Uma violenta discussão na passada semana entre o ministro das Finanças, José Mário Vaz e o até ontem director geral das Alfândegas, Domenico Sanca levou à demissão deste último do cargo que ocupava a não muito tempo. Ditadura do Consenso apurou que JOMAV terá imposto objectivos que Domenico Sanca cumpriu.
A primeira consistia em cobrar impostos no valor de vários mil milhões de francos CFA para os cofres do Tesouro. Domenico cumpriu. Depois José Mário Vaz exigiu, ainda segundo a nossa fonte, «mais 7 mil milhões até ao final de dezembro».
Domenico Sanca terá contestado, primeiro, os números lançados pelo ministro, e depois o curto espaço. Contudo, Jomav não cedeu e terá respondido em termos impróprios ao seu subalterno. Ainda segundo a nossa fonte, Domenico Sanca terá retribuido com «nem o meu Pai me fala assim. Não lho admito». Diz quem ouviu que os insultos trocados entre os dois foram demasiado fortes para serem reproduzidos.
Foi o fim para Domenico Sanca, um jovem quadro que já passou por esses serviços, conhecendo bem os cantos à casa. Aliás, foi durante o seu 'reinado' que se apreenderam várias mercadorias, escondidas de olhares alheios, ora em forros das viaturas ora em contentores, simulados entre mercadoria legal.
Depois foi tudo expedito. José Mário Vaz disse a Domenico Sanca que o exoneraria «por falta de confiança política», de seguida deu conhecimento da situação ao primeiro-ministro, e depois mandou lavrar a exoneração, assinada ainda nesse mesmo dia. Por seu lado, Domenico Sanca reuniu os seus directores para lhes dar conta da sua saída do cargo: «saio porque o ministro disse-me não tinha mais confiança política na minha pessoa»
António Monteiro, outro jovem quadro e até ontem director-adjunto de Controle de Gestão do Banco da África Ocidental - BAO, sucede a Domenico Sanca no cargo, acumulando com o de presidente do Conselho de Administração da Guiné-Telecom. AAS