sexta-feira, 11 de maio de 2012
Golpe!
Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, disse ontem aos jornalistas que hoje, sexta-feira, vai iniciar consultas para escolher um primeiro-ministro de um governo de transição mas o PAIGC, maior partido, já disse estar fora. No final de uma maratona de reuniões entre a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), partidos e militares da Guiné-Bissau a organização regional propôs Serifo Nhamadjo para Presidente de transição (um ano), na sequência do golpe de Estado de 12 de abril. A proposta foi lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Nurudeen Muhammad, segundo o qual se tratou de uma escolha "em obediência estrita à Constituição" da Guiné-Bissau, segundo o seu artigo 71. LUSA
CEDEAO propõe(?) o nome de Serifo Nhamadjo para presidente da Republica de Transiçãoe
A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) propôs hoje o nome de Serifo Nhamadjo, presidente interino do Parlamento, para Presidente da Guiné-Bissau num período de transição. A proposta surgiu no final de uma longa reunião que juntou em Bissau militares e políticos e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Costa do Marfim e da Nigéria. À chegada a Bissau, na tarde de quinta-feira, o chefe da diplomacia da Nigéria tinha dito que a crise na Guiné-Bissau tinha de acabar nesta reunião.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
"Angola pode rever retirada"
Angola está disposta a rever a posição de retirar os 270 militares que mantem na Guiné-Bissau caso haja uma resolução das Nações Unidas e lhe for solicitada colaboração numa futura força internacional, disse hoje fonte governamental em Luanda.
"Caso haja uma resolução das Nações Unidas e seja solicitada alguma colaboração ao governo de Angola, nós estamos dispostos a rever [a posição]", disse o ministro de Estado e da Coordenação Económica, referindo-se à anunciada retirada do contingente militar que Angola mantém em Bissau. Numa conferência de imprensa para apresentação dos resultados da governação no primeiro trimestre de 2012, Manuel Vicente destacou que o anúncio da retirada da Missang, a missão de cooperação para ajudar à reforma dos setores de Defesa e Segurança guineenses, se deveu à falta de vontade das autoridades de Bissau.
"Estivemos na Guiné-Bissau no quadro de uma relação bilateral. Uma vez que não há vontade das autoridades em que esta força permaneça, o executivo [angolano] achou por bem dar por finda esta missão de cooperação que vinha exercendo", considerou. A referência surgiu na sequência de uma questão sobre se os recentes desenvolvimentos na Guiné-Bissau, face ao golpe de estado de 12 de abril, poderiam afetar a imagem de Angola. Os militares golpistas justificaram a tomada do poder, com a consequente detenção do Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, com a alegada interferência dos militares angolanos no processo politico guineense. LUSA
Analista angolano, Nelson Pestana, em entrevista à rádio Voz da América: "CEDEAO receia derrota militar na Guiné-Bissau"
O analista angolano Nelson Pestana “Bonavena” afirma que o recuo da CEDEAO na Guiné-Bissau se deve ao facto de aquela organização regional recear ser derrotada numa intervenção militar no país. A CEDEAO, Comunidade dos Estados da África Ocidental, respondeu ao golpe na Guiné-Bissau, exigindo, no mês passado, o retorno imediato à ordem constitucional. Posteriormente, contrariando a ONU, a União Africana e a CPLP, a CEDEAO passou a solução da crise para o parlamento guineense, que se encontra, para todos os efeitos, sob o controle dos militares.
E abandonou a exigência de retorno do país à ordem constitucional – exigência que, inicialmente, se dispunha a impor pela força. Nelson Pestana, do Centro de Estudos Científicos da Universidade Católica Angolana, disse, numa entrevista à VOA, que a CEDEAO teve medo das consequências de uma intervenção militar. Após um discurso inicial “peremptório e musculado” a organização regional “percebeu que poderia cair numa armadilha – ver-se perante a resistência dos militares e um confronto armado para o qual a CEDEAO não está preparada e poderia traduzir-se num verdadeiro desastre militar” para qualquer força que interviesse”. Pestana lembrou a experiência negativa do Senegal, quando em 1998 interveio na Guiné-Bissau para “socorrer Nino Vieira”.
“Garantiu durante algum tempo o poder de Nino Vieira – mas depois a rebelião venceu e o Senegal saiu derrotado, envergonhado e humilhado”.
Nelson Pestana disse que o recuo da CEDEAO, provavelmente, vai saldar-se pelo cumprimento dos objectivos dos golpistas. “Eles vão ter melhores condições de enfraquecer o poder hegemónico que Carlos Gomes Júnior já estava a ter e que queria consolidar através da legitimidade do voto, voto esse que foi contestado por todos os candidatos. A verdade eleitoral foi contestada”, disse o académico angolano. Pestana crê que apesar da legitimidade das queixas sobre fraude eleitoral, os militares não podem permanecer no poder a longo prazo. O poder, segundo ele, terá que ser transferido para civis eleitos num processo verdadeiramente livre e justo. “Temos muitos casos – disse – em que a fraude eleitoral é considerada verdade eleitoral”. VOA
Estudantes guineenses no Senegal
Exmo Senhor Aly Silva,
Os nossos melhores cumprimentos,
Permita-nos, em meu nome e dos meus colegas, expressar-lhe a nossa admiração e respeito pelo excelente trabalho que esta a fazer, que é, de informar com qualidade e isenção os guineenses sobre os acontecimentos no nosso martirizado pais, principalmente nós que nos encontramos no estrangeiro.
Somos um grupo de estudantes guineenses que se encontram a estudar no Senegal, em Dakar principalmente, e que seguimos regularmente as tuas preciosas noticias através do teu blog, Ditadura do Consenso, decerto, o melhor dos melhores do género, pois a DC, informa, com coragem e patriotismo impar.
Por resguardo de segurança, só o meu pseudónimo é assumida nesta humilde mensagem, porém, ela é comungada e subscrita por mais de duas centenas e meia de colegas a estudar aqui no Senegal. Inicialmente pensavamos ir entregar uma nota de protesto à nossa Embaixada contestando a decisão da CEDEAO de patrocinar/apoiar de forma escamoteada o Golpe de Estado de 12 de Abril levado a cabo, mais uma vez pelos militares na nossa martirizada Guiné-Bissau, porém alguém mais experimentado nos desaconselhou o procedimento, devido ao embaraço que podiamos criar a nossa representação diplomatica e da mais que provavel sua não difusão publica que é o nosso principal objectivo.
Fizemos esta carta porque, a atitude da CEDEAO em não sancionar seus autores materiais e morais é uma vergonha e um sinal de descrédito dessa instituição e de falta de respeito para com o sentimento dos guineenses que, antes nós pensavamos séria e solidária com a situação de sofrimento com que vive as nossas populações e Governantes há anos refém de militares corruptos e insubordinados.
O objectivo principal desta nossa carta de protesto é manifestar A NOSSA TOTAL OPOSIÇÃO E REPÚDIO a uma eventual PRESENÇA DE FORÇAS ARMADAS DO SENEGAL no nosso chão sagrado, na eventualidade de se decidir pela presença de Forças de Interposição da CEDEAO na Guiné-Bissau.
Somos contra, porque:
O Senegal sempre esta e esteve neste caso, por detrás da instabilidade do nosso pais;
O Senegal sempre cobiçou as nossas riquesas e potencialidades naturais, da qual se alimenta e explora de forma desenfreada mercê da nossa permanente estabilidade para a qual contribui sempre;
O Senegal tendo sido derrotado e humilhado pelos Guineenses na Guerra Civil do 7 de Junho e quererão vingar-se das nossas populações inocentes;
Os militares senegaleses cometeram varias atrocidades na Guerra de 7 de Junho enquanto forças invasoras do nosso território a pedido de Nino Vieira (execuções sumárias, violações das nossas mulheres, roubos e pilhagem dos bens das populações, destruição dos nossos bens públicos (INEP etc);
A missão das forças armadas do Senegal em qualquer missão na Guiné-Bissau, terá sempre de estudar as forças e fraquezas das nossas forças armadas, tendo sempre em mente os seus intentos hegemónicos sobre a Guiné-Bissau;
Enfim, SOMOS CONTRA, porque no geral, as forças ditas da CEDEAO NUNCA FORAM UMA SOLUCAO EM AFRICA E EM PARTE NENHUMA..., SOMOS CONTRA, porque as suas forças são um bando de renegados e drogados, sem disciplina, senão, a arte de MATAR E PILHAR, para isso já nos basta as NOSSAS VERGONHOSAS FORCAS GOLPISTA. Enfim, CONTRA a presença de tropas senegalesas, porque,
O Senegalês em si, não gosta de facto do guineense, pois apesar de apregoarem a famosa hospitalidade do «teranga», nós não somos aqui bem tratados. Somos frequentemente agredidos, apelidados de bêbados e de «gnak», termo altamente pejorativo de que se servem, para designar certa categoria de estrangeiros, principalmente pessoas de cultura e profissão de fé não muçulmana.
Exmo Senhor Aly Silva,
Estamos aqui porque não temos melhor por onde ir e, também porque os parcos recursos de que dispõem os nossos pobres pais assim nos obrigam. A bem do nosso futuro aqui estamos, mas com muita mâgoa e sofrimento pelo «apartheid» que aqui sofremos.
Espero que compreenda a nossa reserva em, todos co-assinarem esta carta de protesto, pois encontramo-nos num pais estrangeiro, que aparentemente hospitaleiro, é-nos hostil e onde por consequência, somos alvos de varias arbitrariedades e descriminação subtil. É nossa opinião enquanto cidadãos livres desse pais é que, à haver uma força de Interposição para a reposição da legalidade constitucional e democratica, preferimos obviamente que seja uma força com a qual nos identificamos e, para bom entendedor, uma Força da CPLP, porque com ela nos identificamos, tanto na cultura, como na historia e na solidariedade, laços esses, que nos unem ao longo de sêculos de sofrimento até a nossa libertação comum.
Que Deus abençoe e bem haja o teu trabalho e,
Queira aceitar, o nosso penhor de reconhecimento pelo patriótico trabalho que tem desenvolvido.
Dakar, 8 de Maio de 2012.
Pelo Colectivo de Estudantes Guineenses no Senegal.
Victor R. S.
Os nossos melhores cumprimentos,
Permita-nos, em meu nome e dos meus colegas, expressar-lhe a nossa admiração e respeito pelo excelente trabalho que esta a fazer, que é, de informar com qualidade e isenção os guineenses sobre os acontecimentos no nosso martirizado pais, principalmente nós que nos encontramos no estrangeiro.
Somos um grupo de estudantes guineenses que se encontram a estudar no Senegal, em Dakar principalmente, e que seguimos regularmente as tuas preciosas noticias através do teu blog, Ditadura do Consenso, decerto, o melhor dos melhores do género, pois a DC, informa, com coragem e patriotismo impar.
Por resguardo de segurança, só o meu pseudónimo é assumida nesta humilde mensagem, porém, ela é comungada e subscrita por mais de duas centenas e meia de colegas a estudar aqui no Senegal. Inicialmente pensavamos ir entregar uma nota de protesto à nossa Embaixada contestando a decisão da CEDEAO de patrocinar/apoiar de forma escamoteada o Golpe de Estado de 12 de Abril levado a cabo, mais uma vez pelos militares na nossa martirizada Guiné-Bissau, porém alguém mais experimentado nos desaconselhou o procedimento, devido ao embaraço que podiamos criar a nossa representação diplomatica e da mais que provavel sua não difusão publica que é o nosso principal objectivo.
Fizemos esta carta porque, a atitude da CEDEAO em não sancionar seus autores materiais e morais é uma vergonha e um sinal de descrédito dessa instituição e de falta de respeito para com o sentimento dos guineenses que, antes nós pensavamos séria e solidária com a situação de sofrimento com que vive as nossas populações e Governantes há anos refém de militares corruptos e insubordinados.
O objectivo principal desta nossa carta de protesto é manifestar A NOSSA TOTAL OPOSIÇÃO E REPÚDIO a uma eventual PRESENÇA DE FORÇAS ARMADAS DO SENEGAL no nosso chão sagrado, na eventualidade de se decidir pela presença de Forças de Interposição da CEDEAO na Guiné-Bissau.
Somos contra, porque:
O Senegal sempre esta e esteve neste caso, por detrás da instabilidade do nosso pais;
O Senegal sempre cobiçou as nossas riquesas e potencialidades naturais, da qual se alimenta e explora de forma desenfreada mercê da nossa permanente estabilidade para a qual contribui sempre;
O Senegal tendo sido derrotado e humilhado pelos Guineenses na Guerra Civil do 7 de Junho e quererão vingar-se das nossas populações inocentes;
Os militares senegaleses cometeram varias atrocidades na Guerra de 7 de Junho enquanto forças invasoras do nosso território a pedido de Nino Vieira (execuções sumárias, violações das nossas mulheres, roubos e pilhagem dos bens das populações, destruição dos nossos bens públicos (INEP etc);
A missão das forças armadas do Senegal em qualquer missão na Guiné-Bissau, terá sempre de estudar as forças e fraquezas das nossas forças armadas, tendo sempre em mente os seus intentos hegemónicos sobre a Guiné-Bissau;
Enfim, SOMOS CONTRA, porque no geral, as forças ditas da CEDEAO NUNCA FORAM UMA SOLUCAO EM AFRICA E EM PARTE NENHUMA..., SOMOS CONTRA, porque as suas forças são um bando de renegados e drogados, sem disciplina, senão, a arte de MATAR E PILHAR, para isso já nos basta as NOSSAS VERGONHOSAS FORCAS GOLPISTA. Enfim, CONTRA a presença de tropas senegalesas, porque,
O Senegalês em si, não gosta de facto do guineense, pois apesar de apregoarem a famosa hospitalidade do «teranga», nós não somos aqui bem tratados. Somos frequentemente agredidos, apelidados de bêbados e de «gnak», termo altamente pejorativo de que se servem, para designar certa categoria de estrangeiros, principalmente pessoas de cultura e profissão de fé não muçulmana.
