sábado, 29 de dezembro de 2012
TRAGÉDIA NO MAR: Comunicado da LGDH
COMUNICADO À IMPRENSA
Num dos momentos mais difíceis da sua história recente, marcado por enormes dificuldades devido aos sobressaltos político-militares, o povo guineense conheceu mais uma tragédia de naufrágio da piroga Quinará II que ocorreu no dia 28 de Dezembro de 2012, no largo de Bissau, vinda de Bolama com mais de 110 pessoas a bordo, tendo resultado ate agora em 26 mortos segundo os dados provisórios.
Este triste acontecimento é o terceiro em menos de 4 anos, apos os naufrágios de Geta e Pexice que provocaram a morte de 72 pessoas, resultado de uma cultura de falta de rigor, seriedade e responsabilidade na administração pública, em particular nos serviços de inspecção, fiscalização e controlo das actividades de navegação marítima. A embarcação que naufragou além de não dispor de condições adequadas para efectuar uma ligação marítima em conformidade com as normas internacionais, estava superlotada e sem mecanismos de repostas rápidas.
Por outro lado, as informações indicam que os serviços de Instituto Marítimo Portuário entidade competente para a gestão portuária foram comunicados antes do acidente ocorrer, mas não reagiram a tempo de impedir ou evitar os danos maiores. Em face do exposto, a Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos delibera os seguintes:
1- Lamentar a tragédia da embarcação Quinará II, num contexto extremamente, difícil para o povo guineense;
2- Responsabilizar as autoridades marítimas e portuárias pela inoperância e passividade na fiscalização e observância das condições mínimas de segurança para a navegação marítima;
3- Exigir a abertura de inquérito e consequente responsabilização dos agentes dos Serviços Marítimos e Portuários, da Delegacia Marítima de Bolama, bem como dos responsáveis da Embarcação Quinará II;
4- Exortar as autoridades para um maior rigor e controle nas ligações inter-ilhas em particular nas épocas da chuva e períodos de festas.
5- Apresentar as mais sentidas condolências às famílias enlutadas
Feito Bissau aos 29 dias do Mês de Dezembro 2012
A Direcção Nacional
TRAGÉDIA NO MAR - O balanço
Depois de tanto trabalho no hospital Simão Mendes, o balanço foi trágico: 74 pessoas foram atendidas pelos médicos cubanos e técnicos de saúde guineenses. Deram entrada no banco de socorros vinte e quatro mortos: 21 adultos e 3 crianças. Das 74 pessoas só uma continua internada no HNSM, dos 12 que desapareceram um jovem conseguiu nadar até ao porto e voltou sozinho para casa. Um senhor perdeu a mulher e dois filhos.
"Foram horas de muito trabalho e os funcionários nãpada poderiam fazer sem ajuda dos médicos cubanos e guineenses, dos jovens da Cruz Vermelha, dos policias do Ministério do Interior, do Corpo de Bombeiros, dos membros da ONG Afectos com Letras, do responsavel da ONG Viver sem Fronteiras, e dos funcionarios da ONG AIDA." - disse ao ditadura do consenso um elemento do hospital Simão Mendes. Foi decretado dois dias dd luto nacional. AAS
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Domingos Simões Pereira corre para o PAIGC em situação de “sufoco"
Domingos Simões Pereira mantém a intenção de se candidatar à liderança do PAIGC e manifesta, mesmo, confiança num resultado favorável – para o que poderá adicionalmente contribuir uma provável evolução da situação política na Guiné-Bissau, no quadro da qual a sua pessoa incuta mais confiança, em termos de credibilidade e estabilidade, como líder do partido. Com o fim de preparar a sua candidatura, cujo anúncio formal está previsto para depois do anúncio definitivo da data do congresso.
Domingos Simões Pereira, até há pouco Secretário Executivo da CPLP, regressou há cerca de dez dias a Bissau, procedente de Cabo Verde e Portugal. No seu entender, Braima Camará “Bá Quecuto”, geralmente apontado como concorrente favorito, não reúne aptidões suficientes para liderar o PAIGC e, por via disso, vir eventualmente a tornar-se chefe do governo. Vê igualmente na sua candidatura o impulso dos militares, movidos por um desígnio escuso de manterem uma posição de ascendência sobre o PAIGC. Em meios próximos dos militares há a ideia de que estes denotam, de facto, uma atitude de má vontade face a Domingos Simões Pereira, a que pejorativamente se referem como tendo ligações a Carlos Gomes Jr e a Portugal ou por viver no estrangeiro e por isso estar “desactualizado”.
Considera rumores de que teria desistido de se candidatar e/ou previsões que conferem diminutas possibilidades de vir a ser eleito, como reflexo de um clima de sufoco intencional da sua candidatura e de outras – f enómeno pelo qual responsabiliza Braima Camará e meios que lhe são afectos. Exige, por exemplo, que o congresso seja organizado de acordo com procedimentos estatutários que alega não estarem a ser observados como forma de limitar o debate interno e “filtrar” a eleição dos congressistas. Entre os apoiantes da sua candidatura Simões Pereira aponta especialmente jovens quadros e militantes, na sua maioria descendentes de veteranos do PAIGC. AM
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
RECIPROCIDADE DIPLOMÁTICA OU MAIS DISPARATES
Ouvir Fernando Vaz, o vulgo “porta-disparates” do governo de transição da Guiné-Bissau referir-se à não atribuição de vistos aos elementos do GOE que garantem a segurança da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau como reciprocidade diplomática, pode causar nos guineenses menos atentos um sentimento patriótico bacoco, como muitos que fui lendo na net, sempre na base de “olho por olho e dente por dente”. Conforme disse Gandhi, seguindo a política de “olho por olho”, corremos o risco de ficarmos todos cegos. A verdade é que, o “porta-disparates” já se encontra há muito tempo cego pelo poder que em circunstâncias normais jamais seria capaz de conquistar, que nem dá conta dos disparates que vai “vomitando” nos órgãos de comunicação!
Mas, voltemos à falsa reciprocidade do “porta-disparates”.
Para abordar o assunto de forma sucinta e com base na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, não podemos esquecer que a Guiné-Bissau tinha um representante diplomático acreditado em Portugal e nomeado pelo governo considerado legítimo e reconhecido internacionalmente. Portugal tem uma representação diplomática também acreditada por um governo legítimo e internacionalmente aceite. Houve um golpe de estado, do qual “nasceu” um governo dito de transição e não reconhecido pela maioria dos parceiros internacionais, entre os quais Portugal.
Como este governo e este Presidente da República são tão golpistas como os militares que desalojaram os mais altos representantes da nação dos respetivos cargos democraticamente alcançados, caiu-lhes a máscara de transicionistas e assumiram efetivamente o comportamento de golpistas. Envoltos no encantamento do poder adquirido, acharam-se no direito de tudo e mais alguma coisa, entre os quais, mexer no corpo diplomático do país, como se isso dependesse tão só da vontade do António Indjai, Kumba Ialá e os seus acólitos… Ora, como a nomeação de um novo representante diplomático depende também da sua aceitação pelo país que o recebe (denominado acreditado na linguagem diplomática), os transicionistas acabaram por se verem embrulhados na própria ignorância…!
