terça-feira, 5 de novembro de 2013
REVOLTA: «Que país é este onde muitas pessoas andam com os seus próprios pés até chegarem ao hospital para de seguida morrerem??? Salvem o Povo da Guiné-Bissau! O golpe de Estado de Abril de 2012 trouxe-nos o medo, mas também a fome; retirou-nos a esperança e tem sugado as nossas almas desprotegidas. Que elemento do Povo rapta, maltrata e mata o seu próprio Povo? Que é feito do País sonhado por Amílcar Cabral?» P.F., Bissau
O general manda, obedece quem deve...
Nguliduris di dinhero
Por decisão do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o General António Injai, a partir de amanhã, 6 de novembro, todas as instituições e repartições do Estado geradora de receitas passam a estar sob controlo de agentes das Forças Armadas e de Segurança mandatados pelo CEMGFA para o fim de controlar a recolha das mesmas e o seu encaminhamento para a instâncias do Estado Maior.
Os ministérios das Finanças (Direcção Geral das Contribuições e Impostos, DGA); do Comércio, das Infraestruturas, das Pescas, da Agricultura, Caça e Florestas etc são os principais visados. Para os referidos ministérios foram destacados elementos fardados das Forças Armadas e/ou da Guarda Nacional, devidamente credenciados pelo CEMGFA a quem respondem e prestam contas diretamente.
Essa "ordem" do General vem no seguimento das suas ameaças formuladas contra o Governo de Transição, o qual acusa de inoperância executiva, principalmente no tocante à incapacidade na recolha das receitas, desvios dos mesmos para fins pessoais enquanto as Forças Armadas e o sector de Segurança vivem na penúria. Prossegue assim, e sem partir um ovo, a tomada do poder absoluto pelo General. AAS
CEDEAO: Cimeira histórica voltada para a integração
A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada na semana passada em Dakar, foi considerada histórica por muitos dos participantes e por vários observadores, que destacaram o facto de, pela primeira vez em muitos anos, uma cimeira extraordinária ter sido convocada para discutir assuntos relacionados com a vida regular da comunidade, e, mais do que isso, para aprovar mecanismos e dispositivos de integração, em vez das habituais ameaças à segurança e à estabilidade sub-regionais.
Esta circunstância ficou espelhada tanto na agenda como nos debates e nas conclusões da conferência, que tomou decisões sobre a Taxa Comunitária de Integração (TCI), os Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia e o Programa de Integração Monetária na África Ocidental, dispositivos conducentes à consolidação do mercado regional.
Eliminar fronteiras aduaneiras
No respeitante à futura União Aduaneira, actualmente em fase de implementação, a conferência aprovou medidas complementares concretas de protecção relativas ao Ajustamento Fiscal à Importação (AFI) e ao Imposto Complementar de Protecção (ICP), para permitir um ajuste progressivo na aplicação harmoniosa da Taxa Externa Comum (TEC) que vai ser adoptada pelas instituições aduaneiras de todos os 16 Estados membros da CEDEAO a partir de 1 de Janeiro de 2015.
Os chefes de Estado e de Governo da África Ocidental atribuem grande importância a este mecanismo, e, com essa preocupação, mandataram o presidente da Comissão da CEDEAO, o órgão executivo da comunidade, para tomar todas as disposições necessárias a uma avaliação periódica e rigorosa da execução desse instrumento de consolidação do mercado comum.
O caso de Cabo Verde, que faz questão de fazer valer as suas especificidades pelo facto de ser um arquipélago fisicamente isolado do continente, mereceu referência concreta no comunicado final, que exorta os órgãos executivos da organização a ter em conta essa realidade na implementação da TEC.
A liberalização das trocas comerciais, através nomeadamente da aplicação estrita das regras de origem da CEDEAO, o levantamento de barreiras não tarifárias, o combate a todo o tipo de proteccionismos, a uniformização dos direitos e taxas de importação e a convergência normativa entre os vários mercados nacionais da CEDEAO são os objectivos finais da União Aduaneira e da Taxa Externa Comum.
