domingo, 7 de abril de 2013

12 de abril: Manifestação em Paris


Comunicado da imprensa do Colectivo em Paris: Manifestação no dia 12 abril 2013 frente da GARE DE L’EST – Paris 10, de 15 às 19 horas.

O “Collectif des Ressortissants, Sympathisants et Amis de la Guinée-Bissau” em França, informa toda a diaspora da sua manifestação-Sitting, prevista para o próximo dia 12 de Abril 2013, data do triste acontecimento do golpe de Estado político-militar que meteu fim às eleições presidenciais democráticas na Guiné-Bissau em abril do ano passado.

Objectivo: Protesto para a realização das eleições presidenciais e o regresso de todos os guineense exilados.

A vossa activa e massiva participação é indispensável para atingir os nossos objectivos.

MANIFESTACAO DOS GUINEENSES, SIMPATISANTES ET AMIGOS DA GUINÉ-BISSAU
SEXTA FEIRA 12 ABRIL 2013 ÀS 15H - FRENTE GARE DE L’EST- PARIS 10ÈME

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O diário de Ramos Horta em Bissau


Depois de 12 dias de uma verdadeira maratona de viagens e reuniões – Abuja (Nigéria), Yamoussukra (Costa do Marfim), Dakar (Senegal), Genebra e Mt Pellerin (Suíça), Bruxelas (Bélgica) e Lisboa (Portugal) – regressei a Bissau, no Sábado, dia 9 de Março. Ja estou de volta ha duas semanas, mergulhei logo de novo na realidade da minha missao. Fui escrevendo estas linhas, roubando tempo aqui e acola. E desta vez decidi escrever na lingua de Fernando Pessoa embora o poeta deve e estar a dar voltas no caixao ao saber que estou a invocar o seu nome.

E hoje, Domingo, decidi explorar a cidade de Bissau, sem dizer nada ao Hilário, um argentino muito simpático, um dos seguranças da ONU, que fala bem o crioulo. Ele vai ficar bravo quando souber que sai de casa esta manha, a pé, sem o ter alertado. Além disso eu tinha prometido telefonar caso decidisse sair. Eu nem alertei com tempo os quatro Timorenses que estão comigo pois nao queria que eles por sua vez alertassem o Hilário.
Alias, desde que os politicos-Cardeais la do Vaticano elegeram um Argentino para Papa, o Hilario ficou muito, muito mais babado. Deixou de ver o futebol para ver o Papa Argentino. Eu apostei e rezei por um Africano ou Asiatico.

Esta manha decidi caminhar, explorar o bairro perto de onde vivo sem incomodar o chauffeur da ONU que tem direito a um Domingo de repouso como Deus determinou – Trabalha-se seis dias e reserva-se o sétimo para descanso. Se Deus, o Todo Poderoso que criou o Mundo, ficou cansado ao sexto dia e decidiu tirar ferias o chauffeur da ONU, o Argentino, os Portugueses e Ganenses que velam pela minha segurança também tem direito a repouso.

Tinha eu 7 anos de idade, na Missao Católica de Soibada, quando a minha inocência e mente inquisidora me custaram uma bofetada do Pe. Januário. Perguntei ao bom padre açoriano para me explicar melhor como e que o Santo Deus Todo Poderoso nao criou o Mundo num so dia? E mais: mas Deus também se cansa como nos? Ainda por cima Ele so tinha trabalhado seis dias e meteu ferias! Nos, crianças tínhamos que trabalhar nove meses em Soibada, nao so estudando mas também limpando a horta de milho, cavar mandioca e apanhar lenha para a missão. E so meses depois tínhamos ferias! Deus so trabalhou seis dias e meteu ferias! Nao achei isso justo. O Pe. Januário, normalmente muito simpático, deu-me dois estalos e vi mesmo estrelas! E ameacou-me com o Inferno! E para me livrar do Inferno receitou-me logo um terco e tres atos de contrição. E para garantir mesmo minha segurança, dobrei a receita, como de resto eu fazia sempre antes de dormir; dobrava sempre as orações recomendadas pelo padre. Sentia-me mais seguro caso morresse essa noite! Nunca mais me atrevi a fazer perguntas mesmo quando a curiosidade, as perguntas e duvidas eram muitas.

Claro esta manha nao sai completamente sozinho. O Iso e o Cap. Francisco que estão na mesma vivenda que eu me acompanharam. Mas nenhum Timorense que me acompanha desde Timor-Leste esta armado. Eu dizia a eles que na GB quando ha probemas entram a funcionar bazukas e morteiros; as pistoletas da nossa gloriosa PNTL nao iriam meter medo aos homens do Gen. Indjai e aos alegados baroes da droga. Confio sempre mais no Anjo da Guarda destacado por Deus para olhar por mim.

O Florisberto, Isolino, Ismael Abo e Cap. Francisco sao otimos elementos, muito disciplinados, dedicados, ja conhecem o bairro e fizeram muitas amizades. A Dona Filomena tambem esta aqui comigo. Procurou emprego no MNEC em 2003 quando eu era Ministro. Ela vinha muito chorosa e ofereceu-se para fazer limpeza. Esta comigo desde essa data, muito trabalhadora, timida, educada.

A primeira paragem que fiz foi no Hospital Simao Mendes, a uns 10 minutos a pé da casa. Hesitei entrar porque pensei que algum chefe do hospital poderia ficar zangadíssimo com um estranho a passear pelos corredores do hospital sem ser convidado. Mas decidi arriscar e subi para o primeiro piso. Tinha visitado esse hospital em 2003 e lembro que na altura ja estava muito degradado e agora esta mais maltratado ainda.

Primeiro observei o edifício por fora que parece ter uma estrutura sólida, do antigamente, do tempo portugues. Naquela época parecia que havia melhores construtores e mais gente honesta…em Portugal e pelo mundo fora.

Um cheiro forte de “xixi” me acolheu mal chego ao primeiro piso. Vi o chão sujo, paredes amareladas, do tempo, humidade, chuva e poeira. Espreitei para dentro dos quartos. Neste domingo de manha o hospital parecia estar calmo. Nao vi gente de bata branca, médicos ou enfermeiros em lado nenhum. Claro que deviam estar em outros lugares do hospital a ver seus pacientes.

Medicos Cubanos e nacionais trabalham ali em condicoes extremamente precarias. Ha mais de 30 medicos Cubanos na GB comparados com os 200 que estao em TL. Mas aqui estes Medicos, autenticos missionarios, trabalham e vivem em condicoes extremamente precarias. Pergunto: se Medicins Sans Frontieres, UNICEF e Mother Teresa receberam o Premio Nobel de Paz porque e que a Brigada Medica Cubana nao deveria receber?? A Brigada existe ha mais de 40 anos e ja salvaram dezenas de milhares de vidas em mais de 100 paises!

Francamente o nosso hospital Nacional Guido Valaderes (HNGV), e muito mais moderno, funcional, limpo. Fui visitante muito frequente no HNGV por isso digo que o nosso esta muito, muito melhor, com uns 50 medicos, muito limpo, com bom equipamento e funcionamento. Nao quer dizer que HNGV funciona em perfeição, longe disso! Mas comparativamente com o Hospital Simao Mendes de GB, HNGV passa o teste!

Claro, pergunto sempre: mas porque ninguém, algum amigo, Brasil ou Portugal, ofereceu a reabilitação completa do hospital e equipa-lo? Ja la vão 40 anos desde a independência deste pais! Claro, nao se pode exigir tudo de Portugal que ja muito tem feito embora nem sempre sabe fazer bem. Os Portugueses sao gente muito generosa. Foram escorraçados das colónias em 1974-75 mas nao guardaram rancor e nao viraram as costas. Apesar de que Portugal nao e uma Alemanha rica, nunca regateou ajuda solidaria as suas ex-colónias. E os colonizados de seculos, raptados e acorrentados em navios-escravos rumo ao Brasil também nao guardam rancor dos seculos de colonização. O africano realmente tem um coração enorme.

Confesso, a minha visita nao programada ao hospital nao durou sequer 20′. Sai e continuamos o passeio. Pelo caminho alguns Bissau-Guineenses criaram-me a ilusão de que eu estava em Dili pois muita gente me me cumprimentava com aquele sorriso limpo do Bissau-Guineense, sincero, inocente.

Um pequeno ajuntamento se fez ali a uns metros do hospital quando alguém me saudou; parei e houve apertos de mão e mais gente se aproximou. Desejaram-me “boas vindas” a sua terra. So queriam que me sentisse “bem-vindo” na sua casa.

