalista sem jornal, trata de te defender aconselhando-te com guineenses destribalizados mas que sejam sérios.

Evita extremismos, porque com o que sabes pode fazer alguma coisa para ajudar a salvar aquelas fonteiras. Digo isto como português, que não gostava, como Amilcar não gostaria de ver aquelas fronteiras diluídas na francofilia. Os jovens de Casamança continuam a falar crioulo, ouvi eu, e isso pode sabotar aquilo tudo. Pode ser que a Gâmbia ajude alguma coisa, com aquele toque rectal no Senegal!

Coragem."

domingo, 22 de julho de 2012

Rir para não chorar: "Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais!" Bob Marley

Transparente



Sondagem DC - Pergunta: "Os membros do 'Governo' de transição devem ser sancionados pela CEDEAO, União Africana, União Europeia e Organização das Nações Unidas?"

Votos apurados: 1.159

Respostas:

SIM - 933 (80%)

NÃO - 189 (16%)

TALVEZ - 21 (1%)

NÃO SEI / NÃO RESPONDO - 16 (1%)

AAS

Aos (des)instalados


"Prezado Aly,

Desejo-te sossego e concentração no restaurar da tua saúde. Saúde essa a que tens direito como todo e qualquer ser humano feito à imagem de Deus, sinónimo da verdade e amor; Amor sim, você sempre amou esta terra; fizeste a vida militar aqui na Guiné-Bissau nos anos 80’s; partiste depois para "tugas"; e tiveste a coragem de voltar e viver o nosso calvário desde Cabo Roxo, até Pirada, passando por Cacine, Bolama e Tchon di Budjugus.

Ao contrário daqueles (alguns) cobardes (des)instalados na Europa e que sempre fugiram e negaram o carinho, amor e afecto que esse povo tanto exigia deles e de todos nós, mas que nesta hora estão a dar com a boca no trombone, com meras suposições, doseadas de ódio cego. Você sim, viveu e testemunhou o calvàrio desse povo, ficaste com sinal de brutalidade, cobardia e de ignorância para toda a vida, "aqueles" que pensam que morreste, estão enganados, porque você e o blog ditadura do consenso são como um leão, e um leão nunca morre, mas sim dorme.

Acorde o mais rápido possível.

Nevabamon, S. Tcharty"

Regresso


"Bom dia, Aly

Sei que estás a passar por um momento difícil, mas neste momento tens que te mentalizar que estás aí para te recuperares e voltares à tua vida normal o mais rapidamente possível. Desejo-te as rápidas melhoras durante este período de convalescença. 

Cumprimentos,

M. Djalo"

Infelizes e ignorantes



"Olá, tudo bem?

Estive a ver agora o teu blog com mais calma...digo-te que fiquei sem reacção...lamento muito o que se está a passar, mas peço-te que continues a ser superior como tens sido até então. Tu melhor que ninguem sabes como "nós" os guineenses somos... Eu não cresci em Bissau, mas nestes últimos 2 anos em que lá estive, posso afirmar que temos ainda um longo caminho a percorrer...sei tambem que ainda sou muito nova e que tenho muito para descobrir sobre o nosso país.

Não te conheço pessoalmente, mas pelo pouco que falamos e pelo que leio no teu blog, simpatizei muito contigo, admiro a tua coragem, intelegência e o teu amor incondicional pela Guiné-Bissau.

Quero deixar aqui o meu apoio, para que saibas que os "infelizes" que estão a tentar destabilizar-te não passam disso mesmo - são e serão sempre isso: infelizes e ignorantes...não gastes as tuas energias com gente como essa pois não merecem de todo que o faças!

Força ai e continuação de uma boa recuperação
beijos,

N.T"

Gâmbia: Agente da secreta é agora 'embaixador' em Bissau


Yaiah Djemeh acreditou um novo Embaixador da Gâmbia junto do Governo de Transição da Guiné-Bissau. A indicação recaiu num homem da secreta, há muito em Bissau - Abdou Jarjou foi oficializada no passado dia 20 de Julho, e entregou já as cartas credenciais ao Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo. AAS

sábado, 21 de julho de 2012

Aos ignorantes



"‎António Aly Silva:

Combater a ignorância é uma tarefa absurdamente hercúlea. É uma praga intermitente que, quando num dia pensamos ter sido “quase” suprimida, no dia a seguir aparecem milhares de milhões sem nos apercebermos de onde ou quando chegaram todos ao mesmo tempo. Ao longo da minha infância, ouvi muitas vezes a minha falecida avó Aldonça repetir que “A conversa está entre duas pessoas” e na altura não percebia o verdadeiro sentido da palavra.

Hoje, cada vez mais constato que quando a pessoa A não tem a capacidade de compreender o que a pessoa B pretende dizer (por vezes algo tão simples) então não poderá haver diálogo. Respira fundo (sabes aquele símbolo em sânscrito, Om?) e cuida de ti neste momento porque amanhã, como de costume, irão aparecer às resmas, às paletes... uffff....milhares de milhões.

A. M."

Assassinatos vs Populismo - Basta!


"Aly,

Acho estas acusações de assassinatos e de presumíveis assassinatos tudo normal, mas o que não julgo coerente, é por exemplo um PODER Instituído legalmente ou não, mas com poderes para o efeito, não levar avante uma acusação formal e julgamento público isento, de todos os Indivíduos ou Grupo de Indivíduos que eventualmente estejam implicados nesses crimes.

Estamos fartos de acusações não formalizadas, de Conferências e Imprensa e Comunicados Populistas e queremos (povo Guineense) que todos os autores desses Crimes, quer material bem como moral, sejam levados a justiça e condenados. BASTA DE UTOPIA E DA IMPUNIDADE!
R.P."

Obrigado



"Olá Aly

Ainda não tive o prazer de te conhecer pessoalmente mas sou uma grande admiradora (entre os muitos que acredito teres) do trabalho que tens desenvolvido em prol da Guiné-Bissau. Eu nasci na Guiné, mas vivo em Portugal há 30 anos. Enquanto o meu Pai estava de vida fui á Guiné-Bissau algumas vezes, confesso que em cada uma das vezes que lá fui não demorei mais do que 15 dias. É muito pouco tempo para saber o que quer que seja acerca de um país principalmente um tão complexo como é a nossa Guiné-Bissau.

Sempre estive muito distanciada de tudo o que envolvia a Guiné-Bissau, amigos tugas, escolas (não digo turmas) em que era a única africana, e acho que a minha mãe também acabou por nunca nos incutir (a mim e à minha irmã) a proximidade que teríamos que ter com as nossas raízes… enfim. Após o golpe de estado de 12 de Abril e á medida que o teu nome ia surgindo na comunicação social fui espreitalhando (espreitar + vasculhar) o teu blog e percebi o quanto eu desconhecia sobre a Guiné-Bissau.

