domingo, 25 de novembro de 2012
Si bu sta dianti na luta
Prezado compatriota Aly Silva,
Tenho estado a acompanhar desde ha muito tempo a sua/nossa luta atravês do seu blog e devo-lhe dizer que tem valido pena, pois dá a conhecer ao mundo a realidade do nosso quotidiano. O método que escolheu para combater o mal que nos encalha, escrevendo ciberneticatmente, é eficaz! Nunca desista... estamos carentes de um lider, creia! O povo guineense clama por um contramestre astuto, capaz de uma visao diferenciada; capaz de se distanciar dos demais armados em falsos Cabralistas, mas que napão passam de descendentes de Judas!
Claro que está no seu direito não querer medalhas, aliás, isso só vem reforçar a humildade que só está ao alcance dos bons! Mas por favor não páre! "Se por acaso não poder mais voar, corra. Se não poder andar, rasteje. Mas continue em frente de qualquer jeito" (Martin Luther King)!
Continue, o povo está consigo!
Humildemente,
Dartanha Na Bantaba
PRECISAM-SE NOVAS ESTRATÉGIAS DE LUTA!
Nada melhor do que iniciar este artigo com as palavras de um dos pioneiros do movimento de direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King:
“Quando reflectirmos sobre nosso século, o que nos parecerá mais grave não serão os erros dos maus, mas o silêncio dos bons”.
A proclamação da independência da Guiné-Bissau (Há 40 anos) foi um acto heróico mas, infelizmente marcada por conflitos cíclicos que em nada abonaram a consolidação da mesma. O poder politico, motor dos processos democráticos e de integração nacional, é responsável pelas forças e fracassos do país. Os políticos devem apostar na construção duma nação sem exclusão de grupos linguísticos, religiosos e regionais criando uma identidade comum a todos; devem implantar a homogeneidade étnica em toda a esfera da sociedade guineense.
É necessário modernizar, adoptar novas estratégias de luta, separando a carne, do osso, a casca, do caroço. Há que saber enfrentar os desafios musculados dos tempos modernos sem uso de violência. Tomada de posse por via de armas, para além de ser tão vergonhosa para o país, é sempre uma humilhação para o povo guineense que vê o futuro comprometido, a esperança enforcada e a dignidade pisoteada.
Os partidos políticos devem reestruturar-se para não correrem o risco de prevalecer os interesses pessoais ou de grupos que possam promover o desvio das linhas políticas traçadas. Interesses esses, que poderão conduzir o país para uma governação autocrática e o fará cair nas garras do neocolonialismo.
A Guiné-Bissau, como um estado de direito democrático, políticos desestabilizadores com comportamentos desviados, potencialmente nocivos ao país, deviam por lei, serem proibidos de exercer funções públicas quer nos respectivos partidos, quer no governo. Indivíduos desta natureza, infelizmente estão presentes na sociedade guineense. São cidadãos insensíveis as dores e aspirações do povo. Urge, identificá-los e desmascará-los!
Curiosamente, palavras bonitas como: “desenvolvimento,” “justiça,” “liberdade,” “bem-estar,” não faltam no dicionário inventado pelos partidos políticos mas na realidade, triste realidade, este pacote de palavras mágicas é ignorado deixando a sensação de impotência da parte daqueles que mais sofrem, mais precisam desses bens preciosos.
Caros compatriotas, vamos unir os nossos esforços e combater sem tréguas para derrotar definitivamente as forças do retrocesso! Olhemos com seriedade para a situação nefasta do nosso país e do nosso povo! Temos que aceitar que estamos a beira do abismo e perante uma ameaça de colapso total! Devemos estar todos, na linha da frente da defesa do nosso país que se quer livre independente e democratic!
Estamos desesperados a aguardar pela oportunidade de mudança na vida política económica e social do país. O futuro tem nos reservado muitas surpresas, oxalá que desta vez seja para o bem desta nação abandonada pelo mundo e maltratada até pelos próprios filhos.
Londres, 24/11/2012
Vasco Barros.
sábado, 24 de novembro de 2012
Dignidade
Caro Aly Silva
Acompanho, como sabe, a sua luta. Tanta dignidade e coragem deveria envergonhar o mundo. Não parece ser o caso. A sua empreitada é enorme, saiba que rezo por si e pelo seu povo. Como diria CARNE ROSS:
"não existe maior satisfação do que lutar por uma causa em que acreditamos"
Que Deus o abençõe a si, aos seus filhos e à Guiné-Bissau.