Continuei a caminhada, apreciando as casas da época colonial, a maioria delas degradadas, nao habitáveis, outras habitáveis. Fez-me pensar que se houvesse dinheiro para restaurar todas as casas da época colonial, Bissau poderia ser um bom destino turístico.

Chegamos perto do porto de Bissau. Ali apresentaram-se algumas vendedoras de camarão, peixe e ostras. Os camarões eram enormes, tentadores. Comprei também alguma banana e papaia mas o meu interesse estava no camarao! Comprei o suficiente para durar semanas, comer até enjoar! Nao sei quanto paguei. Mas mais barato que em Dili onde eu era sempre vitima dos vendedores pé descalço, pois por ser eu, “Presidente dos Pobres”, tinha sempre que pagar mais, muito mais.

Ah em Timor-Leste nao temos camarão assim. A nao ser numa lagoa em Natarbora. No nosso patriotismo provinciano o Timorense que vai para terra estrangeira diz sempre que o que temos e sempre melhor!

Lembrei-me de um Timorense, exilado em Moçambique nas decadas de 60-90, pelo seu envolvimento no motim anti-Portugal de 1959. Para la foi deportado pela PIDE e por la ficou. Creio que a PIDE se esqueceu dele mas o pobre irmão Timorense nao tinha meios para regressar a sua terra bendita no outro lado do Indico. O seu ganha-pão era um pequeno negocio de venda de carvão de cozinha. E declarava solenemente que o carvão de TL era muito melhor que o de Moçambique.

Segundo esse exilado que se fixou em Terras Mocambicanas tudo que era Timorense era sempre “mais” que o Moçambicano. Uma vez, alguém brincou com ele e disse: “Ah mas o Moçambicano e mais preguiçoso que o Timorense”. Fiel aos seus, respondeu muito orgulhosamente: “Nao! Os Timorenses sao mais preguiçosos!” Logo a seguir deu conta de que este “mais” nao abonava os Timorenses e esclareceu: “Ah nao nao nao. O Moçambicano e mais preguiçoso”.

Outro patriota que conheci foi o Presidente Fradique de Menezes, de Sao Tomé e Príncipe, pais-miniatura, de ilhas paradisíacas, segundo dizem os visitantes. Fradique era homem de negocios bem sucedido, poliglota, charmoso e com grande sentido de humor. Super-patriota, visitando TL quando eu era Ministro de Negócios Estrangeiros, dizia que as bananas, laranjas, cafe, peixe, de STP eram muito melhores e bem maiores que os de TL. Nao havia nada que STP nao tivesse que nao fosse maior e melhor! Sentados os dois num restaurante a beira mar em Dili, Fradique de Menezes dizia como o mar de STP era mais azul e a areia mais fina!

Feitas as compras O Cap. Francisco meteu-se num taxi e regressou a casa para refrigerar os camarões. Continuei o passeio com o Iso.

Ali perto do porto vi um senhor europeu, de porte pequeno, cabelos brancos, ar simples, que a certa distancia me observava, hesitando se devia ou nao abordar-me. Achei-o com ar simpatico e cumprimentei-o. Nascido na GB, considera-se Guineense e passa o ano entre Portugal e GB. Vem a GB quando em Portugal começa a arrefecer e aqui passa alguns meses do ano. Pedi seu contato e prometi convida-lo quando eu decido saborear os camarões. Entretanto, perdi o seu contato. Pena.

Retomei a caminhada pelas ruas esburacadas, de terra vermelha, com pouca limpeza, sempre com algum cheiro desagradável. Vi uma casa de cabeleireiro, tomei nota para daqui a um mês quando precisar.

Passamos em frente a uma discoteca e o Iso disse que ele e o Loro já vieram a esse local; disse ele, o lugar era muito simpático, tranquilo, sem desordem, como em Dili, disse ele onde havia sempre pancadaria. Nunca vou a discotecas, nem em TL. Nos anos 70 ou 80 eu cheguei de ir uma ou outra vez a algumas discotecas bem famosas da epoca como o Studio 54. Mas nos ultimos 10-20 anos raramente falto a uma opera em Sydney, Berlim ou Nova Iorque. Numa ida a Viena ha dois anos a Sandra Pires, cantora de opera e pop Timorense, que fez carreira na cidade de Strauss levou-me a uma opera. Mas o jet-leg venceu e tive que abandonar a Sandra Pires ao intervalo. Ela nao deve ter ficado muito impressionado.

Em Lisboa, a julgar pelo que ouvi em encontros que tive na semana passada, a situação de direitos humanos e “tenebrosa”, o medo se instalou, ha violações frequentes, sistemáticas, tortura. E este pais e o unico “Narco-Estado” do Mundo.

Mas a agencia onusina UNODC, sediada em Viena e com um pequeno escritório regional em Dakar, progenitora do termo “Narco-Estado” e da diabolizacao da Guine-Bissau, nao conseguiu convencer-me de que todos os agentes do Estado estão directamente implicados no narco-trafico.

O problema existe em muitos paises da África como em quase toda a Ásia, América latina, em maior ou menor dimensão. Nao existe um cartel originario deste prqueno pais e o consumo da droga aqui ainda e muito baixo. Quando falei com um diplomata ocidental baseado em Dakar e conhecedor de toda a região, ele nao validou as alegações de UNODC e disse que o consumo da droga na GB aumentou “dramaticamente” porque havia “cinco consumidores e agora aumentou para 10; isto representa 100% de aumento mas nao deixam de ser apenas 10 pessoas”.

A Guine-Bissau nao produz droga e o consumo e baixo. Ha sim grupos que funcionam como correio e pelo trabalho recebem umas migalhas e já ficam muito contentes. Individuos de outras nacionalidades – Colombianos, Bolivianos, Peruanos, Libaneses, Marroquinos e Nigerians – os profissionais do negocio. Face a eles, o Bissau-Guineense e um amador que se contenta com migalhas mas que fica com a fama!

O maior problema da GB e a pesca ilegal em que sobressaem os Europeus. A rapina das riquezas marinhas dos povos da costa ocidental africana faz-se com total impunidade mas os Europeus nao falam muito deste flagelo porque os salteadores sao grupos europeus.

Dentro de dias escreverei mais. Mas em Ingles. Qualquer dia ja escrevo em crioulo. Rezo por todos, pela vossa saude. Rezei muito pela Ligia, atacada pelo cancro em tantas frentes! Mas falei muito a serio com Deus e ela esta a recuperar bem! O Jose Alberto tambem foi atacado pelo cancro. Tambem rezei muito, falei a serio com Deus, e as ultimas noticias apontam para primeiros sinais de melhoria.

Jose Ramos-Horta

OBSERVAÇÃO: ARTIGO E FOTOS RETIRADOS DA PÁGINA DE DR. JOSÉ RAMOS-HORTA
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sábado, 6 de abril de 2013

NOVA SONDAGEM DC - VOTE!!!

EUA tem Papa Camará na mira: Depois de Bubo Na Tchuto ter caído no engodo norte-americano, seguir-se-á outro militar, indiciado ao mesmo tempo por Washington de estar ligado ao narcotráfico. Continua no poder, responde pelo nome Ibraima Papa Camará e é... chefe do Estado-Maior da Força Aérea da Guiné-Bissau. Talvez o apanhem...no ar! AAS


S.O.S.: ... Afinal, o 'governo' guineense (de acordo com as escutas telefónicas feitas pela DEA dos Estados Unidos da América) servia-se do dinheiro da cocaína para...pagar salários dos funcionários do Estado!? Quem acode a Guiné-Bissau? Sr. Ramos-Horta, leu bem? Ouviu melhor? Uma força de interposição, e já!, para salvar o Povo da Guiné-Bissau!!! AAS


A armadilha perfeita


Confirma-se, segundo Washington Post e difundido pela maioria dos meios de comunicação internacionais, Bubo Na Tchuto foi capturado pelas forças anti-trafico dos EUA (DEA) nas aguas territoriais internacionais. A captura foi consumada por agentes da DEA que se fizeram passar por proprietarios e intermediarios de dezenas de toneladas de droga que pretendiam stocar em Bissau para posterior encaminhamento para a Europa e os Estados Unidos.

Foi ja presente perante o Tribunal Federal com mais dois dos seus cumplices, nomeadamente Papis Djémé e Ntchama Yala (sobrinho de Kumba Yalá), braços direito do contra-almirante e igualmente indiciados pelo mesmo crime. Os outros dois estão sujeitos a acusasões de outra natureza e gravidade. Essa operação foi montada na maior discrição pelos agentes federais americanos que minotoravam as acões de BNT.