Hoje, quando acordo, a primeira coisa que faço é ligar o portátil e ir ao teu blog, ansiosa por saber informações sobre a Guiné. Agradeço-te verdadeiramente, Aly, por despertares em mim a vontade de conhecer mais sobre este País que me viu nascer e acima de tudo pelos pequeninos planos (estão a crescer) que agora começam a surgir no sentido de um dia rumar à Guiné, e contribuir com a experiência, conhecimento que todos fomos adquirindo,para tornar a Guiné no país que todos queremos e esperamos que seja.

Parafraseando o que alguém disse.

"Uma pessoa com convicção tem a força equivalente a 100 mil que tenham interesses apenas"- John Stuart Mill, filósofo inglês.

Muito Obrigada

P.S. se eventualmente quiseres publicar, agradecia apenas que o fosse de forma anónima."

Pois


"Se os que apontam números de telefone na parede são mais abundantes dos que os apontam no próprio telemóvel, como é que este país poderá ter avanços positivos? Faço esta pergunta em solidariedade contigo, pelo teu desabafo no blog.

M.S.B."

Guiné-Bissau, Mudanças de liderança de UA e CEDEAO potenciam reflexos na crise interna


1 . A eleição de Nkosazana Dlamini-Zuma, sul-africana, para o cargo de presidente da Comissão da União Africana e, adicionalmente, a próxima atribuição à Gâmbia da presidência rotativa da CEDEAO, estão a gerar reacções de cautela em meios comprometidos com o golpe de Estado de 12.Abr; de regozijo nos demais meios.

O carácter complacente da atitude da CEDEAO face ao golpe de Estado foi crucial para o desencadeamento da acção militar, de per se, e para a consolidação do status quo a que a mesma deu azo. Esta evidência foi propiciada pela conduta da UA de reservar aos agrupamentos regionais papel mais activo na resolução de crises de natureza afim.

Angola foi, depois da África do Sul, o país que mais activamente se aplicou na eleição de N Dlamini-Zuma; pôs à sua disposição, inclusive, fundos destinados a subvencionar a campanha eleitoral. São “plausíveis” expectativas segundo as quais a nova presidente definirá uma linha de conduta mais resoluta em relação a golpes de Estado.
As autoridades angolanas sentiram como uma “humilhação” as condições em que procederam à retirada da sua missão militar na Guiné-Bissau, Missang, no seguimento do golpe de Estado. Têm agido na linha de uma política considerada de “desforço” relativamente às novas autoridades e seus apoiantes regionais.

A passagem para a Gâmbia da presidência rotativa da CEDEAO também é considerada um “mau augúrio” em meios afectos ao golpe de Estado. Yaya Jammeh, Presidente da Gâmbia, assumiu-se como notório e constante adversário do golpe de Estado na Guiné-Bissau e há indicações de que faz tenção de manter intacta doravante essa conduta.
A Gâmbia, um país de diminuta dimensão territorial, não é considerado politicamente influente no contexto regional. A condenação pública do golpe de Estado na Guiné-Bissau foi vista no quadro de rivalidades com o Senegal; mas também reflexo de uma necessidade de protagonismo político capaz de compensar a exiguidade do país.
Nas últimas semanas têm vindo a notar-se em países como o Senegal e Nigéria atitudes interpretadas como menos contemporizadoras com o golpe de 12.Abr. Conjectura-se que tal realidade (no caso da Nigéria, situada no plano mais vasto da sua política africana), se destina a “antecipar” mudanças desenhadas para a UA e CEDEAO.

A ideia de que a CEDEAO se prepara para corrigir a linha da sua política face à crise na Guiné-Bissau, inspira-se em considerações tais como a de que só isso a poupará de eventuais embaraços. A estabilidade na Guiné-Bissau é considerada “precária” devido a fracturas internas e a um cerrado isolamento internacional, alargado a sanções.
A correcção delineada consiste em transferir a coordenação do processo relacionado com a crise na Guiné-Bissau para a UA. A CEDEAO manter-se-á no terreno, mas, por iniciativa da UA tendo agregadas forças originárias de outras organizações do sistema internacional, em especial a CPLP (representada pelos seus membros africanos).

2 . Rui de Barros, actual PM, manifestou a intenção de se demitir, para o que invocou razões como os “escassos poderes” que considera estarem de facto ao seu alcance para gerir/controlar as finanças públicas. Foi persuadido a não o fazer, na noite de 10/11.Abr, por intercessão de Serifo Namadjo, PR, e de Gen António Indjai, CEMG.
A ausência de controlo pelo Governo das finanças do Estrado é devida a uma prática de constantes apropriações pelos militares de fundos à guarda do Tesouro ou afectados aos ministérios (arrecadação de receitas fiscais e aduaneiras). As apropriações, por vezes coercivas, são efectuadas por oficiais “a mando” do CEMG, A Indjai.

3 . A posição preponderante de A Indjai na actual ordem política na Guiné-Bissau continua a ser referenciada em relatórios de situação de origem diversa. Detalhes do inside de uma reunião do Conselho Superior de Defesa, 12.Jul, convocada para fazer o balanço dos 3 meses decorridos desde o golpe de Estado:

- A subalternidade em relação a A Indjai mantida em toda a reunião pelo PR, Serifo Namadjo – que formalmente preside ao orgão; idem, mas de forma ainda mais notória, da parte do presidente interino na Assembleia Nacional, Sori Djaló.

- A Indjai revelou que as FA conseguiram recuperar 3 tanques T-54, prometendo para breve a recuperação de 2 baterias de lança foguteses múltiplos - Katyuska; como forma de assegurar munições para a “técnica” recuperada propôs, sem objecção ou reparo de nenhum dos presentes, a celebração com a Rússia e a China de acordos visando o fornecimento das referidas munições em troca da concessão de facilidades de pesca.
A Indjai, geralmente identificado pela “elementaridade do seu pensamento”, denota agora empenho especial em influenciar/promover acções que o próprio aparentemente avalia como podendo vir a esvaziar a persistente pressão política externa exercida sobre o regime – instalado através golpe de Estado.

Numa reunião recente para a qual o PM convidou todo o corpo diplomático acreditado em Bissau, apenas compareceram representantes de países da CEDEAO. Nenhum da União Eopeia ou de organizações internacionais. A China fez-se representar por um funcionário de menor categoria que os anteriormente despachados para tais missões.

No entendimento de A Indjai, o Governo e as novas autoridades devem começar a aplicar-se na realização de eleições gerais. Figuras com má reputação externa, como o Alm Bubo Na Tchute e Kumba Yalá, devem manter-se distantes da política e da vida pública. A Indjai não se inclui entre tais figuras.

