segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
VOO TAP/SÍRIOS: ANTÓNIO SUKA NTCHAMA É O PRINCIPAL VISADO
A comissão de inquérito ao incidente com um voo da TAP em Bissau concluiu que o ministro do Interior do Governo de transição guineense, António Suka Intchama, "exigiu" o embarque dos 74 sírios com passaportes falsos para Portugal. LER NOTÍCIA DO DC De acordo com o relatório da comissão de inquérito, divulgado hoje, "houve de facto uma intervenção direta" do ministro guineense, que alegou "motivos de segurança interna" para exigir o embarque dos sírios.
O documento refere ainda que "não houve coação nem física nem armada em relação à tripulação da TAP, nem ao chefe de escala" da companhia aérea em Bissau em relação ao voo de dia 10 de dezembro. O relatório concluiu também que a ordem do embarque dos 74 sírios foi dada pelo diretor-geral de escalas das delegações da TAP em África, a partir de Lisboa.
domingo, 22 de dezembro de 2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
CNE diz que recenseamento eleitoral está com "andamento lento"
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Augusto Mendes, manifestou a sua preocupação com o "andamento lento" do recenseamento de potenciais eleitores decorridos 15 dias desde o início do processo. Em conferência de imprensa, Augusto Mendes não quis adiantar os números de eleitores já registados, mas apresentou aos jornalistas um conjunto de elementos que indicam a preocupação da CNE.
"Não se afigura pertinente nesta primeira fase divulgar cifras, mas contudo é deveras preocupante o estado do desenvolvimento do recenseamento eleitoral", disse Augusto Mendes, ao apresentar à imprensa os resultados de uma missão de avaliação no terreno. Lusa
«"O ano que finda foi (na Guiné-Bissau) um ano de mais sofrimento, de desilusões, de promessas não cumpridas, de medo, de impunidade". José Ramos-Horta, finalmente muito mais realista e céptico do que o estava há seis meses, quando ainda parecia ter esperança de endireitar o país para onde fora enviado pelo secretário-geral das Nações Unidas. Agora começa a compreender que será difícil promover daqui a três meses eleições justas, com a garantia de os resultados serem integralmente respeitados."» - Jorge Heitor, Jornalista
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
SÍRIOS ESFUMARAM-SE: O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras não sabe onde estão 10 dos 74 sírios que chegaram a Portugal vindos da Guiné-Bissau, com passaportes falsos. Os cinco adultos e cinco crianças saíram das instituições onde estavam instalados, na colónia balnear "O Século" e numa outra instalação na Parede.
Masturbar , ou não - eis a questão
MASTURBO, NÃO MASTURBO…
In: SIMINTERA
Escrevo, não escrevo, escrevo, não escrevo, escrevo, não escrevo, masturbo, não masturbo, masturbo, não masturbo, masturbo, não masturbo…
Como guineense, orgulhoso da sua origem, até não ia escrever, pela vergonha que o caso dos “74 sírios” me causa, mas acabei por escrever (sem masturbar, julgo eu) e publicar, porque as barbaridades são para serem combatidas de forma incansável, enquanto existirem pessoas a cometê-las e outras a defendê-las.
A notícia desta semana em Portugal, que ainda hoje faz abertura de alguns telejornais, envolveu, MAIS UMA VEZ DE FORMA VERGONHOSA, a Guiné-Bissau e feriu de morte o orgulho de todos os guineenses de bem.
Para falar verdade, entre os guineenses, já não sei quem é quem, quem é de bem e quem é de mal e quem pretende o bem ou o mal da Guiné-Bissau!
Que os golpistas militares e “transicionistas” guineenses não tenham sensatez, nem vergonha na cara, e que só lhes interessa as negociatas para proveito próprio, venham eles de qualquer tipo de tráfico, já todos sabemos. Agora, que este incidente ou prática grave e vergonhosa, facilitada por supostos dirigentes guineenses, que envolveu o trânsito de vítimas de uma guerra, exploradas por uma rede ilegal de malfeitores, pondo em causa a segurança internacional, tendo a Guiné-Bissau como a placa de lançamento para o espaço Schengen, seja aproveitada por guineenses, para criar cisões entre guineenses, é intolerável e roça o limiar da baixeza…
Todos os guineenses, com excepção dos criminosos que hoje se dizem dirigentes da nossa pátria, deviam ficar preocupados e até horrorizados, com o estado actual do nosso país, sendo que este incidente ou prática, só pode significar que a nossa pátria amada é hoje usada para a prática de todos os tipos de actividades que se relacionam com o submundo do crime organizado, com conluio dos próprios filhos da Guiné-Bissau…
No alto da sapiência virtual guineense, interpreta-se mal e porcamente, e não se hesita em misturar aquilo que é a denúncia de uma ilegalidade estritamente administrativa (falsificações de passaportes e vistos) potencialmente ligada a redes de narcoterrorismo e a insegurança internacional, com aquilo que é a segurança da aviação civil e a segurança durante um único voo.
Para já, a segurança para a aviação civil deve ser garantida pelo país contratante do serviço, ou seja, aquele que fornece o seu aeroporto para aterragem dos aviões. É isso que a TAP espera e reclama das supostas autoridades guineenses (que na prática não existem, desde Abril de 2012), e é isso que levou a suspenderem os voos para a Guiné-Bissau, até verem resolvida a questão da segurança da aviação civil.
O argumento, usado pelos golpistas e seus acólitos, de que nem toda a gente com farda é militar, não cola neste assunto em particular, uma vez que se trata de uma área que deva ser estritamente controlada pela autoridade local. Neste caso em particular, já se sabe que a ordem de embarque desses Sírios foi dada por um alto funcionário do suposto estado guineense, acompanhado de criminosos fardados. Também já se sabe que foi esse acto que levou à demissão do suposto Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau.
Portanto, a suposta autoridade guineense (que no fundo não existe, já que são criminosos travestidos de autoridades), não só facilitou a prática ilegal, como coagiu os responsáveis do voo a executarem essa ilegalidade, o que poderia repercutir na segurança do voo ou posteriormente na segurança dos cidadãos residentes no espaço Schengen. Em nenhuma altura o comandante de bordo detectou qualquer acto que pudesse colocar em perigo aquele voo concretamente, por isso não agiu conforme mandam as normas de segurança do voo… Limitou-se a deixar que os agentes de controlo das fronteiras (SEF) fizessem o seu serviço… É disso que se trata. Saber ler não é o mesmo que saber interpretar… É a velha questão da literacia funcional!
Outro exercício da iliteracia funcional, que não sei se é intencional ou não, é tentar colar a autoridade consular portuguesa residente na Guiné-Bissau a este caso, quando a notícia veiculada, inclusive no artigo do jornal “Expresso”, é claro a fazer referência à “PASSAPORTES E VISTOS FALSOS”. Aliás, o antepenúltimo parágrafo do artigo do “Expresso”, diz o seguinte:
Só entre janeiro e outubro, o SEF interceptou 173 pessoas provenientes da Guiné-Bissau portadoras de PASSAPORTES E VISTOS FALSOS. É um aumento de 90% em relação a 2012.
Portanto, não são passaportes nem vistos passados pela autoridade consular portuguesa sediada na Guiné-Bissau!
Ainda, no parágrafo anterior e no subsequente do mesmo artigo, lemos o seguinte:
As redes turcas de imigração clandestina para vários países europeus movimentam milhões de dólares por ano e têm ramificações na capital guineense.
