Terias
De ser um arrozal do meu Sul
Para me alimentar
Uma palmeira alta e esguia
Para me saciar a sede
Um mar fundo de vida
Um sopro violento na alma
Quando aqui chegaste
Eram só afagos, atenções
As manhãs eram claras e
Ensolaradas
Os campos vastos e verdejantes
Hoje há nuvens a anunciar
O vento
Vês em todos o melhor e o pior
Que quererás?
Havias de querer estar um dia
Quando os rapazes se fizerem
Homens
As mulheres
Mães
Terias de ser
Tudo aquilo que eu não escrevi
Para assim tudo contares
António Aly Silva/Out/2010