O papel de inspirador e/ou concicionador do processo de decisão política, que A Indjai exerce, também se manifesta em abordagens que faz de temas como futuras eleições. P ex, o PAIGC só poderá candidadatar-se com nova direcção (ódio a C Gomes Jr); um bom candidato presidencial seria o advogado Domingos Kadé, bastonário da Ordem.

4 . Entre as divisões identificadas na sociedade em geral está a ser prestada atenção especial às de extracção étnica e às que estalaram entre os próprios balantas – tribo actualmente mais representada no poder e com o mesmo conotada.

- Os balantas, em geral, são vistos pelas restantes tribos, algumas das quais, como a dos fulas, de dimensão equivalente, como constituindo um grupo privilegiado; comumente apontado o facto de serem maioritariamente balantas os quadros superiores do Estado formados nos últimos anos (juristas, médicos, engenheiros, etc).

- Os balantas do S estão cientes de que são preteridos em relação aos do N, atribuindo a Kumba Yalá responsabilidades pela sua marginalização; apontado como exemplo o facto de serem do N os 84 generais balantas que desde o consulado de Kumba Yalá foram promovidos ao posto.

5 . Meios especialmente atentos ao narcotráfico que usa a Guiné-Bissau como placa giratória entre a sua origem, América Latina, e destinos como a Europa, notam que o à-vontade com que a actividade é agora praticada aumentou. O aeroporto do Bissau já foi usado em operações que normalmente se faziam em pistas remotas, como Cufar.

Chefes de Estado da CPLP homenageiam Malam Bacai Sanha


IX CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
 
Maputo, 20 de Julho de 2012
 
Homenagem ao Presidente Malam Bacai Sanhá
 
 
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) presta homenagem à memória do Presidente Malam Bacai Sanhá, Presidente da República da Guiné-Bissau falecido a 9 de Janeiro de 2012, no decurso do seu mandato, recordando o seu contributo na defesa dos valores da paz e democracia na Guiné-Bissau.
 
O Presidente Malam Bacai Sanhá soube valorizar e realçar a importância da CPLP na concertação político-diplomática e  cooperação  entre os seus Estados membros, enaltecido ainda mais na sua articulação com organizações regionais, tendo sido um dos impulsionadores do Memorando de Entendimento entre a Guiné-Bissau, a CEDEAO e a CPLP, instrumento considerado na altura prioritário e determinante para o processo de reforma dos setores da defesa e segurança neste país.
 
Enquanto estadista e político experiente, Malam Bacai Sanhá esforçou-se por promover a estabilidade governativa, após sucessivos golpes de Estado militares e constitucionais. O seu legado deve servir de inspiração para a resolução da atual crise militar, política e institucional que a Guiné-Bissau atravessa.
Nós, os Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa, reunidos em Maputo, Moçambique, prestamos homenagem à memória do Presidente Malam Bacai Sanhá pela contribuição que deu a esta Comunidade, pela sua ação como Homem e Político.
 
 
Feita em Maputo, a 20 de Julho de 2012

PAIGC escreve a João Honowana


Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
Secretariado Nacional

Para: Senhor João Honowana
​Director Divisão África 2
​Departamento dos Assuntos Políticos
​Nações Unidas      
​Nova York
 
Do: Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC)
 
Assunto: Crise Politico Militar em decorrência do Golpe Militar de 12 de
                Abril de 2012/Cronologia dos Acontecimentos
 
Local e Data: Bissau, 16 de Julho de 2012
 
1. Em 11 de Abril de 2012, o Secretariado Nacional do PAIGC, torna público através de um Comunicado, a interferência da instituição militar em questões políticas, expressas pelo Senhor Tenente Coronel Daba Na Walna, porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas, incompatíveis com o seu estatuto de militar no activo;
2. Com os acontecimentos do dia 12 de Abril do ano corrente, o País e o Mundo foi surpreendido com um Golpe de Estado perpetrado por um auto-denominado Comando Militar do Estado Maior General das Forças Armadas; 
3. Nesta conformidade, reuniu-se no dia 14 de Abril de 2012, em Bissau, na sede Nacional do Partido, sob a presidência do Primeiro Vice -Presidente do Partido, Camarada Comandante Manuel Saturnino da Costa, a Comissão Permanente do Bureau Politico alargado ao Secretariado Nacional, a fim de analisar a situação político-militar decorrente do golpe de Estado referido em epígrafe, tendo no final produzido um Comunicado;
4. Do Comunicado dessa reunião, ressalta-se a denúncia e condenação com veemência do Golpe de Estado e todas as manipulações políticas subjacentes, responsabilizando-se perante a comunidade nacional e internacional os seus autores, bem como as exigências da reposição imediata da ordem constitucional e a libertação incondicional do Presidente da República Interino e do Primeiro- Ministro detidos na ocorrência do acontecimento supracitado;
5. Em 15 de Abri de 2012, os partidos políticos (CD, PRN, PST, PND, PP, PPD, PUSD e UPG), Movimentos de Apoio (Cadogo Cu Nô Misti, Lifanti Garandi e Guiné Lanta) e personalidades que apoiaram o candidato do PAIGC às eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, emitiram um Comunicado condenando o golpe perpetrado pelo Comando Militar no passado dia 12 de Abril, e exigem a libertação imediata e incondicional do Presidente da Republica Interino e do Primeiro-Ministro, assim como o retorno a ordem constitucional e o respeito pelas decisões do Supremo Tribunal de Justiça;
6. O Bureau Politico do PAIGC reuniu-se em Sessão Extraordinária no dia 16 de Abril de 2012, sob a presidência do 1º Vice-Presidente do Partido, para debater e analisar a actual crise político-militar instalada no país, resultante do golpe de Estado, tendo deliberado entre outros assuntos, a ratificação do Comunicado da reunião do dia 14 de Abril de 2012 da sua Comissão Permanente alargada ao Secretariado Nacional, assim como a condenação da censura exercida sobre os meios de comunicação social estatais e privadas e, por fim mandatar a Comissão Permanente na base do estipulado no artigo 33º, alínea b) do Estatuto do PAIGC, para em seu nome, acompanhar a evolução da situação política nacional em curso;
7. A 16 de Abril de 2012, à convite da representação na Guiné-Bissau da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), uma delegação do PAIGC, chefiada pelo Secretário Nacional, Camarada Augusto Olivais, teve um encontro de trabalho com os enviados da CEDEAO, tendo à sua testa o seu Presidente da Comissão, Senhor Desiré OUEDRAGAOU e composta de representantes da Nigéria, Côte d’Ivoire, Senegal, tanto civis como militares (Chefe de Estado Maiores das Forças Armadas), tendo saído dessa reunião por um lado, o compromisso da CEDEAO de tudo fazer para a libertação dos detidos e da exigência do respeito da ordem constitucional e da condenação do golpe perpetrado pelo militares, e por outro, o PAIGC engajar-se na busca de soluções para a saída da crise resultante dos acontecimentos do dia 12 de Abril, confiando a CEDEAO o papel de mediador entre as Partes em conflito;
 
