quinta-feira, 7 de abril de 2016

DETENÇÃO FURADA: Advogado do JBV acusa PGR de tentar 'humilhar' o governante


O advogado Carlos Pinto Pereira denunciou publicamente a tentativa de detenção do secretário de Estado dos Transportes e Telecomunicações, João Bernardo Vieira. por parte do Procurador-Geral da República, Sedja Man.

Carlos Pinto Pereira disse que a intenção do António Sedja Man visa unicamente "humilhar um cidadão que está a fazer um trabalho meritório" em prol do povo. "Trata-se de tentativa de perseguição política", disse o advogado, que acrescentou "não haver flagrante delito, nem desobediência, nem motivo para o efeito. São apenas falsos protestos" - acusou Carlos Pinto Pereira.

OPINIÃO AAS: STJ - uma questão importante


O Acórdão 3/2016 do Supremo Tribunal de Justiça, que declarou 'inconstitucional na matéria e na forma' quanto à perda de mandato dos 15 deputados expulsos do PAIGC, deixou de fora algo muito importante:

A questão da figura do Deputado independente.

Não se sabe se de propósito ou por falta de argumento, mas contudo passível de permitir uma nova acção de perda de mandato por via da Plenária da ANP, onde os 15 não tomarão parte, por interesse que têm no assunto.

Ou seja, por não poderem ser árbitros em causa própria. Neste momento, o gabinete jurídico da ANP está a trabalhar em velocidade de cruzeiro na blindagem da fundamentação jurídica.
AAS

OPINIÃO: Prisão do JBV? Inconstitucional!



"Aly,

Isto é inconstitucional se não for algo muito grave é um crime fácil de provar, algo bastante óbvio. Somente em casos de flagrante delito que corresponda a pena igual ou superior a 2 anos é que PGR tem direito de o deter e tem que ser por um crime sem duvida.

AQUI

ARTIGO 82° deve proteger JBV

1- Nenhum deputado pode ser incomodado, perseguido, detido, preso, julgado ou condenado pelos votos e opiniões que emitir no exercício doses mandato.

2- Salvo em caso de flagrante delito a que corresponda pena igual ou superior a dois anos de trabalho obrigatório, ou prévio assentimento da Assembleia Nacional Popular, os deputados não podem ser detidos ou presos por questão criminal ou disciplinar, em juízo ou fora dele.

Para memória futura "E tenho uma resposta para a minha obstinada rejeição. A mesma que tive sempre: 'Porque não me apetece, foda-se!'" Fidel Castro Ruz

ANP - COMUNICADO DE IMPRENSA


Assembleia Nacional Popular

Gabinete do Presidente

COMUNICADO DE IMPRENSA

A Assembleia Nacional Popular foi notificada do Acórdão Nº3/2016 do Supremo Tribunal de Justiça na veste do Tribunal Constitucional que declara a inconstitucionalidade material e formal da Deliberação nº1/2016 de 25 de Janeiro da Comissão Permanente.

Como facilmente se depreende, essa decisão não expressa a interpretação assumida pela Comissão Permanente como fundamento para a decisão de perda de mandato dos 15 (quinze) deputados.

Contrariamente a posição assumida por unanimidade pelos Juízes Conselheiros no Acórdão Nº2/2016, tornada pública há 2 (duas semanas) atrás, isto é, dia 22 de Março de 2016, que a despeito de objecto da fiscalização constitucional dispôs o seguinte:

“…Na verdade, se verificar a violação do direito fundamental ora reivindicado pelos requerentes, em primeiro lugar, é a própria Constituição da República que não prevê os outros mecanismos de fiscalização de atos não normativos, tais como as decisões judiciais, as deliberações de outros órgãos públicos, eventualmente inconstitucionais...

e mais adiante conclui:

“…Esta Tese é a verdade pura, mas os requerentes não devem olvidar que é a Constituição da República que estabelece o catálogo dos direitos fundamentais num Estado de Direito e é a mesma Constituição que prevê mecanismos de garantia e protecção efetiva desses mesmos direitos, e quando não os prevê estamos, no entanto, perante um défice grave na consagração constitucional de instituto de garantia de protecção dos direitos fundamentais, tão-somente ultrapassáveis através da alteração ou modificação da Constituição, adequando-a aos hodiernos valores de defesa e protecção desses direitos”,

a decisão proferida no Acórdão Nº3/2016.

“… A determinação do conceito de norma para efeitos de fiscalização da constitucionalidade, reconduz necessariamente, de acordo com o novo pensamento jus-constitucionalista com aplauso para a jurisprudência hodierna, a uma fórmula denominada de conceito funcional da norma. Trata-se de uma doutrina que estabelece um critério que valoriza o objeto da fiscalização em função do juízo que o Tribunal o atribui no âmbito da realização da justiça”,

contraria de forma flagrante e clara a doutrina que sufragou no Acórdão n.º 2/2016.

Não obstante a manifesta contradição entre os dois Acórdãos e a repentina evolução na Jurisprudência do STJ, sem que se verifique de facto os pressupostos do citado Acórdão Nº2/2016, a Assembleia Nacional Popular, como sempre, norteada por princípio de Estado de Direito Democrático, consubstanciado, neste caso concreto, na decisão do órgão Judicial competente, vem reafirmar mais uma vez, o seu respeito e observância pela decisão proferida.

Bissau, 07 de Abril de 2016

Assessoria de imprensa do Gabinete
do Presidente da Assembleia Nacional Popular

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CPLP/BRASIL: Assembleia Parlamentar encerra hoje


Após intensas discussões nas comissões especializadas, nos Grupos Nacionais, na Conferência dos Presidentes dos Parlamentos e durante a primeira, de duas sessões plenárias agendadas, a VI Assembleia Parlamentar da CPLP (AP CPLP) encerra nesta quinta-feira, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Nesta quinta-feira, o destaque da agenda será a eleição do novo presidente da AP CPLP para o período 2016/2018. Nesta segunda reunião plenária, o presidente cessante da organização, Fernando da Piedade Dias dos Santos, vai passar a pasta ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para exercer o mandato de dois anos.