Exmo Senhor Aly Silva,
Estamos aqui porque não temos melhor por onde ir e, também porque os parcos recursos de que dispõem os nossos pobres pais assim nos obrigam. A bem do nosso futuro aqui estamos, mas com muita mâgoa e sofrimento pelo «apartheid» que aqui sofremos.
Espero que compreenda a nossa reserva em, todos co-assinarem esta carta de protesto, pois encontramo-nos num pais estrangeiro, que aparentemente hospitaleiro, é-nos hostil e onde por consequência, somos alvos de varias arbitrariedades e descriminação subtil. É nossa opinião enquanto cidadãos livres desse pais é que, à haver uma força de Interposição para a reposição da legalidade constitucional e democratica, preferimos obviamente que seja uma força com a qual nos identificamos e, para bom entendedor, uma Força da CPLP, porque com ela nos identificamos, tanto na cultura, como na historia e na solidariedade, laços esses, que nos unem ao longo de sêculos de sofrimento até a nossa libertação comum.
Que Deus abençoe e bem haja o teu trabalho e,
Queira aceitar, o nosso penhor de reconhecimento pelo patriótico trabalho que tem desenvolvido.
Dakar, 8 de Maio de 2012.
Pelo Colectivo de Estudantes Guineenses no Senegal.
Victor R. S.
Manifesto de ONG Guineenses sobre o impacto do Golpe de Estado de 12 de Abril
Reunidos no dia 9 de Maio de 2012 com o objetivo de avaliar a situação das comunidades mais vulneráveis volvidos já cerca de um mês depois do Golpe de Estado ocorrido a 12 de Abril e atendendo as dificuldades constatadas no estabelecimento de soluções duráveis entre os diferentes atores nacionais e da Comunidade Internacional envolvidos, que conduzam à retoma efetiva da legalidade constitucional e restauração de um clima de paz, segurança e respeito dos direitos cívicos e políticos dos cidadãos, as Organizações Não Governamentais signatárias consideram o seguinte:
1. O não funcionamento do aparelho do Estado e das instituições públicas em particular, o não pagamento dos salários aos servidores do Estado, os entraves colocados à campanha da castanha de caju, principal fonte de receita do país e da maioria dos camponeses, a suspensão de projetos importantes apoiados pelas instituições internacionais do desenvolvimento (BM, FMI, BAD) e a paragem quase que completa da vida económica, está a provocar uma situação de aumento acentuado dos níveis de pobreza e vulnerabilidade das populações do mundo rural e dos bairros da capital;
2. A paralisia das escolas públicas agravadas pelo Golpe de Estado assim como da generalidade dos estabelecimentos de ensino, compromete seriamente o presente ano letivo consubstanciado na sua provável anulação;
3. A ocorrência do golpe de estado no início da campanha do caju e nas vésperas da preparação do ano agrícola, compromete gravemente a segurança alimentar, a situação sanitária e a economia das populações no mundo rural, agravados pela fuga das populações da capital para o interior, que se traduz pela diminuição dos bens alimentares já escassos nesta época no interior do país, pelo aumento da pressão sobre os recursos naturais e as reservas de água nos poços e ainda pelo risco de propagação de epidemias (cólera) já existentes nos países vizinhos;
4. A subida exponencial dos preços dos produtos de primeira necessidade devido à paralisia nos circuitos económicos, aos obstáculos na circulação e no abastecimento destes bens, à escassez do dinheiro no mercado e à consequente tendência para a especulação própria deste tipo de situação, vem-se traduzindo num aumento insuportável das privações das famílias mais vulneráveis e no crescimento da revolta e da contestação da camada juvenil, ainda pouco visível pela interdição de manifestações, o que pressupõe a existência de sementes de violência de impactos devastadores;
5. A ausência do poder de Estado em todo o país consequente ao Golpe de Estado, está a favorecer a pilhagem crescente dos nossos recursos, pela maior permeabilidade das fronteiras, pela paragem da fiscalização das nossas águas territoriais, e está, sobretudo, a contribuir para a intensificação de negócios ilícitos como o narcotráfico;
6. A ocorrência de perseguições políticas, de privação dos direitos cívicos e políticos dos guineenses, entre os quais o direito à informação, à expressão e manifestação gera um clima de suspeição e de medo que entrava a união dos guineenses e inviabiliza a busca de soluções efetivas aos problemas com que a Nação se depara;
7. O recurso a arquiteturas políticas visando protelar e contornar o retorno à legalidade constitucional exigida pelos guineenses, a nível interno e na diáspora, e pela comunidade internacional, levam a um prolongamento da situação de impasse que afeta a paz, a segurança e a democracia na Guiné-Bissau;
8. Este contexto de ferozes disputas de interesses intestinos acarreta o risco de ver a Guiné-Bissau transformar-se num campo de batalha de influências económicas e geoestratégicas que se sobrepõem e anulam os verdadeiros interesses nacionais e levam a Guiné-Bissau a servir de terra de ninguém onde outros promovem e realizam negócios interditos nos seus países.
9. As razões invocadas para mais este golpe de Estado acabaram por se revelar sem fundamento, pois nenhuma prova credível foi tornada pública, constatando-se que os que estão direta e indiretamente envolvidos no Golpe de Estado são os principais interlocutores negociais, sendo excluídos do processo as personalidades e instâncias legitimadas pela Lei e pelas urnas em expressão da única vontade que deveria contar e ser sagrada para todos: a vontade popular.
As ONG guineenses signatárias alertam para a necessidade de:
1. Garantir a restauração da ordem constitucional e reinstalação do Governo eleito democraticamente e do Presidente da Republica interino;
2. Assegurar a retoma do processo eleitoral presidencial interrompido, como recomenda o Conselho de Segurança das Nações Unidas;
3. Devolver a liberdade de expressão e manifestação das populações em condições de segurança;
4. Recolocar o processo de diálogo conjunto com as autoridades democraticamente eleitas, as instituições legítimas do Estado, todas as organizações internacionais envolvidas (CEDEAO, CPLP, UA, ONU), os partidos políticos e a sociedade civil.
As ONG signatárias assumem o compromisso de:
1. Reforçar o trabalho de responsabilização das comunidades locais, para que elas assumam um maior protagonismo na definição das suas posições, na defesa dos seus interesses e direitos cívicos, no fortalecimento da sua capacidade produtiva, económica e social pelos quais as ONG signatárias pugnam com determinação;
2. Promover debates ao nível local, envolvendo especialmente as comunidades, os agrupamentos e associações, na perspetiva de contribuir para maior informação, conscientização e implicação das populações, para o fortalecimento da coesão social e para a salvaguarda da paz social e do bem comum;
3. Reforçar a capacidade de análise crítica e de proposta das populações locais no que concerne ao seu posicionamento face à situação atual que o país vive e seu engajamento na procura de soluções duráveis, que pressupõe a reconquista do seu direito legítimo e democrático de opinião e manifestação;
4. Desenvolver ações de informação e comunicação junto aos seus parceiros e da comunidade internacional, com particular atenção ao nível regional, fazendo levar as preocupações, pontos de vista e propostas das populações locais;
5. Promover um amplo debate nacional sobre a necessidade e o papel das Forças Armadas no futuro da Guiné-Bissau em pleno gozo do estado de direito e democrático.
Bissau, 10 de Maio de 2012
As organizações signatárias:
AD - Ação para o Desenvolvimento
AIFA/PALOP – Associação de Investigação e Formação Orientada de Ação de Natureza Participativa nos Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa
ALTERNAG – Associação Guineense para Estudos e Alternativas
Federação Camponesa KAFO – Autopromoção Comunitária e Desenvolvimento Rural Durável
TINIGUENA – Associação de Promoção do Desenvolvimento Participativo na Base e Gestão Durável dos Recursos Naturais
RENARC – Rede Nacional das Rádios Comunitárias
LGDH – Liga Guineense dos Direitos Humanos
NADEL -
RA – Rede da Ajuda
CEDEAO BAIXOU AS CALÇAS
Uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEDEAO), chega hoje a Bissau, para abordar o necessário para o regresso à ordem constitucional nesse país africano. O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, manifestou que a comitiva abordará a transição bissau-guineense, face ao golpe de Estado de 12 de Abril último.
Chegam a Bissau os chefes do Estado Maior da Nigeria e da Costa do Marfim, e os respectivos ministros dos Negocios Estrangeiros desses dois paises. Para a reuniao, o PAIGC estara representado por Augusto Olivais, Aristides Ocante, Artur Silva, Fernando Dias, Domenico Sanca, Luis Sanca, Rui Araujo, Fernando Mendonça e Teodora Inacia Gomes. De acordo com uma fonte desta organização regional, a delegação que virá à Bissau, realizará várias reunioes.
Entre as exigências, destaca-se, principalmente o regresso do páis à ordem constitucional e a instalação duma força do organismo regional na Guiné-Bissau. As Nações Unidas e organizações regionais africanas, ameaçaram com a aplicação de sanções contra os golpistas e solicitam também a restauração do poder ao deposto legítimo governo. AAS
UNIOGBIS - COMUNICADO DE IMPRENSA
COMUNICADO DE IMPRENSA
O Departamento de Informação doUNIOGBIS vem por este meio esclarecer que contrariamente a uma notíciaveiculada nalguns órgãos de comunicação social, o Representante Especialdo Secretário-Geral na Guiné-Bissau e Chefe do UNIOGBIS, Joseph Mutaboba,não solicitou nem anunciou a vinda de qualquer Força das Nações Unidasà Guiné-Bissau.
Na sua intervenção no Conselhode Segurança, apenas enumerou algumas medidas tomadas por organismos internacionaise anunciadas através dos media. Sobre a CPLP, Mutaboba disse o seguinte:
“Por seu lado, a CPLP emitiu umaresolução a 5 de Maio, exigindo, entre outros, a reposição do Presidenteda República interino e do Primeiro-Ministro bem como a conclusão do processoeleitoral interrompido pelo golpe de Estado de 12 de Abril. De igual modo,apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que imponha sançõesselectivas direcionadas a militares e civis implicados no golpe de Estadoe reiterou o seu apoio à constituição de uma força de estabilização mandatadapelas Nações Unidas e incluindo tropas da CEDEAO, da CPLP e da União Africana.”
Bissau, 9 Maio 2012
PRESS RELEASE
UNIOGBIS Public Information Unitwould like to clarify that contrary to what has been disseminated by somemedia organs, the Special Representative of the Secretary General in Guinea-Bissauand Head of UNIOGBIS Joseph Mutaboba has not requested for or announcedthe deployment of a UN-backed force to Guinea-Bissau.
In his briefing to the SecurityCouncil, he nearly summarized what different international organizationshad published through the media. On the CPLP, he said the followings:
“For its part, the Community ofPortuguese-Speaking Countries (CPLP) issued a resolution on 5 May, demanding,inter alia, the reinstatement of the Interim President and the PrimeMinister and the conclusion of the electoral process that was disruptedby the 12 April coup d’état. It also called on the Security Council toimpose targeted sanctions on the military and civilians involved in thecoup, and reiterated its support for the establishment of a UN-mandatedstabilization force in Guinea-Bissau comprising troops from ECOWAS, theCPLP and the AU.”
Bissau, 9 May 2012
Vladimir Monteiro
Public Information Officer
UNIOGBIS
Ban Ki-Moon, antes do momento decisivo: "Deixem-me que fale claramente: os responsáveis pelo golpe e posteriores violações dos Direitos Humanos serão responsabilizados pela comunidade internacional"
O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou ao "regresso imediato da ordem constitucional" à Guiné-Bissau e avisou os golpistas de que serão responsabilizados pela comunidade internacional se atentarem contra os Direitos Humanos.
"Como parceiros internacionais, procuramos um regresso imediato à ordem constitucional", disse o secretário-geral das Nações Unidas numa sessão na Assembleia Geral, quarta-feira ao final do dia em Nova Iorque. Ban disse ainda ter pedido ao enviado especial da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba, para trabalhar de perto com a União Africana, a comunidade regional (CEDEAO) e a comunidade lusófona (CPLP), para procurar uma solução para a crise. O secretário geral adiantou estar preocupado com relatos de violações humanitárias pelos golpistas que depuseram a 12 de abril o primeiro ministro Carlos Gomes Júnior e o presidente interino Raimundo Pereira.
"Deixem-me que fale claramente: os responsáveis pelo golpe e posteriores violações dos Direitos Humanos serão responsabilizados pela comunidade internacional", afirmou. Numa declaração à comunicação social aprovada terça-feira, o Conselho de Segurança apelou à CEDEAO para, "em coordenação com a ONU, União Africana e CPLP, prosseguir os seus esforços para implementar a sua política de `tolerância zero´ com a tomada do poder inconstitucional na Guiné-Bissau e permitir a reposição da ordem constitucional". "Apelam ainda ao secretário-geral para se envolver ativamente para este fim", refere a declaração.
Na reunião de segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires, criticou a CEDEAO por "incentivar golpes de Estado" ao "legitimar" os golpistas que tomaram o poder a 12 de abril. Isto, adiantou, por "não consagrar" nas suas mais recentes decisões "a retoma do processo eleitoral para a segunda volta nem o retorno das autoridades legítimas em funções e apontar para a eleição de nova mesa da Assembleia Nacional". Em declarações à Lusa, a comissária da CEDEAO para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Salamatu Hussaini, afirmou que "a proposta da CEDEAO foi aceite pelo PAIGC", que estava a trabalhar com a organização para "operacionalizar" as propostas e reagiu mesmo com "grande surpresa" à intervenção de Djaló Pires.