Rumo à Moeda Única
A convergência das diferentes realidades actualmente existentes ao nível da África Ocidental para uma zona monetária abrangente baseada numa moeda única foi outro assunto debatido na cimeira da CEDEAO, que pretende que tal pressuposto seja uma realidade a partir de 2020.
Cctualmente, existe na subregião uma zona financeira, a União Económica e Monetária da África do Oeste (UEMOA), dotada de um banco central e uma moeda única, envolvendo cerca de uma dezena de países, mas encontra-se em fase de criação um segundo espaço monetário, cujo processo é liderado pela Nigéria e pelo Gana, e deverá integrar, num futuro próximo, Cabo Verde, o Mali, a Gâmbia e a Serra Leoa, países que ainda têm políticas monetárias e moedas próprias.
No horizonte de 2020, as duas zonas monetárias fundir-se-ão numa só, com base nos aspectos positivos das duas experiências, dotando a CEDEAO de uma moeda única que os dirigentes da região desejam sólida, credível e autonomamente convertível.
Até lá, todos os países membros da comunidade e futuros aderentes a esse dispositivo deverão trabalhar para garantirem a convergência das suas políticas macroeconómicas e a criação de equilíbrios orçamentais duradoiros passíveis de facilitar a efectivação dessa nova realidade grande alcance económico.
Ainda no âmbito da consolidação do mercado da CEDEAO, e tendo em atenção os futuros vínculos e compromissos externos com outros países e comunidades afins, os chefes de Estado e de Governo reiteraram o seu compromisso com a conclusão de um Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia, na base da equidade e centrada no desenvolvimento. Horlando Rodrigues/O PAÍS
Guiné Bissau sob pressão da CEDEAO
Apesar de faltar menos de um mês para a data em referência, e pese embora o facto de as actuais autoridades guineenses defenderem a necessidade de um recenseamento eleitoral de raiz para garantir a legitimidade e a transparência do acto, os chefes de Estado e de Governo da sub-região entendem que a operação não pode sofrer adiamentos.
Vistas pela comunidade internacional como condição sine qua non para o regresso da Guiné Bissau à ordem constitucional e para o levantamento das sanções políticas e económicas que impendem sobre o país desde o golpe de Estado de Abril de 2012, as citadas eleições, a serem realizadas na data indicada, podem vir a ser, no entanto, uma faca de dois gumes.
É que, de acordo com vários observadores contactados por “O País” à margem da cimeira de Dakar, a credibilidade do acto eleitoral pode ficar em causa e os seus resultados virem a ser posteriormente contestados, caso não se consiga introduzir o elemento de transparência que a realização de um novo recenseamento pressupõe.
“Os dados referentes ao universo de eleitores recenseados encontram-se definitivamente desactualizados, e, por outro lado, há que ter em conta as disfunções denunciadas nas últimas eleições, principalmente no que toca às duplas ou múltiplas inscrições”, referiu um analista ligado aos meios diplomáticos senegaleses, acrescentando que “não é transparente organizar um novo acto eleitoral a partir de uma base cujos dados, a existirem, podem estar falseados”.
Faca de dois gumes
É neste contexto que os observadores receiam que a situação na Guiné Bissau possa caminhar para um impasse, em virtude da intransigência da CEDEAO no referente à data das eleições e da insistência das autoridades guineenses na necessidade de realização de um novo recenseamento que, objectivamente, não pode ser efectuado no tempo que ainda falta para a data de 24 de Novembro. Um dos argumentos que estão ser utilizados pela organização oeste-africana para pressionar as autoridades de Bissau a acatar a “decisão” dos chefes de Estado e de Governo reunidos em Dakar baseia-se no factor financeiro externo, do qual o Governo daquele país lusófono depende exclusivamente para a realização das eleições em causa.
O orçamento apresentado pela Guiné Bissau à comunidade internacional foi de 20 milhões de dólares, montante que alguns dos seus mais importantes parceiros, nomeadamente a União Europeia, consideraram excessiva para a operação, tomando como elemento de comparação situações vividas noutros países, africanos e não só.