Abraço,
Mário Santos
Orgulho
Caro Aly,
Como é que tu vais? Foi com uma grande alegria que soubemos que conseguiste sair da Guiné-Bissau e que estas agora longe dos assassinos que governam a nossa terra. Tu és um herói para a juventude guineense na Diáspora. Amilcar Cabral, Titina Sila e Domingos Ramos devem estar cheios de orgulho de ter um neto como tu. Foi para isso que eles lutaram, e não para termos estes palhaços que nos governam.
Abraço.
Mágoa
Com muita mágoa lhe escrevo estas palavras e para lhe dizer que sinto muito você ter de sair da sua terra e nao dizer e fazer aquilo que gosta - informar as pessoas. Tenho pena mas a vida é mesmo isso: nao se pode ser democrata. Ser democrata é um risco e eu como seu simples leitor, fiquei triste por voce e pelo povo indefeso da Guine-Bissau. As crianças e os idosos, sao os que sofrem na pele esta luta desigual.
Sou um simples cidadao portugues que nos anos 60 e 70 passou pela Guiné e fiquei sempre um apaixonado por essa terra. Tenho lá muitos amigos, é por isso que estou triste com toda a situaçao. Por isso te envio um abraço muito solidario, e nunca desistas da luta contra os tiranos. O meu bem-haja para ti e para tua familia, e muitas felicidades meu amigo Aly.
Alexandre Cardoso
Porque...
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner
Mais mentiras
O MUNDO ANIMAL a que pertencemos, não obstante como HOMENS Racionais, o que nos destaca na planeta terra dos outros animais. Não devemos contentar ou autoproclamarmos absolutos e mais justos do que os nossos semelhantes, também detentores da Razão.
- A fome do poder levar certas pessoas a cometer falhas sem precedentes.
Gostaria de chamar atenção ao Sr. Fernando Vaz–Dito Ministro Porta-Voz do Governo de Transição na Guiné-Bissau (Nosso Pais), para as afirmações que tem vindo a fazer nas suas entrevistas.
Como por exemplo quando acusa o governo do Sr. Carlos Gomes Jr., de ter sido tendencioso ao assinar o contrato para a exploração da Bauxite entre a Guiné-Bissau e Angola, entre outras.
Quero deixar as seguintes interrogações:
- Será que o Sr Fernando Vaz sabe quem assinou o Contrato de Bauxite com Angola em 2007?
- Será que o Sr. Fernando Vaz pensa que acusar o Governo do Sr. Carlos Gomes Jr., de todas as irregularidades poderá tirar o país na crise em que se encontra?
- Por favor, decumente-se nos arquivos do Estado e do Governo para depois tornar publico certas acusações.
- Nôs na diaspora queremos desmentir a sua afirmação de que o 1° Ministro Carlos Gomes Jr., tivesse assinado o acordo com Angola, porque sabemos que o signatario foi o Sr. Soares Sambu, no ano de 2007, durante a presidencia do falecido Presidente João Bernardo Vieira. Entretanto, se existe uma dupla assinatura do mesmo acordo, gostariamos de vé-la publicada nos orgãos de comunicação social, para então sim validar as suas acusações contra o Sr. Carlos Gomes Jr.
- Nós constatamos na diaspora que apos o golpe de 12/04/2012, que culmina com a designação do Presidente e consequentemente com um governo de transição, temos registados que a produção efectiva do pais baixou de 5.3% em 2011 para os 2.1% previstos para 2012. Tudo leva a crer que o destino do contra-valor das vossas acções vai mergulhar a Guiné-Bissau numa crise economica sem precedentes!!! Não ha confiança nos usurpadores o poder para facilitar o crescimento!!! Isto porque, sem a taxa de crescimento e sem a criação de riqueza nacional, não se pode criar empregos e nem sustentar um plano do desenvolvimento efectivo para o povo da Guiné-Bissau. Mas parece que isto não vos importa!!!
- Concluimos que toda a vossa acção é vergonhosa e irresponsavel perante o povo Guineense e a comunidade internacional e sobretudo, malfetoria para a geração de jovens que deveriam ser ensinados outros comportamentos e acções benéficas para a aquisisão dos valores uteis.
A juventude e a diaspora observa-vos e a Historia julgar-vos-á. A luta continua para a Verdade e Prosperidade do Povo da Guiné-Bissau.
TAMBA NA N’TCHUTO
INSTABILIDADE POLÍTICA: ACÇÃO DA SOCIEDADE OU TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE?