O Conselho de Segurança apelou à CEDEAO para "coordenar" os seus esforços com a ONU, a União Africana, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, União Europeia e outro parceiros internacionais, para "assegurar que a estratégia de estabilização de longo prazo lida efetivamente com assuntos críticos", sobretudo a reforma do setor de Segurança, combate à impunidade e ao tráfico de droga. Na declaração presidencial de 21 de abril, o Conselho de Segurança condenou "fortemente" o golpe de Estado e exigiu a reposição "imediata" da ordem constitucional e do governo democrático legítimo, além da continuação do processo eleitoral interrompido pelo golpe. A declaração de terça-feira reitera ainda disponibilidade para "considerar sanções contra os autores do golpe militar e seus apoiantes", já expressa na declaração presidencial de 21 de abril, caso a situação em Bissau não registe evoluções positivas. LUSA
"Como parceiros internacionais, procuramos um regresso imediato à ordem constitucional", disse o secretário-geral das Nações Unidas numa sessão na Assembleia Geral, quarta-feira ao final do dia em Nova Iorque. Ban disse ainda ter pedido ao enviado especial da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba, para trabalhar de perto com a União Africana, a comunidade regional (CEDEAO) e a comunidade lusófona (CPLP), para procurar uma solução para a crise. O secretário geral adiantou estar preocupado com relatos de violações humanitárias pelos golpistas que depuseram a 12 de abril o primeiro ministro Carlos Gomes Júnior e o presidente interino Raimundo Pereira.
"Deixem-me que fale claramente: os responsáveis pelo golpe e posteriores violações dos Direitos Humanos serão responsabilizados pela comunidade internacional", afirmou. Numa declaração à comunicação social aprovada terça-feira, o Conselho de Segurança apelou à CEDEAO para, "em coordenação com a ONU, União Africana e CPLP, prosseguir os seus esforços para implementar a sua política de `tolerância zero´ com a tomada do poder inconstitucional na Guiné-Bissau e permitir a reposição da ordem constitucional". "Apelam ainda ao secretário-geral para se envolver ativamente para este fim", refere a declaração.
Na reunião de segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires, criticou a CEDEAO por "incentivar golpes de Estado" ao "legitimar" os golpistas que tomaram o poder a 12 de abril. Isto, adiantou, por "não consagrar" nas suas mais recentes decisões "a retoma do processo eleitoral para a segunda volta nem o retorno das autoridades legítimas em funções e apontar para a eleição de nova mesa da Assembleia Nacional". Em declarações à Lusa, a comissária da CEDEAO para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Salamatu Hussaini, afirmou que "a proposta da CEDEAO foi aceite pelo PAIGC", que estava a trabalhar com a organização para "operacionalizar" as propostas e reagiu mesmo com "grande surpresa" à intervenção de Djaló Pires.
O Conselho de Segurança apelou à CEDEAO para "coordenar" os seus esforços com a ONU, a União Africana, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, União Europeia e outro parceiros internacionais, para "assegurar que a estratégia de estabilização de longo prazo lida efetivamente com assuntos críticos", sobretudo a reforma do setor de Segurança, combate à impunidade e ao tráfico de droga. Na declaração presidencial de 21 de abril, o Conselho de Segurança condenou "fortemente" o golpe de Estado e exigiu a reposição "imediata" da ordem constitucional e do governo democrático legítimo, além da continuação do processo eleitoral interrompido pelo golpe. A declaração de terça-feira reitera ainda disponibilidade para "considerar sanções contra os autores do golpe militar e seus apoiantes", já expressa na declaração presidencial de 21 de abril, caso a situação em Bissau não registe evoluções positivas. LUSA
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Campanha do caju? Vai mal, obrigado...
O presidente da associação dos agricultores da Guiné-Bissau, Mama Samba Embalo, afirmou hoje que a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação do país, "vai de mal a pior". Fazendo um balanço da campanha de caju à luz da situação de crise político-militar no país, decorrente do golpe de Estado militar de 12 de abril, Mama Samba Embalo disse que "se continuar a persistir o impasse os níveis da pobreza irão aumentar". "Enquanto representantes dos agricultores, podemos dizer que a campanha está a correr muito mal. Vai de mal a pior. A pobreza ameaça a população do mundo rural. A castanha está a ser comprada abaixo do preço fixado pelo Governo", deposto, disse Embalo, também deputado no Parlamento. LUSA
Opinião: O delírio dos militares e políticos guineenses
Em momentos de crise, o cidadão comum e as famílias prezam por ouvir vozes que as possam tranquilizar, vozes que transmitem alguma dose de esperança, de confiança e do acreditar no futuro. Mas os dias vão passando devagarzinho, as angustias aumentando e o sonho desmoronando.
Vozes essas surgem todos os dias, num ritmo imparável, excelentemente penteados e decorados pelas nossas rádios. Essas vozes penetram todos os dias os nossos lares, fustigam a moralidade familiar, destorcem a mente dos jovens, e assim vamos paulatinamente reconstruindo um novo padrão do pensamento colectivo. Estamos a caminhar para o suicídio social, estamos lentamente a destruir a nossa história, e toda a base que sustenta o sentimento da solidariedade e camaradagem construídas ao longo dos anos.
Aqueles que outrora dignificaram a terra, que escreveram os seus nomes com letras de ouro nas páginas da história contemporânea do nosso país, pela sua ousadia e patriotismo, são os mesmos que hoje resolveram construir esta Guiné moribunda, feia e triste. Porquê? Como explicar o inexplicável…
E ninguém consegue por o dedo na consciência e voltar para trás. O nosso orgulho cego e estúpido empurra-nos para frente, para o confronto, e pelo endurecimento de posições. As sanções chovem contra o povo (não apenas contra os golpistas, pois esses têm famílias, e é bom não esquecer que na Guiné nós todos somos famílias), mas os actores envolvidos no confronto não querem saber, como se a terra fosse uma propriedade privada deles, e a legitimidade de participar na renovação da democracia seja uma exclusividade apenas deles.
A luta pelo poder e pelo acesso as estruturas de privilégio social fez-nos todos virar lobos, começamos a olhar um para o outro com a imagem do inimigo na cabeça, apenas porque não conseguimos aceitar e gerir de forma pacífica as nossas diferenças. A democracia exige o respeito pelo próximo, exige o confronte de visão e projectos de sociedade, os argumentos e as ideias sobrepõem-se as armas e as vontades de grupos. É preciso que esta retórica seja interiorizada e cultivada por todos. Que pobre miséria de espírito é esta a do guineense.
As famílias, as comunidades, os cidadãos comuns, as incansáveis mães e mulheres trabalhadoras, os jovens abandonados aos seus destinos aclamam por vozes de homens e mulheres com caracter, com carisma, que as possam fazer acreditar e voltar a sonhar. Mas por favor, não as vozes de gente ligada ao jogo baixo, de gente com estrutura mental talhada para a conspiração com intuito de ascender ao poder, e muito menos vozes de gente ligada ao narcotráfico, crime organizado e pedofilia. Por favor poupem-nos.
É a hora dos guineenses se levantarem em massa, aos milhares, para manifestar a sua indignação com a situação, contra a penúria e o isolamento a que um punhado de abutres está a transformar este martirizado país. Que o exemplo da Primavera árabe nos sirva de inspiração, até que cheguem os capacetes azuis, vermelhos ou verdes, poderá ser tarde demais.
Bem haja
A.C.F.
Meu querido Jorge
Não, Não, Não Subscrevo
"Não, não, não subscrevo, não assino
Que a pouco e pouco tudo volte ao de antes,
Como se golpes, contragolpes, intentonas
(ou inventonas - armadilhas postas
Da esquerda prá direita ou desta para aquela)
Não fossem mais que preparar caminho
A parlamentos e governos que
Irão secretamente pôr ramos de cravos
Enão de rosas fatimosas mas de cravos
Na tumba do profeta(...)
E se os puristas da poesia te acusarem
De seres discursiva e não galante
Em graças de invenção e de linguagem,
Manda-os àquela parte.
Não é tempo
Para tratar de poéticas agora."
Jorge de Sena
Poeta, romancista e ensaísta
Pegar em mais pedras e colocá-las devagar, com cautela, de mansinho, mas com "garra"
"Bom dia Sr. Aly Silva,
Envio este e-mail pois sou mãe de uma pessoa que está aí, no seu país, repleta de amor e entrega no seu trabalho e empenhada em fazer da Guiné-Bissau o seu segundo lar! Tenho acompanhado diversas vezes ao dia, desde o fatídico 12 de Abril, as notícias e comentários do seu blog assim como de outras fontes. Atrevi-me hoje, depois de ler o comentário da ONU a expressar a minha opinião sobre este tema.
É completamente livre de o "deletar" . Eu é que senti a necessidade de deitar cá para fora o que me vai na alma. Mais nada.
Não consigo entender como os "entendidos" políticos não são capazes de raciocínios objectivos, directos e em observância da mais elementar equação de racionalidade. Espantoso! Depois da pedra "atirada" não é mais possível a situação voltar a ser o que era…e é necessário pegar em mais pedras e colocá-las devagar, com cautela, de mansinho, mas com "garra", de modo a que possamos voltar a erigir a nossa casa. Dificilmente a conseguiremos pôr igual à foto que havia antes mas tudo fazemos para que volte a ser a nossa querida casa.
Será que toda esta comunidade internacional (ONU, EUA, CPLP, CEDEAO etc.) não tem esta noção? Como exigem que a situação volte ao normal e que o normal seja o antes do 12.Abril??? Incompreensível.
Expliquem de novo, por favor, pois sou muito burra…..
Não vejo como (bem sei que não tenho alguma formação política), mas tenho, digo eu, experiência de vida pois fui "retornada" de Angola nos meus longíquos 17 anos… e já vi, ouvi, senti tantas situações…. e olho para esta Guiné-Bissau e com todos (muitos) a querer voltar a 11 de Abril de 2012 como se nada tivesse acontecido!!!!!!!!!!!!!
E depois temos a srª Susan Rice + a ONU proclamando alto e em bom som: SUSPENSÃO DA AJUDA OFICIAL À GUINÉ-BISSAU!!!!
Concerteza, o povo que padeça mais uma vez, até já começam a estar habituados… Tenham juízo meus senhores, a hora não é de brincar às polítiquices mas sim de agir. Aproveito também, apesar de ninguém me ouvir, atenção PAIGC: não estiquem a corda em demasia….
Fátima Nascimento
Portugal"
Envio este e-mail pois sou mãe de uma pessoa que está aí, no seu país, repleta de amor e entrega no seu trabalho e empenhada em fazer da Guiné-Bissau o seu segundo lar! Tenho acompanhado diversas vezes ao dia, desde o fatídico 12 de Abril, as notícias e comentários do seu blog assim como de outras fontes. Atrevi-me hoje, depois de ler o comentário da ONU a expressar a minha opinião sobre este tema.
É completamente livre de o "deletar" . Eu é que senti a necessidade de deitar cá para fora o que me vai na alma. Mais nada.
Não consigo entender como os "entendidos" políticos não são capazes de raciocínios objectivos, directos e em observância da mais elementar equação de racionalidade. Espantoso! Depois da pedra "atirada" não é mais possível a situação voltar a ser o que era…e é necessário pegar em mais pedras e colocá-las devagar, com cautela, de mansinho, mas com "garra", de modo a que possamos voltar a erigir a nossa casa. Dificilmente a conseguiremos pôr igual à foto que havia antes mas tudo fazemos para que volte a ser a nossa querida casa.
Será que toda esta comunidade internacional (ONU, EUA, CPLP, CEDEAO etc.) não tem esta noção? Como exigem que a situação volte ao normal e que o normal seja o antes do 12.Abril??? Incompreensível.
Expliquem de novo, por favor, pois sou muito burra…..
Não vejo como (bem sei que não tenho alguma formação política), mas tenho, digo eu, experiência de vida pois fui "retornada" de Angola nos meus longíquos 17 anos… e já vi, ouvi, senti tantas situações…. e olho para esta Guiné-Bissau e com todos (muitos) a querer voltar a 11 de Abril de 2012 como se nada tivesse acontecido!!!!!!!!!!!!!
E depois temos a srª Susan Rice + a ONU proclamando alto e em bom som: SUSPENSÃO DA AJUDA OFICIAL À GUINÉ-BISSAU!!!!
Concerteza, o povo que padeça mais uma vez, até já começam a estar habituados… Tenham juízo meus senhores, a hora não é de brincar às polítiquices mas sim de agir. Aproveito também, apesar de ninguém me ouvir, atenção PAIGC: não estiquem a corda em demasia….
Fátima Nascimento
Portugal"
terça-feira, 8 de maio de 2012
RECORDE TRISTE Guiné-Bissau é o quarto pior país do mundo e o pior dos lusófonos para ser mãe
A Guiné-Bissau é o quarto pior país do mundo e o pior dos lusófonos para ser mãe, segundo o índice anual da organização Save The Children, que só detetou condições piores no Níger, Afeganistão e Iémen. No estudo, divulgado hoje, a organização não-governamental norte-americana dividiu os 165 países da lista em três grupos - mais desenvolvidos, menos desenvolvidos e os menos desenvolvidos -, aos quais correspondem critérios diferentes.
Além da Guiné-Bissau, integram o terceiro grupo, constituído pelos 42 países que registam piores indicadores, três outros países lusófonos - Angola, Moçambique e Timor-Leste. No índice geral, Portugal está em 15.º, o Brasil em 55.º, Cabo Verde em 79.º, Moçambique em 133.º, Timor-Leste em 136.ª, Angola em 143.º e a Guiné-Bissau em 162.º. A lista é encabeçada pela Noruega, melhor país para ser mãe, e fechada pelo Níger, o pior.