Então, a saída airosa que alguns ignorantes guineenses residentes em Portugal ainda vão acatando, é a criação de uma figura chamada de “Encarregado de Negócios”. Ora, sabe-se que essa figura só é possível, diplomaticamente falando, de forma interina e em substituição de uma vacatura da figura do Embaixador, por um membro da missão diplomática ou outro nomeado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiro do país acreditante, com a devida comunicação ao Ministério dos Negócios estrangeiros do país acreditado, dando conhecimento dessa nomeação interina.
Se o atual governo de transição não é reconhecido pelo governo português, sinto-me na tentação de julgar que o atual Encarregado de Negócios da Guiné-Bissau, aos olhos do governo português, não passa de um impostor, com o qual o governo português não sente a mínima obrigação de acolher e dar o respetivo trato diplomático necessário. Aliás, segundo o Artigo 4º da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, o estado acreditante (neste caso a Guiné-Bissau) deve certificar-se antes que a pessoa que pretende nomear como Chefe da Missão Diplomática perante o Estado Acreditado (neste caso Portugal) obteve o agrément do referido Estado. É óbvio que isso não aconteceu nessa tentativa do Governo de Transição da nomeação do novo Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, travestido em “Encarregado de Negócios”.
Bom, contrariamente ao até agora relatado, Portugal tem uma representação diplomática reconhecida e com prévio agrément dos governos e presidências anteriores, que não foi mexida após o golpe de 12 de Abril. Portanto, contrariamente a Portugal, que não tem qualquer obrigação do âmbito diplomático com o dito “Encarregado de Negócios”, nomeado pelo Governo ilegítimo da Guiné-Bissau, o nosso país ainda tem a obrigação de cumprir todos os direitos relativos à Missão diplomática portuguesa na Guiné-Bissau, sob o risco de clara violação dos tratados e convenções diplomáticas.
Se formos ver a dita reciprocidade de que o porta-disparates do governo de transição quis socorrer-se (Art. 47º da Convenção de Viena), vimos que em nada encaixa com a situação em causa, uma vez que a substituição do Chefe de uma Missão Diplomática nada tem a ver com a rotatividade dos membros do pessoal administrativo e técnico de uma Missão Diplomática já acreditada no país. Foi tão só uma tentativa de provocação, que não terá qualquer efeito na Missão Diplomática portuguesa na Guiné-Bissau, uma vez que já se sabe que esses elementos serão substituídos em Janeiro. Não passa de mais uma “fuga em frente”, típica da ignorância e incompetência que tem caracterizado o nosso já famoso “porta-disparates”.
Querendo retaliar a posição de Portugal, só resta mesmo ao governo de transição referenciar ao Embaixador de Portugal como persona non grata, exigindo a sua retirada do país e depois dificultar a nomeação de um novo chefe da missão diplomática... Será que têm-nos no sítio para o fazer!? Mais cedo veremos Portugal a considerar o porta-disparates de persona no grata ou arranjar mecanismos para lhe retirar alguns direitos até agora conseguidos em Portugal ou até indiciá-lo por um crime contra Portugal...
A ver vamos…
Jorge Herbert
GUINÉ-BISSAU: TEMPO DE REFLEXÃO
O ano de 2012, foi sem dúvidas um ano de lutas, sabedorias embora de poucas realizações e muitas turbulências: “Guiné-Bissau ganhou a alcunha de narcotraficante; A corrupção ficou ainda mais descarada; A liberdade de expressão, de imprensa e de reunião foram condicionadas; Direitos humanos foram desrespeitados e desprezados.” (Ban Ki-Moon)
Também, pudera, os interesses do país ficaram em segundo plano, em detrimento de interesses particulares.
2013 Está aí à porta e chegará com a incerteza de ser um novo ano de guerra ou de paz. A CEDEAO deve mudar as atitudes para recuperar um pouco o seu prestígio, que ficou bastante abalado. Os políticos devem começar agora a construir um final feliz para a novela “golpe de estado” uma vez que já não podem voltar atrás e moldar um novo começo. Alguns devem pedir desculpas (de joelhos) a esta pátria que ama da mesma forma todos os seus filhos. 2013 Deve ser um ano de análise e reflexão sobre nossos actos irresponsáveis, nossos erros, nossas barbaridades e as consequências que tiveram sobre o país, povo e sobre nossas crianças em particular.
O fim da zaragata, já está no horizonte (ainda bem). Temos que ser mais exigentes, mais capazes de reestruturar a nossa democracia! Torná-la mais participativa, inclusiva e transparente! Combater a corrupção, a injustiça, às desigualdades para que possamos construir um país mais justo e de verdade
O ano de 2013 será um ano de eleições na Guiné-Bissau. Assim dizem... Deus queira que sim. Se assim for, temos que criar condições sine quibus non para que elas sejam livres justas e transparentes e para que não haja mais golpes de estado na Guiné-Bissau.
Devido a conjuntura política que se vive no país tenho algumas dúvidas de que as eleições serão realizadas em Abril conforme a CEDEAO e o governo de transição prometeram. Mesmo assim, deixo desde já, uma colectânea de frases e pensamentos que extraí na internet para reflectir sobre política e políticos neste ano de eleições:
“Não venda seu voto! Se o vender não reclame dos políticos, pois você é tão corrupto quanto eles!” (Autor Desconhecido); “Não vote nos desonestos! A corrupção tem efeitos destrutivos. Abala as instituições, corrói a ética, desvirtua a justiça, impede o desenvolvimento socio-econômico sustentável e enfraquece a vigência da lei.” (Carlos Steger); “Quando for votar não seja egoísta e pense nos outros e na sua pátria. Vote consciente, sabendo das consequências disso.” (A.D); “Não eleja quem já governou, enganou, mentiu e enterrou o país no atraso!” (A.D); “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.” (Mahatma Gandhi); “Se você quer mudar tudo, basta mudar a sua atitude.” (H. Jackson Brown)
Faço votos para que 2013 seja um ano de união, conquistas e concretizações de todos os sonhos dos guineenses. Para que o país encontre um rumo certo para o desenvolvimento e os guineenses possam desfrutar da sua beleza e riqueza. Que o amor e a união prevaleçam sempre, e a esperança renascida, fortaleça. Desejo no fundo do coração, estabilidade para este lindo e rico país que me viu nascer! Saúde, alegria e paz para este povo maravilhoso que apesar de livre e independente ainda sofre bastante com a maldade dos próprios filhos!
HAPPY NEW YEAR, GUINÉ-BISSAU!