À luz dos estatutos da AP CPLP, este mandato é feito de forma rotativa e caberá ao Brasil assumir a presidência, apesar do adverso cenário político em que se encontra, depois de instalada a crise institucional com a operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal.

AInda nesta quinta-feira, a agenda prevê a aprovação do Plano de actividades para o período 2016/2018, a criação do Grupo de Parlamentares para o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP e a eleição do primeiro e segundo secretários da Mesa da AP CPLP.

A agenda prevê igualmente uma comunicação sobre a Diversificação da Economia em Angola, na senda de debates temáticos que se iniciaram quarta-feira, com prelecções do Brasil, da Guiné Bissau e Guiné Equatorial.

O centro do debate recaiu para a situação política na Guiné-Bissau, que fez uma apresentação circunstancial, aos deputados da CPLP, sobre as razões da crise institucional e os cenários políticos naquele país.

Além da leitura do comunicado final, prevê-se hoje uma Moção de Apoio e Solidariedade aos Governos e Povos da Guine-Bissau e Moçambique na resolução de conflitos e os discursos de Fernando da Piedade Dias dos Santos (presidente cessante) e de Eduardo Cunha (novo presidente).

A VI Assembleia Parlamentar da AP CPLP decorre em Brasília, com a participação de mais de 50 deputados, de sete estados membros da comunidade. Cabo Verde é o único ausente e a Guiné Equatorial o mais novo participante da AP CPLP.

O encontro decorre sob o tema "Paz e Desenvolvimento na CPLP" e fez, entre outras actividades, o balanço dos resultados obtidos no período 2013/2016 e perspectivar o mandato para 2016/2018.

O evento decorre diante de um cenário político e económico, no país anfitrião, considerado crítico e incerto, pois a economia do Brasil é fortemente afectada, devido à queda da credibilidade do governo e da sua equipa económica, face à reprovação das medidas de ajustes fiscais. ANGOP

O Islamismo na África Lusófona


Politólogo e arabista, Raul Braga Pires defende que nos países africanos lusófonos como a Guiné-Bissau e Moçambique, as populações muçulmanas não aderem em massa a movimentos extremistas islâmicas devido à convivência com o colonialismo português e a possíveis memórias de clandestinidade durante a guerra pela independência.

Ouvir AQUI

Raul Braga Pires diz que quer a Guiné-Bissau quer Moçambique são plataformas logísticas para alavancar actividades terroristas de cariz islâmico, mais do que locais para angariar novos membros para organizações terroristas como DAESH, Al-shabab, al-Qaeda ou Boko Haram. O especialista conversou com a Ana Guedes. VOA

PRISÃO FALHADA: Mais uma do PGR


"Caro Aly

O insólito estava para acontecer ontem, quando o PGR Sedja Man, querendo demonstrar trabalho ao Presidente JOMAV, caiu na loucura total de dirigir pessoalmente uma operação para proceder à tentativa de detenção ilegal e sem fundamento de um membro do Governo - O João Bernardo Vieira, que o único crime que cometeu foi trabalhar, trabalhar e trabalhar.

Este país é de facto sui generis. O PGR veio aqui à Polícia Judiciária pessoalmente entregar uma carta à Directora da PJ e cujo o teor era para requisitar 4 homens dizendo que era para uma operação especial sem especificar o objectivo final.

Os homens foram requisitados e deduzo que porque a combinação com o juiz de instrução criminal já tinha sido feita para assim que chegassem com o JBV decretassem prisão preventiva para o humilhar na praça pública. Felizmente tal não não acontecesse porque o JBV já tinha saído do trabalho e da sede do PAIGC onde DSP acabara de fazer uma conferência de imprensa.

Pessoalmente, como elemento da PJ, não percebo toda esta perseguição a um membro do Governo, principalmente a este, que tem demonstrado trabalho que não víamos há muitos anos. Seria bom que nos dissessem o que é que este rapaz tem de especial para estarem sempre em cima dele. Agora estamos todos curiosos para ver as provas do acto ilegal que ele cometeu.

Estou há seis anos na PJ e sei como é que este país tem funcionado. Quando te querem afastar de cena fabricam coisas e depois lançam na rua para te descredibilizar e isso fica colado a ti. Mas depois ninguém vem desmentir isso e ficas com uma nódoa para o resto da vida. Tenho pena deste rapaz, sinceramente!

Tenho um amigo magistrado do Ministério Público que me disse claramente que isto é perseguição para o desorientar, intimidar e desmoralizar. E não é só ao JBV. Mas segundo ouvi dizer, o JBV disse na audição que se pensam que o vão intimidar estão completamente enganados. Ele vai continuar a trabalhar cada vez mais e com maior determinação e confiança. E que ninguém o irá fazer chantagem mesmo que ele tenha que morrer mas não se sentirá intimidado nunca.

Segundo este magistrado que participou na audição dele da única vez que foi chamado, o JBV disse que todo o guineense que tiver provas de que ele meteu um franco do Estado no bolso que as apresente para que todo o mundo veja e saiba do crime que cometeu. Caso contrário, que o deixem trabalhar para o bem da nossa nação.

PS: ALY peço a Deus que te dê vida e saúde porque tens feito um trabalho notável meu irmão.

Agente da Polícia Judiciária
"

quarta-feira, 6 de abril de 2016

OPINIÃO AAS: JOMAV perdeu esta batalha e… todas as outras batalhas


Ao demitir o governo de Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau apresentou basicamente dois argumentos: a corrupção e a perda de confiança política no Chefe do Governo.