Várias fontes policiais e diplomáticas garantem que estas redes se confundem , e negoceiam, com as que se dedicam com o tráfico de droga por toda a África Ocidental.
As redes que auxiliaram estes cidadãos em Bissau estão ligadas ao tráfico de estupefacientes, principalmente de cocaína.
Estes sim, são dados que me interessam e preocupam como guineense e que devem preocupar a todos os guineenses de bem, sem excepção. O resto é secundário. O resto é encher páginas, ou melhor, aquilo que os portugueses chamam de “encher chouriços” e que eu chamo de “masturbação intelectual”.
Chega a roçar o delírio persecutório, quando se tenta arranjar “bodes expiatórios” para todas as asneiras cometidas por impreparados que assaltaram o aparelho de estado guineense!
Estes dados não é nada mais que um indício claro do estado em que está mergulhada a nossa pátria e que resgatá-la das mãos do crime organizado está a tornar-se cada vez mais difícil e, sem uma ajuda internacional séria e desinteressada (o que é uma miragem!) e o empenho de todos os guineenses de bem, arrisco a dizer que é uma tarefa inglória ou até impossível.
A realidade é nua e crua, não existe neste momento um verdadeiro estado na Guiné-Bissau. O território guineense e o seu povo estão tomados por redes criminosas, facilitadas por supostos dirigentes políticos e agentes da lei, em que o único interesse nem chega a ser o enriquecimento ilícito, já que o que sobra para esses agentes guineenses facilitadores dessas actividades ilegais, são umas migalhas que dá para ser usada como um “lago dourado”, no oceano da miséria que é o país…
Entrando na linha do meu anterior artigo, volto a manifestar a minha extrema preocupação com o défice democrático e político dos vários candidatos que se alinham para as próximas eleições guineenses!
Um candidato à liderança do que quer que seja, quanto mais de um país, deve partir para a disputa desse cargo com o espírito de quem pretende colocar às suas capacidades ao serviço daqueles a quem pretende dirigir ou orientar. Deve conhecer ou tentar conhecer profundamente aquilo que pretende vir a dirigir, para poder transmitir aos seus eleitores, aquilo que pretende mudar quando for eleito. Esse exercício não deve ser feito só durante a campanha eleitoral! Quem quer assumir o papel de líder político, deve saber que tem de estar a altura de intervir, sempre que as circunstâncias do quotidiano justificarem, principalmente quando está em causa assuntos que lesam profundamente o país e o povo!
O povo guineense anseia por políticos com coragem e determinação de Amilcar Cabral, Mahatma Gandhi, Mandela, entre outros. Necessitamos de uma outra revolução na Guiné-Bissau, feita, desta vez, por democratas, sem necessidade de recurso à luta armada.
O povo guineense anseia por democratas que usem da voz e da escrita para combater os criminosos que lhe mantém refém. O povo guineense não precisa de discursos de ocasião, carregados de chavões, proferidos por homens com fatos reluzentes e gravatas alinhadas, com currículos ditos brilhantes. O povo guineense precisa de políticos com “P grande”, que sabem apontar o dedo aos desvios dos interesses do Estado e que também sabem apontar soluções e saídas para o estado moribundo em que se encontra o país.
Cabral, no decurso de uma luta armada que contava vencer, já desenhava caminhos para o desenvolvimento nacional após a libertação do país. Os nossos actuais políticos pretendentes á liderança do país, não são capazes sequer de fazer uma abordagem pública, incisiva e clara dos factos actuais relevantes!
No aproximar de Março de 2014, este (entre outros) é mais um dos graves acontecimentos que morrerão no silêncio daqueles que dizem ser candidatos a líderes da Guiné-Bissau! Com que interesses!?
Se os nossos democratas ou pseudo-democratas não saberem juntar as vozes, para denunciarem os criminosos e solicitarem ajuda internacional para combate-los, jamais sairemos do atoleiro onde nos encontramos.
Será que vou morrer sem ver outro Amilcar Cabral na Guiné-Bissau?
Jorge Herbert
Carta para o Ramos Horta
«Caríssimo Aly,
Foi com particular sentido de humor que li a mensagem de Ano Novo do Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta, postada no teu incontornável blog.
Li-o com bastante humor sim ...! Humor, num contexto de penúria humana e governativa, que ele, na sua mensagem de Boas Festas, reconhece de forma inequívoca, a qual infelizmente, ele não consegue fazer reflectir tão claramente nos seus famosos relatórios de paninhos quentes de uma no cravo e outra na ferradura endereçada a quem representa no pais de Cabral. Alias, RH não respalda nos seus relatórios, nem os factos tal como deviam ser e, tão pouco sugere ou propõe medidas concretas e injuntivas ao Douto Conselho para fazer sair a Guiné-Bissau desse marasmo de podridão em que se encontra atolado.
Sendo emotivo e quiçá, liberto de formalismos e preconceitos desnecessariamente adquiridos desse complexo processo, Ramos Horta, finalmente, em poucas linhas, retratou com alma iluminada, a verdade dos factos e do sofrimento do Povo guineense, factos e verdades que ele não consegue expor perante quem de direito e em instância própria..., e com essa atitude acobardada de não ferir susceptibilidades de bestas ignorantes, RH vai adiando, sem dar conta, que seja tomada uma decisão firme e corajosa que indique a porta da saída para a crise guineense.
Apenas um senão, RH persiste em indicar caminhos a seguir após o período eleitoral (solicita um Presidente de largo consenso, dialogante, preconiza a constituição de um governo alargado a todas as forças politicas e por ai fora...). Julgamos que isso não foi pedido ao RH e nem deve ser esse o seu papel. O seu papel é o de apresentar soluções para a saída da crise guineense, ajudar a realizar eleições livres justas e transparentes, onde todos os guineenses sem exclusão possam participar livres de quaisquer constrangimentos ou ameaças. Enfim a realização de um processo de transição para uma verdadeira democracia na base da verdade e nos verdadeiros ensejos do Povo da Guiné-Bissau.
Não sendo assim, RH esta a ir para além do seu papel e esta a dar directrizes e quiçá a falar por conta de alguém... Sendo assim trasvasa o seu papel e deixa de ser imparcial.
Um Santo Natal e um Feliz Novo Ano para todo o Povo Guineense, se possível livre dos impostores que assaltaram o poder na Guiné-Bissau.
Grupo de Reflexão 'No Pensa Guiné'»
100 sombras
Estamos todos a aguardar a divulgação do tão propalado relatório sobre o embarque à força e sob coacção armada de 74 cidadãos sírios num voo da TAP Portugal. Aposto aqui que os demissionários Delfim da Silva e António Suka Ntchama VÃO permanecer nos seus postos - aquilo foi tudo teatro, uma encenação preocupante, à medida do aflito poder golpista de Bissau!!! Está tudo pronto para atirarem uma vez mais areia para os olhos dos guineenses e fazer da comunidade internacional uns autênticos parolos.
Está claro para todos - idiotas à parte - que o ministro do Interior está desde a primeira hora ligado aos sírios. Quem, no seu perfeito juízo, pode pensar que 74 cidadãos 'refugiados' estrangeiros chegam organizadamente a Bissau, instalam-se confortavelmente em dois hotéis (refugiados ricos, esses), pagando tudo do seu bolso, sem ninguém dar por nada?
