terça-feira, 19 de janeiro de 2016

PREOCUPAÇÃO: Portugal e Cabo Verde "apreensivos" com situação na Guiné-Bissau


Os chefes de Governo de Portugal e Cabo Verde, António Costa e José Maria Neves, manifestaram-se hoje, na Cidade da Praia, apreensivos com os recentes acontecimentos na Guiné-Bissau.

Em declarações à imprensa no final de um tete-a-tete, seguido de encontro de trabalho com o seu homólogo cabo-verdiano, o primeiro-ministro português apelou a todos os agentes políticos da Guiné-Bissau para que seja possível encontrar “rapidamente” o novo caminho de estabilidade no quadro democrático que hoje é partilhado entre o conjunto dos países que fazem parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

“Apelo veementemente para que seja possível também na Guiné-Bissau um caminho de tranquilidade, de paz, de boa cooperação e relacionamento entre os diferentes órgãos de soberania para o bem de desenvolvimento da Guiné-Bissau”, apelou.

Este mesmo apelo foi reforçado pelo chefe de Governo cabo-verdiano, José Maria Neves, acrescentando que todos estão realmente preocupados com o que se está a passar naquele país lusófono.

“Aqui o nosso interesse é que haja compromisso e entendimento entre as partes. A política também é compromisso e é preciso, sobretudo, que a Guiné-Bissau e os seus dirigentes trabalham no sentido de dialogarem e trabalharem para que a Guiné-Bissau ganhe, efectivamente, estabilidade e reencontre o caminho da paz e do desenvolvimento”, sublinhou.

José Maria Neves disse esperar que que grupo de contacto internacional possa reunir-se e contribuir para que as partes cheguem a consensos a bem do povo guineense.

Os 15 deputados expulsos do PAIGC (poder) e os 41 da bancada do PRS (oposição) aprovaram segunda-feira, 18, no Parlamento guineense, uma moção de rejeição do programa do Governo e uma moção de censura ao executivo.

Ambas as deliberações baseiam-se no facto de o Governo ter abandonado o hemiciclo no dia em que se devia ter discutido o programa, anunciou Alberto Bambeia, presidente do PRS, tendo ainda alegado que o executivo já estava na "ilegalidade" porque devia ter apresentado o programa no início do mês. Infopress