Em relação ao primeiro argumento, não só foi incapaz de provar qualquer acto de corrupção do governo demitido como se recusou a colaborar com a Comissão de Inquérito criada pela ANP para averiguar as suas acusações.

Quanto ao segundo argumento, pode-se dar o benefício da dúvida na sua avaliação, já que a Constituição dispõe que o Primeiro-ministro é politicamente responsável perante o Presidente da República e a interpretação de quebra de confiança política é meramente subjectiva.

Contudo, diante de sérias dúvidas quanto à bondade destes argumentos, um leque enormíssimo de vozes, quer dentro quer fora do país, tentaram em vão demover o Presidente da República da sua intenção de demitir o governo de DSP com o receio de que o acto político poderia ameaçar a concretização dos fundos prometidos na mesa redonda de Bruxelas e recolocar o país numa nova espiral de instabilidade política.

Jomav ignorou todos os apelos vindos de vários partidos políticos, da sociedade civil, dos líderes religiosos e tradicionais, do presidente senegalês Macky Sall, do seu homólogo Alpha Condé, do secretário-geral da ONU Ban Ki Moon, e de tantos outros.

Ao preservar na sua determinação de derrubar o governo de DSP (coisa que durante a campanha eleitoral jurara a pés juntos que nunca iria fazer), Jomav avocou a si o ónus da estabilidade política.

Isto é, assumiu o risco de que, a partir daquele momento, ele seria o único responsável pela estabilidade política na Guiné-Bissau. O risco era elevado, mas a perseverança de Jomav fazia pensar que ele sabia o que fazia e tinha o controlo da situação. Estava enganado ou deixou-se enganar.

O seu plano falhou redondamente. Desde 12 de Agosto de 2015 que o país entrou num ciclo de instabilidade política absolutamente desnecessário e não consegue sair dele – dois meses sem governo, nomeação de um governo inconstitucional, anulação do acto pelo STJ, nomeação de um governo incompleto (há quatro meses sem Ministro da Administração Interna e Ministro dos Recursos Naturais), transferência da luta política para o Parlamento, disputas sobre aprovação ou rejeição do programa do governo, actos de vandalismo no Parlamento, disputas nos tribunais, etc.

Perante tudo isto, o presidente parece ter sido apanhado num turbilhão inesperado que ultrapassa a sua capacidade de reacção. Ele, que é suposto ser o árbitro de todo o processo político já deixou transparecer que não tem uma porta de saída airosa para a crise por si criada.

De comunicados inoportunos e mal articulados da Presidência da República a iniciativas tardias e frouxas de diálogo político, Jomav cimenta a cada dia que passa a impressão de que fez o país refém de propósitos mesquinhos e não sabe o que fazer para o tirar do imbróglio em que o meteu.

Constitucionalmente Jomav ainda tem armas para resolver o problema. Só que essas armas viraram armas de arremesso. Para voltar a derrubar o governo terá que fornecer uma boa justificação (algo que não tem) e o resultado será sempre voltar a entregar o poder ao PAIGC. Neste cenário, Jomav sofreria um sério desgaste político e consolidaria a sua imagem de factor de instabilidade política.

Se dissolver o Parlamento, baralha todo o jogo mas ele próprio entrará na disputa eleitoral. Perante tudo o que está a acontecer, ninguém no seu mais perfeito juízo colocará a hipótese de que se possa clarificar o jogo político sem que o próprio Jomav vá às eleições. Este é o seu grande dilema hoje: a derrota, amanhã.

O que lhe resta? Pouca coisa. Jomav está cada vez mais isolado e o seu capital político erodiu dentro e fora das nossas fronteiras. Os populares não o respeitam; os músicos atiram toda a ira nacional contra ele em canções extremamente agressivas e desrespeitosas; os blogues vilipendiam-no diariamente.

O homem vive num absoluto hermetismo, reflexo da sua incapacidade de lidar com as populações. Nos seus dois anos como Presidente da República não visitou uma única região do país.

O seu único vai vem é entre o Palácio luxuosamente pago por terceiros e Calequisse, uma vila no meio de nenhures, sem uma única estrada. Os seus pares da sub-região não querem tratar com ele; internacionalmente, está muito mal visto (um alto funcionário das Nações Unidas comentou em tempos que nunca nos seus 24 anos na ONU tinha visto um Presidente da República que perdeu credibilidade internacional em tão pouco tempo).

A pergunta que muitos fazem agora não é se Jomav vai ter um segundo mandato, mas sim se vai terminar este. Em todo o caso, se conseguir terminar este, poderá agradecer aos deuses (ou aos Irãs em que muito acredita) de ter tido essa sorte. AAS

URGENTE: Sr. Presidente da República, José Mário Vaz: Dissolva o parlamento, e convoque eleições GERAIS no prazo que a lei determina. Isto ainda vai rebentar-lhe nas mãos! Quem avisa...AAS

CRISE POLÍTICA: Onde se vão sentar os 15 deputados? (pa é sinta na tchon, ma na baranda!)


Começam a surgir reacções ao acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que considerou como nula e inconstitucional - na forma e na matéria - a deliberação do Parlamento guineense em expulsar 15 deputados do PAIGC, o partido no Governo. O problema agora é o de saber onde eles se vão sentar.

O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, afirma que o seu partido ainda espera por um esclarecimento do Supremo Tribunal para que se possa saber com clareza a quem pertence o mandato : Se aos 15 deputados ou se é ao próprio partido.