Londres, 28/12/12
Vasco Barros. (Vava)
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Cerco à APGB
Um falso assalto, nesta madrugada, às instalações da APGB fez soar os alarmes, isto depois de ditadura do consenso ter denunciado a gestão danosa e os saques na Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB). Segundo uma fonte do ditadura do consenso e perante a incapacidade da comissão de inquérito de ter acesso aos dados informáticos da APGB, por recusa do administrador Armando Correia Dias, o próprio 'primeiro-ministro' ordenou, por despacho, e com o conhecimento da Procuradoria Geral da República, o acesso da comissão de inquérito às instalações e a entrega dos computadores. Então, nesta manhã, perante a estupefacção e a incredulidade de todos, a administração desvendou que a APGB... foi assaltada na madrugada de hoje... Curiosamente, os amigos do alheio não levaram dinheiro mas sim...computadores. Precisamente aqueles que continham todas as informações... AAS
Escândalo na exploração mineira
A descoberta nas zonas de Varela, Farim e outras localidades do pais, de importantes jazigos de Titânio e de Zircão, metais muito preciosos , utilizadas para a fabricação de peças de avião e componentes de telefones portáteis, podem trazer consequências nocivas graves para as populações e o meio ambiente que o rodeia, pois a sua exploração é extremamente perigosa.
A sua exploração é perigosa, pois ela é misturada com substancias toxicas e cancerígenas. Elas podem causar males consideraveis e representam uma verdadeira bomba ecológica para as zonas onde são exploradas, nomeadamente a zona de Varela, onde o lençol freático é extremamente baixa, sem contar com a consequente poluição do seu rico ecossistema destinada a produção orizícola, à piscicultura etc...
Com igual preocupação estão a ser confrontados as populações do Senegal, nomeadamente na localidade de Abene (Departamento de Bindjona), não longe de Ziguinchor, onde as populações ja estão em pé de guerra com os depredadores da companhia australo-chinesa da Canégi-Astron. Inclusivamente já houve confrontações na localidade de Niafourang entre habitantes locais e trabalhadores chineses deslocados no terreno que foram inclusivamente ameaçados de morte.
As populações dessas localidades Senegalesas alegam de que não podem aceitar que razões puramente mercantis, possa vir a destruir e "a desfigurar a nossa bela região e comprometer assim o futuro os nossos filhos nesta frágil região costeira", advertiu uma fonte local.
Este paralelo tem a sua razão de ser, pondo em alerta os politicos e a sociedade civil guineense, pois sabe-se que recentemente o Governo de Transição da CEDEAO para a Guiné-Bissau, sob os auspícios de um conselheiro muito próximo do atual presidente indigitado da CEDEAO na Guiné-Bissau, celebrou acordos de exploração mineira com uma sociedade chinesa participante do referido consórcio. Como contrapartida, o Governo ilegítimo e a presidência fantoche de Bissau receberam dezenas de milhões de dólares americanos dos chineses, servindo uma parte desses fundos para o GI pagar o mês de dezembro... e o PF a adquirir um belíssimo apartamento em Lisboa.
Com a cumplicidade vergonhosa das atuais autoridades, esta em curso uma verdadeira ação de assalto aos nossos recursos minerais por parte das companhias chinesas, que não fazem contas aos milhões de dólares que dispendem para terem o exclusivo da exploração das nossos cobiçados jazidos minerais.
A.T. (Técnico do MRN)
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
PAIGC: Candidato Braima Camará reuniu-se com a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal
Braima Camará (Bá Quecutó)), evidencia-se na corrida à Liderança do PAIGC.
O empresário Braima Camará, vulgo Bá Quecutó, Membro do Bureau Político do PAIGC e Candidato declarado à presidência desta que é, de longe a maior formação política da Guiné-Bissau, acabou de dar mais um passo para a consolidação da sua posição de liderança na corrida à substituição de Carlos gomes Júnior na Presidência do Partido de Amílcar Cabral.
Pelo menos esta foi a convicção, quase unânime dos que estiveram reunidos com ele no dia 22 de Dezembro, no Hotel Tivoli, em Lisboa, num encontro que teve como objectivo auscultar a opinião dos Militantes do Partido, dos Jovens Quadros e dos Guineenses em geral, na diáspora, sobre a sua pessoa, tendo em conta a sua decisão de se candidatar à liderança do PAIGC, e que segundo o próprio Braima Camará, serviu para dar uma oportunidade àquela que é a verdadeira história da sua vida.
Nesse encontro que durou mais de 5 (cinco) horas com a Direcção da mais poderosa representação do PAIGC além fronteiras (a Célula de Portugal), que se notabilizou essencialmente pela sua coesão e por apresentar um elenco de luxo, composto por um leque de Quadros com inquestionável experiência política e que contou ainda com a presença de jovens Quadros Independentes (sem qualquer filiação partidária), Braima Camará fez-se acompanhar de quatro elementos integrantes do seu Projecto.
Dirigindo-se aos presentes, depois das devidas introduções feitas pelo Presidente da Célula do Partido, Sr. Iafai Sani, Braima Camará começou por fazer uma retrospectiva história do Partido, que passo a transcrever na íntegra:
“Fundado a 19 de Setembro de 1956, em Bissau, na antiga Guiné Portuguesa, hoje Guiné-Bissau, por Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, Júlio de Almeida, Fernando Fortes e Elisée Turpin, O PAIGC - Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, um dos Partidos mais conhecidos de África, que a par do MPLA (Angola), da FRELIMO (Moçambique) e do MLSTP, (São Tomé e Príncipe), escreveu das mais belas páginas de resistência dos povos oprimidos pela Autodeterminação e Independência, encontra-se praticamente à deriva, em virtude do permanente reacender das clivagens internas de cunho racial, religioso e tribal, resultantes de divergências recalcadas e adiadas, do inconformismo e do descontentamento interno, reflectindo as consequências de questões mal resolvidas no passado e que se manifestam sobretudo por alturas da realização das suas reuniões magnas (Congressos), quando as divergências internas do Partido saltam para a ribalta da cena política guineense, arrastando na sua turbulência toda a sociedade, cuja maioria esmagadora se identifica com os ensinamentos de Amílcar Cabral e com o seu Partido.
Apesar de tudo, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde continua a ser a maior referência política do País. Apesar da ampla aceitação nacional de que continua a gozar na sociedade guineense, o PAIGC é hoje um Partido profundamente dividido e enfraquecido que continua a definir-se como um Movimento de Libertação e que necessita urgentemente de profundas reformas, a semelhança do que aconteceu no MPLA e na FRELIMO, reformas essas que visam fazer dele um Partido de novo tipo, capaz de corresponder às expectativas do mártir povo guineense, que nele deposita toda a esperança de uma vida melhor.
Hoje, o PAIGC, em virtude de tantos atritos e desentendimentos internos, vive o momento mais dramático da sua existência e, resta saber até que ponto conseguirá, de mais este jogo de inclusões e exclusões de Militantes e Responsáveis Partidários, tão antiga como a própria história da sua existência, refazer-se da conflitualidade interna, ressentimentos e desconfianças que normalmente decorrem dos seus Congressos e afirmar-se como um Partido Moderno, recuperando o seu prestígio de outrora e o seu lugar de honra na história que ajudou a escrever.
