Haja segurança para proteger Khadafi! Convém recordar o discurso do malogrado Presidente da República da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, onde falou da sua segurança, ou, melhor, da falta dela tendo solicitado protecção à UA:
Excelência Senhor Blaise Compaore, Presidente em Exercício da CEDEAO
Excelências Senhores Presidentes e Caros Irmãos,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
(...) A 35ª Cimeira de Chefes de Estados e de Governo, também está confrontada com questões que se prendem com o reforço da paz e de segurança ao nível sub-regional.
Efectivamente, regista-se uma melhoria no quadro político na região com a consolidação democrática, isto apesar da crise que afecta a nossa juventude, em matéria de formação, emprego e emigração ilegal que, conjuntamente com a problemática do abuso e tráfico de droga, constituem uma ameaça velada à sobrevivência e funcionamento das nossas sociedades e das nossas instituições.
Daí, exorto a Comunidade para unir esforços, neste combate sem tréguas porque são males que ameaçam os nossos Estados e as nossas populações.
Excelências, Senhores Chefes de Estado e Caros Irmãos,
O meu país sofreu um rude golpe no passado dia 23 de Novembro, com a tentativa de assassinato do seu Presidente da Republica, democraticamente eleito.
De recordar que tudo se passou, após umas eleições que foram consideradas quer nacional, quer internacionalmente, como um sucesso.
Pelo que, este acto, perpetrado em pleno século XX, só pode ser qualificado como um acto bárbaro, que merece a nossa condenação e repúdio.
Agradeço profundamente todo o empenho e solidariedade manifestada pela Comunidade, quer com a condenação, quer pela missão ao mais alto nível que se deslocou a Bissau.
Na verdade, e apesar da estabilidade aparente que vivemos até o dia 23 de Novembro, as nossas preocupações continuam a ser enormes, designadamente no que diz respeito às forças de defesa e Segurança.
Temos um exército altamente politizado e desequilibrado na perspectiva étnica, tornando assim no maior obstáculo à Paz, a estabilidade e uma verdadeira ameaça à cultura democrática na Guiné-Bissau.
Não é salutar nem aceitável tal estado de coisas. Daí que a questão da reforma do sector de defesa e segurança nos afigura como de absoluta necessidade.
Sem embargo desta constatação, o país espera da comunidade uma solidariedade efectiva através da criação de uma força de estabilização, capaz de garantir não só a segurança do Presidente da República e das Instituições democráticas, como o pleno sucesso da reforma do sector de defesa e segurança em curso.
Excelências,
Para concluir, quero registar e incentivar as recomendações relativas às medidas que reforcem o aparelho de segurança, bem como, o acelerar da reforma do sector de defesa e segurança com um plano de acção de curto prazo, que servirá de base para uma conferência de doadores.
Estou certo de que, com o empenho, a solidariedade e coordenação de esforços de todos os Estados Membros, venceremos os desafios que nos são colocados.
Muito Obrigado.