Para o PAIGC, esta clarificação é a questão - chave de todo este imbróglio político-jurídico. No entanto, o PAIGC está disposto a acatar a decisão do Supremo Tribunal. Os advogados do Parlamento dizem, por seu lado, que foram surpreendidos com a decisão do Supremo Tribunal porquanto consideram-na de contraditória e pouco pedagógica.

Para os advogados que representam o Parlamento guineense, a questão agora é saber em que bancada os 15 deputados se vão sentar, já que não existe a figura de deputado independente no hemiciclo. RFI

ORGANIZAÇÃO DAS MEDALHAS UNIDAS: Com o País em chamas, o que faz a UNIOGBIS? Entrega medalhas aos polícias...da ONU! Acontece amanhã, ou depois eu nem sei! É o Trovoada a comemorar a 'vitória' do JOMAV junto do STJ...Tenham mas é vergonha! AAS

CRISE POLÍTICA: Organizações pedem compromissos


Duas das mais representativas organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, a Liga dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, pediram esta quarta-feira à classe política compromissos para resolver a crise política e evitar a via judicial.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, e o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que agrupa mais de 100 organizações), Mamadu Queitá, congratularam-se com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a ordem de substituição de 15 deputados no Parlamento.

Os dois dirigentes da sociedade civil guineense consideram, no entanto, que a solução da crise política passa pelo diálogo e por compromissos entre os atores políticos.

Tanto Mamadu Queita como Augusto Mário da Silva dizem que “já se previa” que o STJ, na função de Tribunal Constitucional, declarasse inconstitucional a decisão de substituição dos deputados, decretada pela comissão permanente do Parlamento guineense.

“Logo do início mostrámos as nossas dúvidas sobre a legalidade da decisão da comissão permanente”, observou Mamadu Queita, corroborado por Augusto Mário da Silva, que lembrou que a sua organização “foi das primeiras” a considerar inconstitucional a medida.

“A Liga foi das primeiras organizações a pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade dessa decisão do Parlamento. Agora, a decisão do Supremo reflete a realidade jurídica do país sobre a matéria”, defendeu Augusto Mário da Silva.

Para a Liga dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, o caminho agora é no sentido de o Parlamento aceitar o veredicto do STJ, reintegrar os 15 deputados nos seus lugares e ainda incentivar o diálogo entre a classe política.

Tem que haver compromisso político e cedência das partes, notaram os dois dirigentes, ambos juristas de formação. Na busca de compromissos, o Movimento da Sociedade Civil tem previsto um encontro ainda hoje com a direção do PAIGC, partido no poder. Lusa

ÚLTIMA HORA: Angola acaba de pedir ajuda externa ao FMI e solicitou um programa de assistência para os próximos três anos. AAS

OPINIÃO: A propósito do Acórdão do STJ


"Todos podemos falar da Justiça, mas só os Juristas podem falar do Direito.
Todos podemos falar da Saùde, mas só os medicos podem falar da medecina.

Na Guiné-Bissau, estamos habituados a interpretar coisas, acontecimentos, factos segundo interesses nossos. E assim está a acontecer relativamente ao Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça a respeito da queixa dos 15 Deputados expulsos.

O que diz o Acórdão do Suprêmo Tribunal de Justiça para o comum dos Guineenses perceberem?

O Supremo Tribunal de Justiça disse duas coisas:

Não compete a um Tribunal de Vara Civil tratar dos assuntos de natureza de organização do Poder institucional. Sendo assim, a decisão do Tribunal pronunciado pelo Juiz Lassana Camara é nula, quer dizer nunca existiu e não pode produzir nenhum efeito juridico. A única decisão valida judicial valida a propósito do caso dos 15 Deputados é a decisão do Juiz Injolano que mandou substituir os 15 deputados.

A Assembleia Nacional Popular, orgão politico máximo da Nação pode tomar qualquer ato de natureza politico desde jà que respeita as Leis da República e procedimento para tal. Isso que dizer que a Assembleia Nacional Popular pode expulsar Deputados conforme os trâmites do Regimento do Parlamento. Agora neste caso o Parlamento agiu através da sua Comissão Permanente e não a Plenária.

O Acórdão convida simplesmente para que a expulsão seja pronunciada pela Plenária para produzir os devidos efeitos, o que não implica que voltamos à situação «ante» ou seja interior à expulsão porque o Acórdão não declara a nulidade da expulsão. O Acórdão simplesmente condiciona para que a expulsão possa produzir efeito que seja pronunciada pela Plenária da Assemblia. Ou seja, condicionando a expulsão ao voto da Plenária, não tem efeito suspensivo sobre a decisão da Comissão Permanente do Parlamento.


Vamos dar um simple exemplo para que as pessoas percebam.

Um ladrão foi apanhado a roubar, e os populares decidem levá-lo perante um Juiz. A reação normal do Juiz não será de julgar o ladrão de imediato. O Juiz vai pedir que o bandido seja levado à policia Judiciária que dará entrada da queixa respeitando os tramites de procedimento antes de apresentar o ladrão perante o Juiz para ser julgado. Isso não quer dizer que o Juiz, enviando o bandido sob custódia da policia, soltou ou deu razão ao ladrão.

Anónimo


O que aconteceu no Supremo?


Fontes fidedignas confirmaram ao Ditadura do Consenso, que muita coisa aconteceu no Supremo Tribunal de Justiça durante todo o dia de ontem. "O ambiente foi de cortar à faca entre os juízes, depois de a maioria ter conhecimento das movimentações pouco claras do Saido (Baldé) e outros juízes".

"Houve alterações no texto mais do que uma vez", confirmou uma das fontes, e o primeiro relator do processo (juiz sorteado), inicialmente tinha uma posição a favor da ANP. Com a entrada do Saido (Baldé) e movimentações da (Maria do) Céu Monteiro mudou da ideia".