Sendo o PAIGC um património nacional, cuja preservação e engrandecimento constitui um dever patriótico de todos os guineenses, sem excepção, um desafio que devemos enfrentar, enquanto povo e Nação que se preza, decidi aceitar o desafio de liderá-lo neste momento particularmente difícil da sua história, porque estou convicto das minhas capacidades e disponibilidades para o fazer e porque, como filho de Combatente da Liberdade da Pátria, acho que chegou a hora de saldar a minha dívida para com todos os que lutaram para a nossa Independência Nacional e para a inserção do nosso País no contexto das Nações Livres do Mundo.
Na sequência disso, deixo aqui uma certeza: Se eu for o preferido dos Delegados ao Congresso, farei questão de convidar todos os guineenses, sem excepção, a participar no nosso Projecto, desde que tenham capacidade e vontade de ajudar no desenvolvimento do País e estejam dispostos a contribuir para engrandecer o Partido de Amílcar Cabral e do nosso povo”.
Com esta exposição, Braima Camará deixou transparecer um profundo conhecimento das causas que estão na origem das contradições internas que dilaceram o PAIGC e sobretudo da imprescindibilidade de se proceder a reformas de fundo com vista a adequá-lo às expectativas do povo guineense, apelando a participação e contribuição de todos, independentemente de serem ou não Militantes do Partido.
O que maior impressão causou nos presentes, foi sem dúvida a disponibilidade revelada por Braima camará de falar da sua vida, como ele próprio o definiu, “sem reservas nem tabus” de forma a esclarecer todas as questões que possam ser relevantes para a avaliação da compatibilidade da sua pessoa para um cargo de tão alta responsabilidade nacional.
Com esta exposição “de tirar o chapéu” Braima Camará maravilhou a audiência com surpreendente humildade, frontalidade, determinação, coragem e sobretudo profunda tolerância e capacidade de ouvir e acatar as propostas, ao ponto de, no fim do encontro, os Quadros presentes o encorajarem a avançar e se disponibilizarem para ajudar na elaboração do seu projecto, caso venha a ser necessário, considerando que chegou a hora da juventude assumir as suas responsabilidades históricas, para que os mais velhos possam finalmente descansar.
Para a maioria esmagadora dos presentes, Braima Camará reúne requisitos muito importantes, como por exemplo a humildade, a tolerância, a facilidade de diálogo, a procura de consensos e de equilíbrio social, o respeito pelo próximo, que fazem dele o homem do momento. E esperam que essas qualidades o ajudem a encontrar uma linguagem comum com os diferentes grupos de interesses instalados, para possibilitar as profundas reformas de que o País necessita.
Para terminar, respondendo ao apelo de quase todos os intervenientes, declarou-se aberto ao diálogo com todos os outros Candidatos, para evitar futuras divisões no Partido, que neste momento precisa de congregar todos os seus Militantes a volta de um Projecto Inclusivo, Realista (do ponto de vista da sua implementação), Abrangente (do ponto de vista estratégico) e Ambicioso (tanto no que se refere as reformas no Partido, como no Estado).
Boa Sorte, Braima Camará e que Deus te Abençoe!
Tataflu
"Não consigo perceber até agora a razão da condescência do Governo português em relação ao porta-disparates do governo golpista de Bissau. Esse energúmeno faz e desfaz, faltando ao respeito as pessoas de bem, quando estes têm argumentos e dados sobre a sua vida de criminoso e caloteiro reincidente, que o deixariam mudo por todo o tempo. Não consigo compreender como um bandido de colarinho branco e conhecido "pédé" se da ao luxo de se fazer de figurão mandão, quando basta uma simples centelha para lhe pôr as calças a arder.
O Fisco e as autoridades judiciarias portuguesas já deviam pôr o Nando Vaz há muito no seu respetivo lugar reativando todo o seu arsenal de queixa sobre, fugas ao fisco, calotes, extorsões e branqueamento de dinheiro que tem pendente nos tribunais portugueses. E tempo de fazer calar esse rouxinol pervertido, pois cada vez que fala para dizer m..., vem-me ca uma náusea.
Por favor calem-me esse "cuequeiro" marginal.
Ângela Sequeira"
GOE não entra
Elementos do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP terão sido impedidos de entrar na Guiné-Bissau, por não terem vistos, de acordo com a rádio «Renascença». Perante este cenário, que resultou do facto de o Governo português não reconhecer o executivo de transição guineense, segundo a emissora, os elementos destacados naquele país africano não puderam regressar a Portugal para passar o Natal.
Esta «situação está a causar mal-estar diplomático entre as autoridades de Lisboa e Bissau», explica a rádio, que cita o porta-voz do Governo de transição da Guiné- Bissau, Fernando Vaz: «se o executivo português não concede visto ao encarregado de negócios guineense, então o Governo de transição também não passa vistos para os elementos do GOE, que fazem a segurança da embaixada portuguesa». «O Governo português deve deixar de fazer política virtual e fazer uma política real. É urgente que o Governo português comece a fazer uma política realista, que entenda que, na realidade, quem governa a Guiné é o Governo que está aqui instalado, o Governo de transição, e que estabeleça, com esse Governo, as relações que sempre teve», acrescentou Fernando Vaz.
Son manda boka
"Bom dia Irmão,
Ainda há pessoas que não sabem o verdadeiro significade de Natal, pessoas demoníacas que fezem da violencia a solucão dos seus problemas. Dia 24 de Dezembro em Cuntum Madina o infeliz de um dos António de Bissau (António Sedja Man), estava na casa da sua namorada onde costuma revelar alguns segredos dos golpitas e disse em tom muito alto que ele será o Presidente da CNE e não o Rui Nene que foi posto ali pela ANP "fora de prazo". Ainda foi mais longe e disse:
NÓS NÃO FIZEMOS O GOLPE PARA NAS PROXIMAS ELEIÇÕES PERDERMOS A FAVOR DO P.A.I.G.C, A TODO O CUSTO SEREI PRESIDENTE DA CNE. E disse mais Bissau, que era de uma etnia agora e que seria de uma outra até quando não sei, disse ele.
O disparate não terminou ali. Quando foi questionado pela namorada de que Rui Nene foi votado na assembleia, ele voltou a dizer: SORI DJALO SABE PORQUE FIZEMOS O GOLPE SE HOJE ESTA ALI? ELE SABE E ELE FOI UM DOS QUE PARTICIPOU A 100% NAS MANIFESTAÇÕES QUE CULMINOU COM O GOPLE DE 12 DE ABRIL.
Caros irmãos e bons filhos da Guiné. Para mim não me surpreende a atitude de Antonio Seja Man porque ele foi primeiro a ser contactado pelo Daba na Walna (Porta-patarata dos golpistas) para participar no golpe de 12 de Abril sob condicão de ser nomeado Ministro da Justiça mais não foi o caso porque Serinho Nhamadjo foi influente para a nomeacão de Mamadu Saido para tal cargo.
