terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Lala quema
A decisão de expulsar os deputados que elevaram o ressabiamento ao nível do sequestro de uma nação - que procura desesperadamente o seu caminho na História - é um exemplo de coragem política que só terá eco - infelizmente - num futuro mais ou menos distante.
Quebrou-se um modelo de política que bebe na chantagem enquanto come o obscurantismo no prato dos sabores clientelares.
Podem matar, podem conspirar, mas este é um ponto sem retorno.
O país jamais voltará a ser o mesmo. Chegou a hora de novos protagonistas emergirem. Hoje, vislumbra-se, finalmente, o caminho para o exercício de uma liderança forte, que no lugar de se intimidar com o aparelho tem a oportunidade de criar espaços para os melhores e os mais capazes.
O saneamento tem destas coisas. Por lado, deixa-nos um trago de insegurança. Afinal de contas, a tradição da porcaria é, ao fim e ao cabo, uma tradição. Quebrar com a tradição faz-nos ter medo do que virá substituir essa tradição. Mesmo que seja uma tradição da porcaria!
Por outro lado, traz a esperança - que inicialmente poucos ousam pronunciar em voz alta - da construção de uma nova ordem, que se quer mais limpa. É aqui que as lideranças de ruptura emergem. Hoje há, de facto, a possibilidade de lavar o sistema político guineense.
A porcaria, porém, não desarma... quer agarrar-se nos resquícios do fedor que ainda persiste. No entanto, o fedor é apenas ar que desvanece com o vento da mudança.
Caro Presidente JOMAV,
a piada afinal tem perna curta e a mentira já não se ri.
Nó bai! Zona libertada.