Um juiz confidenciou ao DC, que perante a tensão e a desconfiança geradas, alguém aconselhou para que, em processos futuros, todos pautassem e concentrassem "num julgamento estritamente jurídico e que deixassem a política de lado".

E, juridicamente, concordaram que a plenária da ANP é a única entidade competente para julgar e decidir sobre os destinos dos 15 deputados. "Assim, todos ficaram bem - com Deus e com o Diabo", rematou a fonte do DC. AAS

terça-feira, 5 de abril de 2016

Acórdão do STJ: E agora?


O Supremo anulou a sentença do juiz Lassana Camará. Não reconheceu a competência do Lassana para julgar a constitucionalidade em causa. Assim, fica sem efeito. O único acórdão válido neste momento é o do juiz Injolano que manda substituir os 15.

Com a decisão agora do Supremo Tribunal de Justiça, a plenária da ANP vai decidir sobre o destino dos 15 deputado. Assim, o impostor Lassana Camará, apesar da encomenda e mau trabalho prestado ao país, viu a sua insignificância falar mais alto.

Leitor identificado

OPINIÃO AAS: Um país às avessas e fora de controlo


Finalmente saiu o muito esperado e falado acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O sentimento é agridoce, o sofrimento duplo. Além de tardia, com esta decisão dos juízes, esse sofrimento torna ainda mais doloroso o sofrimento do povo da Guiné-Bissau.

Não era este o resultado esperado pela maioria do povo guineense. Independentemente da justeza do Direito e a técnica da causa, esperava-se mais uma decisão pedagógica por parte dos juízes do STJ. Aliás, tornado público o acórdão que anulou a nomeação do Baciro Dja como primeiro-ministro, o STJ deixou bem vincado que, para além de não admitir qualquer violação da Constituição da República, repudiou e condenou as manobras pouco éticas que levaram à queda do Governo de PAIGC liderado por Domingos Simões Pereira (ou seja, o STJ sabia e recusou a trapaça montada para derrubar o DSP).

Findo o primeira round e derrotados os mesmos protagonistas (JOMAV e a sua trupe), estes continuaram a batalha, maquinando todo o tipo de conspiração para derrubar o governo. Esta luta tornou-se mesmo numa questão da vida ou de morte para o JOMAV, que tinha como principal objetivo eliminar o PAIGC (partido a que ingloriamente pertence - e que traiu) da governação.

O palácio da República tornou-se à luz do dia o centro comercial do entra e sai, das reuniões de conspiração políticas e encomendas terríveis, tudo para deitarem as mãozinhas aos milhões prometidos em Bruxelas. Desde políticos, passando pelos juízes, analistas, sindicatos, associações e figuras da sociedades, todos foram convidados para ajudarem na consumação do derrube do PAIGC/Governo do DSP.

É sabido como o STJ foi cortejado e bajulado durante este tempo pelo pessoal da presidência. Até trouxeram a Céu Monteiro, ex-presidente do STJ, com o fito de convencer. Num outro país civilizado, o presidente do STJ teria denunciado o presidente JOMAV e o seu staff por tentativa de aliciamento.

Um presidente que emprega o seu tempo desde que foi nomeado na consumação do seu projeto político que passa primeiramente pelo afastamento do DSP e o PAIGC da governação do país. Todos assistimos - comunidade internacional incluída - serenamente e sem ninguém fazer nada, o JOMAV a conspirar contra o próprio Estado. Um presidente da República ACUSADO do desvio de 12 milhões de dólares de Angola - e ainda assim, um presidente da República...

No início do ano, os procuradores da PGR e do Tribunal de Contas foram demitidos serena e sumariamente pelo presidente por estes não preencherem os requisitos para o acompanharem na sua luta. Quantos aos substituídos, estamos falados e se alguém tem dúvidas que repita a cassete.

Organizadamente, os 15 deputados decidiram formalmente e sem nenhum pudor ou ética moral, no seu doentio objectivo de derrubar o governo: votaram contra o seu próprio partido (?) nas questões fundamentais da governação - programa de Governo e Orçamento de Estado. Não serão deputados - são autênticos párias a quem a ira de Deus um dia fará a justiça que os Homens desdenharam.

Todos sabemos porque o fizeram e qual é a finalidade de tal acto, perante tudo isso, esperava-se dos homens e mulheres da batina preta, na redacção da decisão, UM CUNHO PEDAGÓGICO à semelhança de vários recados dados nas entrelinhas no acórdão que anulou a queda do governo do PAIGC/DSP. Apesar desse acórdão ser uma autêntica bíblia que merece ser estudada pela geração vindoura, o JOMAV continuou a sua luta.

O benefício da dúvida fica para o STJ, e a questão que se coloca agora é a seguintes: Porque é que o Supremo Tribunal de Justiça CAUCIONOU a CONSPIRAÇÃO do presidente da República contra o Estado da Guiné Bissau? AAS

STJ/Acórdão 3/2016: Inconstitucional (A Maria do Céu ganhou...a batalha. Não a guerra.)


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URGENTE: Sr. Presidente da República, José Mário Vaz: Dissolva o parlamento, e convoque eleições GERAIS no prazo que a lei determina. Isto ainda vai rebentar-lhe nas mãos! Quem avisa...AAS

EXCLUSIVO DC: STJ baralha e volta a dar


O Acórdão do STJ deve sair esta tarde mas o DC pode avançar que foi declarada uma inconstitucionalidade orgânica. Isto é, o STJ disse que o órgão que tomou a decisão não é o órgão competente para tal.

Ou seja, que a comissão permanente da ANP não pode decidir da perda dos mandatos dos 15 deputados, mas sim a plenária. Agora a decisão volta de novo para a ANP para ser decidida em plenária, mas sem os 15 deputados, que são o objecto da decisão.