Se nos anos 50 e 60 praticamente todos os movimento culturais que lutaram contra a exploração e dominação colonial foram criados na Diáspora. A ideia dos lideres africanos para libertar o continente africano surgiu noutro lado do continente, antes a África era dominado, massacrado e reprimido pelos europeus. Mas hoje são os próprios africanos quem massacra seus próprios povos.
A aplicação da lei seria e será sempre um problema na história na Guiné-Bissau.
Há um ditado que os filósofos gregos costumam usar, quando não a punição, a tendência é voltar àquela mesma coisa. Como é o caso dos mentores da instabilidade política na Guiné-Bissau.
O país precisa urgentemente apresentar leis que pune severamente penas de prisão que poderão ir de acordo com lei para todos aqueles que forem considerados culpados pelos atos de instabilidade que paira na sociedade. Esta onda de violência que começou e ninguém sabem quando vai parar. Não podemos ser intimidado pelos próprios “irmãos”, só pelo fato de serem militares. O artigo 20º da Constituição do país deixa claro que os militares têm a função de defender a soberania e a integridade territorial. Mas em Bissau, a situação é inversa, são eles que estão a arruinar o país. Violências aterrorizam cada vez mais a população guineense. Basta de agressões, não é possível que a sociedade civil, que é quem mais ordena que estejam todos os dias a passar por tal situação.
A Guiné-Bissau atravessa momentos de divergência dividida por conflitos e tentativas de sucessão, muito especialmente o período pós-queda do regime de Nino Vieira. Só após conflito interno de 07 de junho de 1998 a 1999, cessam as tentativas de revolta. Mesmo assim, considera-se que a “centralização do poder nas mãos dos militares” foi suficientemente forte para dar instabilidade ao país. Uma instabilidade que conseguiu adiar sempre alguns passos importantes, dando afinal o ar da crise latente e crônica. As mais graves tensões vieram sempre á tona de diversas formas.
Do inicio, a sociedade guineense não tem muita noção de quanto o conflito interno de 07 de junho foi surpreendente nos anos de 1998 a 1999. Pois tal conflito serve meramente como veiculo de transporte entre causas e efeitos de longo prazo, como resultado, o surgimento de intrigas, invejas, ambição e traição que passou a ser visto como uma consequência inevitável para sociedade civil.
Tendo em conta este contexto histórico, o conflito interno de 07 de junho de 1998 a 1999, liderado por ex- Chefe de Estado Maior Ansumane Mané marcou o fim do domínio da era Vieira e instituiu um regime tão mais violento, acentuado e instrumentalizado as clivagens e étnica (exílio, prisão, tortura e execução de quadros de referencia) e levando o país á ruína econômica. Tendo sofrido inúmeras tentativas de usurpação de poder por parte dos militares.
A forma súbita como as sucessivas tentativas de golpes de Estado se intensificam num curto período de tempo no país impõe algumas indagações. Qual é o melhor caminho para inibir tal situação que aterroriza a sociedade civil? Será que ação ou transformação da sociedade é o caminho viável para contornar tal problema. Investir na Educação é outro caminho para acenar essa cultura de violência que paira no país.
“Nós só podemos seguir crescendo na atividade que abraçamos e amamos se os compromissos forem mantidos, se o ideal for renovado e se nossa capacidade de sonhar não se limitar aos problemas e for sempre maior que eles”.
Rolim Adolfo Amaro
Quem ama a Guiné-Bissau de verdade constrói a PAZ.
A.B.F.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Guiné-Bissau: A SIDA em risco
O Secretariado Nacional de Luta contra a Sida (SNLCS) da Guiné-Bissau lamentou, na terça-feira, que mais de 20 anos após o primeiro caso notificado no país “o estigma continua a ser um dos maiores obstáculos” no combate à pandemia. João Silva Monteiro, secretário executivo do SNLCS, disse que, até hoje, nunca alguma figura pública se assumiu como seropositiva, porque, apesar de todas as campanhas, se “teme a exclusão”.
“Outro sinal triste da estigmatização prende-se com o facto de muitos guineenses escolherem a calada da noite para procurar anti-retrovirais”, disse o responsável, que criticou “os próprios serviços do Estado que praticam a estigmatização” quando exigem o teste de Sida a candidatos a bolsas de estudo no exterior. João Monteiro disse à agência Lusa que há países, como a China ou a Rússia, que exigem esse teste, mas que os serviços competentes o fazem mesmo para candidatos a bolsas para países como Brasil ou Portugal, que não têm essa exigência.
