sábado, 7 de março de 2015

REFLEXÃO: 8 de março


"No Dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, fizeram greve reivindicando melhores condições de trabalho, redução da carga horária de trabalho e um tratamento digno.

A manifestação foi reprimida com extrema violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num acto profundamente desumano.

Porém, a luta das mulheres pela sua emancipação adquiriu nova dinâmica e proporção mundial. E durante uma conferência internacional realizada na Dinamarca em 1910 ficou decidido que o dia 8 de Março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Entretanto, as mulheres tiveram que esperar até 1975 (65 anos depois) para que esta data fosse oficialmente reconhecida e decretada pela Organização das Nações Unidas.

Felizmente, ser mulher hoje em dia difere por completo do que foi há décadas. Actualmente as mulheres desfrutam de uma posição muito mais privilegiada, conquistaram o espaço que merecem na sociedade, ocupam cargos jamais imaginados antes e desempenham tarefas que eram consideradas exclusivamente masculinas. Ou seja, o universo feminino mudou, e para melhor, assim como o que os homens pensam a respeito dessa mudança. E podemos com todo o orgulho afirmar que o momento é das mulheres.

A transformação efectiva da presença da mulher na sociedade começou na década de 90, com a bem sucedida revolução feminista e tem progredido consideravelmente a cada geração. Foi a partir deste momento que a figura da mulher começou a ser valorizada, conquistando seu espaço e independência com o exigido respeito.

A mulher tornou-se imperativa, agindo de forma absoluta, com base na sua vontade, desejos e opiniões. Dessa forma, a presença feminina deve ser consolidada todos os dias nos mais variados segmentos da sociedade, tanto nas relações matrimoniais como no trabalho.

Urge denunciar que apesar dos enormes progressos registados na luta pela emancipação e promoção da mulher, ainda existem lugares onde ela não possui qualquer importância como ser humano e continua sendo desrespeitada e desprovida de voz activa e de poder de decisão tanto no âmbito da família como na sociedade em geral.

Infelizmente o nosso País, a Guiné-Bissau, constitui um destes lugares onde em pleno Século XXI, apesar do heroísmo revelado pelas mulheres Gloriosa Luta de Libertação Nacional e da sua omnipresença nos esforços da Reconstrução Nacional, vê a luta pela sua emancipação ser esbarrada por leis e regras sociais durante a nossa obsoletas e discriminatórias, sujeitando-se às mais terríveis formas de humilhação: o obscurantismo, a mutilação genital, a poligamia, a violência doméstica, o casamento forçado, e demais privações e violações dos Direitos Humanos.

Entretanto, uma mulher moderna deve ser capaz de conjugar com sucesso a luta pela sua projecção profissional com as diversas tarefas do dia-a-dia, actuando como mãe, dona de casa e esposa, enquanto factores que a diferenciam positivamente do homem e fazem dela um Ser único com características específicas, dotado da capacidade natural de ser sensível e corajosa ao mesmo tempo. E a chave do segredo é realizar tudo com muito equilíbrio, mantendo a requerida individualidade, sem esquecer do poder de sedução e beleza interna que faz dela uma mulher perfeita.

A luta pela emancipação e afirmação das mulheres é uma luta de todos os dias e cada dia é “Dia das Mulheres”, sobretudo daquelas mulheres, vítimas de um preconceito social praticado em nome de suposta tradição, desprovidas de voz e privadas dos mais elementares Direitos de participar na tomada de decisões concernentes a sua própria vida e contribuir com o seu potencial para o bem da Humanidade.

Viva a Mulher guineense!

Vivam as mulheres de todo o Mundo!

Muito obrigado pela atenção!

Élia Embaló"