Os 15 deputados expulsos do PAIGC, confirmada pela ANP, não poderão votar dentro da plenária. Isto tudo significa que este problema todo vai atrasar o país mais uns 'míseros' três meses. AAS

LIVRO: Estratégias de vivência e de sobrevivência em contextos de crise: Os Macanhas na cidade de Bissau




QUANDO? Dia 8 de Abril
A QUE HORAS? Às 18h00
ONDE? Centro cultural Português.

"Lutas pelo poder vão continuar" na Guiné-Bissau


Um investigador alemão considerou que a atual crise política na Guiné-Bissau deve manter-se, já que "as lutas pelo poder vão continuar", acrescentando que o Presidente guineense não tem contribuído para a estabilização da situação no país.

"O Presidente parece insatisfeito com o seu papel na política guineense porque ele tem um posto meramente representativo mas quis ter mais influência na política. O Presidente vai continuar a não contribuir para a estabilização da situação porque, no fundo, foi ele que iniciou toda esta crise", referiu Christoph Kohl, especialista em tópicos relativos à Guiné-Bissau.

Em declarações à agência Lusa, o investigador da Fundação alemã de Estudos da Paz e Mediação de Conflitos (Hessische Stiftung Friedens und Konfliktforschung) disse "ser muito difícil ver uma saída deste impasse", mas aplaudiu o contributo da diplomacia internacional para a estabilização da crise na Guiné-Bissau.

"Os fatores de instabilidade estão lá, mas há uma forte pressão de vários lados para escolher uma resolução pacífica e democrática. A comunidade internacional pressionou o Governo guineense e atores políticos para escolherem caminhos pacíficos", referiu.

Delegações do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), da União Africana, da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e da Comunidade Económica para o Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) visitaram Bissau para acompanharem a crise política que se vive no país.

O académico frisou também que a sociedade civil guineense tem tido um papel fundamental na atual conjuntura "porque tem procurado um caminho pacífico para a sua resolução", tal como a população "que não está satisfeita com o modo governativo do Presidente".

"A população é capaz de falar das questões políticas de uma forma aberta, que é algo que não se vê em Angola, por exemplo. Claro que existem muitas falhas nas administrações públicas, polícia, militares, justiça, existe muita corrupção. Contudo, também vemos muitos atores do Estado e fora dele a tentarem encontrar soluções para as falhas do país", acrescentou.

Kohl acrescentou que as marcas do colonialismo ainda estão presentes na Guiné-Bissau e que se podem traduzir em abusos de poder e posturas autoritárias.

"Existem muitas pessoas que ainda revelam uma atitude autocrática, que são reminiscências da época do colonialismo. Mas é importante referir que durante o colonialismo, Portugal vivia numa ditadura. Como podiam os guineenses aprender sobre democracia, se Portugal vivia numa ditadura?", questionou o académico.

A Guiné-Bissau encontra-se numa crise política desde agosto de 2015 quando o Presidente, José Mário Vaz, destituiu o então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, dando início a um confronto político com o PAIGC, partido do Governo, afetando o funcionamento do Parlamento e de outras instituições do país. Lusa

Guiné-Bissau está desconfigurada há 18 anos por causa de uma guerra


A guerra civil de 1998 a 1999 na Guiné-Bissau (também chamada de guerra de 07 de junho, dia em que começou) criou um "precedente de desconfiguração do Estado" de tal forma violento que prevalece até hoje, defende o sociólogo Dautarin da Costa, 34 anos.

Gerou-se uma descrença nas instituições do Estado que ainda não foi ultrapassada e que alimenta a ineficácia das próprias instituições, uma espécie de círculo vicioso, acrescenta.

Ou seja, com a guerra de há 18 anos houve uma demonstração de como se podem desfazer as instituições de um Estado - da justiça, à política, passando pela defesa e segurança e pelas áreas de ação social -, sem que até hoje tenha havido quem faça uma demonstração do contrário, de que os organismos do Estado podem funcionar de acordo com as regras e haver desenvolvimento.

Antes da guerra não se vivia "num mar de rosas", mas o país "já se tinha dado conta de que havia erros graves cometidos e era necessário desenvolvimento. Havia pressão interna e externa".

Mas o conflito foi uma regressão: fazendo uma analogia com uma criança, para Dautarin a Guiné "estava a gatinhar". "Foi como se tivéssemos dado um tiro naquela criança que tinha começado a gatinhar com o pretexto de que nunca mais andava". "Deixou de haver criança, morreu, e ficou um vazio", até hoje.

Como consequência, "ninguém acredita nas instituições. Todas as pessoas que querem resolver coisas procuram caminhos alternativos para as resolver, à margem das instituições".

Ao mesmo tempo, depois da guerra civil surgem "novos protagonistas que interpretaram o poder como uma forma de sobreviver dentro de um sistema" -- o que, conjugado com a descrença [nas instituições], faz com que toda a disputa [pelo poder] também seja feita à margem das instituições.

"O que é preciso agora é criar um precedente de configuração do Estado e suas instituições. Mas há atores instalados e retirar estas pessoas dessa zona de conforto é comprar uma guerra", porque são "pessoas que acumularam poder".

E colocar essa "guerra" onde deve estar, num plano "do debate de ideias, sem violência, é ainda mais complicado", acrescenta. "Prevejo muitas dificuldades para alterar isto" e as pessoas que liderarem a mudança "serão incompreendidas e só reconhecidas num período posterior".

Hoje, Dautarin dedica parte do seu tempo de investigação a debruçar-se sobre a Guerra de 07 de Junho, mas na altura em que o conflito estalou, com 16 anos, mal sabia que ia viver emoções extremas que o iam marcar para sempre. "Eu na verdade nunca tinha sentido medo até àquela altura. Tudo o que au achava que era medo era mentira".