É claro que para um regime vetado ao ostracismo, qualquer solução, por mais dramática que seja, é bem vinda para arrecadar somas avultadas. É a 'transição', há que mamar... 25 mil dólares por pessoa... Não importa o dano causado a terceiros (neste caso, a vinte e sete países), estão-se nas tintas para as consequências pois estão habituados a governar ignorados pelo resto do mundo.
Só num país anárquico é que podia acontecer o que se assiste na Guiné-Bissau. Prisões arbitrárias, raptos, espancamentos, assassinatos, tráfico de droga, de armas, e, para compor o ramalhete, de seres humanos! Guiné-Bissau parece um palco que em vez de pessoas tem sombras deambulando. Tristemente, a comunidade internacional, a mesma que impõe sanções, assiste, impávida e serena às violações das suas sanções. Um exemplo:
Major Idrissa DJALÓ
Nationality: Guinea-Bissau
Date of birth: 06 January 1962
Official function: Protocol Advisor to the Armed Forces Chief of Staff
Designation/Justification: Point of Contact for the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012 and one of its most active members. He was one of the first officers to publicly assume his affiliation to the “Military Command”, having signed one of its first communiqués (nº5, dated 13 April 2012). Major Djaló also belongs to the Military Intelligence.
E o que é feito mesmo do major Idrissa Djaló? Depois de sancionado, foi calmamente nomeado embaixador extraordinário e plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República da Gâmbia!!! Essa é que é a verdade!!! E convive lá, em Banjul, com a mesma comunidade internacional...
E a ONU, tugiu? Não me parece. Mugiu? Ora essa, doutor! AAS
UNIÃO EUROPEIA - JUNHO DE 2012
SÓ PARA RECORDAR QUE FALTAM OS 'ACTOS', E QUE O POVO GUINEENSE ESTÁ FARTO DE PALAVRAS
A União Europeia aprovou resolução que condena golpe de Estado, e Diogo Feio, Ana Gomes e Rui Tavares apelam à UE para passar das palavras aos actos. O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje em Estrasburgo uma resolução que condena com veemência o golpe de Estado na Guiné-Bissau do dia 12 de Abril. Os deputados europeus exigem o retorno à ordem constitucional e a realização da segunda volta das eleições presidenciais.
Diogo Feio, Ana Gomes e Rui Tavares, deputados ao PE, congratularam-se com este resultado e com o trabalho que desenvolveram em conjunto no sentido de sensibilizar a euro-câmara para a questão guineense. Os três deputados pretendem que a União Europeia (UE) envie um sinal claro de que não tolera a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau e que está disponível para promover e colaborar no regresso à ordem democrática do país, bem como para apoiar as populações carenciadas.
Diogo Feio (PPE), defende a devolução do poder aos seus legítimos titulares. "Receio que, sem o apoio da UE, a Guiné-Bissau corra o risco de se tornar num Estado falhado corroído pelo tráfico de droga. A reforma do sector de segurança e defesa deve ser um dos primeiros passos a dar no sentido da estabilização do país. É importante apoiar o povo da Guiné e os seus legítimos representantes nesta hora de extrema dificuldade".
Ana Gomes (S&D), "não é tolerável que a CEDEAO na Guiné‑Bissau, tal como no Mali, esteja a respaldar soluções que reabilitam os golpistas e lhes permitem ensaiar uma farsa de transição em violação da democracia. É imperativo que a UE se empenhe, no regresso à ordem constitucional na Guiné-Bissau e ao processo eleitoral. É disto que depende a reabilitação do país e a segurança do povo guineense".
Rui Tavares (Verdes), espera que a resolução desperte a atenção do Serviço de Acção Externa da UE, para a defesa da Guiné-Bissau. "Os guineenses já demonstraram que têm capacidade para desenvolver o seu Estado e a sua sociedade. Qualquer demissão do nosso dever de solidariedade para com a Guiné tem custos que se materializam no perpetuar de uma situação de sofrimento para a população, como a corrupção, a militarização e o enquistamento do narcotráfico."
A resolução comum contou com o apoio de seis grupos políticos que representam a grande maioria dos deputados ao Parlamento Europeu, prova da convergência de pontos de vista quanto à situação política e militar da Guiné-Bissau.
Ramos Horta faz balanço do ano
Esta é a mensagem do chefe do chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS):
"Infelizmente, o povo da Guiné-Bissau não celebrara um Natal mais feliz do que os anteriores; o ano que finda foi um ano de mais sofrimento, de desilusões, de promessas não cumpridas, de medo, de impunidade.
Como Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas não posso, honestamente, dizer que houve progressos com vista ao regresso da paz, boa governação, justiça, bem-estar. Estou preocupado em relação a 2014, pois nada nos assegura que a situação vai melhorar. O adiamento da realização de eleições significa o adiamento da resolução dos graves problemas da Guiné-Bissau.
A comunidade internacional continua muito cética em relação à vontade dos líderes políticos Guineenses de assumirem as suas responsabilidades e, decisivamente, encontrarem soluções duradouras para os graves problemas do seu país.
A comunidade internacional não se substitui aos líderes nacionais. A comunidade internacional só pode apoiar aqueles que, demonstradamente, merecem ser apoiados, que querem ser apoiados. Apelo às elites político-partidárias da Guiné-Bissau para se unirem à volta dos ideiais do passado da sua luta, para se sentarem à mesa de diálogo e proporem uma agenda para a Paz, democracia e desenvolvimento.
O primeiro passo terá de ser o da realização das eleições gerais a meados de Março de 2014. A não realização das eleições, como prometido ao povo Bissau-guineense e à comunidade internacional, iria inevitavelmente agravar os problemas, já muito sérios, que o país enfrenta.
Por isso, apelo a todos para que trabalhemos no sentido da realização de eleicoes livres e democráticas, credíveis; para a formação de um governo de base ampla, inclusiva; e para, juntos, possamos mobilizar os recursos possíveis para resgatar a Guiné-Bissau da penúria, da extrema pobreza, da instabilidade.
A todos desejo felicidades nesta quadra de festas e no Novo Ano que se aproxima."
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Rui Barros já tem inquérito a voo da TAP
O primeiro-ministro do Governo de transição da Guiné-Bissau já tem em mãos as conclusões dos inquéritos sobre o embarque forçado de passageiros com passaportes falsos num avião da TAP, disse à Lusa fonte governamental. Segundo a fonte, os resultados apurados por uma comissão chefiada pelo ministro da Justiça, Saido Baldé, foram entregues a Rui de Barros "no final do dia" e o primeiro-ministro vai decidir na sexta-feira sobre os procedimentos a seguir sobre o assunto.
A fonte indicou ser provável que Rui de Barros convoque uma reunião extraordinária do conselho de ministros para debruçar sobre o resultado do inquérito. De seguida Rui de Barros deverá remeter ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o documento resultante das averiguações sobre o que realmente se passou em 10 de dezembro quando 74 sírios com passaportes falsos foram embarcados à força em Bissau num avião da TAP para Lisboa.
