quarta-feira, 8 de maio de 2013
Cenário para afastar António Indjai
O temor que o CEMGFA António Indjai deixa transparecer no seu quotidiano, desde que foi objecto de um mandado internacional de captura baseado numa acusação da justiça dos EUA de participação em operação internacional de tráfico de droga e de armas, avolumou-se com o anúncio da instalação de uma Força de Reacção Rápida norte-americana na Base de Morón, Espanha. Constituída por 500 fuzileiros, com capacidade de projecção imediata baseada em 8 meios aéros, a força tem por missão intervir numa vasta área geográfica, incluindo a África Ocidental, de que a Guiné-Bissau faz parte.
António Indjai dá mostras de estar ciente de que a acusação que sobre ele impende de implicação em acções de narcotráfico e terrorismo, confere à sua captura a importância de uma emergência que, em nome da segurança dos EUA, justifica o lançamento de operações especiais, com emprego de força. O CEM da Força Aérea, General Papa Camará, está também identificado pelos EUA como implicado no narcotráfico. O cenário considerado mais provável, como desfecho do caso, é, porém, o de uma “conspiração” interna contra o CEMGFA António Indjai, levada a cabo por alas das FA que eventualmente vêm numa tal acção uma forma de “reabilitar” a instituição.
É esta a ameaça que António Indjai mais teme. O seu dispositivo de protecção e segurança pessoal é agora menos aparatoso do que antes, sendo a evidência atribuída a duas razões: a) não exteriorizar temor, em especial ante os seus adversários internos; b) “filtrar”os acessos a si próprio, limitando-os a militares da sua estrita confiança. O estado de ofuscamento em que António Indjai ficou por reflexo da acusação da justiça norte-americana deu também origem a atitudes de distanciamento da parte de autoridades militares dos países da região com as quais se relacionava institucionalmente, incluindo a organização regional, CEDEAO. AM