"A ideia de que estão a ser disparadas bombas de um sítio e que podem cair onde eu estou e que eu posso morrer ou, pior, ver alguém da minha família morrer... eu experienciei. É medo de verdade", contou à Lusa.

Naquela época percebia-se a cada passo "a fragilidade que é a vida, a nossa existência. Como de um momento para o outro as coisas mudam e nos ficamos sem nada. Ficamos rodeados pelo medo".

Era difícil ser de outra maneira, porque não havia assunto que pudesse suplantar o tema da guerra e dos mortos -- mais de dois mil, num número ainda hoje incerto.

"Foi muito duro. Todos os dias tínhamos histórias de mortes de pessoas que conhecíamos ou situações humanitárias precárias no Hospital Simão Mendes", o principal do país, na capital. "Nunca esperei que a morte estivesse tão presente na minha vida, naquela idade".

A guerra fez com que Dautarin vivesse como um refugiado dentro do seu próprio país, entre a capital e Prábis, localidade a algumas dezenas de quilómetros onde o pai encontrou abrigo para os filhos.

"Sabemos bem o que é ser refugiado: é bem mais forte e dramático do que se possa imaginar. A ideia de teres que fugir sem os recursos que te permitam sobreviver no dia-a-dia, porque queres preservar o teu bem maior que é a vida".

Uma espécie de desespero que ainda se vive na Guiné-Bissau ao se constatar que não se consegue livrar dos atores políticos ou militares que a sujeitam a crises crónicas, com recursos para uma elite e a população quase toda na pobreza.

Hoje, a Guiné-Bissau precisa de "lideranças clarividentes, conscientes e corajosas. Não é fácil. É comprar uma guerra", não bélica, mas difícil de posicionar.

O desejo de Dautarin é que esse confronto aconteça no plano das ideias, nos espaços das intenções, para que se crie um novo precedente de desenvolvimento. Lusa

Olimpíadas 2016: Augusto Midana qualifica-se para o Rio


O guineense Augusto Midana, atleta de luta livre, apurou-se para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, na sequência dos bons resultados alcançados nos Jogos Africanos, competição que decorreu no passado fim-de-semana, na Argélia, onde alcançou uma medalha de ouro na categoria de 74 quilos.

Com a vitória em Argel, Midana conquistou a quarta medalha de ouro, sendo o atual líder africano da referida categoria. Em declarações à Radio Nacional da Guiné-Bissau, Augusto Midana agradeceu o apoio «de todos os guineenses» e prometeu tudo fazer para conquistar a primeira medalha do país em Jogos Olímpicos. Augusto Midana vai, deste modo, participar nas segundas Olimpíadas consecutivas, depois de ter estado em Londres-2012.

China/CPLP: Guiné-Bissau pronto para receber encontro


A Guiné-Bissau vai receber 150 delegações oficiais e empresariais para o encontro de Bissau de empresários da China e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmou recentemente o coordenador do secretariado técnico da reunião.

Ao efectuar o ponto de situação dos preparativos do encontro, o coordenador Bruno Jauad garantiu “tudo está a postos” para acolher em Bissau tanto as delegações oficiais como as de empresários ao longo de três dias, 9, 10 e 11 de Abril corrente.

O encontro vai decorrer sob o lema “Guiné-Bissau: Plataforma para Internacionalização empresarial na África Ocidental” e visa juntar a comunidade empresarial da China e dos países de língua portuguesa para discutir aspectos relacionados com a cooperação económica e comercial.

O encontro é organizado pelo governo da Guiné-Bissau em parceria com o Conselho para a Promoção do Investimento Internacional da China e o Instituto de Promoção de Comércio e de Investimento de Macau (IPIM), contando ainda com a participação do Secretariado Permanente do Fórum Macau.

Esta é a primeira vez, desde a criação do Fórum de Macau, que a Guiné-Bissau vai acolher um encontro empresarial da China com os países de língua portuguesa, devendo o encontro de Bissau contar com delegações oficiais e de empresários de Angola, Brasil, Cabo Verde, China, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.

O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, também designado por Fórum Macau, foi criado em 2003 e tem sede em Macau.

Venezuela e Guiné-Bissau assinam novos acordos de cooperação bilateral


Representantes dos Governos da Venezuela e da Guiné-Bissau assinaram na segunda-feira um novo acordo de cooperação bilateral nas áreas da agricultura, comunicação, defesa, energia e saúde.



O acordo foi assinado em Caracas, à margem de um encontro entre a ministra venezuelana de Relações Exteriores, Delcy Rodrigues, o seu homólogo da Guiné Bissau, Artur Silva, e os ministros guineenses da Defesa e da Comunicação Social, Adiatu Djalo Nandigna e Agnelo Regala, respetivamente.

"Hoje vamos redimensionar a cooperação em distintos âmbitos, o agrícola, saúde, comunicação, educação, energia, segurança e defesa, enquadrados na Agenda Económica Bolivariana", disse a ministra venezuelana aos jornalistas. Lusa

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Cuidar da imagem dos nossos dirigentes


Disse um director de gabinete de imagem de um grande partido político, que é muito difícil disciplinar os nossos dirigentes. Os grandes partidos criaram gabinetes de imagem e aconselhamento da comunicação social, mas não funciona porque nenhum dirigente aceita ser aconselhado como vestir e como falar para a televisão.

Não existe coordenação, cada um fala e quando é para televisão nem tem cuidado de saber como estão vestidos. E este director disse: É por isso que aparecem altos dirigentes a falar para a televisão como foi agora o caso de um deputado, que por uma questão de higiene dentária devia resguardar-se e não brindar os guineenses com aquela imagem dentária toda podre.