E foi para evitar desculpas baseadas na falta de meios que a CEDEAO decidiu, na cimeira de Dakar, abrir os cordões à bolsa, e disponibilizar a Bissau o grosso dos fundos necessários à operação. Não foram avançados valores precisos, mas calcula-se que os meios financeiros a serem alocados pela comunidade ultrapassam os 10 milhões de dólares, a que se somam outros 2 milhões de dólares em apoios logísticos e equipamentos a serem fornecidos a título bilateral, nomeadamente pela Nigéria.
De momento, não se sabe de que forma a “pressão” da CEDEAO foi acolhida pelo Governo da Guiné Bissau, mas os observadores acreditam que não terá outro remédio senão “vergar-se” à posição da comunidade, abrindo mão do recenseamento, a não ser que se dê a hipótese, vista como improvável apenas poucos dias após a cimeira de Dakar, de o assunto voltar a ser objecto de negociação.
Máxima pressão
Ao comentar as decisões saídas da cimeira em relação à Guiné Bissau, o primeiro Ministro de Cabo Verde reconheceu a atitude de pressão da CEDEAO no sentido da realização de eleições no país vizinho na data inicialmente marcada, e chamou a atenção para a exiguidade dos prazos disponíveis. “A CEDEAO quer continuar a pressionar no sentido da realização, tão breve quanto possível, das eleições, apesar de haver dúvidas sobre se estarão reunidas as condições indispensáveis, até porque ainda não se começou o processo de recenseamento eleitoral, mas a data mantém-se”, indicou José Maria Neves, para quem tal posição é uma “forma de pressionar” as autoridades de transição, os partidos políticos e os outros intervenientes no processo para impedir que adiem indefinidamente o regresso do país à normalidade constitucional. De contrário, referiu o chefe do Governo cabo-verdiano, determinar-se-á, através dos mecanismos de seguimento próprios, quais serão os passos a seguir e, eventualmente, uma nova data para as eleições na Guiné Bissau.
Apoio cabo-verdiano
O primeiro Ministro de Cabo Verde manifestou, durante a cimeira da CEDEAO, toda a disponibilidade do seu país, em função da experiência e do know-how que detém, para apoiar tecnicamente a Guiné Bissau, tanto no processo de recenseamento como na preparação do acto eleitoral.
“Tive a oportunidade de falar longamente sobre essa questão com o presidente Serifo Nhamadjo e comuniquei-lhe que podemos apoiar a Guiné Bissau em todo esse processo, do ponto de vista técnico, claro está, uma vez que temos todas as condições para fornecer essa assistência”, afirmou, garantindo que, “se houver um pedido nesse sentido e se se proporcionar essa necessidade, Cabo Verde está inteiramente disponível para tal”.
Questionado sobre a eventualidade de alguma desconfiança por parte da Guiné Bissau, onde algumas vozes do poder instituído e próximas dele se têm erguido a acusar o Governo de Cabo Verde de agir contra os interesses dos guineenses, poder inviabilizar esse apoio, José Maria neves esquivou-se ao assunto e preferiu valorizar uma perspectiva de entendimento futuro entre os dois países. “Temos é de continuar a tentar melhorar o diálogo e recuperar a confiança entre Cabo Verde e a Guiné Bissau. O que fazemos é trabalhar no sentido de ajudar os guineenses a conseguir uma transição de sucesso”, afirmou o governante cabo-verdiano. HORLANDO RODRIGUES/O PAÍS
OPINIÃO: Aprés moi, le déluge
«Caríssimo Aly,
Mais uma vez as minhas felicitações pelo teu inconformismo que se reflecte na qualidade e profundidade das tuas informações. Refiro-me aos factos complementares que relataste sobre o "extraordinário" e preocupante caso do recrutamento privado recentemente realizado pelo General António Indjai em Cumeré.
E também minha opinião de que esse inusitado acto de desrespeito das instituições politicas (mesmo que golpistas e transitórias), é grave e merece a mais ampla reflexão sobre o comportamento de um homem que não traça limites sobre os seus actos e as suas ambições desmedidas de ditador.
Alguém já terá escrito no teu blog de que, o General se sente cada dia que passa mais isolado e acossado, não tendo a mínima confiança na sua entourage mais próxima. Esse alguém tem plena razão sobre o estado de espirito que pavoneia a mente do "matchu dunu di Bissau".
