terça-feira, 23 de junho de 2009

O estranho caso do diplomata angolano agredido em Bissau

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O Ministério das Relações Exteriores de Angola (Mirex) denunciou em comunicado divulgado em Luanda a "brutal agressão" de que foi alvo o 1º secretário da embaixada angolana na Guiné-Bissau.

O documento em que é denunciada a agressão ao diplomata angolano na capital guineense foi emitido na quinta-feira à noite em Luanda, descrevendo a agressão a Jeremias José António como tendo ocorrido num local público de Bissau na semana passada.

O Mirex em momento algum do comunicado indicia que este episódio esteja relacionado com a vaga de violência que assola a Guiné-Bissau desde Março último, onde já foram mortos o Presidente "Nino" Vieira, o chefe das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, e dois ex-ministros, Baciro Dabó, este também candidato presidencial, e Hélder Proença.

A agressão a Jeremias António foi, ainda segundo o Mirex, protagonizada por um "cidadão desconhecido".

O ministério lança um forte apelo às autoridades guineenses para que protejam a comunidade angolana residente na Guiné-Bissau, bem como os seus diplomatas, salvaguardando a "tranquilidade da missão diplomática".

O Mirex promete ainda "continuar a dispensar melhor atenção ao desenrolar desta inquietante situação".

E nota que esse esforço tem como objectivo impedir que episódios desta natureza "ensombrem as excelentes relações de amizade e solidariedade existentes desde os primórdios da luta pelas respectivas independências nacionais e reforçadas após a existência dos dois países como estados soberanos e independentes".

Entretanto, no blogue pululu, atente-se na opinião do meu amigo, o angolano Eugénio Almeida. Assim:

"Sabendo que Luanda não gosta de deixar desforro para terceiros, mesmo quando o MIREX, em momento algum, adiciona este caso aos das mortes recentes, mas recordando a desanca que João de Miranda, o alto-representante da União Africana para Bissau, fez recentemente sobre o que se passa no País de Amílcar Cabral, e não deixando de recordar as relações de solidariedade que existe entre os dois Estados – e os dois partidos, quem se esqueceu da visita de Carlos Gomes Júnior a Luanda, há uns tempos e como foi recebido? –, penso que, como recorda o meu amigo Orlando Castro, alguém anda a brincar com a onça…

Só esperemos – e talvez fosse melhor que tivesse sido, só isso, – que alguém não tenha ido comer no prato de terceiros e tenha levado por tabela… e só isso!
"