O caso provocou o cancelamento dos voos diretos da transportadora aérea portuguesa para Bissau e ainda o pedido de demissão de dois ministros guineenses do Governo de transição. LUSA
FANTASMAS: Fernando Vaz diz que MNE português vê «terrorismo em tudo»
O porta-disparate do 'governo de transição' reagiu - com a baixeza de sempre e a linguagem que se (re)conhece - às declarações de Rui Machete, ministro português dos Negócios Estrangeiros, que classificou o embarque forçado de cidadãos sírios num voo de Bissau para Lisboa como «um acto de terrorismo». O vocabulário do Vaz: «A mentalidade deste homem, infelizmente, é de quem vê terrorismo em tudo, tem alguns problemas mal resolvidos», disse, acrescentando não querer «entrar em detalhes» sobre as declarações de Rui Machete, por considerar estar a colocar-se «ao mesmo nível» do governante português (Nando baixara o nível logo na sua primeira intervenção...)
O porta-voz informou que o seu Governo está a trabalhar no sentido de a Guiné-Bissau ter a sua própria companhia aérea, de forma a não depender de outras companhias, numa alusão à suspensão dos voos da TAP para Bissau. (a companhia aérea será apenas para os aeroportos internacionais de Rubane e Cufar?)
No que respeita ao pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva, e à colocação do lugar à disposição por parte do ministro do Interior, António Suca Ntchama, Fernando Vaz minimizou o impacto sublinhado que casos desta natureza são raros na Guiné-Bissau (Tão raro, presumo eu, quanto embarcar ilegalmente cidadãos sírios num avião de passageiros com bandeira estrangeira).
OPINIÃO: Fernando Seara
Da Vaidade
Jornal: Diário de Notícias
Autor: Fernando Seara
1- As relações de Portugal com a Guiné-Bissau estão significativamente perturbadas em razão dos acontecimentos ocorridos com a "invasão" do avião da TAP. O Governo, em particular o MNE, e a transportadora aérea reagiram bem. E prontamente. E o mínimo que se exigiria, mesmo a um poder político precário, era a imediata identificação dos prevaricadores e a delimitação da respetiva liderança. O que mais me perturba, nestes tempos, é alguns julgarem que os "outros são parvos". É o exemplo de um tipo de vaidade contemporânea. Como acontece, em outro sentido, perante a opinião pública global, com o cidadão sul-africano que "falsificou a linguagem gestual" numa das cerimónias públicas de homenagem a Nelson Mandela e a sua desculpa "bem esfarrapada"!
Com efeito, e no momento em que escrevo, apenas sabemos que decorre um processo de inquérito na Guiné-Bissau. Eu diria que o Governo precário da Guiné-Bissau, se queria mostrar autoridade - que não legitimidade -, deveria ter identificado, de imediato, todos aqueles que violaram, grosseiramente, regras internacionais inequívocas. Ao não o fazer mostrou cumplicidade. Ao adiar confirmou a fragilidade do seu poder. Ao não concretizar qualquer medida demonstrou a crise de autoridade que o condiciona. E perturba. E, em rigor, o humilha.
E a um poder precário sem autoridade e sem a mínima influência não se poder conceder uma segunda oportunidade para remediar uma "má impressão". Tem de se agir com toda a firmeza. E não escutar nenhuma "viúva carpideira".
Tem de evidenciar que há hierarquia e valores e que esta hierarquia não pode vacilar perante atos graves, factos grosseiros e situações perigosas. E perante precedentes que, face à fragilidade dos poderes - ou em rigor dos poderes fácticos - se podem repetir. "Os Estados falhados" devem ser ajudados. Mas precisam de mostrar, sempre, que querem e merecem ajuda. Não podem os seus temporários titulares julgar os "outros" como "serenamente parvos" ou, eles próprios, serem "desculpáveis permanentemente". Julgando que o "encolher de ombros" é regra mesmo que perante um conjunto de lágrimas caídas como aqueles que brotam nos rostos de uma personagem de uma falhada telenovela. O que fica é uma decisão rápida e responsável do Governo da República. Mostra autoridade. Bem necessária nos tempos que correm e naqueles que se aproximam.
2- Entre o ensino de Eça e o gosto pela leitura há uma relação de compromisso. É pela palavra que Eça nos conquista. Pela minúcia da narrativa, pela finura da graça e pelo inigualável poder de efabulação. O recorte semântico e ficcional da escrita interage com a nossa própria capacidade de sonhar e adensa o nosso fascínio pela linguagem.
É, nesta perspetiva, que a escrita e a leitura da obra de Eça de Queirós se tornam consequentes. É na excecional criatividade do uso da palavra e na perfeição formal da prosa queirosiana que se mantém sempre atual. Ensinar a ler ou ler e ensinar Eça de Queirós, alteia o nosso legítimo anseio de cultivar a literacia nacional e estimular a vivacidade da língua portuguesa. Para além de qualquer relatório ou disputa política meramente semântica como aquelas que nos dominam e condicionam nos dias de hoje.
A narrativa de Eça de Queirós estende-se a uma crónica dos costumes, da cultura, da política, da civilização, dos movimentos sociais do século xix verdadeiramente notável.
Para o embaixador tataflu
O embaixador da Guiné-Bissau em Dakar (ilegalmente nomeado, diga-se), anda a espalhar por aí uma 'nota de esclarecimento' sobre esta NOTÍCIA . Mas como o embaixador desconhece o que é uma 'nota de esclarecimento', eu dou uma ajudinha: É... isso mesmo: o direito que uma pessoa tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio em que foram publicadas.
O embaixador ilegalmente nomeado pelo poder golpista de Bissau, sabe mais, muito mais do que aquilo que diz. Por que razão o embaixador não enviou essa 'nota de esclarecimento' para o blog que deu a notícia, o ditadura do consenso? AQUI, NO DITADURA DO CONSENSO, TINHA MAIS AUDIÊNCIA...MUITO MAIS!!! Vá-se lá perceber esses embaixadores... Ah, o embaixador também não percebeu a frase «Refugiados» sírios 'passaram' por Dakar»? «Terá», «estará»...A língua portuguesa é fodida. Ah, eu não tenho tempo... AAS
Caso TAP/Sírios: O 'governo de transição' da Guiné-Bissau decidiu, em conselho de ministros, adiar por um dia a conclusão do relatório sobre o incidente com um voo da TAP. Nando Vaz - ele de novo - disse haver a necessidade de concluir todas as audições necessárias para "apurar o que de facto se passou"...AAS
PDD - Apresentação pública
É hoje a apresentação pública do Partido Democrático para o Desenvolvimento cujo sigla é PDD. O presidente do partido é Policiano Gomes, antigo presidente de Conselho Nacional de Juventude. Hoje, no espaço LENOX, às 16,30h.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
EXCLUSIVO/EXCLUSIVO: Guiné-Bissau já tem companhia aérea, e um avião...
Excitação: "Chega desta dependência [da TAP]. Vamos rapidamente criar uma companhia de aviação da Guiné-Bissau." - Nando Vaz. Parabéns ao Nando Vaz, pá! AAS
Excitação: "Chega desta dependência [da TAP]. Vamos rapidamente criar uma companhia de aviação da Guiné-Bissau." - Nando Vaz
Estou a ver...se aviam, via TAP, imigrantes ilegais, drogas, armas e outras coisas para a Europa, imagino o que não enviariam na 'vossa' companhia. Só uma Europa lelé da cuca vos daria autorização para sobrevoarem o seu espaço aéreo. Calem-me esse Nando Vaz, se fizerem o favor, pois parece que não tem noção da gravidade nem do disparate que fizeram. AAS
OPINIÃO: Manual do resistente
Este é um apelo desinteressado para os trabalhadores e para o Povo democrata da Guiné-Bissau:
Passaram 20 meses desde os tristes acontecimentos na Guiné-Bissau. Vinte meses de SILÊNCIO e de ambiguidade da comunidade internacional. Vinte meses de joguinhos entre o Senegal, a Costa do Marfim, o Burkina Faso, a Nigéria e, pasme-se, os EUA - um país que não ganha uma guerra desde 1945!!! Enfim, vinte meses de vergonha.