Ciente dessa situação de isolamento cada vez mais acentuado, o General decidiu unilateralmente e a sua maneira, promover esse recrutamento que, por um lado resolvia os seus compromissos assumidos com os operacionais do golpe, como bem indicastes na tua analise, e por outro lado, permitia-lhe "renovar" e fidelizar a sua guarda pretoriana incorporando elementos novos, mais fieis e obedientes ao projeto de sobrevivência do chefe.
O General esta consciente de que muitos querem abandonar o barco desastroso que reflete o estado em que irresponsavelmente colocaram a Guiné-Bissau após o golpe de 12 de abril. Um deles, o Presidente Interino que, em tempos afirmou sic, "fui chamado para tentar remediar uma situação lamentavelmente criada com o golpe de estado, e que deixou o pais no estado em que esta. E, eu como patriota, não poderia deixar de dar a minha contribuição para tentar remediar o mal que foi causado"...ai, ai, ai. Sabe-se de fontes fidedignas, que estas palavras de "sacudir a agua do capote" do seu comparsa golpista que "pilota" a transição, deixou o General fora de si e, para tal, começou a precaver-se para o que der e vier, tanto mais, cada vez que Nhamadjo viaja para NY, fica com as orelhas a arder devido a pressão dos Norte-Americanos junto a Nhamadjo para obter a sua cabeça.
Assim, compreende-se o reforço do seu circulo de segurança para face a quaisquer tentativas de captura pelos norte-americanos, de um golpe de força interno ou mesmo de uma ação de captura engendrada pela ECOMIG. Perante estes cenários que se vislumbram a curto prazo para o seu futuro, o General, deixou passar uma mensagem bem clara junto dos seus círculos mais próximos : em quaisquer das eventualidades, ele não cairia sozinho, e que, levaria com ele na sua queda, todos aqueles que, direta ou diretamente o instigaram a dar o golpe de estado, assim como todos aqueles que, com ele beneficiaram nesse período de transição.
Resumindo, que se ponham a pau, o PRT, o PMT, Kumba Yala e demais individualidades civis e militares golpistas, sinal claro de que, mais sangue podera correr brevemente na Guiné-Bissau, por obra e graça do General AI.
Parafraseando Louis XV, o General re-dixit, "après moi, le déluge"...
Estamos para ver.
Um leitor assíduo do DC»
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Opinião: Colapso Total
«O Povo Guineense tem um triste balanço a ponderar. De 12 abril de 2012, altura do golpe de estado que interrompeu o processo eleitoral democrático em curso, a esta data, a Guiné-Bissau encontra-se num colapso total enquanto Estado. O pais encontra-se completamente isolado e sem reconhecimento internacional credível, salvo exceção de quatro estados golpistas da CEDEAO (Nigéria, Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso) e da China Comunista que, mercê de uma politica sem escrúpulos, aproveita os estados de exceção dos países frágeis para a delapidação depravada dos seus recursos (exploração abusiva dos nossos mares, abates de arvores, extração de areias pesadas e explorações geológicas e ensaios prospetivos clandestinos);
O ensino publico completamente paralisado e parte do privado encontra-se inoperante por falta de ingressos e faltas de pagamentos dos encarregados de educação sem recursos para pagar a escola dos seus filhos; A saúde publica não funciona e a cólera, as doenças endémicas e transmissíveis ganham terreno de forma desenfreada e impõem as suas leis. A cólera só por si, já ceifou neste momento mais de três dezenas de vidas humanas;
Não há luz nem agua potável meses sem conta;
A justiça não funciona, porquanto hipotecada e enfeudada ao poder político-militar instalada com o golpe de estado ; A função publica e os serviços do estado estão paralisados com greves em quase todos os sectores dos serviços públicos já de si inoperantes e quase inexistentes; O Estado social esta exangue e os seus parcos bens estão a ser vorazmente dilapidados por governantes corruptos e sem escrúpulos sendo o caso do INPS o caso mais recente da voracidade insaciável desse regime de energúmenos;