Os velhos ditados dizem: "TUDO O QUE INICIA ESTA MAIS PROXIMO DO FIM",
"NO DIA EM QUE O MACACO DISSER QUE QUER MILHO ASSADO SIGNIFICA ESTA PEDIR A SUA MORTE".
Viva a Democracia
Serifo Djalo"
Isto é um assalto
"Caro Aly,
E inconcebível o que esta a acontecer na APGB especialmente num momento de crise onde nos EUA o governo tomou medidas contra os bónus e chorudos salarios dos executivos nao só das empresas publicas, mas também privadas e dos bancos, na Europa até as pensões dos idosos não escaparam as medidas de austeridade que inclui cortes nos salarios, pensões, etc...
Como é possível os mais ricos e desenvolvidos a fazerem contenção e nós estamos a dar o luxo de aumentar salarios numa empresa do Estado?
Aquilo não é um simples aumento, é um roubo, um crime e um atentado contra as regras financeiras.
Devem ser demitidos e chamados a justiça, porque mesmo que fosse empresa privada não podem estar a efectuar despesas com caracter pessoal que não tem nada a ver com a actividade da empresa, num pais de lei o fisco cai-lhes logo em cima, quanto mais uma empresa publica, dinheiro do contribuinte, receitas do estado, para pagar mordomias, etc a pessoas que em principio representam um órgão consultivo que devia se reunir só trimestralmente, o que significa pagar milhões mensalmente para alguns que só reúnem ou trabalham 4 vezes por ano, para que servem as senhas de presença?
Mas o culpado é quem os colocou lá porque todo o mundo sabe quem é ACD e todo o mundo sabe que o DG é sobrinho de António Indjai e não tem perfil (só o ... é que ficou impressionado com o currículo dele) nenhum de estarem lá, o DG assaltou o lugar durante o golpe sem nomeação, sem nada, mas que foi depois consumada depois do assalto ao poder e pelo despacho do Conselho de Ministros devido à pressão dos militares.
Fico por aqui, um grande abraço."
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
CORRUPÇÃO: + denúncias
"Caro Aly Silva
Antes de mais, desejo e á sua família um Feliz Natal e que o próximo ano seja de esperanças num futuro melhor.
Ontem, tive informações acções relacionados com os golpistas "Governo de Transição da Guiné-Bissau" cá em Portugal que terei que continuar a investigar. No entanto, quis partilhar consigo este cenário.
Há cerca de duas semanas que soube da chegada a Portugal do braço-direito do presidente Serifo Nhamadjo, um indivíduo de apelido "D.". Ontem, numa reunião tida com um conterrâneo guineense, informou-me que o "D." acabou de comprar a pronto pagamento um apartamento de luxo na Póvoa de Santo Adrião e que estaria a acertar os últimos detalhes relacionados com o referido apartamento.
Pelas indicações recebidas, estes golpistas ligados ao 'presidente transição' Serifo Nhamadjo, estão a desencadear algumas operações financeiras e estão munidos de muito dinheiro, que terão trazido da China. Existem indicadores que apontam para a venda e estabelecimento de acordos obscuros revertendo os lucros para os golpistas.
Tentemos ao máximo investigar esta bandidagem porque presumo que um dos imóveis poderá ser adquirido a mando do próprio 'presidente' Serifo Nhamadjo. Aliás, há muitos familiares seus a residirem na Póvoa e esta será uma zona de eleição para a aquisição de imóveis.
Deixo-lhe esta informação e na medida que vou conseguindo mais pistas fornecer-lhe-ei de forma a termos mais informações para podermos denunciá-los publicamente. Acredito que juntos poderemos desmascarar este bando criminoso golpista que se apoderou da Guiné-Bissau.
Mantenhas"
Espancamentos: Comunicado da Liga Guineense dos Direitos do Homem
COMUNICADO À IMPRENSA
A Liga Guineense dos Direitos Humanos regista com enorme apreensão os actos de violência reiterada que têm sido perpetrados pelos indivíduos afectos às Forças de Defesa e Segurança, em particular após aos incidentes de 21 de Outubro de 2012.
Por motivos injustificáveis num estado de direito e democrático, o cidadão Edmundo Mendes, ex-Procurador Geral da Republica, anunciou publicamente a perseguição e agressão física de que foi vitima no dia 22 de Dezembro de 2012, supostamente pelos elementos das Forças de Defesa e Segurança.
Igualmente, no mesmo dia um cidadão José Carlos Macedo Monteiro, antigo Administrador de Sector de Gabú, foi espancado e se encontra neste momento hospitalizado nos serviços de cuidados intensivos do Hospital Nacional Simão Mendes devido aos ferimentos graves que lhe foram infligidos pelos agressores.
Estes actos tristes e hediondos, além de serem inadmissíveis a todos os níveis, evidencia o perigo que as Forças de Defesa e Segurança representam para os cidadãos e para a subsistência do próprio estado de direito e democrático.
Em face do exposto, a Direcção Nacional da LGDH delibera o seguinte:
1- Condenar sem reservas os actos de agressão física e espancamento do Ex-Procurador Geral da Republica e do Antigo Administrador de Gabu, Edmundo Mendes e José Carlos Macedo Monteiro, respectivamente;
2- Manifestar a sua profunda estranheza pelo silêncio das autoridades de transição face às violações sistemáticas dos direitos humanos nos últimos tempos;
3- Lamentar a manifesta incapacidade de ECOMIB para evitar as violações dos direitos humanos durante o período de transição;
4- Responsabilizar a CEDEAO e as Autoridades de Transição pelo abismo para qual estão a mergulhar o país, numa autêntica afronta aos valores da Paz, da Democracia e do Estado de Direito;
5- Expressar a sua solidariedade para com os cidadãos vítimas de violência gratuita e selectiva;
6- Exigir a abertura urgente de um competente processo criminal com vista a tradução a justiça dos autores destes actos repugnantes;
7- Exortar a comunidade internacional no sentido de accionar mecanismos adequados conducentes a uma solução duradoura que ponha termo as cíclicas crises políticas que redundam em violações sistemáticas dos direitos humanos.
Feito em Bissau aos 24 dias do mês de Dezembro de 2012
A Direcção Nacional
GOLPISTAS, APOIANTES E SIMPATIZANTES
Habitualmente um golpe de estado consiste na tomada do poder estatal pela via da força, sendo ele na sua maioria sustentada pela força militar... Habitualmente os argumentos para a legitimação de um golpe de estado consistem sempre no derrube de governos ou presidentes corruptos ou violentos, tentando dessa forma angariar a aceitação popular... Os golpistas vestem quase sempre a capa de heróis que conseguiram eliminar o mal e defensores ou portadores do bem para a sociedade.
