"O retorno à normalidade constitucional torna inadiável a nomeação de um novo PGR", escreve no documento. "Reconheço que é justo e legítimo que o Presidente da República acabado de eleger escolha livremente e sem condicionalismo o novo PGR", acrescenta. Em março, Abdu Mané tentou impedir a candidatura de José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-Bissau eleito a 18 de maio e com posse marcada para 23 de junho.
O procurador entendia que Vaz não podia ser candidato a presidente por ter os seus direitos de circulação limitados no âmbito de medidas de coação impostas durante um processo sob investigação, mas o Supremo Tribunal de Justiça não lhe deu razão. Durante a campanha, José Mário Vaz disse num debate televisivo que apesar do episódio iria apoiar a recondução de Abdu Mané como PGR.
No entanto, ao justificar a demissão, este escreve hoje que não pode "ficar indiferente ao retorno da normalidade constitucional e à agenda eleitoral inequivocamente votada em nome do interesse nacional, que está acima de está acima de quaisquer outros interesses". Adbu Mané, advogado e antigo professor na Faculdade de Direito de Bissau, tinha sido nomeado pelo presidente de transição - na sequência do golpe de Estado militar de abril de 2012 - para o cargo de PGR em 23 de agosto de 2012.