Concomitante a esta detenção duas outras pessoas foram detidas na Colômbia por um braço dessa organização anti-droga americana. Ambos são colombianos e ja estiveram em Bissau, morando em casa de um destacado membro do governo de transição e fervoroso defensor do regime. Também ligado a estas detenções dois notorios narcotraficantes foram detidos num pais da Africa Ocidental, cujo nome não indicaram. Fonte da DC indicou-lhe que se trata da Guiné-Conakry e que os detidos são igualmente militares que recentemente estiveram Dakar com um alto oficial da armada guineense para abertura de uma conta bancaria ligada a esta operação em que cairam na armadilha. Segundo essa fonte da DC, contavam receber na conta aberta mais de 5 milhões de dolares.

A acusasão contra BNT, inclui, trafico de droga internacional, homicidio qualificado contra um agente federal, trafico de armas (lança misseis e roquetes anti-carro) vendidos aos narcotraficantes colombianos e à AQMI e à Al Qaieida). As acusasões contra Papis Djémé e Ntchama Yala e um pouco diferente, pois não estão ligados ao homicidio do agente da DEA.

As autoridades americanas estão na posse de diversas provas, entre elas gravações audio e video gravados na Guiné-Bissau onde BNT e outros oficiais de alta patente (cujos nomes não divulgaram para não complicar as operações ainda em curso) falavam claramente em vendas de droga e de armas. Todos esses oficiais são do topo da hierarquia militar e estão no activo. BNT pedia 1 milhão de euros por cada 1.000 kg de droga descarregada em territorio Guineense. Esse oficial da Marinha Guineense, a serem provadas as acusasões contra ele, sera condenado a prisão perpétua.

1 milhão de dólares por tonelada



Na Tchuto terá exigido um milhão de dólares por cada tonelada de cocaína recebida na Guiné-Bissau
Lusa
06 Abr, 2013, 11:40

O ex-chefe da Marinha da Guiné-Bissau José Américo Bubo Na Tchuto, acusado de conspirar para traficar droga, detido em Nova Iorque, cobraria um milhão de dólares norte-americanos por cada tonelada de cocaína da América do Sul recebida na Guiné-Bissau. De acordo com um comunicado, divulgado na noite de quinta-feira, pela agência de combate ao tráfico de droga dos EUA (DEA, na sigla em inglês), Bubo Na Tchuto "ofereceu-se para usar a empresa que detinha para facilitar o carregamento de cocaína para fora da Guiné-Bissau" e exigiu uma `taxa` de um milhão de dólares americanos por cada tonelada recebida.

A oferta e a exigência foram feitas, segundo a DEA, em encontros, gravados desde o verão passado, na Guiné-Bissau, entre Bubo Na Tchuto, Papis Djeme e Tchamy Yala - mais dois arguidos, cuja nacionalidade não foi divulgada - e agentes ao serviço da DEA que se fizeram passar por intermediários de traficantes de droga baseados na América do Sul. Numa discussão em que foi abordado o envio de toneladas de cocaína provenientes da América do Sul para a Guiné-Bissau por mar, "Na Tchuto observou que o governo da Guiné-Bissau estava debilitado devido ao recente golpe de Estado [de abril de 2012], pelo que era uma boa altura para a transação da cocaína proposta", refere o texto da DEA.

Em encontros posteriores com os supostos intermediários, Na Tchuto, Djeme e Yala alegadamente concordaram ajudá-los, recebendo um carregamento de duas toneladas de cocaína que seria escondida num armazém para ser distribuída na Europa e nos Estados Unidos. A 17 de novembro, lê-se no comunicado, os três arguidos estiveram com dois infiltrados ao serviço da agência e "discutiram a importação de 1.000 quilogramas de cocaína para os Estados Unidos". Na Tchuto, capturado na quinta-feira em águas internacionais perto de Cabo Verde, e Djeme e Yala vão voltar a ser presentes ao juiz Richard Berman no próximo dia 15.

O processo envolve um total de cinco arguidos incluindo, além de Na Tchuto, Djeme e Yala, Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse - cuja nacionalidade não é identificada -, a somar à detenção, na Colômbia, de Rafael Antonio Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia, ambos colombianos e alvos de `alertas vermelhos` emitidos pela Interpol. Segundo o mesmo documento, Mane e Sisse também mantiveram contactos pessoais, por telefone e por correio eletrónico, com elementos ao serviço da DEA, que se fizeram passar por representantes e/ou intermediários das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), gravados em áudio ou vídeo durante vários meses.

"Durante os encontros na Guiné-Bissau, encetados em junho de 2012 e que continuaram até novembro, Mane, Sisse, Garavito-Garcia e Perez-Garcia, concordaram receber e armazenar carregamentos de várias toneladas de cocaína recebida ao largo da costa da Guiné-Bissau", dependentes de um eventual envio para os Estados Unidos, onde seriam vendidos com as receitas a reverterem a favor das FARC, explica o comunicado sobre a operação. Mais tarde, os arguidos alegadamente acordaram que parte fosse utilizada para pagar a funcionários do Governo da Guiné-Bissau de forma a garantir uma passagem segura da droga através do país. "Também durante os encontros, Mane, Sisse e Garavito-Garcia aceitaram providenciar a compra de armas para as FARC, incluindo de mísseis terra-ar, importando-as para a Guiné-Bissau" como se fossem para uso nominal do exército do país africano.

Num outro encontro, também gravado, os três arguidos, agentes encobertos da DEA e um representante do exército da Guiné-Bissau reuniram-se para discutir os benefícios que a Guiné-Bissau obteria por servir de ponto de trânsito para a cocaína proveniente da América Latina com destino aos EUA, bem como a natureza das armas a facultar às FARC, refere o comunicado. Mane e Sisse vão ser presentes ao juiz Jed Rakoff na próxima terça-feira, dia 09. Garavito-Garcia e Perez-Garcia encontram-se atualmente sob custódia das autoridades judiciais daquele país sul-americano, aguardando pelo processo de extradição para os EUA.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ramos-Horta alerta: prisão de Bubo serve de alerta


O representante da ONU na Guiné-Bissau disse hoje que a prisão do antigo chefe da Armada pode servir para que políticos e militares reflitam sobre como é que um veterano de guerra acaba numa cadeia nos Estados Unidos.

O antigo chefe da Armada da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto foi capturado na quinta-feira em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma brigada de combate ao tráfico de droga norte-americana. Bubo Na Tchuto era procurado pelos Estados Unidos por alegado envolvimento no tráfico internacional de droga, sobretudo cocaína oriunda da América do Sul.

Bubo: assassinato de agente da DEA e tráfico de droga


Russel Hanks, o encarregado de negócios (obscuros) da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Dakar, tem sido presença assídua na Guiné-Bissau nos últimos tempos. Essa presença, tornou-se particularmente mais visivel e intensa no periodo que antecedeu o golpe de estado de 12 de abril prolongando-se até a esta data. Russel esteve de novo em Bissau na semana passada.

O último episódio do forte envolvimento desse diplomata de causas pouco claras a favor do regime golpista de Bissau, foi o seu forte engajamento conjuntamente com senador Carson no lobby pro-regime para tentar fazer representar a Guiné-Bissau pelo actual presidente nomeado pela CEDEAO na última Assembleia Geral das Nações Unidas em detrimento das autoridades guineenses legitimamente eleitas e reconhecidas pela esmagadora maioria da comunidade internacional com destaque para a ONU, organização anfitriã do evento. O referido lobby contou até com a estranha e inusitada adesão do governo dos EUA ao lado das pretensões dos golpistas, mas deu em nada, pois foram humilhados, não chegando sequer a ter acesso às instalações da ONU.

Na verdade, existem efectivamente razões de interesse muito fortes nesse alinhamento de posições com o regime golpista de Bissau. Segundo fontes seguras e dignas de crédito, a razão de ser da presença dessa polémica figura da diplomacia americana ao lado dos militares golpistas da Guiné-Bissau, particularmente do general Antonio Injai, tem um alvo muito particular: o acossado Contra Almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, ex-chefe do estado-maior da armada guineense.

De acordo com a mesma fonte, os EUA tem um particular interesse em ajustar contas com o José Américo Bubo Na Tchuto, pois além de ser reconhecido (e acusado) pelo governo dos Estados Unidos como um perigoso barão da droga da Costa Ocidental africana, os EUA acusam-no ainda de ter também ligações com algumas celulas da AQMI instaladas na Mauritânia, na Guiné-Conakry, no Mali e na Gâmbia, onde, recorde-se, Bubo se refugiou quase um ano para depois regressar clandestinamente e preparar o golpe, entretanto falhado, de 1 de abril.