Um golpe de estado é um acto que só consegue triunfar e manter seus propósitos, quando é aceite pela população na sua maioria, ou quando reúne forças ou capacidade violenta, o suficiente para intimidar e dominar a maioria da população descontente. Ora, sendo um ato violento (quando realizado sob intimidação armada) e portanto imoral, parece colher apoio popular nas sociedades não suficientemente alfabetizadas ou quando conseguem formas de disponibilizar recursos para o bem-estar social da população, em pouco tempo do domínio pela via da força. Também sabe-se que os governos golpistas tendem quase sempre a enveredar pelo trilho ditatorial, através do uso da força, não só como forma de intimidação da população descontente, mas como forma de fazerem valer os seus interesses e também ocultarem as suas incompetências.
A análise da evolução de várias sociedades que experimentaram golpes de estado, demonstra-nos também que os poderes militares, ou civis legitimados por militares, mesmo aqueles inicialmente apoiados pela maioria da população, acabam sempre por se desgastarem temporalmente, com consequente perda da popularidade, enveredando sempre para o trilho da ditadura violenta… Também não é menos verdade afirmar que os povos que viveram golpes de estado repetidos que conduziram a poderes ditatoriais opressores, responsáveis pelo agravamento da situação socioeconómica desses povos, tendem a desenvolver maior desprezo a esse tipo de poder e aos seus representantes.
Sendo um acto violento e portanto imoral, não é difícil perceber os reais motivos que levam alguma faixa da população com formação académica, moral e até cívica a apoiar esses actos violentos, uma vez que grande parte dessa manifestação de apoio assenta em três grandes motivações:
1. o possível ganho que esse acto violento pode aportar, sob várias formas;
2. a recuperação de algum estatuto ou bem que o governo anterior inibia de conseguir ou,
3. alguma desestruturação psicológica resultante de vivências sociais ou familiares, que levam alguns a assumirem a violência como um meio legitimo para se atingir um fim e até livrar o país e o seu povo de um mal maior!
Conforme dito anteriormente, os poderes impostos pela via da força tendem a desgastar-se ao longo do tempo, uns mais depressa que outros, conforme o grau da força que têm necessidade de usar para se perpetuarem no poder e a capacidade que tiverem para mobilizar recursos e meios e de colocá-los ao serviço da população. Esse último factor é o mais difícil de efectuar pelos ditadores golpistas, uma vez que a insegurança que os persegue durante o uso do poder, com o medo constante da perda rápida desse mesmo poder, leva-lhes a sentirem a necessidade de rapidamente desviarem os recursos naturais e financeiros do país para o garante do seu futuro e da sua família.
Ora, desgastando-se progressivamente, os ditadores golpistas tendem a perder progressivamente os apoios inicialmente conseguidos, engrossando cada vez mais o número dos contestatários. A mais difícil mudança de posição vem daqueles fervorosos adeptos que antes fizeram a questão de, logo nos primeiros momentos, manifestarem publicamente ou institucionalmente os seus apoios à essa subversão da ordem estatal ou constitucional. Esses acabam por ser vítimas das suas manifestações públicas ou institucional de imoralidade, sentindo-se posteriormente na obrigação, ou de se inibirem de manifestar publicamente os seus novos posicionamentos, a partir do momento em que a perda da popularidade desse poder violento torna-se evidente, ou então sentem-se obrigados a colocarem-se publicamente do lado da moralidade, da civilidade e do respeito pelas leis, regras e normas, correndo alguns riscos… Esse último gesto pode até ser visto como um acto de coragem, mas nem sempre é bem acolhido por aqueles que desde o início se manifestaram e até colocaram as suas vidas e o bem-estar em risco, em nome de valores sociais inalienáveis.
Como guineense, queria desde já manifestar a minha solidariedade para com todos os meus compatriotas que alguma vez foram vítimas, de forma directa ou indirecta, de poderes impostos pela força das armas, durante essas quase quatro décadas da nossa existência como país.
A história tratará de premiar uns e de julgar outros. O caminho deve ser sempre da condenação de forma incondicional de qualquer subversão violenta ou ilegal da ordem constitucional.
Jorge Herbert
domingo, 23 de dezembro de 2012
Espancado ex-Administrador de Gabú
Bastou a delegação da União Africana deixar Bissau, para que fossem retomadas as atrocidades. José Carlos, ex-Administrador da Região de Gabú, foi hoje violentamente espancado por militares, e está neste momento na unidade de cuidados intensivos do hospital nacional Simão Mendes, em Bissau. Ditadura do Consenso apurou ainda que Rui Nené também estará sob enorme pressão e até terá sido ameaçado de morte. Tudo indica que a pressão, que terá partido do PRS e dos militares, tem como finalidade fazer Rui Nené demitir-se do cargo de presidente da CNE, que acumula com o de vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Já o ex-Procurador Geral da República, Edmundo Mendes, foi mesmo agredido fisicamente no sábado à noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense, segundo acusações do próprio em conferência de imprensa, hoje, na sua residência em Bissau. AAS
Militares agridem antigo PGR Edmundo Mendes
O antigo Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau Edmundo Mendes disse este domingo ter sido agredido fisicamente no sábado a noite, na cidade de Cacheu, por militares e elementos da Guarda Nacional Guineense.
Em conferência de imprensa na sua residência, Edmundo Mendes, que exerceu o cargo de Procurador-Geral guineense entre agosto de 2011 e agosto de 2012, afirmou que tem sido "alvo de perseguições" desde que deixou o cargo de Procurador. "Quando deixei o cargo de (Procurador) prometi a mim mesmo não falar publicamente e não tenho estado a falar, mas desde o dia a seguir em que fui exonerado tenho sido alvo de perseguições permanentes e cada vez com mais intensidade", notou Edmundo Mendes. LUSA
sábado, 22 de dezembro de 2012
APGB - As mordomias
Alguém, no facebook, deu-se a fazer contas:
Mariano Tavares
Se estiver errado por favor corrijam-me. Consultei uma página de câmbios e constatei que 1 EUR = 655,95700 XOF o que significa que 2.000.000,00 XOF = 3.048,98 EUR. Quanto é que ganha um médico que labuta para salvar vidas humanas na Guiné-Bissau? 15.000.000,00 XOF = 22.867,35 EUR para compra de mobiliário?
Uma viatura (todo o terreno, é certo) para todos os membros do conselho de administração! 11.427.520,00 XOF = 17.421,14 EUR para esse meliante que só agora descobriu que está doente e tem que se deslocar para Espanha à custa do erário publico?
É para isso que servem os golpes de estado. Gentes sem escrúpulo, sem pudor, umas autênticas aberrações da natureza, decapitaram o aparelho de Estado para viverem sugando a coisa pública. Valha-nos Deus, porque aquele povo merece um pouco mais de respeito.