8. No dia 18 de Abril de 2012, o Grupo Parlamentar do PAIGC, reuniu-se na sede nacional do Partido, em Bissau, sob a presidência do seu Presidente, Deputado Rui Diã de Sousa, para entre outras deliberações, condenar o sucedido no dia 12 de Abril, assim como subscrever na íntegra as exigências constante no Comunicado da Comissão Permanente do Bureau Politico do Partido de 14 de Abril;
9. Em 19 de Abril de 2012, na sede Nacional do PAIGC, em Bissau, os partidos políticos legalmente constituídos (PAIGC, PND, PST, PRN, CD, PUSD, RGB, UPG, PP e PPD), personalidades políticas, deputados de alguns partidos da oposição, vários movimentos de apoio a candidatura do Presidente do PAIGC às eleições Presidenciais
(CADOGO PRESIDENTE, Kadogo Ku nô Misti) e da Sociedade Civil (Associações de Comerciantes, União Nacional dos Trabalhadores, Confederação Geral dos Sindicatos Independentes, Sindicato de Motoristas, Confederação Nacional da Juventude e Rede Nacional de Juventude), criaram uma frente nacional comum anti-golpe para a reposição da ordem democrática e constitucional denominada de FRENAGOLPE, aberta a todas as individualidades e organizações da classe politica e da sociedade civil;
10. Em 19 de Abril de 2012, na sequência da intenção deliberada de alguns sectores políticos e militares, nomeadamente o porta voz do Comando Militar em induzir o povo guineense e a opinião pública nacional e internacional à acreditar que o Partido auto exclui-se do processo de criação de estruturas de transição politica no País, a Comissão Permanente do Bureau Politico do PAIGC emite um Comunicado a reafirmar perante os guineenses e a comunidade internacional que não pode, em nenhuma circunstância participar ou associar-se a procedimentos anti-constitucional e nem reconhece a entidade que anima as reuniões entre o Comando Militar e alguns partidos políticos e condena com toda veemência e vigor a assinatura no dia 18 de Abril de 2012 do pretenso “Acordo para Estabilização e Manutenção da Ordem Constitucional e Democrática”, para além de instruir o seu governo legitimo para ordenar todos os funcionários públicos, responsáveis de projectos e outras instituições públicas a não obedecerem ordens ou instruções de qualquer entidade que não sejam as resultantes do sufrágio exercido pelo povo guineense, em pleno exercício do poder democrático; 
 
11. O Secretariado Nacional do PAIGC, emite em 20 de Abril de 2012, um Comunicado, onde rejeita publicamente as designações de Manuel Serifo Nhamadjo (1º Vice Presidente da Assembleia Nacional Popular) e Sori Djaló (2ºVice Presidente da Assembleia Nacional Popular), como Presidente da República da Transição e Presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), respectivamente, para os quais foram “nomeados” pelo auto-denominado Comando Militar; 
12. A Comissão Permanente do Bureau Politico do PAIGC, na sequência do mandato que lhe foi conferido pelo Bureau Politico, sob a presidência do 1º Vice-Presidente do Partido, reuniu-se no dia 22 de Abril de 2012, a fim de analisar a evolução da situação político-militar, tendo entre outras deliberações, retirar confiança politica ao suspenso do PAIGC, Manuel Serifo Nhamadjo, pela sua atitude traidora e irresponsável, perante a decisão soberana do Supremo Tribunal de Justiça, indigna de um dirigente do Partido e de membro da Mesa da Assembleia Nacional Popular, que é suposto defender a Constituição e as demais Leis da República e que transformou em golpista e fora de lei; 
13. O Secretariado Nacional do PAIGC emite em 24 de Abril de 2012, um Comunicado denunciando junto do povo guineense e da comunidade internacional, da tentativa de invasão à sua sede nacional e da exibição de violência gratuita por parte de um grupo de dirigentes e militantes apoiantes da candidatura do derrotado na 1ª volta das eleições presidenciais de 18 de Março de 2012, Senhor Manuel Serifo Nhamadjo, membro do Bureau Politico do PAIGC, suspenso provisoriamente do Partido;
14. Em 26 de Abril de 2012, em Abidjan, Côte d’Ivoire, teve lugar a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, a fim de examinar a situação política, segurança e humanitária em Mali e Guiné-Bissau;
15. A Cimeira Extraordinária, no seu Comunicado Final, relativamente à Guiné-Bissau, entre as decisões tomadas, reafirmou o princípio fundamental da tolerância zero para a tomada ou manutenção do Poder por meios não constitucionais, bem como o papel apolítico dos militares na democracia, tal como consagrado pelo Protocolo Adicional sobre a Democracia e Boa Governação, para além de condenar firmemente o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 perpetrado pelo Comando Militar e seus associados e denunciar a interrupção do processo de eleição presidencial, assim como a detenção do Presidente da República Interino e do Primeiro-Ministro pela Junta Militar; 
 