Sobre este facto, convém lembrar o episódio dos três mauritanianos, entre eles Sidi Ould Sindya, perigosos terroristas islâmicos que assassinaram barbaramente um grupo de turistas franceses na Mauritânia. Depois de detidos pelas autoridades do seu pais, esses terroristas consiguiram evadir-se procurando o território guineense como refúgio, fiando-se na desestruturação, inoperância e estado de corrupção que mina toda a estrutura securitária desse pequeno mas instável país da África Ocidental. Porém, contrariamente ao que pensaram os fugitivos, eles foram identificados e detidos pelas autoridades guineenses, com a colaboração dos serviços secretos americanos, franceses, senegaleses e também guineenses, sendo entregues à custodia das autoridades nacionais de então.

Posteriormente esses três terroristas islâmicos sumiram misteriosamente das celas guineenses, sem que as autoridades de então pudessem dar uma resposta convincente sobre esse misterioso "desparecimento". Hoje, sabe-se que esses terroristas foram retirados das celas a mando e pelos homens de Bubo Na Tchuto de quem passaram a ter protecção e garantia de segurança. Essa operação valeu a Bubo Na Tchuto um ganho de quase 3 milhões de dolares, aos quais se juntariam mais 2 milhões caso os conseguisse tirar da Guiné-Bissau.

Contudo, o mais grave nessa história vem depois. O governo norte-americano, ciente da perigosidade desses elementos, envia um dos seus elementos mais válidos e cotados da sua estrutura da DEA em África para seguir de perto e investigar esse caso. Na sua acção de seguimento aproximado ao chefe do grupo, Sidi O. Sidinya, o agente da DEA foi surpreendido pelos homens de Américo Bubo Na Tchuto. Detido na própria casa do Contra Almirante, foi espancado tentando tirar-lhe informações sobre a razão da sua presença nessas paragens, mas não cedeu. Mais tarde, convencido da desatenção dos guardas, tenta a fuga, mas teve pouca sorte: foi recapturado e morto a catanada pelos homens de Na Tchuto.

Mas, em tudo isso, uma marca estranha nessa morte chama a atenção dos norte-americanos. O seu agente foi, provavelmente antes de sucumbir aos golpes de catana, degolado... um sinal de vingança arabo-islamico contra os infiéis... É a marca da AQMI, sinal de que Sidi Ould Seidyna estava com os homens do Almirante aquando da terrivel morte do seu agente (nota: depois de colocados em Uaque - a cerca de 40 km de Bissau e a menos de 20 de Mansoa - por Bubo Na Tchuto, eles foram recapturados com a ajuda dos seriços secretos norte-americanos e reenviados para a Mauritânia).

Perante estes factos, o governo norte-americano por um lado vê Bubo Na Tchuto como um reconhecido e temido barão da droga, e por outro como um perigoso colaborador da AQMI. Enfim, os EUA estão convencidos da participação de Bubo Na Tchuto, dos seus homens e de um dos terroristas da AQMI na morte de um dos seus melhores agentes na África Ocidental (omiti-se deliberadamente o nome do agente do DEA morto na Guiné-Bissau).

Em resumo, a conivência e empatia que alimenta a relação Russel/Antonio Injai, tem uma razão clara e perfeitamente perceptivel: conseguir, por conta e risco dos EUA, a detenção e entrega ao seu governo do Almirante Bubo Na Tchuto.

A apresentação dessa razão importará naturalmente uma outra questão quase por instinto: porque razão é que o governo dos EUA está a colaborar com o golpista António Injai, se publicamente já foi afirmado pelas próprias autoridades dos Estado Unidos de que Antonio Injai é, também hoje, um poderoso e influente barão da droga de toda a África Ocidental, isto, para além de estar intrinsicamente ligado ao assassinato do antigo Presidente João Bernardo Vieira (Nino) - segundo afirmações públicas recentes da própria Secretaria de Estado americana Hillary Clinton. Assim afirmou Hillary, dizendo que os EUA não poderiam aceitar nunca a nomeação de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, uma pessoa que matou o Presidente do seu país. Essa declaração foi suficientemente difundida em toda a imprensa internacional.

A resposta é simples para o governo norte-americano: o Contra Almirante José Américo Bubo Na Tchuto, para além de ser um narcotraficante à escala mundial (a acusação é deles) e sob alçada das suas autoridades judiciárias, participou com os seus homens na morte de um dos seus agentes em missão do governo americano, e para eles, Antonio Injai, o senhor de Bissau, é a unica pessoa que poderá ajudar na captura de Bubo Na Tchuto e entregá-lo à justiça norte-americana para ser julgado pelos crimes de que é acusado.

E pergunta-se: será que Antonio Injai ficará por lá sem que nada lhe aconteça ?. Não. Pensam os americanos que Antonio Injai será levado pelos acontecimentos que criou e pelos que inevitavelmente se seguirão, ou que, em momento oportuno, ultrapassado a fase Bubo Na Tchuto, terão o tempo de lhe fazer a folha. António Aly Silva

De saudar


O anúncio, ontem à noite, da detenção do almirante José Américo Bubo Na Tchuto, por agentes norte-americanos encarregados do combate ao narco-tráfico, foi uma autêntica bênção para as populações da Guiné-Bissau, uma vez que se trata de um dos elementos mais desestabilizadores do país, a par do actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai. Apontado já há três anos pela Administração Obama como um dos grandes narco-traficantes da África Ocidental, o almirante Bubo Na Tchuto, antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, que disputava a Indjai a liderança de todos os militares guineenses de etnia balanta, foi finalmente detido, juntamente com quatro outras pessoas, em águas internacionais, muito perto de Cabo Verde.

Esta detenção de um dos homens mais ambiciosos e perigosos da Guiné-Bissau pode ser um sério aviso às pessoas sem escrúpulos que da Venezuela, da Colômbia e de outros territórios latino-americanos procuram fazer chegar drogas à Europa, valendo-se para isso de regimes africanos fracos ou que não dispõem de meios para controlar a circulação de cocaína e de outros produtos igualmente desestabilizadores. Ao encaminharem José Américo Bubo Na Tchuto para as ilhas de Cabo Verde, com as quais Washington mantém um excelente relacionamento, os agentes norte-americanos demonstraram que acordaram tarde, mas finalmente acordaram, para uma autêntica cruzada internacional que é necessário fazer contra os narco-traficantes que usam o Senegal, a Gâmbia, a Guiné-Bissau e a República da Guiné para o seu desejo de inundar de droga a Europa Ocidental.

Bubo Na Tchuto, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Ibraima Papa Camará, e muitos outros militares guineenses têm sido suspeitos de fazer narco-tráfico, o qual até aumentou substancialmente desde que há um ano António Indjai deu um golpe de estado, impedindo a segunda volta de umas presidenciais que iriam levar à chefia do Estado o então primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC. A constante intromissão de militares corruptos e permeáveis ao narco-tráfico na vida política da Guiné-Bissau tem sido uma das grandes pragas de um país muito frágil, onde nem sequer um quarto da população se encontra devidamente alfabetizada ou está civicamente preparada para resistir a toda uma série de manobras ilegais que se têm verificado ao longo de décadas.

Maldita cocaína

O jornal The New York Times chegou a considerar o que se verificou faz agora um ano como “um golpe da cocaína”; ou seja, uma jogada avançada dos narco-traficantes para melhor controlarem o país, onde existem numerosos pistas de aterragem e dezenas de ilhas sem o menor controlo. “Dizem que sou um narco-traficante. Se têm provas, apresentem-nas”, afirmou há tempos, em ar desafiador, o general António Indjai, que mantém um estilo de vida muito superior ao que permitem os seus proventes de Chefe do Estado-Maior de umas Forças Armadas que se queixam de serem muito pobres. O Presidente interino Manuel Serifo Nhamadjo e o Governo de Transição surgem neste contexto como uma mera fachada de legalidade, num quadro dominado por militares como Bubo Na Tchuto, Papa Camará e António Indjai, não se tornando pois possível desenvolver um ambiente político mais saudável enquanto toda esta camada castrense não passar definitivamente à reforma.

Só com a ida para a cadeia de muitas pessoas do jaez de José Américo Bubo Na Tchuto é que toda uma frota de bimotores deixará de sobrevoar as bolanhas da Guiné-Bissau e a quietude idílica das ilhas Bijagós, muitas das quais não são habitadas. Muito condescendente, o novo representante local das Nações Unidas, José Ramos-Horta, não tem querido dar toda a devida importância a este problema gravíssimo do narco-tráfico, que tem feito com que a Guiné-Bissau adie por demasiado tempo a exploração dos recursos naturais em que é rica; tanto em terra como no mar.
Se a ONU é demasiado frouxa, ou se acaso se encontra manietada por excessos burocráticos, ao menos que haja alguém, seja onde for, que seja capaz de libertar as populações guineenses das múltiplas pragas que sobre elas se têm abatido.