Natal com afecto
8 TONELADAS DE AJUDA HUMANITÁRIA A CAMINHO DA GUINÉ-BISSAU
A ONGD “Afectos com Letras” viaja para Bissau, no próximo dia 25 de Dezembro, para a sua VII Missão Solidária, com um contentor 8 toneladas de ajuda humanitária destinada à população guineense, nomeadamente medicamentos para os doentes carenciados do Hospital Nacional Simão Mendes em Bissau, material médico-hospitalar, arroz, leite em pó, bolachas, massas, material didáctico, livros e brinquedos para as mais de 200 crianças das Creches de Djoló e de Varela, co-financiadas por esta Associação que assegura ainda o pagamento dos professores e o fornecimento de material escolar nestas duas instituições de ensino pré-escolar.
Durante as próximas 2 semanas, a equipa de cinco voluntários da ONGD, com sede em Pombal, irá ainda proceder à criação de uma pequena biblioteca na Ilha de Orango, no Arquipélago dos Bijagós, destinada à comunidade local bem como à extensão da Biblioteca que construiu em parceria com a Biblioteca Municipal de Pombal na capital guineense, no passado mês de Agosto. Esta Biblioteca, de acesso público e universal, que conta com um fundo documental de 13 000 livros e um espaço multimédia com 8 computadores, passará agora a ter uma nova ala técnica com livros de medicina, manuais de ciências sociais e exactas, obras de referência, dicionários e gramáticas.
A ONGD “Afectos com Letras” prevê ainda organizar uma festa de Natal para as crianças internadas no Serviço de Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes com actividades lúdicas, música e entrega de presentes com o objectivo levar um pouco de alegria e de esperança às crianças e jovens guineenses que por motivos de saúde estão privadas do convívio familiar nesta época festiva.
Pombal, 22 de Dezembro 2012
Para mais informações: 91 87 86792
Joana Benzinho
Pedro Esteves
Afectos com Letras - Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação
Rua Engenheiro Guilherme Santos, nº2, Escoural, 3100 Pombal – tel – 91 87 86 792
E-MAIL: afectoscomletras@gmail.com ** SITE – www.afectoscomletras.com
NIF 509301878
O paradoxo ianque
Foi com estupefação e imensa preocupação, que ouvi as declarações do embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) na Guiné-Bissau com residência em Dakar, Sr Lewis Lukens numa conferência de imprensa realizada aquando da sua recente e curta visita de algumas horas à Bissau. Intrigado e surpreso também fiquei, por essa visita e a conferência de imprensa que se lhe seguiu, tenha ocorrido cronometricamente antes do inicio dos trabalhos da Comissão conjunta para a averiguação da situação politica militar na Guiné-Bissau, composta por peritos das NU/UA/UE/CEDEAO/CPLP.
Contudo, todos nós sabemos, que essa visita relâmpago não tem nada de inocente, pois ela visava deliberadamente criar uma impressão de um cenário de normalidade e estabilidade no pais apos o golpe de estado de 12 de abril. Pretendia-se com esse show-off diplomático criar na mente dos elementos da missão internacional conjunta, uma imagem de estabilidade de fachada a fim de tentar influenciar as suas conclusões, querendo inculca-los erroneamente com esse ato de hipocrisia, de que «efetivamente existem progressos assinaláveis no processo de transição em curso na Guiné-Bissau». Essa visita, não passa de um lobbyng desavergonhado e desesperado do diplomata americano a favor do presidente imposto pela CEDEAO na Guiné-Bissau, o Sr Manuel Serifo Nhamadjo.
Pode-se compreender perfeitamente esse cenário, se se tomar em conta os compromissos que se dizem assumidos entre Serifo Nhamadjo e o governo americano em troca do lobbyng americano ao regime golpista. Um compromisso, que segundo fontes diplomáticas bem informadas, implicam nomeadamente, entre elas, a autorização já dada aos drones americanos para realizar voos de reconhecimento do espaço aéreo guineense com vista a recolherem dados sobre zonas referenciadas com operações ligadas ao narcotráfico e um confirmado interesse da Africom nas Ilhas do Poilão, tendo em vista o estacionamento de um posto avançado de um corpo de elite do exercito americano especializado no combate ao narcotráfico... etc.
Tudo isso podemos perfeitamente aceitar, pois todos nos sabemos, que os norte americanos quando os seus interesses estão em causa, não olham a meios nem escolhem métodos para atingir os seus fins, e tal postura leva-os a firmarem muitas vezes pactos até com o diabo. Contudo, é bom que o potentado americano saiba que, os compromissos assumidos com Nhamadjo enquanto presidente de transição ilegalmente imposto, exercendo poderes ilegitimamente outorgados, só a eles engajam, porquanto nem ele, nem o seu governo fantoche têm quaisquer poderes ou legitimidade para engajarem o pais em qualquer acordo que seja, senão os que sejam e venham a ser rubricadas pelas instâncias legitimamente constituídas e que representam soberanamente o Povo da Guiné-Bissau.
A parte as derivas e a falta de respeito do embaixador Lukens para com o povo da Guiné-Bissau com essa sua intervenção grosseira e não equilibrada na avaliação da crise guineense, é bom que ele entenda no entanto, que os guineenses atentos não lhe permitirão toma-los por lorpas ou otários não reagindo as suas manobras lobbystas. Senão vejamos,
A atitude do embaixador Lukens, de realizar essa visita maliciosamente programada em guisa de antecipação do inicio dos trabalhos da missão conjunta (quiçá concertadamente retardada por um dia pela CEDEAO, devido atraso da sua delegação), constitui uma ingerência grosseira e vergonhosa de um pais que se quer respeitada nos assuntos internos de um pais pobre mas soberano, porquanto o seu ato deliberado e oportunista representa uma atitude de manifesta parcialidade e de clara tomada de posição à favor da fação golpista e do regime anticonstitucional e ilegal instalado na Guiné-Bissau.
Para os guineenses, esperava-se e exigia-se, que num processo dessa sensibilidade, que o governo estado-unidense estive à altura de uma nação de bem e dignar e honrar os guineenses com a tradição e grandeza de um pais dito defensor do ideal democrático dos povos, e não apunhalar o seu Povo pelas costas, juntando-se e fazendo lobbyng a favor de um regime ilegítimo constituído de golpistas e narcotraficantes imposto aos guineenses de forma grosseira e coerciva pela CEDEAO através de um método antidemocrático que causaria inveja às maiores e piores ditaduras africanas.
Não se compreende, como uma nação que se diz a mais poderosa do mundo, quer militarmente, quer economicamente e também, propalado paladino da liberdade e da democracia no mundo, tenha a ousadia de apoiar um regime saído de um golpe de estado levado a cabo por militares e políticos comprovadamente referenciados e acusados pelos EUA, como pessoas ligados à praticas do crime organizado e do trafico de droga à escala internacional. Portanto os EUA estão a apoiar um regime catalogados por eles mesmos, como sendo narcotraficantes internacionais.
