quarta-feira, 30 de novembro de 2011
USA quer extradição de George Wright e apresentou recurso
GEORGE WRIGHT: A Justiça norte-americana não desiste
As autoridades norte-americanas recorreram ontem, terça-feira, da recente recusa do Tribunal da Relação de Lisboa em extraditar o norte-americano George Wright, disse à agência Lusa o presidente da Relação. Vaz das Neves precisou, em declarações à Lusa, que o recurso deu entrada no Tribunal da Relação de Lisboa ontem, terça-feira, através de um advogado português, Rui Patrício, que representa os Estados Unidos neste processo. Contacto pela Lusa, o advogado não quis prestar declarações embora tenha confirmando que é o mandatário dos EUA neste processo.
George Wright foi condenado, em 1962, pelo homicídio do dono de um posto de abastecimento de combustíveis, em Nova Jérsia. Depois de preso cumpriu apenas sete anos dos 30 a que foi condenado, quando fugiu. Enquanto não conseguiu sair dos EUA aderiu ao Exército de Libertação Negra e, na companhia de alguns membros deste movimento desviou um avião em 1972 para a Argélia.
A maior parte dos companheiros acabaram por ser detidos naquele país africano, mas Wright conseguiu fugir uma vez mais. Viveu vários anos na Guiné-Bissau. Adoptou o nome de José Luís Jorge dos Santos e, já em Portugal, casou com uma portuguesa que conhecera em Bissau. Em Setembro deste ano os agentes do FBI transmitiram a Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da Polícia Judiciária que o homem que há 41 anos estava em fuga estaria a residir no país. Wright acabou por ser detido e esteve em prisão preventiva, na zona prisional da Judiciária, e em casa, com uma pulseira electrónica.
A 17 de Novembro, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que Wright não deve ser extraditado fundamentando a sua decisão no facto de os crimes que cometeu já terem prescrito ao abrigo do que está estabelecido na Convenção Europeia. LUSA