Para estabelecer o índice, a organização avalia, a partir de números da ONU, fatores educativos, económicos, de saúde e políticos, como a escolaridade das mães, o acesso a contracetivos, a mortalidade infantil ou a duração da licença de maternidade. No caso da Guiné-Bissau, o relatório destaca a baixa esperança de vida (50 anos) e a baixa escolaridade das raparigas, que não passam mais de cinco anos na escola. LUSA
Além da Guiné-Bissau, integram o terceiro grupo, constituído pelos 42 países que registam piores indicadores, três outros países lusófonos - Angola, Moçambique e Timor-Leste. No índice geral, Portugal está em 15.º, o Brasil em 55.º, Cabo Verde em 79.º, Moçambique em 133.º, Timor-Leste em 136.ª, Angola em 143.º e a Guiné-Bissau em 162.º. A lista é encabeçada pela Noruega, melhor país para ser mãe, e fechada pelo Níger, o pior.
Para estabelecer o índice, a organização avalia, a partir de números da ONU, fatores educativos, económicos, de saúde e políticos, como a escolaridade das mães, o acesso a contracetivos, a mortalidade infantil ou a duração da licença de maternidade. No caso da Guiné-Bissau, o relatório destaca a baixa esperança de vida (50 anos) e a baixa escolaridade das raparigas, que não passam mais de cinco anos na escola. LUSA
Faltava isto... A embaixadora dos Estados Unidos na ONU afirmou hoje que os Estados Unidos vão continuar a pressionar para a reposição do governo democrático na Guiné-Bissau, após imporem sanções e suspenderem ajuda oficial
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU afirmou hoje que os Estados Unidos vão continuar a pressionar para a reposição do governo democrático na Guiné-Bissau, após imporem sanções e suspenderem ajuda oficial. Falando após aprovação pelo Conselho de Segurança de um comunicado de imprensa sobre a Guiné-Bissau, Susan Rice sublinhou que os Estados Unidos "têm sido muito claros na condenação do golpe" de 12 de abril na Guiné-Bissau.
"Impusemos sanções aos que cometeram o golpe e agora a ajuda à Guiné-Bissau está suspensa, de acordo com a lei norte-americana", afirmou. "A nossa posição, nestas e noutras situações em que um governo é derrubado pela força, é que tal é completamente inaceitável", adiantou Rice. Numa declaração à comunicação social, o Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou hoje ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para se envolver ativamente na imposição de "tolerância zero" com a tomada do poder pelos militares na Guiné-Bissau. LUSA
Ditadura do Consenso e a reuniao do Conselho de Segurança das Naçoes Unidas
No encontro formal estiveram o ministro dos Negocios Estrangeiros Djalo Pires, o seu homologo angolano Georges Chicoty tambem Presidente em exercicio da CPLP, Maria Luisa Viotti, Representante permanente do Brasil junto das NU e Presidente da Configuração para a Guiné-Bissau da Comissão de Construção de Paz das NU (PBC), Joseph Mutaboba, Representante Especial do SG das NU na Guiné-Bissau, e Salamatu Hussaini-Suleiman, Chefe da Comissão da CEDEAO para os Assuntos Politicos, da Paz e da Segurança.
Cada uma das partes expôs o seu ponto de vista e sustentou a sua posição relativamente ao golpe militar na Guiné-Bissau. Invariavelmente, todos reforçaram as posições inicialmente assumidas, ou seja : a Guiné-Bissau, a CPLP, a Representante da PBC e o Representante do SG das NU, todas eles pautaram-se pela coerência na condenação firme do Golpe de Estado de 12 de Abril, pelo retorno à normalidade constitucional com a devolução do poder aos politicos legitimamente eleitios e a condenação dos militares golpistas e seus mentores politicos.
A representante da CEDEAO persistiu na incoerência e na legitimação encapotada do Golpe de Estado devido a pressões e orientações do Senegal, da Costa do Marfim e da Nigéria, contrapondo-se ao bloco pro-Guiné-Bissau (Gâmbia/Cabo-Verde/Guiné-Conakry , tendo o Presidente Kondé, ciente da cabala montada pelo trio em Dakar, recusado a participar no Golpe).
A referida representante sentiu-se impotente em defender o indefensavel perante os argumentos coerentes e sustentaveis que pleitam a favor do grupo pro-legalidade constitucional e de tolerância zero aos Golpes Constitucionais em regimes democraticos
No entanto, a parte mais interessante, de partir a loiça, como se diz, aconteceu no Encontro Intercativo (sem a presença da Imprensa) onde a roupa suja foi devidamente lavada, apontando-se argumentos de peso e de sustentação incontornavel sobre o caracter étnico-tribal do golpe de Estado de 12 de Abril. Alias, foi ali mesmo que a mais grave acusaçao surgiu: o golpe militar levado a cabo por uma cadeia de comando etnicamente instrumentalizada e intrinsecamente ligado ao trafico de droga e crimes transfrontaleiriço. Também se falou da questão da impunidade das altas chefias militares, supostamente ligados aos sucessivos assassinatos ocorridos na Guiné-Bissau.
A representante da CEDEAO viu-se ultrapassada e mesmo «humilhada» perante os factos apresentados, e, sem argumentos, chegou a perder as estribeiras gritando que «a CEDEAO não pactua com golpistas, a CEDEAO, não apoia o trafico de droga na Guiné-Bissau... isso é mentira». Enfim, a CEDEAO foi desmascarada sobre os seus propositos.
Por fim, decidiu-se pela constituição de uma força de interposição multipla, constituida por elementos da CEDEAO, CPLP, UA sob a capa das NU. As Nações Unidas estão já a preparar o seu pacote de sanções contra os militares golpistas assim como aos politicos directamente envolvidas na «manipulação da situação politico-militar da Guiné-Bissa». A margem dessas decisões, a UE informou que esta a ultimar a lista dos civis e politicos abrangidos pelas suas sanções ja decretadas ao ncontro dos militares golpistas
Conselho de Segurança quer "tolerância zero" com golpistas
O Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou hoje ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para se envolver ativamente na imposição de "tolerância zero" com a tomada do poder pelos militares na Guiné-Bissau. O apelo consta de uma declaração à comunicação social hoje aprovada pelos 15 países membros do Conselho de Segurança, após o briefing e consultas de segunda-feira na ONU sobre a crise na Guiné-Bissau, em que participaram o representante da ONU em Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola e a comissária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para os assuntos políticos. Os países-membros apelam à CEDEAO para, "em coordenação com a ONU, União Africana e CPLP, prosseguir os seus esforços para implementar a sua política de `tolerância zero´ com a tomada do poder inconstitucional na Guiné-Bissau e permitir a reposição da ordem constitucional".
PAIGC: Mulheres promovem vigília
Dezenas de pessoas, na sua maioria mulheres, entre elas militantes e simpatizantes do PAIGC, estão concentradas junto à sede deste partido, na praça dos Heróis Nacionais, com cartazes onde se podem ler frases como "Retorno do Governo legítimo para pagar salários",

ou


"o Comando Militar não faz parte da solução". outro cartaz diz "queremos a liberdade de: marchas, manifestações, expressões". Foi a forma encontrada, uma vez que todas as manifestações foram proibidas. Aqui, é a nossa sede, e pelo que sabemos a liberdade de reunião não foi proibida", disse ao DC um membro do Bureau Político do PAIGC. "A vigília durará, apurou o ditadura do consenso, até às 19.30 horas, a tempo de se acenderem velas e pedir a paz e a estabilidade para a Guiné-Bissau. Ditadura do Consenso postará as fotografias daqui a pouco. AAS
Ninguém responde ao 'presidente'
- Serifo Nhamadjo bem tenta... O presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular, pediu para amanhã uma reunião da ANP para, segundo o próprio escreveu na convocatória, "escolher os presidentes da República e da ANP, e discutir a situação do país". Tão lesto foi a resposta do PAIGC: "Não participamos". Se levarmos em conta que, dos 100 deputados, 67 pertencem à velha senhora...;
- Continuam a chegar relatos de tropelias de camuflado. No Quebo (na minha terra!!!), os militares cobram o mercado; em Bissau, também. Compra-se cada vez mais geradores, mas o combustível escasseia...;
- Fernando Gomes, ministro do Interior, também está refugiado na Delegação da União Europeia, na zona de Penha. E vão três...
Já a seguir, no ditadura do consenso: nos bastidores do Conselho de Segurança da ONU... AAS
Tempo de uma revolução silenciosa
Sempre derrotado pela força das circunstâncias neste particular, acordado, deixei de acreditar nos guineenses, organizados em grupo de cidadãos, para a prossecução de qualquer que seja o propósito, optei então por momentos de sono profundo, e obcecado sonhar, com uma sociedade cada vez mais orientada para o progresso, na satisfação de interesses comuns. Entretanto, por instinto de sobrevivência, a chama da minha esperança ganhou alguma intensidade, para iluminar um caminho pelo qual pretendo trilhar, entre o meu povo.
A mais nobre que as democracias todas, a verdade dos factos disse que nós, apesar de ao extremo, capazes de ser intolerantes para com as agressões de tipo exógeno, somos muito tolerantes para com as várias agressões de tipo endógeno. Então porquê que ainda andamos de labirinto em labirinto, a alimentar ódios, pelas ditas injustiças consumadas, desperdisando energias, e prolongando sofrimento dos mais vulneráveis, se ao pôr do sol, a cumplicidade por acção ou omissão, é generalizada?!
Se querem saber, tenho para mim que nem uma versão da abençoada comissão da verdade e reconsiliação, servirá como plataforma para o relançamento do país, porque a gravidade das nossas vicissitudes sociais, que também fizeram da nossa realidade, única, e especialmente diferente das outras realidades, anularão logo, a sua própria tentativa de criação!
É infinito o percurso para a felicidade das nações, isto é, para lembrarmos que toda uma vida humana, só dura uma insignificância temporal, num confronto permanente com fenómenos diversificados, sobretudo, aquelas de proveniências sociais, por vezes, fatais, e assim, de uma maneira ou de outra, contribuir para o enriquecimento das próximas gerações, percursoras daquele fim último, de toda a humanidade. Portanto, é tempo de passarmos a encarar cada tombo dos nossos pares, como o de um soldado, na frente de uma batalha, transformando essa perda dolorosa, num solene incentivo, para determinados, melhorarmos em todos os aspectos, a nossa condição, enquanto uma nacionalidade.
Reconheço, e sem qualquer receio desse aparente cinismo, assim como os soldados morrem por causas em que nem sempre acreditam, mas nunca para serem recordados com excessos emocionais, também certos dos nossos mologrados, dedicaram parte da vida, e tombaram perante uma destemida luta, para ascenção e permanência, nas mais altas esferas do poder, para com as suas convicções, servirem melhor as nossas causas comuns.
Prometo, sem no entanto garantir, que o segredo para o nosso sucesso como nação, será antes mesmo de tudo, uma revolução silenciosa, portanto, individual, contra toda a perversidade que nos vai na alma.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar
Flaviano Mindela dos Santos
Ainda as embaixadas...
Fontes fidedignas do DC, garantem que Adiato Nandigna, a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, trocou já a a Representação diplomática chinesa pela Delegação da União Europeia, no bairro da Penha, onde também esta o ex-CEMGFA Zamora Induta. Já Maria do Céu Silva Monteiro, a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, cuja residência foi completamente pilhada, encontrou refúgio na Embaixada de Portugal, em Bissau. AAS
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Mutaboba defende sanções contra golpistas
O representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, sugeriu hoje a adoção de sanções do Conselho de Segurança contra os autores do golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau. Em briefing ao Conselho de Segurança sobre a situação guineense, Mutaboba afirmou que as sanções devem ser dirigidas aos que "continuam a impedir o regresso da ordem constitucional" à Guiné-Bissau e apelou para maior concertação da abordagem da comunidade internacional. Fazendo o seu relato dos principais acontecimentos das últimas semanas, Mutaboba afirmou que as propostas do Grupo de Contacto Regional incluem medidas que "podem ser questionadas como não cumprindo o princípio de `tolerância zero´ da CEDEAO [a golpes militares] e o apelo do Conselho de Segurança ao regresso da ordem constitucional". LUSA
CEDEAO: Força internacional "iminente" mas precisa de dinheiro, diz comissária da África Ocidental
O envio de uma força da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau está "iminente", mas... é preciso apoio financeiro, disse Salamatu Hussaini, comissária da organização regional para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança. Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, sobre a crise na Guiné-Bissau, Salamatu Hussaini afirmou que o "elemento de planeamento da força `standby´ da CEDEAO" está em contacto regular com os militares guineenses sobre as modalidades de desdobramento da força, "que está iminente". Para atingir os seus objetivos, adiantou, a CEDEAO "precisaria de apoio financeiro, técnico e logístico", particularmente para o desdobramento da força, e os parceiros serão informados "tão rápido quanto possível" sobre os "detalhes do apoio necessário", adiantou.
Georges Chikoti aborda Guiné-Bissau no Conselho de Segurança da ONU
O ministro angolano da Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, encontra-se desde domingo, em Nova Iorque, para discursar hoje na sessão do Conselho de Segurança da ONU, a propósito da situação da Guiné-Bissau. O ministro angolano vai discursar em nome da CPLP, organização da qual Angola exerce a presidência rotativa. No sábado, no final de um conselho de ministros extraordinário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os responsáveis lusófonos apelam ao Conselho de Segurança da ONU para que "imponha sanções direccionadas a militares e civis implicados no golpe de Estado" de 12 de Abril na Guiné-Bissau.
A CPLP apoia também as "medidas restritivas recentemente adotadas pela União Europeia contra militares guineenses e as sanções da CEDEAO /Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). O documento aprovado por unanimidade foi lido por Georges Chikoti, ministro das Relações Exteriores de Angola, e recorda os compromissos estabelecidos na ONU e União Africana (UA), "quanto ao acesso ao poder por meios não constitucionais". Segundo os ministros lusófonos, "qualquer outra via constituiria um desafio à autoridade do Conselho de Segurança das Nações Unidas", bem como "uma flagrante violação do princípio de”tolerância zero” da UA e da CEDEAO". Uma solução para a crise guineense não prevista na Constituição, segundo o comunicado, seria "um perigoso precedente com o qual a CPLP não se compromete".