O empresariado nacional esta falido e inativo, salvo exceções dos novos empresários, fachadas dos negócios interposto de elementos do regime que, através de negociatas e portas travessas se enriquecem escandalosamente, enriquecendo igualmente os seus promotores/padrinhos político-militares; Negócios ilícitos envolvendo recursos do pais proliferam como cogumelos (concessões de exploração pesqueira, mineira e de recursos naturais diversas estão a ser negociadas à socapa e à surdina a troco de "comissões chorudas" que vão directamente para os bolsos dos governantes do regime ou do poder militar;
Um regime transitório que, sem legitimidade politico constitucional, de forma irresponsável e descarada propõem-se ilegitimamente "realizar" reformas de fundo sobre o funcionamento dos órgãos e instituições do Estado, incluindo jogadas mafiosas visando a "privatizações" de bens públicos estratégicos, destacando-se os casos dos Portos de Bissau e as Redes de Telecomunicações; A violência campeia e a violação dos Direitos Humanos, civis e políticos dos cidadãos é uma constante diária, destacando-se neste particular actuações violentas e criminosas de elementos das forças armadas que mais agem como guardas pretorianas e forças milicianas ao serviço do poder militar e do PRS;
Um estado de insegurança generalizada e galopante, com destaque para agressões e assaltos à mão armada, mesmo à luz do dia, factos que se tornaram banais no quotidiano guineense e cada vez mais, com o envolvimento provado das forças da ordem que se constituem em bandos organizados para pilhagens e assaltos violentos; Raptos, privação indevida da liberdade, espancamentos, torturas, intimidações e coação física e moral de cidadãos e figuras da sociedade civil e órgãos da defesa dos direitos humanos são factos corriqueiros da vida dos passiveis citadinos guineenses;
Tendo sempre actores (alguns casos foram flagrados), elementos das Forças Armadas afetos ao General Injai, os casos de mortes suspeitas e casos de execução sumaria atingiram números recordes no pais desde o fatídico 12 de abril : mais de três dezenas de mortes confirmadas e vários desaparecimentos até agora não esclarecidos; Privatização e tribalização das forças armadas e das forças da ordem e de segurança, acentuando-se os sinais de exclusão nas fileiras das forças armadas (no geral, mais de 85% de uma só etnia, atingindo 93% nas forças especiais), realização de recrutamentos não autorizados à revelia do "poder civil" e de quaisquer regras de disciplina militar ;
Apesar de aparente acalmia, os organismos de monitorização do trafico de droga na África Ocidental, assinalam nos seus relatórios, um aumento crescente de movimentos ligados ao trafico de droga, registando a afluência, movimentações e contactos discretos de enviados de figuras destacadas do narcotráfico latino americano com elementos ligados as forças armadas, de segurança e alguns destacados políticos ; Todo este cenário de catástrofe e declínio de um Estado refém tem um rosto e responsáveis bem identificados que são : António Injai e o seu grupo de generais golpistas (os autores materiais), Kumba Yala (o mentor, eminência parda do descalabro da crise), Manuel Serifo Nhamadjo (um dos principais instigadores e co-mentores do golpe, onde se incluem o falecido Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé).
Igualmente, como responsável moral desta deplorável situação, se nada for feito atempadamente, o Povo da Guiné-Bissau considerara para a historia, o Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas, José Ramos Horta, como um dos principais responsáveis dessa hecatombe social e politica, acusando-o, de inércia, omissão de auxilio, escamoteamento da realidade dos factos, faltar a verdade e conivência passiva com a opressão e o regime instalado.
B.F., Sociólogo»
PAIGC: Dissidências marcam caminhada para o congresso
Numa sessão em Bafatá, cidade natal de Amílcar Cabral, Filomeno Barbosa, membro do Bureau Político do PAIGC e Secretário Executivo da ONG “APRODEL”, resolveu reintegrar o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, por considerar na sua intervenção proferida perante a Coordenação Central e Regional do Projecto e na qual participaram todos os delegados eleitos para a Conferência Regional apoiantes de Braima Camará, “que quando olhava para trás sentia um vazio e não via ninguém e que com este regresso à equipa com quem sempre se identificou constituía o preenchimento deste vazio”.