“É contra a lei e é desumano”, disse, acrescentando que é também “monstruoso” que se tenha chegado ao ponto de impedir uma pessoa de ser jornalista por ser seropositiva. O SNLS começou na terça-feira em Bissau um encontro para debater a lei 5/2007, de prevenção e tratamento da Sida, na tentativa de, através de melhoramentos na lei, se chegar “à realização plena e universal dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais”. O secretário executivo referiu que, “se há discriminação, é porque a lei ou não foi suficientemente divulgada ou porque tem lacunas ou está desactualizada”.
Um relatório divulgado na terça-feira pelas Nações Unidas aponta que pelo menos 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus da Sida em 2011, com a África subsaariana a ser a mais afectada. A Guiné-Bissau está no grupo de países onde houve um aumento de pelo menos 25 por cento de novas infecções. Em Setembro passado, as organizações de luta contra a Sida na Guiné-Bissau já tinham alertado para a situação “muito delicada” em que estava o país, quase sem apoios depois de o Fundo Global (organização internacional de apoio à luta contra a malária, tuberculose e SIDA) ter cancelado a cooperação.
Os cortes começaram há um ano, mas agudizaram-se depois do golpe de Estado de 12 de Abril passado, referiram. O país ficou durante algum tempo quase sem reservas de medicamentos e de suplementos alimentares. João Monteiro disse, na terça-feira, que os problemas começaram antes, por alegadas irregularidades na gestão do dinheiro do Fundo Global, mas considerou que o país viveu “uma sanção” (pelo golpe). “O Fundo anunciou que vinha. Antes, diziam que não vinham por motivos de segurança”, disse, precisando que a delegação do fundo chega a Bissau no início do próximo mês para negociar um novo programa, mas mais reduzido”. LUSA
ANP: PAIGC ocupa lugares
A situação de impasse que se registava no parlamento da Guiné-Bissau foi hoje ultrapassada com a indigitação de dois deputados do partido maioritário, PAIGC, para a mesa do órgão. Após três dias de impasse desde a reabertura da sessão parlamentar, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) indigitou os nomes dos deputados Augusto Olivais e Isabel Buscardine para os lugares de primeiro e segundo vice-presidentes do Parlamento.
O líder do grupo parlamentar do PAIGC, Rui Diã de Sousa, considerou que o seu partido decidiu abdicar do lugar de presidente do Parlamento, deixando-o para Sory Djaló, do Partido da Renovação Social (PRS), e ficar com os cargos de vice-presidentes do órgão. LUSA
ANGOLA: Golpistas não entram
É O SEGUNDO PAÍS QUE RECUSA A ENTRADA DO MESMO MINISTRO NO ÂMBITO DO EMBARGO AO ACTUAL REGIME GUINEENSE. DEPOIS DE PORTUGAL, AGORA FOI A VEZ DE ANGOLA.
COMECEMOS POR ESTE ÚLTIMO:
AGOSTINHO KÁ, QUE GARANTIU AO JORNALISTA DA RDP-ÁFRICA, WALDIR ARAÚJO, TER SIDO FORMALMENTE CONVIDADO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, OMS, PARA PARTICIPAR NO ENCONTRO DO COMITÉ REGIONAL AFRICANO DA ORGANIZAÇÃO, QUE DECORRE EM LUANDA, APENAS CHEGOU ATÉ MARROCOS, TENDO JÁ REGRESSADO À GUINÉ-BISSAU. ISTO PORQUE, UMA VEZ NA CIDADE MARROQUINA DE CASABLANCA, ONDE SE PREPARAVA PARA SEGUIR VIAGEM PARA LUANDA VIA LIBREVILLE, O MINISTRO DA SAÚDE DA GUINÉ-BISSAU E RESPECTIVA COMITIVA, FORAM AVISADOS QUE NÃO PODERIAM VIAJAR PARA ANGOLA POR ORDENS EXPRESSAS DO GOVERNO DE LUANDA.