Aos trabalhadores:
Que não trabalhem, que façam greves sucessivos. Numa palavra: paralisem o País, pois só assim as leis serão respeitadas, a orgia de violência cessará de uma vez por todas e a Guiné-Bissau caminhará, orgulhosa, e viverá no concerto das Nações civilizadas.
Ao Povo:
NÃO podes manifestar-te! Os teus direitos previstos na CONSTITUIÇÃO estão fechados numa gaveta. Se o POVO guineense se mantiver FIRME e determinado, acreditem, nem precisará da intervenção da comunidade internacional.
A comunidade internacional aguarda um sinal da parte do POVO. Um sinal que pode traduzir-se numa resistência passiva, sem qualquer tipo de violência (a vitória de Ghandi, na Índia, contra a colonização britânica é um BELO exemplo).
Se o POVO se deixar assustar por 'leis' e 'decretos' (ilegais, diga-se) então a comunidade internacional democrática ABANDONA-LO-Á. Lembra-te: a comunidade internacional NÃO lutará por ti. Quando muito, tentará manter a tua cabeça fora de água...assim, não morres. Mas também não viverás...é tipo teres uma vida... pior do que a morte! Há que cerrar fileiras em cada esquina ou beco, o POVO deve continuar firme, sem medos nem receios. Este País pertence a cada um de nós. Se der para o torto, cada um tem então o direito de destruir a parte que lhe cabe... RESISTE com a desobediência civil, com grafittis, com panfletos, no anonimato ou dando a cara, mas RESISTE.
Resistindo, não estarás a fazê-lo para ajudar A, B, ou C ou o partido E, F, ou G... estarás a contribuir para tirar do obscurantismo, do medo, do analfabetismo o teu Povo, o teu País, uma Nação inteira da qual te orgulharás mais tarde. Quem diria que a Primavera Árabe teria o seu começo na Tunísia, alastrando-se depois a outros países governados por déspotas, todos eles apoiados pelos EUA? Só um louco de brilhantina no cabelo... RESISTE, e lembra-te sempre desta frase lapidar:
Ninguém tem o dever de obedecer a quem não tem o direito de mandar
- Quem votou em alguém para se arvorar em 'presidente de transição'?
- Quem votou em alguém a ponto de ser chamado de 'primeiro ministro de transição?
- Como é que quatro países (cheios de problemas e conflitos) se sobrepõem aos restantes doze países-membros da CEDEAO, impondo ao POVO da Guiné-Bissau um 'presidente' e um 'governo' ILEGÍTIMOS?
- A que se tem prestado a União Africana, a organização maior do continente? A que estados presta vassalagem? E a troco do quê mesmo? Sobretudo: a que povo deve uma explicação sobre o seu imobilismo e inoperância?
- Por que interfere a América? E a França, a China?
- Porquê tanta ambiguidade da potência do continente, a África do Sul (participou, na tribuna, na festa da independência - e garantiu, depois de confrontado pelo DC, que foi "um erro"...mas ontem, à chegada do 'presidente de transição'... Ninguém os viu de bandeirinha hasteada e nem nenhum representante europeu se prestou a tal coisa...)
- A CPLP, a União Africana, a ONU: Nenhuma destas organizações, a que se somam outras de particular relevo para a Guiné-Bissau como o Banco Mundial, o FMI - Nenhuma delas reconhecem as autoridades pós-12 de abril. Mas então o que se passa afinal? A CEDEAO estará acima da União Africana?
- O que vai fazer a ONU, depois de o Senegal, a Nigéria e outros países terem violado uma resolução do próprio Conselho de Segurança?
- Por que não impõe a ONU sanções contra os países que violaram essa - a sua!!! - resolução?
- O que vai ser feito para SALVAR o POVO da Guiné-Bissau? Quando e como e por quem?
O Povo da Guiné-Bissau aguarda.
António Aly Silva
Preparada? Não, nem de longe...
SONDAGEM DC
PERGUNTA: A Guiné-Bissau está preparada para organizar o recenseamento?
RESPOSTAS:
Sim, está - 118 votos (15%)
Não, nem de longe - 540 votos (72%)
O melhor é adiar as eleições - 88 (11%)
Votos apurados: 746
Obrigado. AAS
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Adeus, Guiné
A TAP confirmou que não tem data prevista para retomar os voos para a Guiné-Bissau. A companhia suspendeu os voos depois de as autoridades guineenses terem forçado a tripulação a transportar 74 imigrantes ilegais, um acto que o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, descreveu como sendo "próximo do terrorismo". Um dos suspeitos de responsabilidade pelo sucedido é o ministro guineense do Interior, que entretanto colocou o seu lugar à disposição. Primeiro, foi o MNE Delfim da Silva a por o lugar à disposição de Serifo Nhamadjo.
12 de abril, 20 meses
"Irmãos Guineenses,
Chamo atenção de todos conterrâneos em geral por aquilo que considero de muito desespero e incompetência das actuais autoridades da Guiné-Bissau.
Estamos na data de (17-12-2013) precisamente vinte(20) meses depois do golpe de estado de 12 de Abril, é incompreensível, sem cabimento, e sem fundamento, as alegadas tentativas de culpabilizar o Cadogo por todas as situações e descalabro sucedidos ao longo deste período pôs golpe Tudo o que acontece, dizem Cadogo injectou dinheiro para provocar isto e provocar aquilo.hoje de novo surgiu a nova acusação de que Ele o Cadogo é que injectou de dinheiro nos Sindicatos para fazerem greve.
Uma acusação muito vergonhoso no meu entender uma vez que é do conhecimento público da deterioração de estado das coisas logo depois do golpe de estado.salários em atrasos em algumas instituições ultrapassa quatro (4) meses. Algum tempo atrás o próprio Mentor do golpe de estado General Injai acusou o Governo de transição de que Ele mesmo faz parte de incompetência e corrupção.
O Homem que se faz de defensor deste Governo, devia ter vergonha na cara e tentar arranjar um pouco de dignidade porque Ele auto intitulou-se na luta pela verdade e o que faz não passa de encenações lamentáveis e sem credibilidade nenhuma.uma coisa é certa mais tarde ou mais cedo a razão julgará.
A. L. F."
OPINIÃO: Duas demissões não chegarão
No espaço de mais ou menos uma semana, dois ministros demitiram-se das suas funções. Delfim da Silva, que tutelava os Negócios Estrangeiros, e, agora, António Suka Ntchama, do ministério do Interior. Não resistiram ao 'caso dos 74 sírios', que de Bissau partiram para atormentar Portugal e a Europa. Foram usados todos os adjectivos para classificar este acto tresloucado das autoridades Bissau-guineense.