Para Filomeno Barbosa, igualmente Director de Campanha do PAIGC nas últimas eleições legislativas e do próprio Carlos Gomes Júnior quando este se candidatou à Presidência do PAIGC, justificou o seu regresso ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” liderado por Braima Camará, “depois de uma longa e profunda reflexão, pois todos nós sabemos que o PAIGC se encontra muito doente e consequentemente por tabela o próprio país e há necessidade de curá-lo imediatamente e por estar convencido que só Braima Camará o pode curar e recoloca-lo no poder, resolvi de livre e espontânea vontade regressar e poder conjuntamente com os meus camaradas e companheiros de longa data, retomar esta luta que conduzirá, disso tenho a certeza absoluta, Braima Camará a liderança do PAIGC e consequentemente um passo importante para que o nosso grande Partido conquiste com maioria absoluta as próximas eleições legislativas”.
Por seu turno, Braima Camará considerou que a reintegração do camarada Filomeno Barbosa “era uma mais-valia para o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” e um novo estímulo para o valioso trabalho que a equipa de Coordenação Regional estava levando a cabo, o que me leva a acreditar que ganharemos este desafio, com a clara consciência de que o PAIGC sairá mais coeso, unido e reforçado, para poder estar em condições de dar respostas aos enormes desafios que se colocam ao país e ao próprio Partido Libertador”
FONTE: Gabinete de Comunicação da Directoria de campanha do candidato Braima Camara
O povo é quem mais ordena
SONDAGEM DC
PERGUNTA: «QUEM GANHARÁ AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS?»
RESPOSTAS:
Carlos Gomes Jr.: 573 votos, (76%)
Paulo Gomes: 129 votos, (17%)
Tcherno Djaló: 19 votos, (2%)
Outro: 31 votos, (4%)
Votos apurados: 752
Matança em Cumeré: Médicos civis(?!) foram vítimas
O ‘famoso’, descontrolado e assassino recrutamento militar de Cumeré não passou de areia para olhos menos atentos. Ditadura do Consenso foi mais fundo e revela dados até agora desconhecidos.
O CEMGFA António Indjai, do alto da sua esperteza, matou dois coelhos de uma só cajadada: à pala de um acto de ‘juramento de bandeira’ (adiado vezes sem conta), Indjai aproveitou e meteu no mesmo cesto toda a sua guarda pretoriana – os jovens que foram os operacionais do golpe de Estado 12 de abril.
Houve, no entender de uma fonte militar, um acordo tácito: se o golpe falhasse, a tropa encarregar-se-ia da sua ‘prisão’, remetendo-os ao tribunal Militar. Este por sua vez acusá-los-ia do crime de ‘traição à pátria’, mas a sua liberdade chegaria logo depois; se o golpe vingasse, seriam pagos como qualquer mercenário e iam às suas vidas. Mas as coisas sairiam trocadas, e foram simplesmente integrados nas forças armadas. «Mandaram-nos fazer o golpe, e depois disseram que não havia dinheiro para nos pagar» - contou ao DC um elemento do grupo de insurrectos.
Com a prisão do Bubo Na Tchuto, apertou o cerco ao tráfico de droga. E sem dinheiro para pagar, Indjai foi obrigado a ceder. Seria a integração (sem planeamento, sem orçamento, sem qualquer base legal, o ministério da Defesa não foi tido nem achado, e o ministro não ousou sequer perguntar.) Indjai está, assim, preparado para o que der e vier. Que corram então rios de sangue...
Médicos enganados... e espancados.
O mais grave, porém, foi a baixa provocada entre os profissionais da saúde – CIVIS - nesse recrutamento. MÉDICOS civis recém graduados e outros graduados há cerca de um ano, e também enfermeiros - tudo misturado - foram também vítimas de espancamento. Uma enfermeira desabafou ao DC: «Na sua maior parte, são colegas de trabalho que foram enganados com a promessa de patentes, nomeadamente de major, e até agora nada. Foram falsas promessas e ainda por cima foram maltratados fisicamente».
DC soube no entanto que os antigos médicos, todos militares de carreira, discordaram com o estado-maior por não terem sido promovidos, e tudo voltou à estaca zero. Invocaram ainda uma das regras do hospital militar: para trabalhar lá tens que ser militar. Em desespero, Indjai não teve outro remédio: incorporá-los nas fileiras da 'sua' FARP.