16. Os Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO solicitam a libertação imediata e sem condições do Presidente da República Interino Raimundo Pereira e do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, e todas outras pessoas detidas ilegalmente pela Junta Militar e suas entrega à disposição da CEDEAO, UA ou ONU, e solicitam igualmente a restauração imediata da ordem constitucional; 
17. Ainda no comunicado final da cimeira de Abidjan, exorta as Partes em conflito de se remeterem à mediação da CEDEAO que visa acordar sobre as modalidades de transição consensual com vista a realização das eleições dentro um prazo de 12 meses, tendo em conta o engajamento por escrito do Comando Militar de 16 de Abril de aceitar o retorno à ordem constitucional, segundo as modalidades a definir com uma assistência da CEDEAO; 
18. A Cimeira de Abidjan decidiu criar um grupo regional de contacto sob responsabilidade da Nigéria e constituído de Benin, Cabo-Verde, Gâmbia, Guiné, Senegal e do Togo, cuja missão será de coordenar o seguimento da implementação das decisões da Cimeira sobre a Guiné-Bissau;
19. O PAIGC e o povo guineense tomaram conhecimento através dos órgãos da comunicação social, da libertação do Presidente da República Interino e do Primeiro-Ministro no dia 27 de Abril 2012, porém enquanto a expectativa era de serem conduzidos para as respectivas residências, foram enviados foi para Abidjan através de um voo especial sob responsabilidade da CEDEAO; 
20. Teve lugar em Banjul, no dia 29 de Abril 2012, sob a presidência do Presidente da Gâmbia, a reunião do Grupo de Contacto Regional sobre a crise na Guiné-Bissau, na qual tomaram parte os respectivos Ministros dos Negócios Estrangeiros, Presidente da Comissão da CEDEAO, assim como representantes do PAIGC, do Comando Militar, dos cinco partidos políticos que tomaram parte nas eleições interrompidas, dos cinco candidatos contestários das eleições e do grupo de facilitação do diálogo interconfessional da Guiné-Bissau em representação da sociedade civil;
21. A reunião tinha dois objectivos, sendo o primeiro, informar o Comando Militar e outros actores, das decisões da Cimeira Extraordinária da CEDEAO tida em Abidjan, dia 26 de Abril de 2012, e segundo, informar da posição do Grupo de Contacto de Alto Nível da CEDEAO, agindo em nome dos Chefes de Estado e de Governo, sobre as medidas de saída da crise constitucional na Guiné-Bissau;
22. Sobre este assunto, o Grupo de Contacto propõe tomadas de medidas imediatas para restaurar a ordem constitucional, em conformidade com a exigência da Cimeira da CEDEAO de 26 de Abril de 2012, bem como instaurar um período de transição de 12 meses, no decurso do qual será procedido a revisão dos textos legais (Constituição e Lei Eleitoral), reforma do sector de segurança e outras sob a facilitação da CEDEAO a fim de preparar terreno para a realização de novas eleições, visando a escolha de Presidente durante este período de Transição. Ainda, propõe a reinstalação de Raimundo Pereira como Presidente Interino, nomeação de um Primeiro-Ministro consensual dotado de plenos poderes para dirigir um governo de larga abertura durante o período de transição, e a Assembleia Nacional Popular deverá prorrogar o seu mandato até ao fim do período de transição e o deslocamento de uma força da CEDEAO para garantir a segurança da retirada da Missão Angolana de Assistência Técnica e Militar (MISSANG), assim como as pastas ministeriais de Defesa e Interior entregues ao Comando Militar;
23. Como resultado dos trabalhos de Banjul, de todos os representantes da parte guineense que tomaram parte nesse encontro, apenas o PAIGC aceitou a proposta da CEDEAO, remetendo a sua decisão final após a apreciação da sua Direcção superior;
24. No prosseguimento das discussões de Banjul, a convite do Bispo de Bissau, o PAIGC com a mesma delegação, participou no dia 1 de Maio de 2012, na Cúria Diocesana de Bissau, das discussões com vista a encontrar soluções para a saída de crise provocada pelo Golpe de Estado.
25. O PAIGC, através do seu Secretariado Nacional, emite em 1 de Maio de 2012, uma Nota de Esclarecimento aos seus militantes, simpatizantes e parceiros sobre algumas diligências realizadas na busca de soluções para a crise em que o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 mergulhou o país, assim como de não tomada de parte em quaisquer negociações com nenhuma entidade ou instituição, porém está aberto a um diálogo franco no âmbito institucional;
26. Para a gestão da crise político-militar preconizada pela CEDEAO, o PAIGC preparou Memorando 1 e 2, respectivamente em 2 e 5 de Maio de 2012, onde reitera a sua disponibilidade e determinação em contribuir para uma solução via constitucional de forma a permitir um retorno à normalidade constitucional e democrática e a garantir a estabilidade política e social da Guiné-Bissau;
27. Uma sessão extraordinária da Conferência de Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, teve lugar no dia 3 de Maio 2012 em Dakar, Senegal, sob a presidência de Sua Excelência Alassane OUTATTARA, Presidente da República de Côte d’Ivoire; 
28. Após uma análise atenciosa ao Relatório sobre a Guiné-Bissau, apresentado pelo Presidente da República Federal da Nigéria, na qualidade do Presidente do Grupo Regional de Contacto, a Conferência decidiu, entre outras, a sua firme condenação ao golpe de estado de 12 de Abril de 2012 e reitera o seu princípio da Tolerância zero por toda ascensão ou manutenção no poder por vias não constitucionais, assim como exige o retorno imediato à ordem constitucional; 
29. Ainda sobre a decisão de Dakar, a CEDEAO confirma sua posição anterior relativa ao período de transição de 12 meses e para dirigir este período, em conformidade com a Constituição, a Conferência recomenda que a Assembleia Nacional Popular (ANP) proceda a renovação por voto da sua Mesa e o novo Presidente eleito assumirá a função do Presidente da República Interino e o novo Vice-Presidente passará a assumir a presidência da ANP, bem como a prorrogação do mandato dos deputados a fim de cobrir o período de transição, e por fim o Presidente da República Interino e o Primeiro-Ministro da Transição não podem ser candidatos as eleições presidenciais vindouras.
30. À convite da representação da CEDEAO na Guiné-Bissau, no dia 4 de Maio de 2012, no Hotel Azalai de Bissau, o PAIGC de um lado, e do outro, todos os apoiantes do golpe de 12 de Abril (Comando Militar, Fórum Democrático dos Partidos de Oposição e os cinco Contestatários das eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março 2012), Movimento da Sociedade Civil e grupo interconfessional (Bispo de Bissau e Presidente do Conselho Nacional Islâmico), estiveram presentes num encontro com os enviados da CEDEAO (Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Ministro da Defesa de Côte d’Ivoire, Chefes de Estado Maior das Forças Armadas da Nigéria e Côte d’Ivoire, Conselheiro do Presidente da República de Côte d’Ivoire e representante da Comissão de Paz e Segurança da CEDEAO; 
31. O encontro tinha como objectivo, encontrar solução para a crise na Guiné-Bissau, e fornecimento de cópia do Comunicado final da reunião de Dakar para comentários de cada grupo participante no encontro, ressaltando-se que o PAIGC reservou os seus comentários sómente após a decisão superior do Partido, tendo em conta que o documento é pertença da CEDEAO e não lhe cabia naquele momento tomar qualquer posição sobre o assunto, enquanto a maioria tinha posição mitigada, a excepção do Comando Militar, Movimento da Sociedade Civil e Afonso Té (candidato contestatários às eleições presidenciais) que concordaram com o documento de Dakar;
32. Convém referir, que na reunião de Azalai Hotel, o Senhor Secretário dos Negócios Estrangeiros da Nigéria prometeu dar assistência Técnica a Partes em conflitos para compreensão das decisões dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO reunidos em Abidjan e Dakar, pelo que dentro de uma semana a equipe estaria disponível para dar o seu apoio na sua operacionalização; 
33. A Comissão Permanente do Bureau Politico do PAIGC alargada ao Secretariado Nacional, emite um comunicado em 5 de Maio de 2012, onde entre outras deliberações, dá instruções a sua bancada parlamentar a não participar em qualquer busca de solução que não contemple o respeito à ordem constitucional e regimental da Assembleia Nacional Popular, assim como considerar os mecanismos práticos recomendados pela Cimeira Extraordinária de Dakar para a solução e o retorno à normalidade constitucional de incompatíveis com os preceitos constitucionais da Guiné-Bissau; 
34. No dia 10 de Maio 2012, a representação da CEDEAO na Guiné-Bissau, de novo convida as Partes em conflito, à semelhança do anterior, para um encontro no Hotel Azalai de Bissau, com os enviados da CEDEAO para continuação da reflexão sobre a saída da crise ocorrida no país desde o passado dia 12 de Abril de 2012.
35. De referir, que neste encontro, o Senhor Ministro Delegado dos Negócios Estrangeiros da República Federal da Nigéria, informou reservadamente aos membros da delegação do PAIGC, que os pontos de vista da CEDEAO sobre a crise na Guiné-Bissau convenceu os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de um lado, e por outro, tanto o Raimundo Pereira, Presidente da República Interino, como Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro não voltariam ao País, pelo que, caberia o PAIGC facilitar o processo, pois esta era última reunião na esperança de solução do problema, pelo que em nome da CEDEAO e no espírito de reconciliação pedia a todos para pormos o passado para trás;
36. Desse encontro, chefiado pelo Ministro Delegado dos Negócios Estrangeiros da República Federal da Nigéria, em nome da CEDEAO, solicitou aos presentes, à titulo reservado por grupo, a clarificação dos pontos de vista de cada um sobre o documento apresentado no encontro de 4 de Maio de 2012, no Azalai Hotel de Bissau, tendo começado com o PAIGC, no qual esta formação politica comunicou que o seu ponto de vista sobre a gestão da crise político-militar na Guiné-Bissau preconizada pela CEDEAO estava reflectida no Memorando II apresentada e distribuída à intenção da comunidade internacional envolvida na solução da crise, pelo que nada tinha mais a comentar, reafirmando a sua abertura em continuar a participar e apoiar todas as iniciativas que visa a paz, estabilidade politica e social do País; 
37. As consultas entre os enviados da CEDEAO com outras partes do conflito continuaram, e já tarde, por volta de 00h30 do dia 11 de Maio de 2012, de novo a delegação do PAIGC foi convidada para dar o seu ponto de vista sobre a saída da crise. O Secretário Nacional do Partido voltou a afirmar a posição do partido contida no Memorando II, cujo conhecimento antecipado a CEDEAO já tinha. 
38. Nesta conformidade, de seguida, foi convocada a plenária com as Partes envolvidas na solução da crise a tomarem os respectivos lugares na sala do Hotel Azalai, e na alocução do Senhor Ministro Delegado dos Negócios Estrangeiros da República Federal de Nigéria, comunicou que, após consultas separadas com todos os envolventes na solução da crise na Guiné-Bissau, e na base do Artigo 71º, alínea 1, da Constituição o Senhor Manuel Serifo Nhamadjo foi escolhido para ser o Presidente da República durante a Transição, tendo de imediato solicitado o Comando Militar, na pessoa do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau de dar protecção e segurança ao designado Presidente, tendo o PAIGC rejeitado e denunciado publicamente esta decisão;
39. O Comité Central do PAIGC, reunido no dia 14 de Maio de 2012, sob a presidência do 1º Vice-Presidente do Partido, deliberou entre outras, ratificar todos os documentos produzidos pelos órgãos do Partido (Comissão Permanente, Secretariado Nacional e Bureau Politico), mandatados para monitorizar a crise político-militar, bem como condenar as perseguições e limitação de movimentos movidos contra dirigentes do PAIGC, membros do governo e Deputados da Nação e a interdição da liberdade de manifestação, e recomendou a Comissão de Reflexão, criada pela Comissão Permanente a trabalhar em articulação com o grupo Parlamentar do PAIGC na monitorização da presente crise;  
40. Em 16 de Maio de 2012 foi assinado o Pacto de Transição Politica entre a Assembleia Nacional Popular e os partidos políticos legalmente constituídos, a excepção do PAIGC; 
41. Denúncia feita pelo PAIGC, no dia 26 de Maio de 2012, pela barbaridade cometida por forças de segurança do governo imposto pela CEDEAO contra o nosso povo, durante manifestação pacífica organizada por um grupo de cidadãos, no exercício de cidadania à porta de UNIOGBIS, em violação flagrante dos direitos mais elementares do povo guineense;  
42. O PAIGC, apresentou em 14 de Junho de 2012, a Comunidade Internacional, através do Gabinete Integrado das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) e na base na Resolução 2048 do Conselho de Segurança, o Memorando III sobre a gestão da crise político-militar no País;
43.  Reunião Extraordinária do Comité Central do PAIGC no dia 1 de Julho de 2012, onde entre outras deliberações adia data anteriormente fixada para a realização do 8º Congresso Ordinário do Partido, para 16 a 20 de Janeiro de 2013, e prorroga o mandato dos órgãos do Partido.
 
