quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

PR SÃO TOMÉ: "Fragilidade de países africanos lusófonos enfraquece a sua posição na CPLP"


O Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, defendeu hoje que a fragilidade na Guiné-Bissau e em Moçambique afeta a relação entre os países africanos lusófonos e enfraquece a sua posição na CPLP.

"Sabemos que se qualquer um dos nossos países estiver fragilizado isso afeta as relações entre os cinco países africanos lusófonos e [...] pode enfraquecer a nossa posição no seio da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)", disse o Presidente de São Tomé e Príncipe, sublinhando a importância da coesão entre os cinco países africanos lusófonos para garantir a eficácia da sua ação na referida comunidade.

O chefe de Estado são-tomense falava hoje na cidade da Praia, no final de um encontro com o seu homólogo cabo-verdiano, no âmbito da visita de Estado que até domingo está a fazer a Cabo Verde.

Pinto da Costa disse ter feito já diligências junto dos dois países, mas ressalvou que a solução para os problemas terá que ser encontrada internamente.

"Temos estado em contacto com a Guiné-Bissau e com Moçambique, mas a verdade é que ninguém de fora pode resolver os problemas, nem da Guiné-Bissau nem de Moçambique. Têm que ser os guineenses e os próprios moçambicanos a fazer o esforço suficiente para poder resolver os problemas internos", disse Pinto da Costa.

A Guiné-Bissau está de novo mergulhada em instabilidade política com o parlamento a ter que suspender a sua atividade por questões de segurança e em Moçambique o líder da Renamo, Afonso Dhlakama ameaça tomar o poder no norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

Por seu lado, Jorge Carlos Fonseca, sublinhou que o encontro foi o início de uma conversa que se prolongará até ao final da visita, adiantando que foi possível começar a abordar a situação de Moçambique e da Guiné-Bissau.

A preocupação pela situação na Guiné-Bissau foi também manifestada pelo presidente da Assembleia Nacional, Basílio Mosso, durante o seu discurso na sessão especial para receber o presidente são-tomense.

Basílio Mosso manifestou "preocupação pelo clima de tensão política que a Guiné-Bissau tem experimentado nos últimos tempos" e formulou votos de que "o quanto antes, no quadro da legalidade democrática, a normalidade regresse ao quotidiano" do povo guineense.