Jorge Heitos

Ao porta-disparate Fernando Vaz: até o descaramento tem limites... AAS


EXCLUSIVO DC: Quem são as pessoas que foram presas com o Bubo Na Tchuto?


A surpresa maior para os militares, foi a presença de uma mulher (de quem ditadura do consenso desconhece, por enquanto, o nome) no iate de bandeira panamiana. Tchamá Yalá, militar, afecto à Marinha de Guerra; Papis militar de etnia felupe e braço-direito de Bubo na Marinha; Vasco, igualmente da Marinha estão entre os detidos na operação desencadeada pela DEA - Drug Enforcement Agency, a agência norte-americana de combate ao tráfico de droga. AAS

quinta-feira, 4 de abril de 2013

... A medalha que foi vendida ao príncipe saudita


...não cumpriu nenhuma formalidade. A medalha Amilcar Cabral foi vendida por 2 milhões e quinhentos mil dólares ao príncipe Al Waleed Bin Talal Al Saoud - a 25ª fortuna mundial. O falecido Presidente da República, Malam Bacai Sanhã, recebeu 2 milhões de dólares, e o filho 'Bacaisinho' 500 mil euros, tendo entregue 200 mil euros ao Djana. A medalha foi entregue no Hotel Jorge V, que é propriedade do príncipe, no ano de 2010. AAS

Bubo nas mãos dos EUA


O ex-chefe de Estado Maior da Armada da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, terá sido preso pela Polícia Judiciária cabo-verdiana, no Porto da Palmeira, na Ilha do Sal, numa embarcação de bandeira do Panamá. A armadilha foi montada pelos EUA. AAS

Estados Unidos da América prenderam o contra-almirante Bubo Na Tchuto. AAS

Tensão em Bissau: Estados Unidos da América ordenou a evacuação de todo o seu pessoal na Guiné-Bissau. Muitos sairam ontem, no voo que saiu de Dakar às 7 horas da manhã, para Conacry, passando depois em Bissau. Ouviram-se tiros de armas ligeiras, ontem, em Bissau. AAS

quarta-feira, 3 de abril de 2013

ÚLTIMA HORA: Militares chamados ao Estado-Maior para estarem de 'prevenção... É Bissau no seu melhor. AAS'

Guiné-Bissau, um ano depois do golpe: mais violações e tráfico de drogas


LusoMonitor, em Apr 2, 2013

Completando-se no próximo dia 12 de Abril um ano sobre o golpe de estado que derrubou o regime existente na Guiné-Bissau, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a União Europeia e as Nações Unidas deram conta das violações dos direitos humanos que têm estado a ser cometidas e de um aumento substancial do tráfico de drogas. Uma missão conjunta daquelas entidades esteve no pequeno país e considerou incontestável que os problemas da impunidade, das violações dos direitos humanos e da constante intromissão das Forças Armadas na vida política existem desde há muito tempo. Por outro lado, notou que as tropas oriundas da guerrilha que lutou pela independência não conseguiram transformar-se em Forças Armadas ao serviço do Estado, antes procurando ter sempre um papel importante na gestão do mesmo.

Além disso, notou que os políticos costumam instrumentalizar os militares, encorajando-os por vezes a derrubarem os seus adversários, numa terrível promiscuidade entre dois sectores da sociedade que deveriam ter papéis bem distintos um do outro. O orçamento total apresentado agora pelo Governo de Transição para garantir a organização de eleições credíveis é de 32 milhões de euros; mas esse dinheiro só aparecerá se a comunidade internacional estiver disposta a ajudar um país que não se tem mostrado minimamente digno disso. Hoje, como há sete ou oito anos, continua a falar-se da necessidade de reformas nos sectores da defesa, da segurança, da justiça e da administração pública, combatendo-se a impunidade e o crime organizado.

Tudo isto é muito bonito de se dizer, mas dificílimo de concretizar, num território onde não existe verdadeira consciência nacional nem sequer um quarto da população que se consiga expressar fluentemente na língua oficial, o português. As eleições, sejam elas legislativas ou presidenciais, acabam sempre por se transformar numa panaceia para problemas que têm décadas de existência, pois que radicam no facto de, em 1950, 1960 ou 1970, as populações fulas, mandingas, balantas, manjacas e outras não terem sido devidamente preparadas para se unificarem numa só Nação guineense.

A doutrina de Amílcar Cabral pode ter sido muito interessante, do ponto de vista teórico, mas não é o simples pensamento de um só homem que em 15 ou 20 anos faz um país, com pés para andar. Tal como uma só andorinha não faz a Primavera. Enquanto 25 ou 30 por cento dos guineenses, pelo menos, não estiverem devidamente alfabetizados, escrevendo e lendo como deve de ser, completando um sólido ensino secundário, será muito difícil de acreditar que termine a violência a que até hoje temos assistido. A Guiné-Bissau continua a ser um projecto adiado, desde que em 1973 o PAIGC proclamou de forma unilateral e precoce a sua independência.

Sobre o autor: Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio.

Droga? "É relativo", diz a UA


O representante especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Ovídio Pequeno, afirmou, em Paris, ser "injusto" apresentar este país como principal porta de entrada da droga na África Ocidental. O representante especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Ovídio Pequeno, afirmou, terça-feira (2), em Paris, ser "injusto" apresentar este país como principal porta de entrada da droga na África Ocidental. "A Guiné-Bissau é com certeza um ponto de passagem, mas ela é também vítima duma rede internacional. Não se combate eficazmente este flagelo acusando um país vítima deste flagelo",  afirmou o representante da UA em entrevista à PANA.

Segundo Ovídio Pequeno, ex-ministro santomense dos Negócios Estrangeiros, a Guiné-Bissau carece dos meios humanos, financeiros e técnicos para controlar o seu território. "É um país que possui 96 ilhas que o Estado central não tem meios de controlar. Portanto, é totalmente normal que os traficantes aproveitem esta fraqueza do Estado para desenvolver as suas atividades. Se quisermos atacar-nos verdadeiramente a esta droga devemos agir sobre a procura e a proveniência", acrescentou o representante da UA em Bissau. Cerca de 50 toneladas de cocaína, num valor de um bilião 800 milhões de dólares americanos, circulam ilegalmente cada ano em África, indica um estudo recente do Observatório Sahelo-Sariano de Geopolítica e Estratégia (OSGS).

Transportada por diferentes meios de transporte na África Ocidental, a cocaína passa pelo norte do Mali, pelo sul da Argélia, pelo norte do Níger, pelo sul da Líbia e pelo Egito para chegar à Europa, conforme o itinerário reconstituído pelo OSGS, um organismo instalado em Bamako, no Mali. Vários outros países da África Ocidental, dos quais a Guiné-Bissau, Cabo Verde, a Guiné e o Senegal, registam um forte progresso do tráfico e várias apreensões de droga. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Controlo Internacional das Drogas (PNUCID), a droga faz pairar graves incertezas sobre a paz e a estabilidade na África Ocidental, em particular na Guiné-Bissau.

Carlos Gomes Jr., de visita a Moçambique



REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
Embaixada da República da Guiné-Bissau em Moçambique

NOTA DE IMPRENSA

A Representação Diplomática da Republica da Guiné-Bissau em Moçambique informa que no processo de retorno a ordem constitucional do País, deslocou-se a Moçambique uma Delegação do Governo Legítimo chefiado pelo Presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde (PAIGC) e Primeiro Ministro (deposto pelo Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012), acompanhado pelo MNE do Governo deposto, Mamadu Jaló Pires, para uma acção Politico-Diplomatico de consultas e entrega de um Memorandum, reflectindo as preocupações das autoridades legitimas sobre o roteiro em elaboração para a solução da crise da Guiné-Bissau.

Em audiência com o Presidente da República e Presidente do Partido FRELIMO, o Presidente do PAIGC transmitiu as preocupações em torno do processo de retorno a normalidade constitucional e depositou o Memorandum para uma saída consentânea e coerente com os valores conducentes a uma paz duradoira e respeito pela democratização da Guiné-Bissau.

Num ambiente de cooperação partidária que remonta da luta de libertação dos dois País e dos princípios que norteiam a solidariedade dos Estados membros da CPLP, sob a liderança de Moçambique, os dois partidos irmãos acreditam que tudo será feito para a criação de um ambiente que proporcione uma abertura para a participação de todos os Dirigentes Políticos, Diplomatas e cidadãos no processo eleitoral e na vida politica na Guiné-Bissau.