Como conclusão, o PAIGC reitera a sua veemente condenação e o seu profundo repúdio ao golpe de estado levado a cabo, a 12 de Abril de 2012, pelo Comando Militar, instigado e apoiado por alguns políticos, muito deles ligados a alguns partidos de oposição.
 
O golpe de estado passado, que atentou contra a ordem constitucional estabelecida e que se traduz na tentativa de destituir os órgãos do poder de Estado democrático e legitimamente instituídos e eleitos.
 
Nessa medida, o PAIGC que ganhou com maioria qualificada de 67 deputados sobre os 100 que constituem a Assembleia Nacional Popular, as eleições legislativas de Novembro de 2008, tendo formado Governo, em conformidade com o disposto nas alíneas g) e i) do Artigo 68 da Constituição da República, bate-se pelo retorno imediato e incondicional a normalidade constitucional.
 
A assinatura pelo 2º Vice-Presidente da ANP, sem mandato da plenária do Parlamento e por alguns partidos políticos (apenas um com assento parlamentar) de oposição de um denominado “Pacto de Transição Politica”, nos termos do qual é nomeado um Primeiro-Ministro e um novo governo, é prorrogada a legislatura e é convertido o Presidente da República Interino em Presidente da Transição, com poderes que extravasam os estabelecidos na Constituição da República.
 
O PAIGC não reconhece, em consequência, as autoridades designadas e nomeadas para exercerem os cargos de Presidente da República de Transição e de membros do governo por mecanismos e termos contrário aos previstos na Constituição de República.
 
O PAIGC exige, através da sua bancada parlamentar o preenchimento de vagas deixadas na Mesa da ANP, na perspectiva de se puder respeitar as recomendações da CEDEAO em matéria de revisão constitucional, lei eleitoral, reforma do sector de defesa e segurança e de outras reformas, de preparação eficaz das próximas eleições legislativas e presidências previstas de serem realizadas no decurso do período da transição.
 