Caros amigos,
Quando ministros desta envergadura se demitem por causa de um escândalo que de tão grande, tão grande, pôs em causa a segurança de vinte e sete Estados membros da União Europeia, então seria preciso ir mais longe. Implicaria, a meu modesto ver, a demissão do próprio primeiro-ministro, e, por arrasto, de todo o governo de transição golpista.
Duas demissões não chegarão, portanto. Aliás, ditadura do consenso sabe que mais detenções ocorrerão em Bissau, e, em Lisboa, as autoridades policiais portuguesas estão a trabalhar para a identificação do ponto focal desta rede mafiosa, incumbido de receber o resto do dinheiro. A Polícia Judiciária guineense e o seu diretor geral estão de parabéns, pois só trabalhando com seriedade podemos limpar o nosso país daqueles que lhe mal fazem. AAS
Caso TAP/Sírios: Greve geral trava audição
A greve da função pública que está a decorrer na Guiné-Bissau impediu, esta segunda-feira, a realização da audição em tribunal de K. Baldé, suspeito de recrutar os passageiros com passaportes falsos que viajaram num voo da TAP até Lisboa.
Apesar deste impedimento, a polícia já recebeu garantias de que hoje, terça-feira, haverá um juiz disponível para ouvir o suspeito. K. Baldé, recorde-se, foi detido na sexta-feira pela Polícia Judiciária guineense, pela suspeita de ter acompanhado os cidadãos estrangeiros, presumivelmente sírios, de Marrocos até à capital guineense, referiu a mesma fonte.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
MNE português: «Incidente com voo da TAP em Bissau esteve 'próximo de acto de terrorismo'»
O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje que o incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa em 10 de dezembro esteve "muito próximo dos atos de terrorismo". "Foi um ato muito próximo dos atos de terrorismo, portanto, que tem exatamente os mesmos objetivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas", afirmou Rui Machete em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem do Conselho de Negócios Estrangeiros,
O chefe da diplomacia portuguesa adiantou ter feito uma intervenção sobre o caso na reunião e que todos os parceiros europeus partilham da "preocupação" do executivo português, referindo ainda que espera que a Guiné-Bissau "dê garantias suficientes" para que a ligação aérea, que foi suspensa, possa ser retomada. Rui Machete revelou ainda que quase todos os 74 presumíveis cidadãos sírios com passaporte falso que chegaram a Lisboa a bordo do voo da TAP, na semana passada, já pediram o estatuto de refugiado e que estes estão a ser analisados "caso a caso".
O ministro acrescentou haver "indicação clara de que os sírios que vieram, que fugiram de uma situação difícil, e que estavam a viver, presume-se, na Turquia, pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização" com pessoas "ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau". Rui Machete referiu que esta situação "demonstra a fragilidade da situação política" na Guiné-Bissau, atualmente com um governo transitório não reconhecido por Portugal, e disse esperar que as eleições previstas para 16 de março possam ser fiscalizadas pela União Europeia.
Eu, a UE
Texto escrito em 2010
Um Franco abraço, e até breve
FRANCO NULLI deixou Bissau hoje, dando assim por finda a sua missão como Delegado da União Europeia na Guiné-Bissau. Não a ligação ao País, de que diz "gostar muito". E eu sei que é a verdade.
Franco Nulli, acompanhado da sua mulher, viajou para Dakar. A viagem continua rumo a Johanesburgo (África do Sul) onde terá de aguardar uma horinha pelo voo que o levará para a Zâmbia, terra da sua mulher, para viver a sua merecida reforma. O embaixador, para além da sua casa, está a construir uns bungalows, uma espécie de turismo rural para receber turistas e amigos.
Conheci Franco Nulli ainda no tempo do Kora Club, nos anos oitenta. Trabalhava como fiscal para uma empresa italiana. Não tivemos nenhuma relação especial mas posso dizer que já bebemos da mesma garrafa de um bom scotch.
Já como delegado da UE em Bissau, Franco Nulli convidou-me uma vez para uma festa muito bonita (com passagem de moda e tudo) nos jardins da representação que dirigia. Partilhámos um caldo de chabéu, num almoço apressado de trabalho em casa de interposta pessoa.
Estive também com ele em dois ou três encontros de trabalho no seu gabinete - eu estava a realizar um serviço para a União Europeia. Tirando isso, um ou outro encontro casual, de circunstância, com cumprimentos breves mas afáveis - reconheço. De resto, outra coisa não seria de esperar do Embaixador Franco Nulli.
Ultimamente - e muito por causa do 'incidente' do 1 de abril - as nossas relações, que eram praticamente nenhumas, simplesmente esfumaram-se. Foi até num café (que é de onde escrevo este post, entre dois cafés e muitos, mas muitos cigarros) que se deu o que se segue.
Quando entrei, vi Franco Nulli sentado com amigos e assim que nos encaramos, começou a abanar a cabeça de um lado para o outro e a gesticular. Depois, disse: "Assim não, Ticha. Assim não". Apertei-lhe a mão e segui o meu caminho, por entre um sorriso maroto. Mas não era nada de pessoal contra Franco Nulli, e sim contra a instituição que representava. Bom, havia alguma provocação da minha parte, admito...
Eu percebi a mensagem, mas, menos de 36h depois, o blog lançava outra notícia-bomba: a reacção de Nulli às declarações do Presidente da República, Malam Bacai Sanha. Obviamente, Franco Nulli não gostou. E, não gostando, reagiu diplomaticamente: deixou simplesmente de me cumprimentar.
Estranhei e perguntei a amigos comuns. Que sim. Dizem-me que Franco Nulli não aprovava de maneira nenhuma os constantes 'ataques' do blog ditadura do consenso à União Europeia, de que era Delegado, o rosto da Europa dos 27 na Guiné-Bissau. E era justo. Eu também não gostaria.
Para a história da passagem de Franco Nulli pela Guiné-Bissau, ficam as duas pontes - a de João Landim e a de São Vicente, duas das maiores obras de engenharia que o País conheceu. Estamos reconhecidos. A Guiné-Bissau ficou ainda a ganhar com muitas leis e algumas reformas pontuais, algumas prontas, outras em preparação, outras já em execução, e ainda projectos vários financiados pela União Europeia.
O Presidente da República, Malam Bacai Sanha, condecorou o Embaixador, agradeceu-o e reconheceu os esforços e o empenho de Franco Nulli durante os seus anos de missão na Pátria de Amílcar Cabral. Uma missão nada fácil, aquela do embaixador: cheia de espinhos e de barreiras; enfim, Franco Nulli teve de ajudar a apagar muitos fogos. Nuns, ficou chamuscado; noutros saiu quase assado...
Pela parte que me toca, foi um prazer ter conhecido Franco Nulli. Como pessoa e como embaixador e representante maior da União Europeia no meu País - a Guiné Bissau. Imagino que Franco Nulli, neste momento a voar para a África do Sul, esteja a sentir saudades da Guiné-Bissau; imagino Franco Nulli a olhar para a mulher e a assentar-lhe um beijo suave no rosto; imagino Franco Nulli a olhar pela janelinha do avião e a não reconhecer nada do que vê lá em baixo. Os tons de verde não são mais os mesmos. É a saudade, palavra não traduzível em italiano, nem, diz-se, em mais língua nenhuma.
Eu, tenho já saudades do Franco Nulli. E o meu desejo é o de que, um dia, Franco Nulli e a sua mulher possam regressar à Guiné-Bissau para nos visitar, e encontrar um País estável, reconciliado e desenvolvido. Um País orgulhoso do seu conturbado passado. Que venha um encontrar um Povo que soube perdoar.
