sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

DENÚNCIA: A (des)Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau


"Caro AlY

Desejo-lhe tudo de bom e que o seu regresso seja para breve. Envio-lhe este excerto para publicar no seu e nosso Blog Ditadura do Consenso.

Pensei que já tinha idade suficiente para não me surpreender com nada do que se faz em Guiné-Bissau mas enganei-me redondamente.

Há um mês atrás, numa conversa de vizinhos, um Pai muito irritado (e com razão) dirigiu-se a mim para desabafar do seguinte; O seu filho beneficiou duma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian atribuído a Estado da Guiné-Bissau, que consequentemente, distribuiu-as mediante um concurso público realizado em 2001 (de que muitos ainda se lembram), tendo ido cursar medicina em Portugal.

Este jovem Médico hoje de regresso ao País, segundo apurei junto dos meus sobrinhos que também beneficiaram da mesma bolsa para Portugal, foi UM DOS melhores Guineenses alguma vez formado naquele País irmão (não é todos os dias que se encontra um Médico formado em Portugal com distinção de MUITO BOM no seu diploma e inclusive inscrito na Ordem dos Médicos Portugueses.

Até aqui tudo normal, não fosse o caso da (Des)Ordem dos Médicos e dos Farmacêuticos da Guiné-Bissau não o reconhecer o exercício da Profissão Médica na Guiné-Bissau.

Vamos resumir isto. Um Jovem Médico guineense formado numa Universidade Pública de Portugal mediante uma bolsa de estudo que lhe foi atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian através do Estado da Guiné-Bissau, tendo resistido a tentação materialista da Europa e decidiu cumprir com a sua promessa de regressar ao País e dar o seu contributo como cidadão.

Contudo, ainda hoje não o pode fazer porque um grupo de “velhas guardas” apoderaram-se daquilo que devia ser uma instituição digna da designação “Ordem dos Médicos” acharem que reconhecer com brevidade exigível o seu Diploma e consequentemente permitir-lhe exercer medicina, seria incentivar o regresso maciço dos outros médicos o que aumentaria a concorrência e a qualidade do exercício médico e reduziria as suas cotas no mercado.

Ora, por que raio de água estamos sempre a choramingar pelo facto de Portugal reduzir o número de doentes que aceita para Juntas Médicas, para serem tratados pelos Médicos que estudaram na mesma faculdade com os que nós não reconhecemos?

Como é que é possível Guiné-Bissau solicitar bolsas para formação de quadros Médicos em Portugal, ao mesmo tempo que fecha os olhos estes atos da (Des)ordem dos Médicos da Guiné-Bissau que não os reconhece depois de terminarem a formação? Se não reconhecemos o nível da formação dada em Portugal, porque é que lhes pedimos ou aceitamos as suas bolsas?

Porque é que um Médico formado em Portugal tem de esperar em média 6 a 12 meses para que o seu diploma seja reconhecido pela (Des)ordem dos Médicos da Guiné-Bissau, quando os formados em Guiné-Bissau, na China, em Cuba, na Russia etc… esperam em média uma a duas semanas?

Quem, a não ser um verdadeiro patriota, deixaria Portugal onde já estava integrado a exercer medicina para vir meter-se nesta disfuncionalidade?

Peço a quem de direito, que tome medidas para pôr termo a estas práticas nefastas para o nosso sistema de saúde.

Um cidadão indignado."