A nossa fonte revela ainda que foram prometidos aos médicos salários na ordem dos 350 mil FCFA (pouco mais de 500 euros). «Por isso muitos lá foram porque o salário de um médico normal é de 130 mil... um médico não militar que está afecto à função pública. Por causa dessa diferença salarial muitos não pensaram bem e abandonaram os seus postos rumo a Cumeré, passando um mês de formação e muitos quiseram desistir mas já não podiam», conta angustiada.
Quanto ao número de mortos, a nossa fonte não tem dúvidas: «Houve três mortes, e há ainda muitas pessoas internadas em estado considerado muito grave», no hospital militar em Brá, nos arredores de Bissau. AAS
domingo, 3 de novembro de 2013
Embaixada de Angola foi vandalizada em Lisboa
O edifício da embaixada de Angola em Portugal foi vandalizado na manhã deste domingo por "elementos desconhecidos", que provocaram alguns danos materiais, confirmou à agência Lusa o assessor de imprensa.
A Rádio Nacional de Angola (RNA) noticiou este domingo que o edifício da representação diplomática, localizado em Lisboa, tinha sido vandalizado de madrugada, citando o embaixador de Angola em Portugal, Marcos Barrica. Contactado pela agência Lusa, o assessor de imprensa da embaixada de Angola em Portugal, Estêvão Alberto, disse que o edifício foi "vandalizado por elementos desconhecidos" esta manhã.
"Não sabemos ao certo quem eram, nem quantos eram", acrescentou o responsável, referindo que do incidente resultou a quebra de vidros da fachada principal do edifício, situado na Avenida da República, em Lisboa, e que os prejuízos ainda não estão contabilizados. Estêvão Alberto disse que "as autoridades policiais foram contactadas e estiveram no local a fazer a perícia".
ATIRARAM PEDRAS DA CALÇADA
Fonte da direção nacional da PSP, contactada pela Lusa, confirmou o incidente, ocorrido pelas 06h00 da manhã e adiantou que a situação foi comunicada à polícia por um segurança da embaixada.
"Verificou-se que foram arremessadas pedras da calçada" contra a fachada o edifício, que o partiram os vidros do 'hall' de entrada e da sala de visitas, acrescentou. LUSA
No que estou a pensar…!
O QUE ESTÁ EM JOGO?
Não é Bissau, Bafatá, Bissorã, Gabu, Bolama, etc.
Não é o pretu nok ou burmedju wak, fula ou mandinga, papel ou balanta.
Não é Nanias, ou guineenses verdadeiros.
Não é mortes e sentenças executórias encomendadas.
Não é escola ou analfabetismo, ou a fuga de cérebros.
Não é luz ou água, a miséria generalizada e o ceticismo em relação ao futuro.
Não é cólera ou paludismo e, muito menos, a excisão ou a sida.
Não é CPLP ou CEDEAO, ou a ONU e a União Africana.
Não é armas ou politica.
Garanto-vos!
O QUE ESTÁ EM JOGO É A GUINÉ BISSAU.
O que está em jogo é a SOBREVIVÊNCIA HUMANA da Nação.
O que está em jogo é o ESTADO.
O que está em jogo é os MELHORES FILHOS E CAPACITADOS não serem capazes de tomar em mãos o Estado.
O que está em jogo é o conhecer e INSERIR-SE A GUINÉ-BISSAU na globalização no contexto africano e mundial do séc. XXI.
O que está em jogo são REGRAS E PRINCÍPIOS UNIVERSAIS e não privados e localizados.
O que está em jogo são mais de 60% DA POPULAÇÃO QUE NÃO CONHECEU A GUINÉ-BISSAU ANTES DA INDEPENDÊNCIA.
O que está em jogo é O SAGRADO para os filhos da Guiné-Bissau. Estejam onde estiverem.
Ou seja: o que está em jogo é a PROCLAMAÇÃO DE 73: ESTADO SOBERANO, AUTÓNOMO, INDEPENDENTE E LIBERTADO PARA O BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA DA SUA POPULAÇÃO.