Para além da audiência com o Presidente Armando Guebuza, Carlos Gomes Júnior, acompanhado de Mamadu Jaló Pires, foi também recebido em audiência pela Presidente da Assembleia da República de Moçambique e pelo Secretário-geral da FRELIMO em visitas de cortesia.

Com esta visita de Carlos Gomes Júnior à Moçambique, O PAIGC e o Partido FRELIMO reforçaram os laços de solidariedade e a vontade de harmonizarem os esforços na luta pelo bem-estar dos Povos da Guiné-Bissau e Moçambique.

Feito em Maputo 02 de Abril de 2013

Bissau, cidade sob tensão: As companhias aéreas Air Senegal e TACV cancelaram todos os voos com destino a Bissau, até 'novas ordens'... Mais desenvolvimentos já a seguir. AAS


terça-feira, 2 de abril de 2013

Senegal despejou ex-ministra de 'Nino' Vieira


Depois do golpe de Estado perpetrado contra o regime do Presidente 'Nino' Vieira, que lhe custou mesmo a vida, a sua ministra dos Negócios Estrangeiros, São Nobre, refugiou-se no Senépegal. Ela foi alojada num apartamento no centro da cidade, mais precisamente em frente ao Hospital Principal de Dakar, pelo então Presidente Abdoulaye Wade.

O imóvel onde ja sentia muito à vontade, pertence ao Estado senegalês. Porém, ao que parece, este decidiu pôr fim a essa cedência, pois ela acaba de ser desalojada do apartamento. No entanto, nenhuma explicação foi dada sobre as razões dessa expulsão. Segundo informações recolhidas, ela está actualmente alojada num dos hotéis da capital senegalesa, porém, ao que se apurou, também ela não requereu qualquer reavaliação nem pediu a compreensão das novas autoridades senegalesas sobre a sua expulsão. Assunto a seguir... AAS

Ligações perigosas


O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (MNSCPDD) - já não é segredo para ninguém - afinal anda a reboque do 'presidente de transição', sendo até financiado por este. Aliás, a abertura da última reunião deste movimento foi presidido por Serifo Nhamadjo, e o encerramento esteve a cargo do 'primeiro ministro' Rui Barros. O seu presidente, Mamadu Queta, viaja sempre na comitiva do PRT.

E foi por estes desmandos que a Liga Guineense dos Direitos Humanos decidiu cancelar toda a colaboração que mantinha com o MNSCPDD, e até as Organizações Não-Governamentais (ONG) cancelaram todos os financiamentos. A irmã de Mamadu Queta...é mulher do Chefe do Estado-Maior da Armada guineense. E está tudo dito. AAS

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Não há almoços grátis


O Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Isaac Murade Murargy, foi claro: de acordo com este diplomata, a comunidade internacional está disposta a apoiar a Guiné-Bissau, desde que o país aprove o pacto de regime, constitua um Governo de transição inclusivo e proceda à realização de eleições livres e transparentes...

Tudo coisas impossíveis, portanto. Assim, a Guiné-Bissau continuará de joelhos e a provar do seu próprio veneno! AAS

domingo, 31 de março de 2013

UA adverte: Guiné-Bissau vive "situação frágil"


O representante especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Ovídio Pequeno, afirmou em Paris que a situação sociopolítica na Guiné-Bissau continua "frágil" na ausência de uma reforma profunda dos setores da defesa e da segurança. "Não podemos dizer que a situação se normalizou. As coisas continuam precárias tendo em conta os desafios enormes que o país deve enfrentar", afirmou Ovídio Pequeno em entrevista concedida sexta-feira à PANA na capital francesa. O ex-ministro santomense dos Negócios Estrangeiros enumerou entre as dificuldades que o país deve ultrapassar a reforma dos setores da defesa e da segurança, a luta contra a impunidade e a exigência da luz sobre os crimes políticos ainda não esclarecidos.

"Devemos estar prudentes para não acreditar que os problemas do país  foram resolvidos porque se instalou uma transição. A transição é apenas uma etapa ; é preciso atualmente preparar as eleições gerais com transparência e consenso e isto não está ganho antecipadamente", advertiu o representante especial da UA. O Presidente interino bissau-guineense, Manuel Serifo Nhamadjo, reconheceu recentemente ser impossível organizar eleições gerais em abril próximo, como previa o calendário de transição. Apesar de uma nítida melhoria da segurança no país e dos encorajamentos da comunidade internacional, vários líderes políticos importantes bissau-guineenses preferem continuar a viver exilados na Europa ou em alguns países africanos.

sábado, 30 de março de 2013

PAIGC - Congresso: Para acompanhar ao minuto


Sítio oficial de candidatura de Braima Camará

Sítio oficial de candidatura de Domingos Simões Pereira

Íntimo


Sou natural de um País onde tudo que é analfabeto quer ser - e é, pasmem-se, tratado por 'senhor doutor', um País cinzento, culturalmente falhado e reaccionário, auto-satisfeito mesmo com o dever de 'pagar salários'; Desaguei num País que se tornou insensível, madrasta mesmo, para a questão Social de 90 por cento dos guineenses; Um País em hesitação permanente entre a dúvida e o não saber fazer. Em suma, um Pais governado sucessivamente por impostores! No limbo, portanto.

O meu problema são os ainda socialmente excluídos - como resolver esse problema (às vezes os ditos também não ajudam).

Caros políticos: chega de mentiras! Basta da eterna ilusão de 'igualdade'. Digam simplesmente ao Povo que não sabem, que não conseguem. Ele perdoar-vos-á, acreditem! Deixem por uma vez que seja que o esforço, o trabalho, a inteligência, a honestidade, o mérito de cada um produzam também frutos para a sociedade. É urgente que se pense na reabilitação das infraestruturas, em Bissau e no resto do País.

Para isso é necessário que o Estado tribute o rendimento dos que o possuem (e são muitos, quase todos os que assumiram cargos de alguma influência no aparelho do Estado da Guiné-Bissau) para investir em infraestruturas que estejam ao servico dos que, antes, não lhes tinham acesso - mas tudo isto sem aquela pretensão idiota de que tudo o que se faça é perfeito. Não. Porque o Estado constrói-se todos os dias. É sobretudo necessário que Estado deixe de sufocar o seu empresariado! As empresas nacionais devem ser mimadas, os bancos comerciais devem abrir-lhes as suas portas. Escancará-las. Nenhum banco comercial se mantém de portas abertas se não tiver lucros!

Enfim, haja ricos, haja menos pobres! Será sempre sinal de vitalidade da nossa economia e da melhoria da qualidade de vida. Será sinal de nivelamento social por cima, e não por baixo como tem sido hábito. O que me preocupa, é o futuro do Povo guineense, que, por causa de sucessivas tontices e disparates, tem andado para trás... É doloroso suportar tanta miséria à nossa volta. Não sou empresário, não tenho sequer um património, um metro quadrado a defender. Se der para o torto, divirtam-se, mas não deixarei de partilhar o que me dói, nem de estar ao lado do Povo humilhado da Guiné-Bissau!

Páscoa feliz a todos.
António Aly Silva

sexta-feira, 29 de março de 2013

Também estamos nesta lista...


Com um País com tanto de belo...DÁ PENA

Braima Camará recebido de braços abertos nos bairros de Bissau


Nos Círculos 24, 28, 27 e 29 do Sector Autónomo de Bissau, Braima Camará, a exemplo do que tem sucedido no interior do país, está sendo efusivamente recebido não só pelos militantes e simpatizantes do PAIGC, mas pelas populações locais, numa clara e inequívoca demonstração da sua aceitação e das esperanças que esta Candidatura do Projecto por uma liderança democrática e inclusiva inspira.

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A recepção de exceptional grandeza e calor militante com que Braima Camará foi recebido no Circulo 29, vem reconfirmar e de que maneira a crescente popularidade e aceitação que o candidato a presidência do PAIGC vem obtendo junto as estruturas de base do partido, onde as respectivas Comissões Políticas, demonstram de forma inequívoca a sua escolha.

