sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Fundo Soberano de Angola é o 2º mais transparente de África. A Nigéria segue na frente
O Instituto de Fundos Soberanos atribuiu ao Fundo Soberano de Angola (FSDEA) oito pontos em dez possíveis, tornando-o no segundo mais transparente em África, a seguir à Nigéria, e nos melhores 30 dos cerca de 80 analisados.
De acordo com a informação publicada no sítio na Internet deste Instituto, que serve de referência para este setor, consultado hoje pela Lusa, o Fundo Soberano de Angola obteve oito pontos em dez possíveis no último trimestre do ano passado, ao ser analisado através do Índice de Transparência Linaburg-Maduell.
O FSDEA, liderado por José Filomeno dos Santos, filho do Presidente de Angola, consegue inclusivamente ter uma melhor classificação do que o Fundo Pula, do Botswana, que é frequentemente citado como um exemplo de boas práticas nesta área.
Divido em dez alíneas que valem um ponto cada, o Instituto analisa a transparência do Fundo, não classificando a qualidade nem a quantidade dos investimentos, mas sim aspetos como a disponibilização de informação sobre a história, as razões para a criação do fundo, a origem da riqueza, a estrutura de acionistas, os contactos e a morada, estratégias e objetivos claros, e valorização do portefólio, entre outros.
"Desde o lançamento em outubro de 2012, o Fundo Soberano de Angola não perdeu nenhuma oportunidade para sublinhar o seu compromisso com a transparência, apesar de a nomeação de José Filomeno dos Santos, o filho mais velho do Presidente, como presidente executivo, ter estado a ser difícil de vender aos mercados e analistas", que também olham com "inquietação" para a escolha de uma única empresa de gestão de ativos, baseada na Suíça, e fundada por Jean-Claude Bastos de Morais, descrito pela Economist Intelligence Unit como "um privilegiado parceiro de negócios" do presidente do Fundo.
Num comunicado de imprensa colocado na sua página na Internet, relativamente a esta atribuição, o presidente do Fundo, José Filomeno dos Santos, afirma que "a nota positiva do Índice de Transparência Linaburg-Maduell evidencia o compromisso do FSDEA com na aplicação dos princípios recomendáveis e as boas práticas de gestão, definidos pelos Princípios de Santiago, em todos os aspetos da sua governação e atividades" e acrescenta que "esta classificação é um marco importante para o Estado Angolano e demonstra o compromisso do FSDEA com a prestação de um serviço responsável e eficiente para o benefício das gerações atuais e futuras de Angolanos".
Entre outros fundos lusófonos que aparecem na tabela, destaque para os nove pontos do Fundo brasileiro e para os oito obtidos pelo Fundo de Timor-Leste. Lusa