E disse mais. Disse, será que estes dirigentes, que viajam ao mundo inteiro, não param uma hora para fazer a limpeza dentária e reconstruírem os dentes e como é o caso desse deputado? Para acabar disse, como é que querem com esta imagem descuidada cativar a nova geração? É por isso que esta nova geração de guineenses adora o DSP.

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domingo, 3 de abril de 2016

Homenagem: CIRO DA COSTA, expoente máximo do futebol da Guiné-Bissau


"Guiné Bissau é dos países africanos de língua portuguesa, o mais próximo do Brasil futebolisticamente."
Prof. Jean POULL, ex-coordenador técnico do Sporting Clube de Portugal



"Para mim, o CIRO está na mesma galeria dos mortos e vivos dos expoentes máximos de futebol mundial. Vi jogar o Maradona, Van Basten, Baggio, Zidane, Romario, Ronaldinho, Figo, Ronaldo Fenómeno, Cristiano Ronaldo, Messi, etc.

Nenhum desses monstros sagrados me apaixonou tanto como o CIRO me apaixonou como jogador da bola. Nos pelados secos e tórridos da Guiné e no mítico estádio Lino Correia vi e assisti os momentos mais belos e artísticos que um ser humano alguma vez fez.



Quando CIRO chegou ao Sporting de Bissau, fiz parte, ainda muito jovem, das comitivas dos dirigentes do Sporting de Bissau nas reuniões com familiares do CIRO para o convencer a jogar no Sporting (eu era menino do Demba Sanó, que fazia questão de eu estar nessas andanças).

CIRO veio de Bolama e houve uma disputa tremenda para aquisição do CIRO, o nosso concorrente era a UDIB. A disputa foi renhida e no final ganhamos e o CIRO assinou pelo Sporting (com a ajuda de gente influente de bairro de chão de papel, Cipriano Dias e Papa Chias e mais pessoas).

O CIRO vinha já rotulado de craque, começa a pre-época no Sporting sob o comando do mister Demba Sanó. Confesso que os primeiros meses não foram nada fáceis para o CIRO e o Mister Demba Sanó. Personalidades diferentes, Demba não abdicava por nada desse mundo da sua autoridade e CIRO não aceitava algumas coisas e a prepotência do treinador. Em alguns momentos nos treinos o ambiente era tão intenso que todos receavam uma rotura iminente entre ambos.

O Mister Demba Sanó era já um homem avançado no tempo, inteligente e perspicaz e sabia muito bem o que estava a fazer. No seio do grupo tratava o CIRO como qualquer jogador ignorando o seu estatuto. No dia seguinte o Mister Demba Sanó pegava na sua bicicleta Kombi e fazia-se à estrada entre o bairro Chão de papel a casa do CIRO. Foi nestas visitas que o Mister Demba convenceu o CIRO da bondade dos seus ensinamentos que quer que CIRO aceite e abrace para o bem do Sporting.

Passado esse período o CIRO humildemente compreendeu e aceitou submeter-se ao feitio difícil do treinador e o casamento começou a compor e para felicidade da toda a estrutura técnica do Sporting (a minha função era ajudante particular do Demba Sanó e seu confidente).

Demba Sanó preparou a equipa em função do CIRO, ele (mister) era da opinião que tínhamos que tirar o máximo do CIRO em todas as vertentes desportivas. O leque das opções oferecidas por CIRO eram variados. Com a colobracao e compromisso do CIRO com o projeto do Sporting, deu dimensão e poder futebolístico que o Sporting exibiu apatir do 1981. Foi nessa altura que começou a queda do famoso Benfica do Niná, Lebre e toda aquela geração fantástica.

Hoje, quando vejo o Cristiano Ronaldo a fazer trocas de pé e marcar livres de 60m, Quaresma a fazer trivela e fazer golos de diagonais, Iniesta a fazer passes de rotura e Messi a fintar 1, 2, 3 e sentar defesas no chão, digo para mim e para os próximos que já vi este filme há 25, 30 anos. Alguém já me chamou de maluco e de inventar.

No Brasil estão fazer a reconstituição das algumas jogadas mais brilhantes do Pelé que não estão registados. Se a Guiné-Bissau também o fizer para mostrar ao mundo que tivemos um jogador genial que fazia coisas mais incríveis com a bola, seria óptimo.

A carreira do CIRO na Europa não teve a expressão que a dimensão futebolística dele exigia. Os tempos eram outros e não havia a gestão profissional e critérios de avaliação cuidada. No Benfica (Portugal), o CIRO não mereceu da parte da estrutura de então a devida atenção que o enorme talento do atleta mereciam. Dizem os antigos colegas do Benfica que o técnico sueco Erickson ficava encantado cada vez que o CIRO pegava na bola e acontece que na época o Benfica tinha jogadores de top na posição do CIRO, Chalana, Diamantino, Carlos Manuel e Nené.

CIRO, para mim, foste aquele que melhor interpretou em beleza e estética algumas jogadas mais bonitas que alguma vez vi um jogador a fazer. Tenho imensas dúvidas que o Messi e Cristiano Ronaldo eram capazes de fazer o que tu fizeste num campo pelado. Vi-te a deambular e evitar buracos/baletas e poças de água e lama com bola colada nos pés sem sujar os calções.

Ainda hoje retenho o requinte do Malvadez que fizeste o defesa mais temido na época o famoso Zé Preto, a finta que vale a pena fazer a reconstituição para mostrar o mundo. CIRO, confesso se tu existisses hoje no mercado de futebol, serias jogador para valer 100 milhões de euros.

A minha justa homenagem para aquele que foi melhor jogador alguma vez vi no mundo de futebol. Foste maior e melhor intérprete da essência do futebol.

Catio Baldé
Empresário de futebol