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Milhares de militantes e simpatizantes do PAIGC prodigalizaram esta tarde, dia 26 de Março, uma das maiores recepções que Braima Camará já recebeu ao longo de um périplo que já o conduziu sucessivamente a Bubaque, Bolama, Fulacunda, Buba, Catió, Cacine, Quebo, Xitole, Bafatá, Gabu, Quinhamel, Cacheu, Cantchungo, para alem de quatro Círculos Eleitorais de Bissau.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Branqueamento de capitais é um problema real na Guiné-Bissau, diz relatório africano


O relatório do Grupo Intergovernamental de Ação Contra o Branqueamento de Dinheiro na África Ocidental (GIABA) diz que a Guiné-Bissau é um país “com grande vulnerabilidade com potencial para atrair criminosos” que se dedicam ao branqueamento de capitais. O relatório anual que retrata a situação dos 16 países da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO) que fazem parte do GIABA diz que a Guiné-Bissau, em 2011, continua a ser um “Estado frágil” a nível das estruturas do controlo, pelo que “é passível de ser procurado pelo crime internacional”.

Hermenegildo Pereira, perito guineense do gabinete de luta contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, admitiu que a Guiné-Bissau ainda não possui uma legislação específica do próprio país para o combate ao flagelo. “Se não fosse a lei uniforme (da CEDEAO) não teríamos nenhuma lei para lutar contra esse problema”, notou Pereira. O perito afirma que até hoje não houve uma única condenação decorrente de crime de branqueamento de capital ou financiamento do terrorismo na Guiné-Bissau, apesar de existirem indícios desses crimes no país. “É um problema não só existente como preocupante, porque tem consequências jurídicas, sociais, económicas e politicas. O branqueamento de capitais traz a falta de estabilidade política com a interferência dos narcotraficantes na atividade política”, observou Pereira.

No relatório do GIABA lê-se que os criminosos que procurarem a Guiné-Bissau sabem das fragilidades do país por possuir várias ilhas desabitadas no arquipélago dos Bijagós, uma zona costeira porosa e uma estrutura débil de policiamento. Diz ainda o relatório que dos 178 países do mundo analisados em 2001 sobre os índices de perceção da corrupção e transparência internacional, a Guiné-Bissau figurou no lugar 154, posição que continua a ocupar em 2012. Hermenegildo Pereira corrobora esses dados e adianta que a situação “é deveras preocupante”, dando o exemplo da fragilidade do sistema financeiro, citando “a vulnerabilidade dos bancos” perante o branqueamento de capitais.

O relatório do GIABA diz que apenas cinco por cento da população usa o sistema bancário para as suas transações. “Imaginemos que os branqueadores (de dinheiro) decidem um dia retirar os seus depósitos num banco. O que seria do sistema bancário?”, questionou Pereira, salientando haver “uma clara falta de vontade política” para atacar o problema, que diz ser “do conhecimento dos atores políticos”. O perito guineense afirmou não estar na posse de dados concretos que apontem para o financiamento do terrorismo a partir da Guiné-Bissau, mas ressalvou que relatórios das Nações Unidas indicam que há indícios nesse sentido. Hermenegildo Pereira lembrou que no passado recente foram apanhados na Guiné-Bissau “alguns elementos ligados ao Al-Qaida”.

“Mas em relação ao branqueamento de capitais sentimos isso, por ser um crime instrumental”, defendeu Pereira, observando que se manifesta sobretudo através do dinheiro proveniente do tráfico de droga. “O tráfico de drogas existe. Não estou a inventar. Vimos, por exemplo, funcionários públicos que investem dinheiros que não correspondem com aquilo que ganham. Isso é uma forma de branquear o dinheiro”, afirmou Hermenegildo Pereira, magistrado destacado pelo ministério da Justiça para integrar a Centif (Célula Nacional para Tratamento de Informações Financeiras). A célula guineense do GIABA, em colaboração com a responsável de comunicação da organização, juntou hoje em Bissau cerca de centena e meia de jovens para lhes falar dos perigos do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo na sociedade contemporânea. LUSA

Guiné-Bissau: Portugal pede na ONU 'compromisso internacional'


Portugal apelou hoje na Assembleia Geral da ONU a um "compromisso" da comunidade internacional com a "estabilidade e desenvolvimento" na Guiné-Bissau, que acompanhe a normalização interna do país. "A reposição da ordem constitucional tem de ser acompanhada de um compromisso da comunidade internacional em relação à estabilidade e desenvolvimento" da Guiné-Bissau, disse no plenário da ONU o encarregado de negócios da missão de Portugal na ONU, Luís Gaspar da Silva. Falando no debate anual da Assembleia Geral sobre a Comissão de Consolidação da Paz (CCP), Gaspar da Silva defendeu que este organismo deve dar apoio político ao gabinete da ONU na Guiné-Bissau, cujo modelo de operação está a ser revisto, na sequência da nomeação do novo enviado especial, José Ramos-Horta. "Apesar dos desafios no terreno, a CCP [para a Guiné-Bissau, presidida pelo Brasil] pode continuar a desempenhar um papel ativo, nomeadamente dando apoio político à UNIOGBIS e facilitando o diálogo, quando houve um acordo político mais vasto para avançar", disse Gaspar da Silva.

Para o diplomata português, a CCP deve promover e facilitar o envolvimento da comunidade internacional no país. Ramos-Horta está em início de mandato e a fazer uma avaliação da situação no terreno, com base na qual Ban Ki-moon irá fazer um conjunto de recomendações para ajustar o mandato da UNIOGBIS. O Conselho de Segurança prolongou recentemente o mandato do gabinete por apenas 3 meses, até 31 de maio, enquanto é ajustado o mandato. A embaixadora do Brasil na ONU defendeu terça-feira que as autoridades da Guiné-Bissau terão de dar "passos decisivos" para que os principais parceiros do país retomem a cooperação, suspensa desde o golpe militar de 2012.

"O golpe de Estado (de abril de 2012) neutralizou os esforços e minou a confiança de parceiros internacionais chave", disse a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti na Assembleia Geral da ONU. "Esperamos que sejam dados passos decisivos na Guiné-Bissau para permitir a reposição da cooperação internacional com o país", adiantou a diplomata, que preside à Comissão para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau. Viotti não especificou os passos em questão, mas os principais parceiros têm vindo a exigir a reposição da ordem constitucional, interrompida desde o golpe militar, nomeadamente através da realização de eleições. Outras exigências recorrentes são a reforma das Forças Armadas e fim da ingerência dos militares na política, bem como o envolvimento destes no combate ao narcotráfico.

O fundo de Consolidação da paz suspendeu a sua participação financeira no fundo de pensões dos militares guineenses, que deveria financiar processos de reforma , tendo em vista diminuir o peso das Forças Armadas, considerado exagerado. Num relatório conjunto a que a Lusa teve acesso, os cinco blocos parceiros do processo político da Guiné-Bissau (ONU, UE, UA, CPLP, CEDEAO) apelaram à hierarquia militar guineense para que se comprometa a "pôr fim a toda a ingerência na vida política" do país e a contribuir para o combate ao narcotráfico. O relatório defende ainda a necessidade doe o Fundo "rever a sua posição, se necessário" e que fundos da CEDEAO podem ser usados para o processo de reforma das Forças Armadas nos cinco anos previstos, caso "as condições o permitam". LUSA

ÚLTIMA HORA/MAVEGRO


A Câmara Municipal de Bissau ordenou o fecho da empresa Mavegro por causa do não pagamento de foro do terreno. Em 2011, a mesma CMB havia chegado a acordo com a empresa para um encontro de contas, mas, soube o Ditadura do Consenso, os serviços de contabilidade da CMB 'esqueceram-se' de lançar o referido acordo nos seus livros. Entretanto, tudo parece sanado, pois o supermercado acaba de abrir as portas ao público. AAS

Milocas Pereira


À Embaixada da Republica de Angola na Guiné-Bissau

CARTA ABERTA

Apôs ter tomado conhecimento, por intermédio das medias internacional e nacional, do desaparecimento fisico da cidadã e compatriota Guineense, Ana Emilia Lopes Correia (Milócas Pereira), no território Angolano, onde estava a  viver e trabalhar como docente num dos estabelecimentos do ensino, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, vem acompanhando com bastante preocupação este caso.

Tendo em consideração vários meses decorridos após a notícia do seu desaparecimento, sem que sejam dadas, pelas autoridades angolanas, quaisquer informações do seu paradeiro ao país e, em particular, aos familiares;

Considerando a necessidade de conservação do passado histórico e laços de irmandade que une os nossos dois povos, sob âncora dos quais assentam a relação dos nossos dois Estados;

E, tendo em conta a nossa pertença comum a várias organizações internacionais, designadamente, UA, CPLP, NU e a imperatividade da observância dos protocolos relativos ao respeito e defesa dos direitos humanos, emanados destas instituições;

Assim, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz Democracia e Desenvolvimento, vem por este meio, solicitar a Embaixada da Republica de Angola, acreditado no pais o seguinte:

a) Informações relativo ao desaparecimento físico da Cidadã Guineense, Ana Emilia Lopes Correia (Milócas Pereira);

b) O retorno desta Cidadã, independentemente do estado em que se encontre, ao seu solo pátrio;

c) Que se transmita as autoridades angolanas quão elevada é a preocupação da nossa organização e da sociedade guineense sobre este assunto. Preocupação que estende a situação de todos os nossos compatriotas ali residentes.

d) Exorta, as duas autoridades, para que não deixem o esfriamento temporário de relação entre os dois estados interfira no respeito pela dignidade da pessoa humana e ou colapso a boa relação sempre existente entre os nossos dois países.