Carmelita Pires
sábado, 2 de novembro de 2013
NOTA DE IMPRENSA DO GOVERNO ELEITO DA GUINÉ-BISSAU
REPÚBLICA DA GUINÉ–BISSAU
NOTA DE IMPRENSA DO GOVERNO ELEITO DA GUINÉ-BISSAU
«Na sequência de uma carta que dirigiu ao Secretário-Geral da ONU, Ban Ki Moon, onde levantou várias preocupações relacionadas com o processo político da Guiné-Bissau, o ex-Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr, acompanhado do Mamadu Saliu Jaló Pires, ex- Ministro dos Negócios estrangeiros, esteve na sede da ONU, em Nova Iorque, de 29 de Outubro a 01 de Novembro de 2013, em visita oficial de trabalho, durante a qual foi recebido pelo Secretário-geral Adjunto, Dr. Jeffrey Feltman, que dirige o Departamento dos Assuntos Políticos do Secretariado Geral da ONU.
Durante o encontro, Carlos Gomes Jr. Fez uma exposição das preocupações essenciais no processo politico guineense orientado para o retorno à ordem constitucional na Guiné-Bissau, através da organização de eleições presidenciais e legislativas credíveis e inclusivas.
A exposição feita pelo Carlos Gomes Jr ao Secretário-geral Adjunto da ONU, incidiu fundamentalmente nos seguintes aspetos, que não devem ser ignorados pela Comunidade Internacional, nomeadamente pelas Nações Unidas e União Africana:
1. Não obstante estar-se a poucos meses para a realização das eleições gerais na Guiné-Bissau, o poder militar que liderou o golpe de Estado de 12 de Abril do ano transacto e, sob sanções da ONU, União Africana e União Europeia, mantém-se em funções com poderes reforçados sobre o poder civil;
a. O poder militar continua a interferir na vida política do país e controla todos os poderes de Estado, incluindo os tribunais, com destaque para o tribunal militar, que é, na prática, uma extensão do Estado Maior General das Forças Armadas;
b. Não está garantido o regresso incondicional ao país, em liberdade e segurança, do Presidente do PAIGC e demais dirigentes políticos, bem como de antigos governantes e líderes de alguns partidos políticos nacionais a viver no estrangeiro como exilados políticos;
c. Desde 12 de Abril de 2012 que os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e dos partidos políticos estão suspensos por decisão dos militares, sendo certo que a situação dos direitos humanos terá piorado com o chamado caso 21 de Outubro do ano passado;
d. Os cidadãos continuam sob ameaças dos militares e a liberdade de imprensa absolutamente proibida, com um clima de intimidação permanente sobre os políticos, sindicalistas, ativistas da defesa e proteção dos direitos humanos, jornalistas e representantes da sociedade civil;
e. O medo generalizado reinante na Guiné-Bissau pelas sistemáticas violações dos direitos humanos praticadas pelos militares guineenses, incluindo assassinatos, prisões arbitrárias e espancamentos;
f. A impunidade e o narcotráfico na Guiné-Bissau ganharam expressão de forma nunca antes visto na sociedade guineense;
g. O desprezo total do poder militar pelo poder civil instalado com o golpe de Estado de 12 de Abril, simbolizado com o recente ato de juramento à Bandeira de cerca de 2.400 novos agentes militares e de segurança, sem qualquer enquadramento legal e orçamental;
h. A total ineficácia da Força militar da CEDEAO (ECOMIB) presente em Bissau face a atuação desconforme com a Lei e a Constituição do poder militar guineense, quer na vertente da proteção dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, quer na vertente do combate a impunidade e ao narcotráfico;
Entretanto, Carlos Gomes Jr lembrou, também, ao seu interlocutor da ONU, da carta que dirigira ao Secretario Geral da ONU Ban Ki Moon, em 27 de Julho de 2012, na qual solicitara ao Conselho de Segurança a constituição de um Tribunal Internacional ad hoc para a Guiné-Bissau à semelhança do que ocorreu no passado em situações idênticas, para julgamento de todos os crimes de sangue cometidos no país.
Por outro lado, Carlos Gomes Jr, reuniu-se com o representante da União Africana na ONU e também com os Embaixadores de alguns países africanos da CPLP.
Lisboa, 02 de Novembro de 2013.
As autoridades eleitas da República da Guiné-Bissau»
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