A CPLP apoia também as "medidas restritivas recentemente adotadas pela União Europeia contra militares guineenses e as sanções da CEDEAO /Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). O documento aprovado por unanimidade foi lido por Georges Chikoti, ministro das Relações Exteriores de Angola, e recorda os compromissos estabelecidos na ONU e União Africana (UA), "quanto ao acesso ao poder por meios não constitucionais". Segundo os ministros lusófonos, "qualquer outra via constituiria um desafio à autoridade do Conselho de Segurança das Nações Unidas", bem como "uma flagrante violação do princípio de”tolerância zero” da UA e da CEDEAO". Uma solução para a crise guineense não prevista na Constituição, segundo o comunicado, seria "um perigoso precedente com o qual a CPLP não se compromete".
Embaixadas são uma espécie de porto seguro + danos colaterais
Pelo menos, duas embaixadas acolhem membros do Governo deposto pelo golpe de Estado militar de 12 de março último: Botche Candé, ministro do Comércio, está refugiado na Embaixada do Brasil, mesmo junto ao parlamento guineense, há mais de uma semana. Já a super-ministra, Adiato Nandigna, preferiu a Embaixada chinesa, na zona da Penha, mesmo ao lado da Delegação da União Europeia, onde, desde 20 de março - e por causa do assassinato do coronel Samba Djaló - esta refugiado o ex-CEMGFA, Zamora Induta. Recorde-se que a embaixada de Portugal acolhera, durante pelo menos uma semana, a mulher do primeiro-ministro deposto e candidato à segunda vota das eleições presidenciais, Carlos Gomes Jr.
Danos colaterais
Bissau está a meio gás. A electricidade foi drasticamente reduzida, há restaurantes fechados e outros por seguir o mesmo caminho. O consumo diminuiu e os preços dispararam. Os organismos públicos, quando funcionam, nem dá sequer para cumprir os serviços mínimos. A PETROMAR tem combustível para apenas 15 dias. Quando acabar, não se importará mais. Aliás, basta andar em Bissau, à noite, para constatar que a escuridão é total. Nos hotéis, há cortes de energia pelo menos durante três horas/dia. Outros, para poupar combsutível, nem acendem as luzes exteriores. É a Guiné-Bissau a derrapar sabe-se lá para onde...
Os sindicatos e o PAIGC continuam a mobilizar os trabalhadores...para ficarem em casa. "Não abedeçam a quaisquer ordens". Alguns, poucos, directores-gerais, de serviço, os que estão em sectores nevrálgico, regressaram aos seus lugares. E acredito que o fizeram mais na base do patriotismo. A directora-geral de Viação e Transportes Terrestres, presumo eu, não pode fazer o mesmo...enquanto forem precisos os selos...
Resta ao milhão e meio de guineenses - COMO EU - a esperança serem resgatados a tempo. António Aly Silva
Dia D: ONU decide futuro de milhão e meio de bissau-guineenses
A esta hora, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, a Assembleia-Geral discute uma vez mais a situação na Guiné-Bissau, decorrente de um golpe de Estado militar no passado dia 12 de março, na véspera da segunda volta das eleições presidencias antecipadas, em virtude da morte, em Paris, França, do presidente da República eleito, Malam Bacai Sanha.
Depois da traição por parte da CEDEAO, a CPLP fez tudo votar à estaca zero, com clara vantagem para a democracia, mandando às urtigas a tão propalada quanto patética 'tolerância zero' que a CEDEAO, no alto da sua insignificância, tentou tapar o sol com a peneira. Os guineenses não são burros. Os guineenses são muito mais democratas do que aparenta. Enterraram-se. Ainda bem.
Hoje, o MNE guineense, Mamadú Saliu Djaló Pires, na sua intervenção no Conselho de Segurança, foi claro: a reposição da ordem significa o regresso, ao país, do Presidente da República interino, e do primeiro-ministro, o arranque para a segunda volta das eleições presidenciais, a punição de todos os que se revoltaram. Para já, o Conselho Segurança aguarda que Portugal e Togo avancem com um projeto de resolução sobre a crise na Guiné-Bissau, contemplando, pelo menos, sançõ para os autores do golpe no país. "Formalmente, o Togo deverá apresentar [o projeto de resolução, dado que é membro da União Africana e país vizinho], mas obviamente que o contributo português será chave", disse à Lusa um diplomata dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança.
resolução pode ser apresentada depois do `briefing, hoje por videoconferência, do representante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba, e de consultas em que irão participar os ministros dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e de Angola, que preside à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e o embaixador da Costa do Marfim na ONU, representando a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. Questionado hoje sobre o assunto à amrgem de uma reunião com o grupo de contacto luso-marroquino, o ministros dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, referiu que "Portugal está a trabalhar no âmbito do Conselho de Segurança que com todos os seus amigos, incluindo os países africanos que estão no conselho para, evidentemente, consolidar uma linha internacional firme, de não tolerância com a interrupção da vida constitucional, democrática e da vida institucional e legal de um país através da utilização da força e do poder militar".
O comunicado no final de um conselho de ministros extraordinário da CPLP, no sábado em Lisboa, apela ao Conselho de Segurança para que "imponha sanções direcionadas a militares e civis implicados no golpe de Estado" de 12 de abril na Guiné-Bissau. A reunião de hoje na ONU acontece uma semana depois da apresentação do relatório do secretário-geral, Ban Ki-moon, sobre a Guiné-Bissau, em que é defendida uma abordagem "faseada e medida, começando com diálogo inclusivo e mediação, acompanhado por sanções direcionadas conforme necessário" e pedido "apoio total" para os esforços da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Ban Ki-moon "toma nota" ainda da disponibilidade da CEDEAO para enviar "unidades de treino e proteção" para a Guiné-Bissau, e das Forças Armadas guineenses para os aceitar, uma "terceira opção" para "facilitar a retirada da Missang", a missão de assistência militar angolana, apoiar a transição e a reforma das Forças Armadas. Uma "última opção" seria uma força de paz ou estabilização, pedida pelas autoridades guineenses, opção que Ban Ki-moon diz ter "de ser minuciosamente avaliada e cuidadosamente considerada, caso todas as opções anteriores não tenham sucesso em atingir o objetivo de fazer regressar a ordem constitucional".
Pedido perante o Conselho de Segurança pelo Governo legítimo da Guiné-Bissau, o envio de uma força poderá vir a ser aludido no projeto de resolução, como uma ação futura, caso os militares não cumpram com a reposição da ordem constitucional. Segundo um diplomata de um dos países com assento permanente no Conselho de Segurança, "o objetivo, mandato e composição [da força multinacional] teria de ser claro e realístico e qualquer envio teria de ser aprovado pelo Conselho". As declarações anteriores no Conselho de Segurança exigem que os golpistas abandonem o poder e permitam a conclusão do processo eleitoral interrompido e tem sido dada primazia aos esforços da CEDEAO, mas as recentes transigências da organização em relação ao período de transição até eleições e regresso ao poder do presidente deposto causaram "preocupação" entre alguns membros, segundo a publicação independente Security Council Report.
João Soares da Gama, embaixador da Guiné-Bissau na ONU, disse na semana passada à Lusa que o Conselho de Segurança "não irá cegamente atrás da CEDEAO" nas suas decisões e irá levar em conta as aspirações do Governo legítimo. "Todos reconhecem que há autoridades legítimas e que para a solução desta crise há que retornar à ordem constitucional", adiantou o diplomata, sublinhando as exigências da organização regional, Conselho de Segurança e União Africana. Soares da Gama admite divergências entre os dois blocos na abordagem à crise na Guiné-Bissau, o que considera mesmo "natural" e "previsível" "É natural haver esse tipo de ciúmes, de desentendimentos", disse à Lusa o diplomata guineense.
RECTIFICAÇÃO de NOTÍCIA - PRESIDENCIAIS FRANCESAS 2012
O post de ontem "PRESIDENCIAIS FRANCESAS 2012 - NOTÍCIA DC: Nicholas Sarkozy, que corre para a reeleição, venceu em Bissau", cometi um erro. De facto, Nicholas Sarkozy, ganhou no estrangeiro - 53% contra 47% para François Hollande, ontem eleito presidente. Contudo, em Bissau, François Hollande foi o vencedor: obteve 22 votos, contra 20 de Nickolas Sarkozy. Houve um voto nulo. AAS
domingo, 6 de maio de 2012
Canto Suspenso para ler em Crioulo
Depois do trauma, de repente a Esperança reboca aquela energia que atira as verdades na
denúncia do poder ilegítimo e brutal. Aparece a força da fala. Grande força. Explode a gritar pela Justiça. Pensa-se que vem logo. E demora. Às vezes até parece que a Justiça não vem. Uma e outra esperancinha. É agora. Afinal não. Chega então a energia fanática, filha da raiva. Antes que dêmos conta, já fizemos disparate.
Isso não, paciência.
Quietos, começa-se a reparar. Ninguém minguou. As pessoas resguardam-se para poder
continuar, e vemos que a alma cresce sim, ligada à Terra. Juntos, com Ela junto. Na esperança confiados. As profundidades maiores da Guiné. (Nós, as criaturas deste tempo aqui, os meninos dizem, de férias quase que parece, não fosse a guerra andar aí a passear nos braços desses homens)
Hóspedes-não-convidados. Tem gente que vem acreditando, desde há muito tempo que pode ter a terra sem nós. Não aconteceu. (Como haveremos de explicar claro-claro, aos meninos depois, sem as mentiras preciosas do mito? Olha lá, eles aí, sentados, à espera. Também fora, na lonjura a comer porcarias.
Sem companhia. Muitos casacos. Sempre a tentar o caminho de solução. Não imaginaram nesse ir urgente como se ia suspender o canto.) Hóspedes-não-convidados. Outros caminhos, há, há. A Terra sabe lidar com macaréus dementes. A Terra conhece os seus filhos e os seus hóspedes-convidados. Deixa circular os ocupantes como faz a certas
marés. Mas conhece o cheiro dos umbigos dos seus filhos e receberá a flor que eles fizerem no Tempo, como recebeu as dores dos enxertos que a expandiram.
As profundidades diversas da Guiné.
Agora Madjuandades inteiras de canto suspenso. (Os meninos sentados, não podem ver o futuro mas pressentem o sentido e a direcção da esperança. Olha lá, este aqui no comboio, pôs a musica no telemóvel e o olhar exulta, o som do crioulo vivo no telemóvel, a ginástica maravilhosa do crioulo a demonstrar a energia da esperança, um círculo de graça a contar o que acontece, o crioulo não fica à espera e diz. A Terra a vibrar atrás das palavras. O crioulo, próprio rosto da esperança.)
Há-de vir Setembro e o ciclo da água tão visível no céu. Vamos perguntar ao chão, mesmo lá:
- Quanto tempo demora a fazer a chuva? Chove. Beberemos dessa água. Agora estamos a
crescer na relação com que há-de vir, é a Esperança.
As profundidades grandiosas da Guiné
Depois Madjuandades inteiras de canto aberto.
E a Esperança há-de rebocar o perdão. Porque de nada vale a justiça sem a misericórdia, como se tem visto neste Nosso Chão.
Agora a loucura da guerra nas cabeças. Macaréus dementes. Entraram dentro, interromperam a vivência e não abrem livros. Há um nome muito feio em latim para isto. Também em bijagó. As tradições vestidas - por fora - que não lhes conhecem a alma, nem os nobres protocolos.
As madjuandades sim. Respiram com a terra.
As profundidades vivas da Guiné.
Não é? Então.
Clara das N.
CPLP na íntegra
Comunicado à Imprensa
Sublinhando a feliz coincidência da IX Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP se realizar a 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP;
Validando os valores contidos na Declaração Constitutiva da CPLP e
Reafirmando que “(…) a língua Portuguesa constitui entre os respetivos povos um vínculo histórico e um património comum resultantes de uma convivência multisecular que deve ser valorizada (…)” e “ (…) um meio privilegiado de (…) projeção internacional dos seus valores culturais, numa perspetiva aberta e universalista”, o Conselho de Ministros aprovou uma Resolução sobre a Situação na Guiné-Bissau.