Que venha encontrar uma Guiné-Bissau que a Europa, bem ou mal, ajudou e ajudará a reerguer-se para, como dizia Amílcar Cabral, "caminhar pelos seus próprios pés e ser guiado pela sua própria cabeça".
Abraço fraterno,
António Aly Silva
«Os sanguessugas estão a chupar a Guiné-Bissau»
Se estão...
N'O Informador, Nuno Tiago Pinto chama a atenção: O Celso Filipe, hoje, no editorial do Jornal de Negócios põe o dedo na ferida: o Estado da Guiné Bissau está podre. Os guineenses estão condenados a uma não existência graças ao poder imposto pelas armas por uns quantos déspotas que desonram as insígnias militares que ostentam. Os mesmos que patrocinaram o golpe de Estado de Abril de 2012 graças ao dinheiro do narcotráfico envolveram-se, naturalmente, no tráfico de seres humanos e, provavelmente em muitos outros tráficos – porque estes negócios cruzam-se, entrelaçam-se e convivem entre si numa complicada teia de interesses. Partilham rotas, trocam favores, fazem negócios, vendem segurança e estão dependentes uns dos outros. Até quando vão andar impunes pelas ruas de Bissau?
Autor: Celso Filipe
Jornal: JN
INVESTIGAÇÃO DC/Voo dos 74: Mais nomes para a PJ agir
Fonte fidedigna no aeroporto de Bissau, confirmou ao ditadura do consenso que a pessoa que acompanhou de perto, inclusivamente preencheu a documentação de entrada e saída dos "refugiados", foi o Carlitos da Silva, ex-segurança da ENAG-Bissau e muito próximo do ministro do Interior António Suca Ntchama, que, após a sua nomeação promoveu o seu retorno aos Serviços Aeroportuários, onde age livremente e sob cobertura do todo-o-poderoso Ministro do Interior.
Outro elemento também ligado ao preenchimento dos documentos dos «refugiados» sírios é um outro individuo chamado Gino. Quando o escândalo rebentou, o Carlitos da Silva desapareceu de circulação. Não se sabe se, por recomendação, ou para não prestar contas que venham a comprometer o seu "chefe" na alhada em que se meteu. AAS
domingo, 15 de dezembro de 2013
Os sírios já vinham de longe...: "Porém, já em Abril passado um grupo de três dezenas de refugiados da guerra civil síria com quatro crianças tinha sido detido em Lisboa por suspeita de imigração, tendo também viajado via Bissau. Tinham passaportes sírios e turcos com carimbos contrafeitos de origem grega e alemã. Dirigiram-se a outros países da Europa" In 'Público'
sábado, 14 de dezembro de 2013
CASO SÍRIOS/TAP: 5 doentes ficaram em terra...
Pelo menos cinco doentes que deviam ser transferidos da Guiné-Bissau para Portugal aguardam por uma decisão sobre a retoma das ligações aéreas diretas entre os dois países, disse hoje à agência Lusa um operador de viagens. Conduto de Pina, proprietário da Guinetours, uma das mais antigas agências de viagens de Bissau, disse que os doentes deviam ter viajado nas últimas 48 horas, mas as outras companhias não aceitam transportá-los, uma vez que necessitam de viajar deitados, ocupando, desta forma, mais lugares no avião.
Sem especificar qual a condição dos doentes, esclareceu que não correm perigo de vida. "Nenhuma companhia vai aceitar levar pessoas daqui para Dacar (capital do Senegal, a cerca de uma hora de avião) e de lá para Lisboa, deitadas, pois precisaria de cinco lugares", disse Conduto de Pina, dono da agência Guinetours. Aquele responsável adiantou que compreende a decisão, uma vez que, neste período do ano, "é muito difícil viajar".
O proprietário da Guinetours afirma que "muita gente não tem noção" dos prejuízos que o país irá ter com a falta de voos diretos entre Bissau e Lisboa. Apontou o exemplo de medicamentos que deviam chegar ao país nos últimos dias, mas que não foram entregues, por falta de voos diretos. "As pessoas não fazem ideia do custo que é fazer escala em Abidjan, Casablanca, Praia ou Dacar para chegar ou sair de Bissau", enfatizou Conduto de Pina.
O empresário pediu "bom senso" aos guineenses que, disse, deviam fazer "um exame de consciência" perante o que diz ser "um risco enorme" se a comunidade internacional passar a catalogar a Guiné-Bissau como ponto de passagem de emigrantes ilegais. A Guinetours tem sido "invadida" por passageiros que querem saber como podem viajar.
A TAP decidiu cancelar os voos entre a Guiné-Bissau e Portugal na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 passageiros com passaportes falsos, no voo de terça-feira, para Lisboa. Como alternativa, está a fretar aviões da Air Senegal entre Bissau e Dacar, onde existem ligações diretas da TAP para Lisboa. Lusa
INVESTIGAÇÃO DC: «Refugiados» sírios 'passaram' por Dakar
O embaixador da Guiné-Bissau em Dakar, Idrissa Embalo, está metido neste negócio das arábias que levou 74 cidadãos sírios numa aventura descontrolada e de puro terrorismo rumo a Lisboa. Ditadura do consenso sabe que foi Idrissa Embaló quem organizou o encaminhamento dos «refugiados» até Bissau, assim como tratou da sua instalação até à sua partida forçada para Lisboa. Aliás, o embaixador recepcionou tanto o 1° como o 2° grupo. Depois de instalar, preparar e certificar de que partiriam, recebeu a sua parte e terá viajado para Paris. Contudo, ditadura do consenso sabe que Idrissa já foi chamado a Bissau para dar "explicações".
Porém, com a implicação do embaixador guineense em Dakar, neste caso, dificilmente o mesmo deixará de ser do conhecimento e assentimento de Serifo Nhamadjo, de quem Idrissa é protegido e só age segundo as directrizes do 'presidente de transição'. É caso para dizer que esta procissão ainda vai no adro...
Depois do golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau, que depôs um governo democraticamente eleito pelo Povo da Guiné-Bissau, e logo após a tomada de posse do 'governo de transição', foi montada uma rede (CLIQUE AQUI) perfeita no Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros, comandada pelo secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Fernandes e que se dedica ao tráfico e venda de passaportes guineenses, do ordinário ao diplomático, enquanto centenas de passaportes de serviço andam em mãos alheias.
Com o secretário de Estado (a recuperar em Lisboa de um enfarte que o acometeu no aeroporto da Portela) estão ligados pelo menos duas pessoas próximas, funcionários da instituição. Vou trata-los por 'B' e 'M'. No caso dos «refugiados» sírios, apurou o ditadura do consenso, o próprio secretário de Estado está intrinsecamente ligado.
O montante gasto pelo sírios, não cessa de tomar proporções milionárias. Agora, fala-se em 50.000 $USD por cabeça - 25 mil USD correspondia ir até Bissau e o desejado embarque para Lisboa. O remanescente seria pago após a conclusão da operação, o que passaria pela entrada em território português, razão pela qual a TAP foi forçada a proceder ao seu embarque, pois queriam a todo o custo receber a outra metade do pagamento.