ADMIRADO COM A SITUAÇÃO, UMA VEZ QUE AGOSTINHO KÁ GARANTE TER RECEBIDO NÃO SÓ UMA “CARTA – CONVITE” DE LUIS GOMES SAMBO, DIRECTOR REGIONAL DA O.M.S. PARA ÁFRICA, ASSIM COMO UMA NOTA DO PRÓPRIO MINISTRO DA SAÚDE DE ANGOLA, JOSÉ VAN DÚNEM, A CONFIRMAR O CONVITE E A VIAGEM, O EMBAIXADOR DA GUINÉ-BISSAU EM MARROCOS TEVE QUE AGIR. ASSIM, ABUBACAR LI, LIGOU PARA O SEU HOMÓLOGO ANGOLANO EM RABÁT, DE QUEM RECEBEU A CONFIRMAÇÃO DE QUE O MINISTRO E A SUA DELEGAÇÃO NÃO DEVIAM MESMO SEGUIR PARA ANGOLA, POIS NÃO TÊM AUTORIZAÇÃO PARA ENTRAR NAQUELE PAÍS DA CPLP.
DE REFERIR QUE O MINISTRO DA SAÚDE GUINEENSE SEGUIA PARA O ENCONTRO DA OMS COM PLENOS PODERES DE REPRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE DE TRANSIÇÃO, SERIFO NHMAMADJO, TAMBÉM CONVIDADO PARA O ENCONTRO, AO QUAL NÃO TERÁ IDO POR MOTIVOS DE AGENDA POLITICA. NA COMITIVA DO MINISTRO AGOSTINHO KÁ SEGUIAM AINDA O DIRECTOR GERAL DA SAÚDE PÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, UMARU BÁ E O ASSESSOR JURÍDICO DO MINISTÉRIO, O ADVOGADO JOÃOZINHO VIEIRA CÓ. RECORDE-SE QUE RECENTEMENTE O MESMO MINISTRO, AGOSTINHO KÁ, VIU RECUSADA A SUA ENTRADA EM PORTUGAL, ONDE VIRIA PARTICIPAR NUM ENCONTRO COM MÉDICOS GUINEENSES NA DIÁSPORA.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
CEDEAO: O mal maior
A intervenção desacertada e nebulosa da CEDEAO no processo da crise da Guiné-Bissau acabou por reforçar em mim a convicção de que, essa organização regional, mais do que resolver os problemas dos paises membros, cria-os e os agudiza ainda mais, tal é a incompetência e a incapacidade que demostram no terreno dos acontecimentos, seja dos seus orgãos, seja das suas estruturas, quando se trata de resolver a minima crise regional que seja. Tal como o seu estado-mater, a Nigéria, a CEDEAO é o cumulo da desorganização e de interesses mafiosos.
A crise guineense, traz à luz a fragilidade e a desorganização dessa instituição no capitulo da resolução de conflitos e da gestão de crises dos paises membros. Alias, essa fragilidade estrutural organizacional ja era evidenciado pelo não cumprimento arreigado de varios dos seus membros dos principios comunitarios de base apregoada por essa organização, como é o caso do principio da livre circulação de pessoas e bens no espaço comunitario. Basta sair de Bissau para ir a Dakar ou vice-versa para se sentir no bolso o peso da incoerência de principios, dessa organização. No minimo dos minimos, por cada um dos sete chek-points de contrôlo terrestre estratégicamente instalados, os policias senegaleses e gambianos de um lado e do outro, subtiram aos pobres cidadão guineenses 1.000 Francos Cfas (1,6 euros) por carimbo. Se se recusar a pagar, o cidadão corre o risco de ali ficar dias... ou, para melhor convencê-lo a pagar, ameaçam-os com a cadeia ou recâmbio.
Essa conclusão, decerto têm-no também neste momento a maioria dos guineenses que, assistem impotentes e incrédulos o seu pais ser desbaratado e anarquizado por uma sanha tribal e criminal sem precedentes na historia do seu pais mercê de uma decisão politica aberrante, roçando o banditismo de estado que foi tomada pela CEDEAO, ao apoiarem e abençoarem o golpe de estado de 12 de abril de 2012 levado a cabo por Antonio Injai e Kumba Yala.
O que ainda é mais paradoxal, na crise guineense, é que, ela esta a ser tratada de uma forma sectaria mente enfeudada por um grupo de quatro chefes de estado da organização (Nigéria, Senegal, Burkina e Costa do Marfim), os quais de uma forma ou outra possuem interesses inconfessaveis sobre a Guiné-Bissau. Diz-se enfeudada, pois não se compreende que uma comunidade constituida de quinze paises é deixada refém do ego-centrismo de interesses de quatro chefes de estado mafiosos que, prevalecendo-se oportunisticamente da sua condição delegada de «mediadores» de um conflito entregaram irresponsavelmente um pais aos desmandos da anarquia e a brutalidade de uma elite militar sanguinaria com ligações comprovadas ao narcotrafico e o banditismo armado. O Burkina-Faso que faz parte do Bando dos Quatro, embora não sendo estado mediador, foi o pais chave no golpe de estado, porquanto, o aval da acção interruptiva do processo eleitoral para impedir Carlos Gomes Junior ganhar as eleições presidenciais em curso, veio comprovadamente desse pais.