IX REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DE MINISTROS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Lisboa, 05 de Maio de 2012
Resolução sobre a Situação na Guiné-Bissau
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunido na sua IX Sessão Extraordinária, em Lisboa, no dia 5 de Maio de 2012, dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, para analisar a situação na República da Guiné-Bissau, e na sequência da Resolução adotada na VIII Reunião Extraordinária, do passado dia 14 de Abril, após escutar uma informação do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades da Guiné-Bissau,
DECIDE:
1. Reiterar a condenação veemente e sem reservas do golpe de Estado perpetrado pela liderança das Forças Armadas da Guiné-Bissau;
2. Exigir a reposição integral da ordem constitucional, abrangendo a restauração do funcionamento e da autoridade dos órgãos legítimos de poder, incluindo o Presidente da República interino e o Primeiro-Ministro, bem como a conclusão do processo eleitoral interrompido pelo golpe de Estado, cuja primeira volta foi considerada livre e transparente pela Comunidade Internacional, a CPLP reafirma que está, e estará, ao lado do povo guineense;
3. Reafirmar que as únicas autoridades da Guiné-Bissau reconhecidas pela CPLP são as que resultam da legitimidade constitucional e democrática e dar o seu apoio incondicional à posição expressa pelo Governo legítimo da Guiné-Bissau subsequente à Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada em Dakar, no dia 3 de maio de 2012;
4. Expressar satisfação pelo fim da detenção do Presidente da República interino Raimundo Pereira e do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, afirmando, no entanto, que ambos deverão poder exercer a plenitude dos seus direitos civis e políticos na Guiné-Bissau, exigindo a libertação dos demais detidos no âmbito do golpe de Estado e o fim de restrições às liberdades individuais;
5. Sublinhar a importância da constituição urgente do “Grupo de Contacto para a Crise na Guiné-Bissau”, referido no Relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas, S/2012/280, de 30 de abril, sobre a situação na Guiné-Bissau, sob a coordenação das Nações Unidas, com representantes da UA, da CPLP e da CEDEAO, tendo em vista o estabelecimento de uma parceria abrangente que possa contribuir para a pacificação e a estabilização duradoura na Guiné-Bissau;
6. Sublinhar a necessidade de respeitar escrupulosamente as decisões das Nações Unidas, o Ato Constitutivo da União Africana (UA), o Protocolo relativo à criação do Conselho de Paz e Segurança da UA e o Capítulo VIII da Carta Africana da Democracia, Eleições e Governação, quanto ao acesso ao poder por meios não constitucionais. Qualquer outra via constituiria um desafio à autoridade do Conselho de Segurança das Nações Unidas e uma flagrante violação do princípio de “tolerância zero” da UA e da CEDEAO, estabelecendo um perigoso precedente e com o qual a CPLP não se compromete;
7. Apelar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que imponha sanções direcionadas a militares e civis implicados no golpe de Estado e manifestar apoio às medidas restritivas, recentemente adotadas pela União Europeia, contra militares guineenses e às sanções previstas pela CEDEAO;
8. Reiterar o seu apoio ao pedido do Governo legítimo da Guiné-Bissau para a constituição de uma força de estabilização abrangente, mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e incluindo contingentes de membros da CEDEAO, da CPLP e da União Africana;
9. Realçar a necessidade imperiosa de concretizar a reforma do sector de defesa e segurança da Guiné-Bissau e combater incondicionalmente a impunidade e a ameaça do narcotráfico na África Ocidental, devendo a resposta da Comunidade Internacional criar uma oportunidade decisiva para o efeito.
10. Alertar a Comunidade Internacional para a emergência de uma situação humanitária na Guiné-Bissau, nomeadamente com deslocados, refugiados e risco de epidemias e para a necessidade de serem tomadas medidas em conformidade.
Lisboa, 5 de Maio de 2012
05-05-2012
sábado, 5 de maio de 2012
É o hábito...
Daba Na Walna, porta-voz do Comando Militar que protagonizou o golpe de Estado na Guiné-Bissau no dia 12 de abril considerou hoje em Bissau normais as sanções da União Europeia contra a cúpula militar guineense. Em conferência de imprensa, afirmou que a União Europeia decidiu sancionar seis oficiais superiores das Forças Armadas guineenses, entre os quais ele próprio, porque, "desconhece as motivações reais do golpe de Estado".
"Acho que são normais as sanções da União Europeia. Eu também no lugar deles tomava as mesmas medidas contra alguém que fizesse um golpe de Estado. Penso que agiram desta forma por desconhecimento da situação real, das nossas motivações, porque eles no nosso lugar também tomavam as mesmas medidas que nós acabámos por tomar", defendeu Daba Na Walna. LUSA
"Acho que são normais as sanções da União Europeia. Eu também no lugar deles tomava as mesmas medidas contra alguém que fizesse um golpe de Estado. Penso que agiram desta forma por desconhecimento da situação real, das nossas motivações, porque eles no nosso lugar também tomavam as mesmas medidas que nós acabámos por tomar", defendeu Daba Na Walna. LUSA
Liberdade sempre. Também no mundo moderno.
Liberdade sempre. Também no mundo moderno.
Dá-se o acaso de estarmos hoje a 3 de maio de 2012, data em que se assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Por coincidência, junta-nos aqui a tomada de posse dos novos corpos sociais da Casa da Imprensa, recentemente eleitos. Coincidência, sim, mas não uma coincidência ao acaso: as duas datas estão profundamente ligadas, não fosse esta uma casa de jornalistas.
Por isso mesmo, quero falar-vos de dois momentos importantes: de Liberdade e da Casa da Imprensa.
Socorro-me de dois textos recentes de dois jornalistas que, desconfio, nunca se cruzaram. Um é guineense. Conheço-o virtualmente há muito tempo, através dos escritos que vai publicando no seu blog, “Ditadura do Consenso”, e só muito recentemente pude ver como ele é fisicamente, na realidade, através de uma vídeo-conferência para a RTP. O outro é português. É, por mero acaso, associado da Casa da Imprensa e acompanho o seu trabalho há muitos anos, na rádio e nos jornais, e confesso muita curiosidade por um homem tão despojado de adjetivos.
O primeiro dos jornalistas chama-se António Aly Silva. Há dois dias, debaixo do título “Sinto que nunca mais terei um blog”, ele escreveu o seguinte:
Caros amigos,
Estara na hora de parar. Hoje, do meu carro, alguem roubou um iPad [emprestado] e um disco externo [meu]. Para vos dizer a verdade, estou farto, cansei. Ja perdi muito dinheiro [muito mesmo] comprando materiais para os ladroes roubarem. Sacrifiquei ate, e digo isto com alguma vergonha, algum bem-estar dos meus filhos em detrimento de informar atraves do meu blog. Mas acho que ja chega. Nao ganho nada e acabo por perder tudo. Serei masoquista...
Estou desiludido e sem forças para fazer o que quer que seja. Tornei-me num alvo apetecivel, bastante policiado ate. Mas no que me diz respeito, valeram a pena todos estes anos agarrado ao computador, nao me arrependo de nada. Durante esta semana, tomarei uma decisao final. Mas sinto que nunca mais terei um blog. Detesto ser roubado.
O segundo dos jornalistas chama-se João Paulo Guerra. Há três dias, sob o título “Liberdade”, ele escreveu no jornal “Diário Económico” o seguinte:
De cada vez que se celebra em Portugal a instauração da democracia ocorre-me um episódio, ocorrido às primeiras horas da manhã de 25 de Abril de 1974, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Foi quando um jornalista, já então sénior, perguntou a um jovem capitão se podia citar os objetivos da operação militar em curso que o oficial enunciava para o pessoal da chamada comunicação social. O jovem capitão respondeu-lhe que era também para que ele e os outros jornalistas pudessem escrever livremente o que bem entendiam e o que testemunhavam que os militares ali estavam, dispostos a derrubar o governo da censura e de outras coisas igualmente odiosas.
O capitão chamava-se Maia, Fernando José Salgueiro Maia, tinha 29 anos, e era naquela manhã a face mais visível da revolução em curso. Tempos depois viemos a saber que o oficial era também um dos mais puros e generosos dos capitães de abril: naquele dia fez o que tinha a fazer, depois regressou ao quartel, em Santarém, morreu 18 anos depois no posto de tenente-coronel, sem honrarias nem benesses do Estado, após um exílio nos Açores e de uma passagem pelo comando do Museu da Escola Prática de Cavalaria. O poder político e a hierarquia não o queriam a comandar tropas pois tornara-se suspeito de ter feito o 25 de Abril.
Mas a liberdade de imprensa ficou. E foi em liberdade que escrevi nos últimos 15 anos no Diário Económico, como editor, grande repórter, redator principal, comentador e autor das cerca de 2.700 crónicas da Coluna Vertebral, 12 anos e sete meses de publicação ininterrupta, desde outubro de 1999. A Coluna Vertebral chegou agora ao fim. Não é o fim da linha. Apenas a denúncia de um contrato por uma das partes. Liberdade sempre.
Não vou perorar sobre as virtudes da Liberdade de Imprensa. Não tenho dom de oratória, tenho necessidade de me socorrer, a cada momento, de apontamentos escritos e papéis. Mas peço-vos que reflitam sobre o significado profundo dos textos de Aly Silva e João Paulo Guerra. Sublinho os sons, as palavras, que marcam. Diz Aly Silva: “Para vos dizer a verdade, estou farto, cansei. Ja perdi muito dinheiro [muito mesmo] comprando materiais para os ladroes roubarem”. Diz João Paulo Guerra: “A Coluna Vertebral chegou agora ao fim. Não é o fim da linha. Apenas a denúncia de um contrato por uma das partes. Liberdade sempre.”
As conclusões, agora, são vossas.
Avanço, por isso, rapidamente, para o tema Casa da Imprensa, o fim do atual mandato e o início de um novo ciclo. Depois de ter sido eleito em três mandatos sucessivos para o Conselho de Administração, tal como o vice-presidente Armando Carvalho, uma impossibilidade estatutária determina que nos afastemos os dois dos órgãos executivos da Casa da Imprensa. E ainda bem que assim é, antes que nos transformemos numa espécie de dinossauros mutualistas, a exemplo dos dinossauros da política.
Da experiência que adquiri nestes três mandatos, um dos quais foi interrompido ao fim de um ano por diversas discordâncias insanáveis, devo confessar que este último foi extraordinariamente exigente. Nestes últimos três anos, a Casa da Imprensa deu alguns passos largos, em benefício dos seus associados: atualizou os Estatutos e o Regulamento de Benefícios, corrigindo uma injustiça tremenda que tinha sido cometida em 2008; dilatou os benefícios dos associados, em sede de Internamento Hospitalar; alargou as condições de acesso à condição de associado; celebrou, com a MGEN/Europamut, outra mutualista, dois contratos, no domínio da Saúde, que deverão ser vitais para o nosso futuro; passámos a colher rendimentos financeiros com o arrendamento do património da Rua do Loreto devoluto há mais de uma dezena de anos; tem hoje uma rede informática ao nível do melhor que há em qualquer empresa de topo, em Portugal; e acompanhamos todos os casos que chegaram ao nosso conhecimento em sede de apoio social. Conseguimos, sem custos significativos, dar vida, de novo, a este salão nobre. Coeditámos um livro de que nos orgulhamos. E, nesta altura do campeonato, como se costuma dizer, já ninguém se recorda do ai Jesus que foi, há dois anos, quando começámos a temer, e justificadamente, pelo futuro das nossas aplicações financeiras.
Mas estes três anos não foram apenas rosas. Nem tudo correu como desejaríamos. O mais recente episódio, entre aquilo que correu menos bem, relaciona-se, como todos sabem, com a distribuição dos cartões de acesso à rede da AdvanCare pelos subscritores dos Cuidados de Saúde Primários e do Internamento Hospitalar. Os motivos não são todos imputáveis ao Conselho de Administração, mas a responsabilidade é. E estamos aqui, uma vez mais, a assumi-la. Estamos convencidos que, agora, estão reunidas todas as condições para que os problemas detetados não se repitam, e para que as futuras emissões ocorram naturalmente, sem atrasos significativos.
No momento em que o atual Conselho de Administração cessa funções, hoje mesmo, não posso, ainda que em meu nome pessoal, porque não pedi procuração a ninguém, omitir algumas preocupações que classifico de relevantes.
Se, em matéria de saúde, a vida da Casa da Imprensa, a curto e a médio prazos, está controlada e assegurada, tenho boas razões para deixar aqui vincada uma área em que não tenho a mesma convicção: a da ação social. Nestes últimos três anos, conseguimos traçar alguns caminhos novos, na ótica de uma maior proximidade com os associados. E aqui, justiça seja feita, o papel da assistente social, a Dra. Rosa Chagas, foi inexcedível. Mas, infelizmente, tudo indica que vêm aí tempos muito mais difíceis do que os do momento, tempos de que já não temos memória, tempos com dificuldades extremas em que a Casa da Imprensa pode e terá de assumir um papel decisivo, não se confinando em exclusivo à sua função complementar às responsabilidades que são, de facto, do Estado. Para ser mais claro, o número assustador de desempregados na classe jornalística e entre a sua família não poderá continuar a crescer sob o olhar complacente da Casa da Imprensa. Provavelmente, muito provavelmente, teremos de ser nós a tomar a iniciativa.
Uma última questão sobre a qual gostaria de me pronunciar relaciona-se com a vida interna da nossa associação. Sónia Sousa, investigadora na Universidade de George Mason, de Washington, EUA, efetuou um estudo sobre as instituições particulares de segurança social (IPSS) e obteve conclusões interessantes, noticiadas pela Imprensa, nomeadamente as que se reportam ao seu desempenho social e ao seu peso na economia. Mas o que quero aqui trazer fala diretamente para a necessidade de mudança na gestão das IPSS. Num quadro de crise à escala global, as respostas já não estão todas centradas nas mãos do Estado, as soluções não passam todas pelos dinheiros públicos e é necessário procurar sulcos alternativos que possibilitem uma resposta eficaz às necessidades, novas e antigas, que se colocam.
À escassez de recursos públicos tão anunciada e repetida a fio dia após dia, as IPSS só poderão responder através de quadros com experiência de gestão. O que significa, no caso da Casa da Imprensa, lançar um olhar e atentar, de modo ativo, nas necessidades de formação do quadro de pessoal.
As IPSS, cujo silêncio foi, durante tantos e tantos anos, moeda de troca pelas garantias de financiamento do Estado, têm de mudar de mentalidade. Têm de ser pró-ativas, e não reativas, serem os agentes da sua própria mudança, desenvolvendo programas de pessoas e de causas que funcionem como instrumento de angariação de rendimentos alternativos, sejam eles privados ou públicos. Este caminho, no cumprimento rigoroso das regras do Código Mutualista no que se refere à Casa da Imprensa, é muito mais trabalhoso. Mas tem a enorme vantagem de envolver mais gente e, estou convencido, responder com maior eficácia, sobretudo, às novas necessidades deste mundo moderno.
Muito obrigado.
Paulo F. Silva
Dá-se o acaso de estarmos hoje a 3 de maio de 2012, data em que se assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Por coincidência, junta-nos aqui a tomada de posse dos novos corpos sociais da Casa da Imprensa, recentemente eleitos. Coincidência, sim, mas não uma coincidência ao acaso: as duas datas estão profundamente ligadas, não fosse esta uma casa de jornalistas.