Agora, perante as circunstâncias e o escândalo em que ocorreram a expatriação, e as proporções que o caso tomou, "é pouco provável" - diz uma fonte ligada ao processo em Bissau - "que alguém venha a deitar a mão aos outros 50%", sustentando com a tese de "demasiada exposição" a que os sírios estiveram expostos. Basta alegarem que a sua entrada em território Schenghen "deveu-se a razões de ordem humanitária das autoridades portuguesas e não de quaisquer outras acções das autoridades de Bissau." AAS
Ramos Horta, ao 'Expresso de Bissau': "As forças armadas devem saber que não são insubstituíveis"
O Representante Especial do Secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, afirmou que a nova data marcada pelo Presidente da República de Transição para a realização das eleições é inadiável. Em entrevista exclusiva ao Expresso Bissau, o Nobel da Paz disse que se isso vier a acontecer, será um desaire para o povo guineense. Sublinhou que os guineenses devem trabalhar 24/24 horas para que a data seja cumprida, mesmo esquecendo as festividades do Natal.
Qual é a sua opinião relativamente ao processo de transição na Guiné-Bissau?
Acho que, a partir de Setembro do ano em curso, a situação na Guiné-Bissau começou a agravar-se no plano político e de segurança, houve nomeadamente episódios de violência, seja de natureza criminal e ataques a pessoas e casas pilhadas por homens armados, com o fito do roubo, mas houve também casos de nítida natureza política. O caso mais grave é o do Ministro de Estado dos Transportes e Telecomunicações, que foi brutalmente espancado e hoje consta entre as dissidências internas de um dos partidos. Houve casos muito graves de espancamento de cidadãos inocentes e outros atos, que se pode dizer de violência, contra a embaixada da Nigéria. Todos estes atos, obviamente, tinham motivações políticas orquestradas por pessoas que querem desestabilizar a Guiné-Bissau, desacreditar o processo de transição, a CEDEAO e a ECOMIB. Isso só pode ser uma agenda política para desestabilizar o país. Pergunto: quem está interessado em desacreditar o regime de transição, a ECOMIB, a CEDEAO ou, em particular, a Nigéria.
É óbvio que há pessoas na Guiné-Bissau que não estão interessados e é igualmente óbvio que há pessoas na Guiné-Bissau, ou fora da Guiné-Bissau, que não estão interessadas em que o processo de transição continue pacificamente com êxito, e provocaram este incidente. A situação no plano social e humanitário agrava-se dia-a-dia devido às sanções, à má comercialização do caju e à ausência de novos financiamentos, ou investimentos no país, e isso tem implicações negativas para o clima de estabilidade e tensão que existe. Sei que há graves carências sociais, quase automaticamente tensões e instabilidade. Mas, apesar de tudo isto, a Guiné-Bissau continua a ser um país relativamente pacífico e continuo a acreditar que é possível, nesta última etapa de transição, realizar o processo eleitoral, o retorno à ordem constitucional democrática, pacificamente, em Março do próximo ano, e começarmos a segunda fase, que vai ser muito dura, porque aí, caberá ao novo Presidente da República eleito, à nova Assembleia Nacional Popular, ao novo Governo, fazer esforços para ganhar a confiança da Comunidade Internacional e dos parceiros tradicionais, para recapitalizar o país, que se encontra desfalcado. Quer o Estado, quer o setor privado, ambos precisam de ser recapitalizados. Acredito que é possível a realização das eleições na data anunciada pelo Presidente da República de Transição Serifo Nhamadjo, o financiamento foi prometido, os kit‘s para as eleições foram encomendados, alguns equipamentos e servidores estão em Bissau, a maioria dos técnicos está cá e todos vamos trabalhar se não 24 horas, 12 horas por dia, para podermos realizar o recenseamento na data prevista, mesmo trabalhando aos sábados e domingos, esquecendo o Natal, para que o recenseamento seja completado no prazo estipulado.
Qual é a sua opinião relativamente à situação do país pós eleições?
As elites políticas da Guiné-Bissau foram eleitas para governar o país, terão um desafio complexo pela frente, que é o de lançar um vasto programa de reformas na Administração Pública e o relançamento sério da reforma e modernização das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Qualquer uma das partes que não for bem revista, ou seja, a reforma radical na Administração Pública, nas Finanças Públicas e nas Forças Armadas, vai pôr em perigo toda a boa vontade da Comunidade Internacional em refinanciar o país e a Guiné-Bissau não sairá da crise, pelo contrário, a crise social, humanitária e económica irá aprofundar-se. Daí que lance um apelo para que as elites políticas e todos os quadrantes entendam que, após as eleições em 2014, o partido mais votado terá que ter sentido de Estado e convidar os outros parceiros políticos para se sentarem à volta de uma mesa e conversarem serenamente sobre uma parceria estratégica entre todos, para resgatar o país. É possível que os guineenses se entendam uns aos outros e, ao mesmo tempo, as chefias das Forças Armadas entendam que não são insubstituíveis. As Forças Armadas devem saber que não são insubstituíveis, se o Chefe de Estado não é insubstituível, se o Papa é substituível, como é que se poderia pensar que outros chefes não são substituíveis. Convém pensar tudo isso, a única questão é o tempo, ou seja, o calendário para a reforma das Forças Armadas e de toda a administração pública, que vai levar tempo. Não vejo que esse processo leve menos que cinco anos até à reforma completa das Forças Armadas. Mas isso depende de uma forte liderança política nacional, que possa mobilizar o povo atrás de si para apoiar o programa de reformas. O povo deve sentir que realmente esse programa de reformas e de modernização é vital, tal como ter o apoio da Comunidade Internacional.
O PAIGC vai ao seu VIIIº Congresso com várias facções e, se houver uma rotura que o impossibilite de ir às eleições, o quê que poderia acontecer?
Estamos a falar de dezenas de milhares de apoiantes, acredito nesse partido e já o conheço há muito tempo. Portanto, terá que ser possível encontrar uma solução para o diferendo interno e para a realização do congresso. O cenário da realização das eleições sem a participação do PAIGC, quanto a mim, é inimaginável. É simplesmente um cenário tão negativo que não gostaria de o comentar. Os irmãos do PAIGC são políticos com décadas de experiência e, para tal, vão poder encontrar uma solução. A democracia é feita pelos partidos políticos e não vejo como é que poderia haver eleições sem participação plena – livre na integridade – por parte dos partidos políticos. Portanto, a data de eleições para o dia 16 Março de 2014 é imutável e inadiável.
O que poderá acontecer se for adiada novamente?
Só podem acontecer desaires. Devo dizer com toda a franqueza que, devido a tantos problemas que assolam o mundo, desde a Síria, Líbia, Egito, Somália, Malí, República Centro Africana, muito dificilmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas será persuadido a fazer mais do que o que está a fazer neste momento pela Guiné-Bissau. FONTE: AQUI
Alguém me explica, como seu eu tivesse 10 anos, como é que uma empresa investe mais de 90 milhões de dólares numa fábrica de cimento e logo numa Guiné-Bissau com um futuro incerto, na total anarquia, completamente isolada, esfrangalhada, corrupta e desavergonhada? À Assembleia Nacional Popular, que chame o ministro da àrea para explicar muito bem os contornos deste negócio que, à partida, tem tudo para ser olhado de soslaio... Isto é um caso de polícia, que começará sem mais demoras a ser investigado pelo ditadura do consenso. De fio a pavio! AAS
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