Pelo Secretariado Nacional

Os idiotas estão a crescer...


Sinto-me fraco, ontem fui submetido a três (3) intervenções cirúrgicas, mas vou tentar esclarecer alguns pontos, pois a língua portuguesa parece ser mesmo difícil. Alguns ordinários, para não chamar outros nomes, andam a ganir e a latir chegando a perguntar se eu - como disse - sou mesmo amigo do Roberto Cacheu. Não vou citar nomes de pessoas que estão em Bissau e que sabem da minha relação com o Roberto Cacheu, por uma questão que só a mim compete.

Mas o que querem mesmo? Que eu regressasse ontem a Bissau e começasse a minha investigação? Vão para a puta que vos pariu! Não me desviarei do meu caminho, não conseguirão esse intento. Eu sei mais do que vocês todos juntos, e digo mais: não valem um caralho furado, se querem mesmo saber.

Estou a ver a estratégia. 'Obrigar' o editor do ditadura do consenso a cair na esparrela - descansem, sou mais inteligente do que aparento... Eu NÃO vou acusar a ou b de um crime de sangue porque NÃO tenho provas para tal. Ainda para mais com todas as acusações e desmentidos que tenho lido. É incrível a frente desavergonhada que se abriu para acusar este e aquele de 'cumplicidade' no suposto assassinato do Roberto Ferreira Cacheu.

As pessoas destilam ódio, o guineense é mau por natureza e, perdoe-se-me este desabafo, há guineenses na diáspora que um tiro na nuca ajudava e de que maneira! O ódio mata, o ódio desfaz uma nação; curioso, é o quase-analfabetismo ter o mesmo efeito, ou pior ainda. Gente que me lê e não compreende, gente que escreve e que ninguém entende. E estarão a fazer o quê? A ajudar quem? Sinceramente. Aprendam primeiro a escrever o português...

Gente há que se não falar do António Aly Silva adoece, outros falam sem que me conheçam sequer, outros ainda esforçam-se mas enterram-se um pouco mais. Sou um cidadão honesto, impoluto e incorruptível e, não, estejam descansados: não embarco nesta vossa guerra intestinal. Não me presto a sacanices dessas. Eu estou lá em cima e não desço; tentem subir e logo falaremos.

Tenho evitado a confrontação, não que tenha medo dela, mas porque as pessoas escrevem anonimamente - são cobardes, perfeitos idiotas que se viram com um modem à frente. Agora até 'amigos' no Facebook se insurgem a falar do meu 'silêncio' sobre este 'caso', e remetem até os textos para publicação noutros meios. Tudo bem - se eu rebentar, ninguém me vai conseguir parar. Eu conheço histórias incríveis de famílias de terceiros. Estão lá, em Bissau...não me tentem! Basta começar a 'disparar', cairão que nem tordos e creio que nem para a rua ousarão sair...

Eu nunca participei num complot para assustar e muito menos para assassinar ninguém, estou em Lisboa há dois meses por motivos de saúde, e ontem fui submetido a três cirurgias. Irritar-me não servirá de nada, mas há autênticos filhos da puta que eu queria ter pela frente: esganava-os, e ia preso depois. Mas ia satisfeito, pois teria deixado o mundo um pouco mais livre de idiotas e analfabetos.

Por que motivo não vão vocês para Bissau investigar esse, e já agora outros crimes - se é que sabem sequer o que significa jornalismo de investigação? Quantas vezes tenho de tentar meter nessas vossas cabeças ocas que eu NÃO me vendo? Qual a finalidade de toda esta merda? O que é que eu vos fiz ou às vossas famílias que não dormem descansados? O que as vossas famílias não estarão a fazer em Bissau? Quantas pessoas não mataram ou ajudaram a matar?

Volto a avisar: párem com essa merda! Desenterrem todos os outros assassinatos, os seus processos, os seu cúmplices ou lá o que for. Eu sou uma pessoa, sempre lutei sozinho, e levei sempre com as consequências; estou marcado em várias partes do meu corpo para o resto da minha vida, nunca falo de pessoas singulares no meu blog, a não ser que tenham responsabilidades na condução dos destinos do meu país.

Volto a pedir: tirem o meu nome e o do meu blog nas vossas bocas. Tirem. Simplesmente. Eu quando escrevo sou lido. E entendido.

António Aly Silva (peço desculpas por algum vocabulário mais excessivo)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Aly 'não disse'. Apenas transcreveu o que disse...o director-geral da Segurança do Estado, Serifo Mané...aliás, as citações vão acompanhadas com aspas ("isto"). Quando o Aly diz somos (fomos?) está precisamente na dúvida - que é o que todos (jornalistas ou não) temos de ter neste momento. Nha mãe! AAS



Guiné-Bissau: Portuguesa empossada como conselheira em dois ministérios


Natália Cristina Oliveira, portuguesa, assumiu funções como Assessora de Estudos Hospitalares e Solidariedade do Ministro da Saúde na Guiné-Bissau, por um periodo de um ano. Segundo a própria, "continuará a fazer o trabalho humanitário que já fazia antes, e agora mais do que nunca". Natália Oliveira é responsavél por dois ministérios - áreas da Saúde e dos assuntos sociais. AAS

'Caso' Roberto Ferreira Cacheu - Não há assassinato se não houver um corpo



Tenho lido 'notícias' de que Roberto Ferreira Cacheu foi 'assassinado'. Para poupar atalhos, digo já: não sei se o Roberto Cacheu está morto, se foi assassinado como também não sei se estará vivo. Mas uma coisa eu sei: desde 27 de dezembro último e até viajar para Lisboa (16 de maio) tentei sempre contactá-lo via telemóvel. Somos (fomos?) amigos, falávamos muito mesmo. O telemóvel não dava sinal de tocar sequer. Fi-lo à frente de amigos comuns que estão lá, em Bissau.

Tenho o chamado sentimento de culpa do dia seguinte, para ser franco. Culpado por, pelo menos, não tentar investigar, juntar as peças recolhidas, tentar completar o puzzle. E chamar nomes. E não será hoje que o farei. Para já, as informações em On são por demais contraditórias: enquanto o 'super-ministro' Fernando Vaz confirma, logo o director-geral da Segurança do Estado, e meu bom amigo, Serifo Mané desmente, advertindo: "«Muitas vezes as pessoas usam termos complicados para afirmar certas coisas. O Coronel Lino Lopes, até este momento, não se encontra em nenhuma cela. Ele está na sede da Direção-geral do Serviço de Informação do Estado». Neste sentido, o responsável máximo pela segurança guineense disse que, uma vez havendo informação sobre o eventual desaparecimento de deputado Roberto Ferreira Cacheu, era normal que Lino Lopes fosse convocado pelos serviços por ele antes tutelado.