Por isso mesmo, quero falar-vos de dois momentos importantes: de Liberdade e da Casa da Imprensa.
Socorro-me de dois textos recentes de dois jornalistas que, desconfio, nunca se cruzaram. Um é guineense. Conheço-o virtualmente há muito tempo, através dos escritos que vai publicando no seu blog, “Ditadura do Consenso”, e só muito recentemente pude ver como ele é fisicamente, na realidade, através de uma vídeo-conferência para a RTP. O outro é português. É, por mero acaso, associado da Casa da Imprensa e acompanho o seu trabalho há muitos anos, na rádio e nos jornais, e confesso muita curiosidade por um homem tão despojado de adjetivos.
O primeiro dos jornalistas chama-se António Aly Silva. Há dois dias, debaixo do título “Sinto que nunca mais terei um blog”, ele escreveu o seguinte:
Caros amigos,
Estara na hora de parar. Hoje, do meu carro, alguem roubou um iPad [emprestado] e um disco externo [meu]. Para vos dizer a verdade, estou farto, cansei. Ja perdi muito dinheiro [muito mesmo] comprando materiais para os ladroes roubarem. Sacrifiquei ate, e digo isto com alguma vergonha, algum bem-estar dos meus filhos em detrimento de informar atraves do meu blog. Mas acho que ja chega. Nao ganho nada e acabo por perder tudo. Serei masoquista...
Estou desiludido e sem forças para fazer o que quer que seja. Tornei-me num alvo apetecivel, bastante policiado ate. Mas no que me diz respeito, valeram a pena todos estes anos agarrado ao computador, nao me arrependo de nada. Durante esta semana, tomarei uma decisao final. Mas sinto que nunca mais terei um blog. Detesto ser roubado.
O segundo dos jornalistas chama-se João Paulo Guerra. Há três dias, sob o título “Liberdade”, ele escreveu no jornal “Diário Económico” o seguinte:
De cada vez que se celebra em Portugal a instauração da democracia ocorre-me um episódio, ocorrido às primeiras horas da manhã de 25 de Abril de 1974, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Foi quando um jornalista, já então sénior, perguntou a um jovem capitão se podia citar os objetivos da operação militar em curso que o oficial enunciava para o pessoal da chamada comunicação social. O jovem capitão respondeu-lhe que era também para que ele e os outros jornalistas pudessem escrever livremente o que bem entendiam e o que testemunhavam que os militares ali estavam, dispostos a derrubar o governo da censura e de outras coisas igualmente odiosas.
O capitão chamava-se Maia, Fernando José Salgueiro Maia, tinha 29 anos, e era naquela manhã a face mais visível da revolução em curso. Tempos depois viemos a saber que o oficial era também um dos mais puros e generosos dos capitães de abril: naquele dia fez o que tinha a fazer, depois regressou ao quartel, em Santarém, morreu 18 anos depois no posto de tenente-coronel, sem honrarias nem benesses do Estado, após um exílio nos Açores e de uma passagem pelo comando do Museu da Escola Prática de Cavalaria. O poder político e a hierarquia não o queriam a comandar tropas pois tornara-se suspeito de ter feito o 25 de Abril.
Mas a liberdade de imprensa ficou. E foi em liberdade que escrevi nos últimos 15 anos no Diário Económico, como editor, grande repórter, redator principal, comentador e autor das cerca de 2.700 crónicas da Coluna Vertebral, 12 anos e sete meses de publicação ininterrupta, desde outubro de 1999. A Coluna Vertebral chegou agora ao fim. Não é o fim da linha. Apenas a denúncia de um contrato por uma das partes. Liberdade sempre.
Não vou perorar sobre as virtudes da Liberdade de Imprensa. Não tenho dom de oratória, tenho necessidade de me socorrer, a cada momento, de apontamentos escritos e papéis. Mas peço-vos que reflitam sobre o significado profundo dos textos de Aly Silva e João Paulo Guerra. Sublinho os sons, as palavras, que marcam. Diz Aly Silva: “Para vos dizer a verdade, estou farto, cansei. Ja perdi muito dinheiro [muito mesmo] comprando materiais para os ladroes roubarem”. Diz João Paulo Guerra: “A Coluna Vertebral chegou agora ao fim. Não é o fim da linha. Apenas a denúncia de um contrato por uma das partes. Liberdade sempre.”
As conclusões, agora, são vossas.
Avanço, por isso, rapidamente, para o tema Casa da Imprensa, o fim do atual mandato e o início de um novo ciclo. Depois de ter sido eleito em três mandatos sucessivos para o Conselho de Administração, tal como o vice-presidente Armando Carvalho, uma impossibilidade estatutária determina que nos afastemos os dois dos órgãos executivos da Casa da Imprensa. E ainda bem que assim é, antes que nos transformemos numa espécie de dinossauros mutualistas, a exemplo dos dinossauros da política.
Da experiência que adquiri nestes três mandatos, um dos quais foi interrompido ao fim de um ano por diversas discordâncias insanáveis, devo confessar que este último foi extraordinariamente exigente. Nestes últimos três anos, a Casa da Imprensa deu alguns passos largos, em benefício dos seus associados: atualizou os Estatutos e o Regulamento de Benefícios, corrigindo uma injustiça tremenda que tinha sido cometida em 2008; dilatou os benefícios dos associados, em sede de Internamento Hospitalar; alargou as condições de acesso à condição de associado; celebrou, com a MGEN/Europamut, outra mutualista, dois contratos, no domínio da Saúde, que deverão ser vitais para o nosso futuro; passámos a colher rendimentos financeiros com o arrendamento do património da Rua do Loreto devoluto há mais de uma dezena de anos; tem hoje uma rede informática ao nível do melhor que há em qualquer empresa de topo, em Portugal; e acompanhamos todos os casos que chegaram ao nosso conhecimento em sede de apoio social. Conseguimos, sem custos significativos, dar vida, de novo, a este salão nobre. Coeditámos um livro de que nos orgulhamos. E, nesta altura do campeonato, como se costuma dizer, já ninguém se recorda do ai Jesus que foi, há dois anos, quando começámos a temer, e justificadamente, pelo futuro das nossas aplicações financeiras.
Mas estes três anos não foram apenas rosas. Nem tudo correu como desejaríamos. O mais recente episódio, entre aquilo que correu menos bem, relaciona-se, como todos sabem, com a distribuição dos cartões de acesso à rede da AdvanCare pelos subscritores dos Cuidados de Saúde Primários e do Internamento Hospitalar. Os motivos não são todos imputáveis ao Conselho de Administração, mas a responsabilidade é. E estamos aqui, uma vez mais, a assumi-la. Estamos convencidos que, agora, estão reunidas todas as condições para que os problemas detetados não se repitam, e para que as futuras emissões ocorram naturalmente, sem atrasos significativos.
No momento em que o atual Conselho de Administração cessa funções, hoje mesmo, não posso, ainda que em meu nome pessoal, porque não pedi procuração a ninguém, omitir algumas preocupações que classifico de relevantes.
Se, em matéria de saúde, a vida da Casa da Imprensa, a curto e a médio prazos, está controlada e assegurada, tenho boas razões para deixar aqui vincada uma área em que não tenho a mesma convicção: a da ação social. Nestes últimos três anos, conseguimos traçar alguns caminhos novos, na ótica de uma maior proximidade com os associados. E aqui, justiça seja feita, o papel da assistente social, a Dra. Rosa Chagas, foi inexcedível. Mas, infelizmente, tudo indica que vêm aí tempos muito mais difíceis do que os do momento, tempos de que já não temos memória, tempos com dificuldades extremas em que a Casa da Imprensa pode e terá de assumir um papel decisivo, não se confinando em exclusivo à sua função complementar às responsabilidades que são, de facto, do Estado. Para ser mais claro, o número assustador de desempregados na classe jornalística e entre a sua família não poderá continuar a crescer sob o olhar complacente da Casa da Imprensa. Provavelmente, muito provavelmente, teremos de ser nós a tomar a iniciativa.
Uma última questão sobre a qual gostaria de me pronunciar relaciona-se com a vida interna da nossa associação. Sónia Sousa, investigadora na Universidade de George Mason, de Washington, EUA, efetuou um estudo sobre as instituições particulares de segurança social (IPSS) e obteve conclusões interessantes, noticiadas pela Imprensa, nomeadamente as que se reportam ao seu desempenho social e ao seu peso na economia. Mas o que quero aqui trazer fala diretamente para a necessidade de mudança na gestão das IPSS. Num quadro de crise à escala global, as respostas já não estão todas centradas nas mãos do Estado, as soluções não passam todas pelos dinheiros públicos e é necessário procurar sulcos alternativos que possibilitem uma resposta eficaz às necessidades, novas e antigas, que se colocam.
À escassez de recursos públicos tão anunciada e repetida a fio dia após dia, as IPSS só poderão responder através de quadros com experiência de gestão. O que significa, no caso da Casa da Imprensa, lançar um olhar e atentar, de modo ativo, nas necessidades de formação do quadro de pessoal.
As IPSS, cujo silêncio foi, durante tantos e tantos anos, moeda de troca pelas garantias de financiamento do Estado, têm de mudar de mentalidade. Têm de ser pró-ativas, e não reativas, serem os agentes da sua própria mudança, desenvolvendo programas de pessoas e de causas que funcionem como instrumento de angariação de rendimentos alternativos, sejam eles privados ou públicos. Este caminho, no cumprimento rigoroso das regras do Código Mutualista no que se refere à Casa da Imprensa, é muito mais trabalhoso. Mas tem a enorme vantagem de envolver mais gente e, estou convencido, responder com maior eficácia, sobretudo, às novas necessidades deste mundo moderno.
Muito obrigado.
Paulo F. Silva
Comunicado da LGDH sobre a decisão da CEDEAO
COMUNICADO À IMPRENSA
Atenta à evolução da crise politico-institucional instalada no país através do golpe de estado do dia 12 de Abril 2012, e firme no seu propósito da defesa intransigente dos valores democraticos e principios basicos do estado de direito, a Direccao Nacional da Liga registou com bastante estranheza a subsistencia de actos de intimidações e perseguições de alguns cidadãos, quando a conjuntura politico-militar apela para uma maior contenção, perseverança e respeito pelos direitos humanos.
A historia recente da Guiné-Bissau deu provas mais do que inequivocas, que a resposta para a ciclica instabilidade politico e militar do país, não passa por medida provisorias, arquitectadas dentro de um dado periodo transitório. Aliás, desde o conflito politico-militar de 7 de junho de 1998 que o país reclama medidas consistentes, sustentaveis e adequadas para resolver de uma vez por todas, as clivagens politicas que consubtanciam já nos problemas estruturais e principais obstaculos ao processo de desenvolvimento e reconciliação nacional.
Por outro lado, é fundamental alertar a comunidade nacional e internacioal que o problema guinneense deve ser resolvida com base nos interesses nacioanais, objectivamente estruturados e não com base, nos interesses geo-estratégicos sub-regionais ou continentais.
A Liga Guineense do Direitos Humanos vem tornar publica a sua posição face às negociações e mediações em curos, tendente à procura de soluções para a crise politica no país, em particular no que concerne à deliberação saida da ultima cimeira de Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO.
1- Repudiar firmemente os actos de perseguição ainda em curso, protagonizados pelos militares, em especial da actual Directora dos Serviços da Viacção e Transportes Terrestes, Dra Lucinda Gomes Barbosa Aukarié e do seu marido Dr Carvalho Aukarié Director Nacional da Interpol;
2- Discordar liminarmente com a solução proposta pela CEDEAO por virtude do seu desenquadramento contitucional e da sua contradição com o espirito do seu mecanismo de tolerância zero às alterações da ordem constitucional por via anti-democratica;
3- Alertar a comunidade nacional e internacional pelos riscos que a solução saida da CEDEAO pode provocar de ponto de vista constitucional, legal e da governabilidade, face às limitações das prorrogativas constitucionais do presidente interino e o longo periodo de transição proposto sem quaisquer fundamentos objectivos;
4- Apelar a comunidade internacional a adoptar medidas adequadas e consistentes para a resolução definitiva dos problemas nacionais que passa essencialmente, pelas reformas no sector da defesa e segurança e irreconhecimento de qualquer poder politico resultante de sublevação militar;
5- Responsabilizar o Comando Militar e Estado Maior General das Forças Armadas pela crise social instalada no país que se traduz no aumento galopante dos preços de produtos da primeira necessidade, o não pagamento de salários aos funcionários públicos e a degradação das condições de vida dos cidadãos como consequencias directa do golpe de estado.
Feito em Bissau, aos 05 dias do mês de Maio 2012
A Direcção Nacional
Atenta à evolução da crise politico-institucional instalada no país através do golpe de estado do dia 12 de Abril 2012, e firme no seu propósito da defesa intransigente dos valores democraticos e principios basicos do estado de direito, a Direccao Nacional da Liga registou com bastante estranheza a subsistencia de actos de intimidações e perseguições de alguns cidadãos, quando a conjuntura politico-militar apela para uma maior contenção, perseverança e respeito pelos direitos humanos.
A historia recente da Guiné-Bissau deu provas mais do que inequivocas, que a resposta para a ciclica instabilidade politico e militar do país, não passa por medida provisorias, arquitectadas dentro de um dado periodo transitório. Aliás, desde o conflito politico-militar de 7 de junho de 1998 que o país reclama medidas consistentes, sustentaveis e adequadas para resolver de uma vez por todas, as clivagens politicas que consubtanciam já nos problemas estruturais e principais obstaculos ao processo de desenvolvimento e reconciliação nacional.
Por outro lado, é fundamental alertar a comunidade nacional e internacioal que o problema guinneense deve ser resolvida com base nos interesses nacioanais, objectivamente estruturados e não com base, nos interesses geo-estratégicos sub-regionais ou continentais.