O incômodo que o posicionamento e a importância que a acção de Angola junto ao Estado da Guiné-Bissau estavam a criar a esses paises, em particular a Nigéria e Senegal, face ao contexto geo-politico e de interesses de recursos regionais em disputa, de forma alguma, podera servir de pretexto de tão aberrante e desencontrada intervenção que, catastrôficamente e contra todas as previsões, acabou por mandar as calendas gregas a propalada «tolerância zero contra golpes de estado» para..., paradoxalmente premiar golpistas militares, caucionando um golpe de estado e a tomada do poder pela força. Enfim, uma decisão de gravidade extrema e por demais razões que possam existir incompreensivel e injusticiavel perante o direito e a democracia que paulatinamente se estava edificando no nosso marterizado pais.
Porém, em tudo isso, é preciso tentar encontrar as razões, o clik detonador, que deve estar na base dessa decisão incrédula da CEDEAO que conheceu o ponto de reviravolta no encontro de Dakar em maio ultimo, em que uma suposta reunião do grupo de mediação parab a Guiné-Bissau fora surpreendentemente transformada em mini-cimeira de chefes de estado por representação delegada. Efectivamente, entre o periodo que mediou o golpe de abril e essa reunião, algo de muito grave se decerto se tera passado e, é mais do que certo que, jogadas de bastidores maquiavelicamente montadas acabaram por traçar esse inusitado e inesperado desfecho de apoiar o golpe.
Sobre essa ante-câmara do golpe, é bom lembrar que, como consequência dessa cimeira da discordia, registaram-se posições contraditorias não negligenciaveis, tal como, a colérica reacção do chefe de estado gambiano, Yaya Jhyamey ao constactar a montagem de Dakar, assim como o abandono putativo do presidente da Guiné-Conakry da chefia de mediação do processo bissau-guineense, que se diz, devido as interferências grosseiras e constantes de Blaise Campaoré no processo. Por tudo isso, cada vez mais me convenço de que a crise guineense, não foi um caso tratado de forma normal e pelas vias da coerência pelas instâncias da CEDEAO.
Como um mal não vem so, também a instalação ilegal e abusiva das forças da CEDEAO na Guiné-Bissau, em nada veio alterar no sentido positivo a situação de crise na Guiné-Bissau..., pelo contrario piorou ainda mais com a sua presença, pois com ela no terreno, as manifestações politicas foram proibidas, os politicos e activistas dos direitos humanos e associações da soceidade civil continuam a ser perseguidos e amedrontados, as pessoas são presas diariamente de forma arbitraria, pessoas (civis e militares) são raptados à luz do dia ou a calada da noite, politicos e contestatarios do golpe são espancados e abandonados a sua sorte, pessoas comuns são assassinadas a um ritmo de serial killer, algumas desses assassinatos foram executadas sumariamente, o numero de presos e desaparecidos em parte incerta aumentam a cada dia... devido a perseguição e temerem pelas suas vidas as fugas para o estrangeiro de politicos e de altos quadros acentua-se todos os dias. Enfim, cada um a seu jeito, a CEDEAO ensombra o pais com a sua inutil presença, enquanto os militares se divertem a matar o Povo e a afundar o pais.
Este estado de coisas, por culpa e cumplicidade da CEDEAO, que esta a conduzir o pais a um autentico atoleiro regional, como palco de crimes, da impunidade e do narcotrafico, respalda a forma, leviana, irresponsavel, roçando mesmo o menosprezo, com que essa organização que não se respeita a si mesma, trata as questões da Guiné-Bissau, das nossas populações e das nossas instituições.
Somos tratados de uma forma porca e desrespeitosa pelos nossos supostos estados-pares, isto é, como um estado membro de segunda categoria, um povo mal-adoptado, um autentico out-sider numa sociedade, qual hidra de cabeças vampiricas maioritariamente francofonas e anglofonas.
Ainda assim, o que me deixa mais triste, é ver e constatar de que, ha guineenses que, na vã ansia de mandar servem cegamente de séquitos e cumplices dos criminosos do seu Povo.
Porém, estou certo de que, um dia a justiça lhes batera à porta.
Carlos Té
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