Mas tem mais. Por outro lado, Serifo Mane informou que a sua instituição não tem a competência para deter uma pessoa. «Falei agora com ele e vi que pode ser visitado e conversar com as pessoas. Está preocupado com a gravidade destas informações que estão a ser vinculadas sobre a sua detenção», disse Serifo Mane. Interrogado sobre o paradeiro do deputado Roberto Cacheu, Serifo Mane disse que o assunto ainda está coberto de confidencialidade."

Uma coisa é certa: o desaparecimento do Roberto Cacheu é evidente, mas há certas coisas que não batem certo. Como pode alguém - com igual ou mesmo menos visibilidade que tinha o Roberto Ferreira Cacheu - desaparecer sem deixar rasto? E todo este tempo? Na Guiné-Bissau? Duvido, conhecendo como conheço as manhas do meu país. Hoje um é Judas, amanhã será Pilatos. Para bom entendedor...

Mais. Como é que, e isto hipoteticamente falando, Roberto Cacheu foi 'assassinado e queimado' e ninguém dar por nada? E o mesmo acontecendo com o pessoal (agentes, ou não) da DG da Segurança do Estado? Seriam todos cúmplices? Veremos. Não acusarei ninguém, menos ainda num assunto de tamanha gravidade e que envolve sangue - eu sou Jornalista. Vou simplesmente aguardar. Mas sempre atento a estas palavras sábias do DG da Segurança do Estado, Serifo Mané, hoje, em Bissau:

"Em relação às queixas sobre as divergências que se verificam no Serviço de Informação, Serifo Mane desmentiu estas informações referindo como exemplo as recentes nomeações, incluindo elementos da anterior direcção. No que diz respeito ao envolvimento de elementos de segurança na vida política, Serifo Mane disse que é altura para os agentes de informação de Estado colocarem um ponto final a estes comportamentos.

«A nível da segurança temos que parar de nos introduzirmos nos assuntos políticos, isto está plasmado nas leis da Guiné-Bissau», disse. Serifo Mane disse que se trata de uma situação grave que acaba de colocar o mérito de muitas pessoas em causa, em detrimento de cores partidárias. Face a esta realidade, Mane é da opinião que deve haver reformas profundas no Serviço de Informação do Estado.", fim de citação. AAS

'Caso' Roberto Cacheu: Um desmentido do DG da Segurança do Estado sobre a hipotética prisão de Lino Lopes



2012-07-19 16:52:28

O Director-geral de Serviço de Informação do Estado desmentiu, esta quinta-feira, 19 de Julho, que o seu antecessor tenha sido detido. Em declarações exclusivas à PNN, Serifo Mane disse que o ex-director-geral do Serviço de Informação do Estado, Lino Lopes, em nenhuma circunstância foi preso.

«Muitas vezes as pessoas usam termos complicados para afirmar certas coisas. O Coronel Lino Lopes, até este momento, não se encontra em nenhuma cela. Ele está na sede da Direção-geral do Serviço de Informação do Estado», desmentiu Serifo Mane. Neste sentido, o responsável máximo pela segurança guineense disse que, uma vez havendo informação sobre o eventual desaparecimento de deputado Roberto Ferreira Cacheu, era normal que Lino Lopes fosse convocado para o serviço.

Por outro lado, Serifo Mane informou que a sua instituição não tem a competência para deter uma pessoa. «Falei agora com ele e vi que pode ser visitado e conversar com as pessoas. Está preocupado com a gravidade destas informações que estão a ser vinculadas sobre a sua detenção», disse Serifo Mane. Interrogado sobre o paradeiro do deputado Roberto Cacheu, Serifo Mane disse que o assunto ainda está coberto de confidencialidade.

Em relação às queixas sobre as divergências que se verificam no Serviço de Informação, Serifo Mane desmentiu estas informações referindo como exemplo as recentes nomeações, incluindo elementos da anterior direcção. No que diz respeito ao envolvimento de elementos de segurança na vida política, Serifo Mane disse que é altura para os agentes de informação de Estado colocarem um ponto final a estes comportamentos.

«A nível da segurança temos que parar de nos introduzirmos nos assuntos políticos, isto está plasmado nas leis da Guiné-Bissau», disse. Serifo Mane disse que se trata de uma situação grave que acaba de colocar o mérito de muitas pessoas em causa, em detrimento de cores partidárias. Face a esta realidade, Mane é da opinião que deve haver reformas profundas no Serviço de Informação do Estado.

(c) PNN Portuguese News Network

Georges Chikoti: Autoridades guineenses "não conseguem manter uma postura que a Comunidade Internacional os aceite, por isso é necessário que se volte à ordem constitucional na Guiné Bissau"


Na véspera da reunião de ministros da CPLP, o titular angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, admitiu, em Maputo (Moçambique), a possibilidade de se dar um apoio significativo à Guiné Bissau. "Nesta Cimeira pode-se dar um apoio significativo a situação na Guiné Bissau, um caso que preocupa a maior parte dos dirigentes da comunidade", afirmou, em declarações à imprensa, acrescentando: "penso que vamos poder, se calhar, tomar uma posição mais activa, que possa ajudar melhor o povo guineense".

Apesar de deixar a presidência da CPLP, Georges Chikoti garantiu a disponibilidade de Angola em continuar a trabalhar e apoiar o exercício de Moçambique, que assume agora a liderança rotativa da Comunidade, apoiando todas iniciativas necessárias. Reiterou a posição colegial da CPLP de rejeição da participação da actual liderança na Cimeira, encabeçada por um Governo de Transição não alargado, imposto pelos militares, justificando que "há cada vez mais degradação da situação".

"Eles não conseguem manter uma postura que a Comunidade Internacional os aceite, por isso é necessário que se volte a ordem constitucional na Guiné Bissau", realçou o chefe da diplomacia angolana. Relativamente ao tema central da encontro magno, apontou a necessidade de haver, cada vez mais, coordenação entre os ministros da Agricultura, por constituir assunto de extrema importância e preocupante para todos os países. Advogou que uma tal coordenação permitirá relançar a agricultura nos países da CPLP, e induzir até que ponto é possível ver transformar os seus produtos, para fazer face aos desafios da crise alimentar.

A reunião de ministros da CPLP tem lugar hoje, quinta-feira, antecedendo a IX Cimeira desta Comunidade, fundada há 16 anos, e integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Nesta Cimeira, a República de Moçambique vai receber de Angola a presidência rotativa da organização, devendo assumi-la por um período ininterrupto de 24 meses, salvo situações extremas. Participarão no referido Conclave de Chefes de Estado e de Governos, o secretário Executivo da CPLP, três observadores associados, no caso a Guiné Equatorial, Maurícias e Senegal, entre outros convidados. AngolaPress