sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Economia cresceu em 2014 acima das previsões, diz FMI
As receitas fiscais da Guiné-Bissau em 2014 subiram acima das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou esta quarta-feira o chefe de uma comitiva daquela organização que visitou o país. "Comparando com as receitas de 2013, incrementaram 60%. Isto é um desempenho importante e muito encorajador", referiu o economista Félix Fischer, em conferência de imprensa, em Bissau.
O novo Governo tomou posse em Julho, após dois anos de crise que se seguiram ao golpe de Estado de 2012. A previsão apontava para um incremento de 40% na arrecadação fiscal, mas o número foi superado e isso traz vantagens para a Guiné-Bissau, referiu o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins.
"Com estas receitas, [o Estado] liquidou os atrasados de dívida externa, o que é importante porque abre caminho para novos financiamentos dessas organizações, que, em alguns casos, já tinham fechado as portas à Guiné-Bissau durante vários anos", referiu.
Geraldo Martins ilustrou o cenário: "é como se tivéssemos roupa nova e pudéssemos agora apresentarmo-nos diante dessas organizações e dizer: temos projetos para solicitar financiamento". O aumento de receitas é atribuído a um controlo reforçado de mercadorias e à criação de um comité de tesouraria para as finanças públicas, entre outras medidas.
A avaliação positiva do FMI surge pouco tempo antes na mesa redonda de doadores, promovida pelo Governo da Guiné-Bissau, para o próximo dia 25 de março, em Bruxelas. No encontro em que o Governo vai procurar parceiros para a estratégia de desenvolvimento do país, "o FMI joga um papel informativo", referiu Félix Fischer.
A missão que quinta-feira termina a visita a Bissau serviu para apreciar a situação do país depois de em novembro ter recebido um empréstimo do FMI. Na altura, foi aprovado um montante de 5,4 milhões de dólares (4,7 milhões de euros) ao Governo da Guiné-Bissau para fazer face às despesas urgentes e para pagamento de parte da quota do país para com aquela organização.
Até final do primeiro semestre, uma nova missão deve deslocar-se ao país para preparar um plano de financiamento distribuído por vários anos. Lusa