A Liga Guineense do Direitos Humanos vem tornar publica a sua posição face às negociações e mediações em curos, tendente à procura de soluções para a crise politica no país, em particular no que concerne à deliberação saida da ultima cimeira de Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO.
1- Repudiar firmemente os actos de perseguição ainda em curso, protagonizados pelos militares, em especial da actual Directora dos Serviços da Viacção e Transportes Terrestes, Dra Lucinda Gomes Barbosa Aukarié e do seu marido Dr Carvalho Aukarié Director Nacional da Interpol;
2- Discordar liminarmente com a solução proposta pela CEDEAO por virtude do seu desenquadramento contitucional e da sua contradição com o espirito do seu mecanismo de tolerância zero às alterações da ordem constitucional por via anti-democratica;
3- Alertar a comunidade nacional e internacional pelos riscos que a solução saida da CEDEAO pode provocar de ponto de vista constitucional, legal e da governabilidade, face às limitações das prorrogativas constitucionais do presidente interino e o longo periodo de transição proposto sem quaisquer fundamentos objectivos;
4- Apelar a comunidade internacional a adoptar medidas adequadas e consistentes para a resolução definitiva dos problemas nacionais que passa essencialmente, pelas reformas no sector da defesa e segurança e irreconhecimento de qualquer poder politico resultante de sublevação militar;
5- Responsabilizar o Comando Militar e Estado Maior General das Forças Armadas pela crise social instalada no país que se traduz no aumento galopante dos preços de produtos da primeira necessidade, o não pagamento de salários aos funcionários públicos e a degradação das condições de vida dos cidadãos como consequencias directa do golpe de estado.
Feito em Bissau, aos 05 dias do mês de Maio 2012
A Direcção Nacional
sexta-feira, 4 de maio de 2012
PAIGC~GOVERNO ~ "CEDEAO, em vez de resolver, complica"
O Governo eleito da Guiné-Bissau está "em total discordância" com as decisões tomadas, na quinta-feira, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e considera que "em vez de resolver a crise no país, antes a complica". O anúncio foi feito hoje, sexta feira, em conferência de imprensa, na embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, por Mamadu Djaló Pires, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo deposto pelo golpe de estado militar de 12 de abril último. "As Autoridades Legítimas da República da Guiné-Bissau estimam que o mecanismo adotado pela CEDEAO (...) ao pretender afastar o Presidente da República interino e o primeiro-ministro eleitos (...) não observou o princípio do retorno à ordem constitucional exigido pela comunidade internacional e pelos principais actores políticos e civis guineenses", disse Djaló Pires. AAS
Assistiram à reunião de Dakar:
Presidentes:
Da Côte d’Ivoire, Alassane Ouattara (presidente em exercício da CEDEAO),
Do Senegal, Macky Sall,
Do Burkina Faso, Blaise Compaoré,
Do Ghana, John Atta Mills,
Do Togo, Faure Gnassigbé,
Da Libéria, Hellen Jorhson-Shirleaf,
Da Gâmbia, Yaya Jammeh,
Da Nigéria, Goodluck Jonathan,
Do Níger Mamadou Issoufou.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves,
O Presidente interino e o primeiro-ministro de transição do Mali, respetivamente
Dioncounda Traoré e Cheikh Modibo Diarra.
O representante das Nações Unidas na África Ocidental, Said Djinnit,
O presidente da Comissão da CEDEAO, Kadré Désiré Ouédraogo,
O presidente da Comissão da União Económica e Monetaria Oeste-Africana (UEMOA), Cheikh Hadjibou Soumaré.
Os embaixadores de Portugal, dos Estados Unidos, de França, da Argélia, da Bélgica, do Canadá, entre outros. Todos assistiram à reunião.
AAS
PAIGC nao participara em nenhuma negociaçao
O presidente da bancada parlamentar do PAIGC (no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado) garantiu esta sexta feira que o partido não participará em nenhuma solução que nao passe pela reposição da situação de antes de 12 de abril. Rui Sousa comentava assim hoje aos jornalistas a decisão da cimeira da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que quinta-feira preconizou uma solução para a crise na Guiné-Bissau encontrada dentro da Assembleia Nacional Popular. O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) tem a maioria no parlamento, com 67 deputados eleitos. AAS
PROFESSORES PORTUGUESES DO PASEG REGRESSAM ESTA MADRUGADA A LISBOA E NAO DEVEM VOLTAR A BISSAU
O Governo portugues decidiu~se pelo regresso dos 15 professores, num total de trinta, que leccionavam na Guine Bissau no ambito do PASEG Programa de Apoio ao Sistema Educativo da Guine Bissau. Esta decisao do Governo de Pedro Passos Coelho tem, segundo explicou uma fonte, que ver com a indefiniçao do futuro politico do pais, que esta sem Governo desde o dia 12 de março, em consequencia de um golpe de Estado militar, que depos o presidente da republica interino, Raimundo Pereira e o primeiro ministro Carlos Gomes Jr.
Sera mais barato ter ss professores de volta a casa, revelou a nossa fonte. Menos despesa com habitaçao, combustiveis e salarios, que, no caso de expatriados, seria muito elevado. Mas ditadura do consenso sabe que foi por causa da posiçao de Bruxelas, que hoje revelou o nome de seis oficiais, superiores e generais, das forças armadas guineenses. Portanto, mais um dano colateral para a Guine Bissau, e onde mais precisavamos, no ensino. AAS
CEDEAO: OS VERDADEIROS GOLPISTAS!
As NAÇOES UNDIAS devem ser INTRANSIGENTES perante esta monstruosidade e TRAIÇAO da CEDEAO ao Povo da Guine-Bissau.
ESTES BANDIDOS...

... DECIDIRAM ESTA VERGONHA DE DOCUMENTO:


CEDEAO/SENEGAL: Depois da queda, o coice...
Está a decorrer, neste momento, nas instalações da força de interposição, uma reunião onde o Senegal manifestou a intenção de acrescentar a este contingente uma companhia de engenharia militar. Na verdade, e de acordo com uma fonte do ditadura do consenso na capital senegalesa, esta é "uma sociedade de engenharia de infraestruturas de amigos do presidente senagalês, Macky Sall, sob capote militar", que poderá passar "pelo açambarcamento e sobrefacturar as obras" que eventualmente serão pagas pela UEMOA.
Faz todo o sentido, pois a União Europeia (UE) cancelou todos os apoios à Guiné-Bissau. Contactado pelo ditadura do consenso, um funcionário da UE sustentou, dizendo que a União Europeia, ontem, ficou bastante preocupada com a decisão da CEDEAO, "que não esperava", até por causa de alguns contactos bilaterais feitos antes e durante a mini cimeira de Dakar. "Neste sentido, a UE aconselha a CEDEAO a ir procurar financiamentos junto de outros parceiros da Guiné-Bissau que não os europeus".
Aguarda-se, para hoje, reacções sobre a decisão da CEDEAO. O PAIGC está reunido, a CPLP pronunciar-se-á amanhã, e as Nações Unidas na próxma segunda-feira. AAS
UE Já chamou nomes...
São seis, os individuos alvo das sanções da União Europeia. A começar pelo CEMGFA General António Indjai, e ainda outros generais: Mamadu Ture "N'Krumah", Augusto Mário Có, Estêvão na Mena, Ibraima Papa Camará e o tenente-coronel Daba Na Walna. No que diz respeito aos cinco, a UE limitou-se a assinalar que "pertencem ao 'Comando Militar' que assumiu a responsabilidade pelo golpe de Estado de 12 de março último. No que toca ao CEMGFA, António Indjai, a UE diz que este já esteve pessoalmente envolvido no planeamento e liderança da insubordinação militar de abril de 2010, tendo agido de forma a pressionar o Governo a nomeá-lo para a liderança das Forças Armadas. AAS
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Governo cabo-verdiano preferia medidas mais radicais da Comunidade da África Ocidental
O primeiro-ministro de Cabo Verde preferia ver medidas mais radicais na cimeira da CEDEAO sobre a Guiné-Bissau, que teve lugar 5a feira em Dakar, e disse que o processo é complexo e ainda não terminou. "Teríamos de tomar medidas radicais, primeiro para garantir a reconstituição do Estado do Direito democrático, a reconstituição das instituições e a constituição de umas forças armadas republicanas. Aí exigiria medidas muito mais radicais", afirmou José Maria Neves no final da mini cimeira em Dacar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), dedicada à situação na Guiné-Bissau e no Mali.
"Temos agora de analisar a situação concreta atual e ver que passos terão de ser dados para abrirmos caminhos para a aceitação das decisões das instâncias internacionais e evitarmos um confronto militar e perdas de vidas na Guiné-Bissau. Há ainda decisões que terão de ser avaliadas por outras instituições. Sábado na CPLP, segunda-feira na ONU", declarou o primeiro-ministro de Cabo Verde. AAS
Opinião: CEDEAO legitima golpe de Estado na Guiné-Bissau
...e agora, valha-nos as Nações Unidas. O Senegal, um país que é também nosso vizinho, e que não pode nem quer o nosso bem tomou a dianteira para organizar uma mini-cimeira que se tornou num presente envenenado para Guine Bissau. A frase, que pertence ao seu recém eleito presidente, Macky Sall, sobre "a CEDEAO não ser uma força de ocupação", e, outra ainda, sobre o reforço da presença militar senegalesa, na Guiné-Bissau, foi o murro no estômago que eu, mais do que prever, temia. Ou seja, podemos tornar-nos numa...província senegalesa - qualquer coisa como Casamance ou outra qualquer.
Em Dakar, foi tudo ao contrário. A divergência de interesses e particularmente a intenção do Senegal em ter a Guiné-Bissau em permanente estado de instabilidade, criou dificuldades para se chegar a um consenso. Estranhamente, a Guiné-Conakry alinhou, tendo mesmo sugerido, encapotadamente, uma eventual "renúncia" tanto de Raimundo Pereira como de Carlos Gomes Jr, isto porque e a seu ver "o conflito não interessa à sub-região". Um golpe de Estado será a solução, portanto. Mas foi esta mesma CEDEAO que proclamou aos quatro ventos a "tolerância zero" perante situações de alteração da ordem constitucional por via da força...
Criou-se um impasse e muita tensão, e as partes acabaram por não chegar a um entendimento. As Nações Unidas e a CPLP estão com os cabelos em pé e não pretendem ficar com os braços cruzados perante o que consideram ser uma "monstruosidade que se está a preparar contra a Guiné-Bissau". A CPLP reagirá sábado, em Lisboa, mas, amanhã ainda, espera-se por uma declaração do ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Mamadu Saliu Djaló Pires. A ONU, por sua vez, reúne na próxima segunda-feira para se debruçar sobr o 'dossier' Guiné-Bissau.
Enquanto tudo isto se desenrola, o País continua praticamente paralisado. Não há energia eléctrica, a cidade tem apenas quatro ruas iumindadas, graças a painéis solares. Bissau corre o sério risco de ficar sem água potável, aproxima-se a época das chuvas e a cólera já deu sinal em Tomabli e Bolama. Recorde-se que quase todos os organismos internacionais expulsaram ou cancelaram ajudas à Guiné-Bissau, os funcionários públicos não receberam os seus salários, a administração pública está praticamente parada.
No que me diz respeito, como cidadão da Guiné-Bissau, como cidadão de um país que é membro da CEDEAO, não posso deixar de me sentir envergonhado, e, sobretudo, traído. Resta-me esperar e confiar que a CPLP, organização a que orgulhosamente pertenço, e a Organização das Nações Unidas, organismo transversal a essas duas entidades, possam, com sangue frio e com firmeza tomar uma posição intransigente em defesa das instituições da República, da Democracia e, sobretudo, do Povo da República da Guiné-Bissau. AAS
CEDEAO elabora lista que abarca políticos, militares e cidadãos que activamente participaram no golpe de Estado de 12 de março último
A Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) começou a elaborar uma lista de cidadãos da Guiné-Bissau que serão sujeitos a sanções, depois de falhadas as conversações com os militares que tomaram o poder a 12 de Abril de 2012. A notícia é avançada hoje (quinta-feira) pela agência espanhola EFE, que cita uma fonte da organização de países africanos, que pediu para não ser identificada, segundo a qual as sanções incluem restrições de viagem e congelamento de bens e começarão a serão aplicadas "dentro de dias". "Incluirá membros do comando militar que esteve por trás do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, membros do grupo chamado "Fórum", bem como membros dos partidos políticos da oposição", assegurou.
A mesma fonte precisou que a "lista de afectados não será fechada, podendo sempre acrescentar-se o nome de qualquer um que dificulte os esforços para devolver a Guiné-Bissau à ordem constitucional". As sanções anunciadas consistem no congelamento de bens dos membros do comando militar e dos seus apoiantes nos países-membros da CEDEAO, das contas no Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e de toda a ajuda económica. Incluem ainda a proiição de viajar para os países da CEDEAO, o encerramento das fronteiras dos países-membros com a Guiné-Bissau e a proibição de o país participar em qualquer acontecimento desportivo ou cultural que se realize em qualquer Estado da organização.
As sanções foram aprovadas numa cimeira extraordinária que o bloco regional realizou a 26 de Abril em Abidjan, capital da Côte d'Ivoire, devendo agora, segundo a fonte citada pela EFE, a comissão da CEDEAO determinar quem serão os alvos dessas sanções. À cimeira seguiu-se no domingo passado uma reunião do grupo de contacto de sete países da CEDEAO para acompanhar a situação na Guiné-Bissau (Nigéria, que preside, Senegal, Benim, Gâmbia, Guiné-Conakry, Togo e Cabo Verde) com os militares golpistas, na qual se procurava um entendimento sobre o regresso à legalidade constitucional no país no prazo de doze meses. AAS
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