A Guiné-Bissau entende que o " movimento de libertação nacional" de Timor-Leste é um "processo inacabado" que, como tal, deve ser "concluído".
Esta é a posição expressa pelo ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, um dia depois de a Guiné-Bissau ter assumido a presidência do "Grupo dos Não-alinhados" do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"A Guiné-Bissau é produto de um movimento de libertação nacional e é nessa óptica que entendemos que o movimento de libertação nacional de Timor-Leste é um processo inacabado", precisa o MNE guineense.
Para Fernando Delfim da Silva será " desejável" que aconteçam progressos nessa matéria "para bem de uma cooperação internacional mais desanuviada com os países" da região a que pertence Timor-Leste.
As declarações do ministro guineense ocorrem na sequência de um grande envolvimento de Bissau no movimento dos não-alinhados, do qual a Indonésia faz parte e com quem a Guiné-Bissau mantém relações económicas e diplomáticas.
Em 1994, o então chefe da diplomacia da Guiné-Bissau, Bernardino Cardoso, afirmou que Bissau sempre procurou separar o aspecto político e humanitário do económico e diplomático, considerando serem situações "distintas".
A Guiné-Bissau ofereceu-se em 1993 para receber Xanana Gusmão, depois de o líder da resistência timorense ter sido condenado a prisão perpétua por um tribunal indonésio, pena que foi posteriormente comutada para 20 anos de prisão. Na altura, Bissau e Jacarta chegaram a manter negociações sobre esta proposta, mas nada acabou por ficar definido.