A posição do embaixador Lukens, relativamente aos militares é de tal forma incompreensível que chegou a ser hilariante, pois com um ar paternal a roçar o patético, foi ao extremo da condescendia paternal e aconselhar pedagogicamente os militares para se absterem dessas praticas nocivas (conselho, que estou certo, entrou nos seus ouvidos a 100km e saiu a 300km). Uma atitude ridícula e preocupante, pois é certo, que este tipo de atitudes provavelmente, nunca se tinha verificado nos anais da politica diplomática norte americana relativamente a uma matéria tão sensível como é, o combate ao trafico da droga, questão em, que costumam ser intransigentes e implacáveis com quem quer que seja.
Não se compreende, também, a colagem obsessiva do governo dos EUA ao regime vigente em Bissau, em particular ao presidente de transição imposto pela CEDEAO na Guiné-Bissau, sabendo de antemão das fortes e estreitas ligações que este mantêm tanto com o regime iraniano, assim como o do Sudão de El Bachir (países que apoiaram financeiramente a campanha de Nhamadjo e que continuam a apoia-lo até hoje), tendo em conta, que o governo norte americano devido as fortes ligações desses países com o extremismo islâmico e o financiamento do terrorismo, mantém com eles relações tensas e com sérias medidas seguimento e de retenção.
Também, não se compreende a colagem do governo dos EUA a Serifo Nhamadjo, sabendo que grande parte da sua entourage politica e militar que também contribuíram financeiramente para a sua campanha com dinheiro e meios de proveniência duvidosa e, que hoje, muitos deles foram por ele colocados, ora no governo, ora nas empresas publicas (casos da APGB ou a Guiné-Telecom etc...) ora, como seus conselheiros ou assessores, são também pessoas identificadas pelo governo estado-unidense como pessoas altamente comprometidas com o trafico de droga e o branqueamento de capitais.
Por fim, não se compreende, o que faz com que, os EUA, rejeitem posicionar-se a favor de um candidato presidencial potencialmente vencedor de uma eleição democrática, dita pela Comunidade Internacional, justa e transparente, que foi abruptamente interrompida pelos militares, e na qual o candidato presidencial Carlos Gomes Jr, hoje estranhamente ostracizado pelos EUA, sairia seguramente vencedor. Posicionar-se ao lado desse candidato, seria o posicionamento natural dos EUA, pois seria de acordo com os princípios que alegadamente defendem que, é de apoiar a legalidade democrática em coerência com a defesa da verdade, da liberdade democracia e da legitimidade do poder. Porém, paradoxal e surpreendentemente, os EUA surgem no terreiro diplomático estranhamente a defender um presidente impostor e fantoche, pois forjado através de um golpe de estado claramente sustentado por interesses tribais e do narcotráfico... é certo, que custa a acreditar, mas é essa a pura e incrível realidade da posição norte americana com a qual os guineenses estão a ser confrontados e surpreendidos neste processo de capital importância para os guineense.
São muitas as interrogações e incompreensões que dilaceram a alma do Povo martirizado da Guiné-Bissau devido a esta atitude dúbia dos EUA e, para a qual, infelizmente, a nação mais poderosa do mundo, não possui hoje em dia, nem honorabilidade, nem argumentos de coerência moral e ética, para lhe dar uma resposta convincente e justa. Porém, se compreendermos, que infelizmente, no seio dessa nação considerada a mais poderosa do mundo em quase todos os domínios do desenvolvimento social e económico, continua a haver comportamentos primitivamente retrógrados encarnados por cowboys esquizofrénicos e tresloucados, como se de um Pais Far-West se trata-se..., então, o paradoxo ianque deixa de ser um mundo de incompreensões e interrogações e tudo se torna normal e paradoxal.nInfelizmente, essa é a realidade de um mundo particularmente bizarro, que afinal de contas, é os Estados Unidos da América.
Poseidon
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Guiné-Bissau: Sanções têm "reverso da medalha"
A investigadora Elisabete Azevedo-Harman alertou hoje (sexta-feira) que sanções económicas à Guiné-Bissau, como a anunciada pelos EUA, têm um "reverso da medalha" e devem ser acompanhadas por um esforço negocial por parte das instituições internacionais. Em declarações à Lusa, a investigadora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa considerou que a decisão norte-americana de retirar a Bissau o estatuto de parceiro comercial privilegiado é mais uma forma de pressionar quem está no poder a definir um plano pós-transição.
"Fala-se em eleições, mas estas requerem recursos financeiros" e é necessário que o partido que estava no poder antes do golpe de Estado, o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), faça parte do processo de negociação da transição, o que "está longe de acontecer", lembrou. O Governo actualmente em funções, que se auto - intitula "de transição", parece estar "numa situação de transição permanente" e as sanções visam pressionar para que haja negociações e cedências e "para que a comunidade internacional possa liderar um processo realmente de transição", disse a especialista, que há anos estuda o sistema político guineense.
No entanto, Elisabete Azevedo-Harman sublinha que "não basta fazer este tipo de embargos" porque o isolamento internacional pode ter "um reverso da medalha, que é o Governo de transição sentir-se sozinho. A par das medidas punitivas tem de haver um grande esforço do lado das entidades internacionais para falar com o Governo de transição. Confio que isso esteja a ser feito, mesmo que não se estejam ainda a ver resultados", alertou. Para a investigadora, a situação na Guiné-Bissau "não vai mudar nada" se não houver esforços diplomáticos: "Tem de haver uma conjugação de esforços para dialogar e trazê-los à mesa, tanto a eles como ao PAIGC".
Além disso, sublinhou, os esforços têm de partir das várias partes envolvidas, incluindo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que têm mantido posições opostas no que diz respeito à crise na Guiné-Bissau. "Também as entidades internacionais têm de dialogar", disse a professora, defendendo que "não se pode pedir às instituições guineenses que façam diálogo, quando as próprias entidades internacionais não o fazem ou vão para o diálogo de
costas voltadas".
Admitindo que a visita à Guiné-Bissau - que hoje(sexta-feira) terminou - por uma missão internacional com representantes da CEDEAO e da CPLP pode indicar "uma tendência de mudança" nas relações entre as duas instituições, Elisabete Azevedo-Harman reiterou tratar-se apenas de um primeiro passo: "Não vemos ainda nenhum resultado. É caricato, mas o que se vê agora é que não há dialogo interno, mas também não há diálogo internacional" sobre a resolução da situação guineense.mNão há nenhum compromisso na mesa de que haja um entendimento da comunidade internacional", lamentou.
A 12 de Abril, véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente. A Guiné-Bissau está desde então a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela CEDEAO, que pretende realizar eleições no país em Abril do próximo ano. A maior parte da comunidade internacional, incluindo a CPLP, não reconhece as novas autoridades de Bissau. Na quinta-feira, a Casa Branca anunciou a retirada à Guiné-Bissau, assim como ao Mali, do estatuto de parceiros comerciais privilegiados, uma sanção contra o que considera serem recuos democráticos naqueles países africanos. LUSA
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