C/C
Presidencia da República
Assembleia Nacional Popular
Ministério dos Negócios Estrangeiross, da Cooperaçao e das Comunidades
Secretaria de Estado das Comunidades

Bissau,  27 de Março de 2013.

A Direcção Nacional

Ameaça paira sobre os transicionistas


A liderança da CEDEAO entre os organismos internacionais envolvidos na Guiné-Bissau está estabelecida, após um período de quezílias. O período de transição deverá culminar em Dezembro, com a realização de eleições. Sobre este prlongado período de transição paira a ameaça de conflito entre o parlamento, democraticamente eleito e dominado pelo PAIGC, e o governo saído do golpe de Abril, de que o partido está fora.

Segundo o Observatório dos Países de Língua Oficial Portuguesa (OPLOP) da Universidade Federal Fluminense, no Brasil, “os debates no interior do único órgão que possui legitimidade democrática [a Assembleia Nacional Popular] podem constituir-se em ameaça”.

“Uma crise interna, entre o Executivo e o Legislativo, poderia comprometer o planeamento da CEDEAO”. Projetada para ser concluída no final deste ano, a transição está a seguir as “diretrizes impostas externamente”, pela CEDEAO e outros parceiros internacionais (ONU, UA e CPLP). “Sob o protagonismo da Comunidade dos Estados Africanos Ocidentais, o que está em jogo é a sobrevivência deste `frágil Estado´”, adianta o OPLOP no artigo “A Transição Adiada na Guiné-Bissau”, publicado no seu último boletim.

De acordo com o comunicado oficial deste 42º encontro da organização, “a cimeira decidiu prolongar o período de transição na Guiné-Bissau até 31 de Dezembro de 2013, tendo em conta o processo em curso na Assembleia Nacional Popular (ANP)”. Órgão soberano onde o PAIGC detém a maioria qualificada nos assentos, a ANP é a única instituição que não foi dissolvida após o golpe de Abril. Ao parlamento guineense foi recomendada a adopção do referido documento “o mais rapidamente possível”.

“Esta decisão, por outro lado, sepultou as disputas entre os organismos internacionais diante da crise bissau-guineense. Assim, provavelmente, a CEDEAO exercerá seu protagonismo em paz”, afirma o OPLOP. A cimeira de Fevereiro, a nomeação de um governo provisório ou o modo como encorajou a reconstituição da Assembleia Nacional e a consequente vinculação do PAIGC ao processo dão à CEDEAO o papel de destaque nestes quase dois anos passados desde o golpe de Bissau, adianta.

Manuel Serifo Nhamajo, presidente interino da Guiné-Bissau foi encorajado a remeter à ANP um projecto para a preparação de “eleições gerais livres, equitativas e transparentes” antes do fim do ano. O Presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Kadré Désiré Ouedraogo, considerou positiva a evolução da crise na Guiné-Bissau. Após um encontro com José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde, Kadré Ouedraogo disse que tinha esperança de que as crises que afectam o Mali e a Guiné-Bissau “estejam ultrapassadas até final deste ano”. Lusomonitor

ÚLTIMA HORA: Uma determinação da Câmara Municipal de Bissau levou ao encerramento da empresa Mavegro. AAS

Universidade Lusófona - Entrevista de António Aly Silva (1ª parte)


Para ler AQUI

A grande mentira do filósofo


Ontem, um desbocado e ordinário que dá pelo nome de M’bana N’tchigna, que se diz Licenciado em Filosofia e em Teologia, meteu os pés pelas mãos e disparou contra o que o Aly NÃO escreveu. Diz o ordinário, no didinho, e num título disparatado: A MENTIRA PARA LEGITIMAR A GUERRA:

Parto dessa situação que o mundo vive para abordar um pouco sobre o que leio sempre do jornalista António Aly Silva que para mim é uma MENTIRA PARA LEGITIMAR A GUERRA em Guiné Bissau. Vede o que António Aly Silva disse novamente:

...Ninguém pode negar, que em Abril de 2012, foi Kumba Yala é que deu o mote para a sublevação militar anti-democratica ao recusar ir à segunda volta da eleição presidencial com o candidato mais votado da primeira volta, Carlos Gomes Junior que por uma nesga de votos não ganhou logo à primeira volta. ... Publicada por António Aly Silva à(s) 15:11


Esse texto, nem de perto nem de longe foi escrito por mim. E escrevi então ao editor do site em causa: "Agradeço-te algum cuidado nas coisas que terceiros publicam no teu site. Esse texto não é meu. De resto está assinado e podes conferir aqui:

http://ditaduradoconsenso.blogspot.pt/search?q=Ninguém+pode+negar,+que+em+Abril+de+2012,+foi+Kumba+Yala+é+que+deu+o+mote+para+a+sublevação+militar+anti-democratica+ao+recusar+ir+à+segunda+volta+da+eleição+presidencial+com+o+candidato+mais+votado+da+primeira+volta,+Carlos+Gomes+Junior+que+por+uma+nesga+de+votos%C2%A0não+ganhou+logo+à+primeira+volta

Não sei qual a intenção, mas fica registado.
Aly"

E ao filósofo e teológo, também: "O Aly, ao contrário do que V escreve, não escreveu esse texto. É preciso, também, percebermos quando lemos algo. Cole esse link e vá informar-se melhor...

http://ditaduradoconsenso.blogspot.pt/search?q=Ninguém+pode+negar,+que+em+Abril+de+2012,+foi+Kumba+Yala+é+que+deu+o+mote+para+a+sublevação+militar+anti-democratica+ao+recusar+ir+à+segunda+volta+da+eleição+presidencial+com+o+candidato+mais+votado+da+primeira+volta,+Carlos+Gomes+Junior+que+por+uma+nesga+de+votos%C2%A0não+ganhou+logo+à+primeira+volta

Leia uma, duas, três, dez vezes e só então fale. Para não cair no erro - ou no descrédito. E você tem um curso.
Aly

Pois bem, caros leitores

Desmontado que está mais uma calúnia, mais uma mentira, apraz-me dizer o seguinte: Às calúnias responde-se com os tribunais, com o desprezo ou com um par de estalos. Sei que não se deve gastar cera com ruins defuntos, assim, vou deixar ao meu humor vagabundo a decisão sobre qual destas formas de retaliação me trará mais prazer e menos incómodo. AAS

quarta-feira, 27 de março de 2013

PAIGC: Braima Camará recebido pela direcção superior do PRS


No quadro dos contactos agendados pela Directoria do Projecto "Por uma liderança democrática e inclusiva" liderado pelo Camarada Braima Camará, com as diferentes sensibilidades políticas e sociais existentes no país, o candidato a liderança do PAIGC, acompanhado por uma importante delegação de altos dirigentes do Partido que o apoiam, foi esta tarde, dia 27 de Março, recebida pela Direcção Superior do PRS, chefiada pelo seu Presidente Alberto Nambeia.

A visita de cortesia efectuada pelo candidato à Presidência do PAIGC ao Partido da Renovação Social (PRS) serviu para expor a Direcção Superior deste partido os grandes eixos que norteiam o projecto e de criar as bases para um relacionamento futuro com todas as diferentes sensibilidades do país e neste caso concreto o PRS, que é um parceiro incontornável no xadrez político guineense. De lembrar que encontros desta natureza estão sendo agendados com outras formações políticas com representação parlamentar pela Directoria do Projecto " Por uma liderança democrática e inclusiva" liderado pelo Camarada Braima Camará.

Ramos-Horta: "Não há fome na Guiné-Bissau"


Ramos-Horta garante que não há fome na Guiné-Bissau. Para José Ramos-Horta o que existe é subnutrição, e apelou à comunidade internacional para aumentar a assistência humanitária à Guiné-Bissau. Ramos-Horta reage assim ao facto de o Programa Alimentar Mundial ter vindo a público dizer que estava com dificuldades financeiras para transportar alimentos para acudir 300 mil pessoas necessitadas. Para Ramos-Horta, os solavancos políticos não podem afectar a ajuda internacional à população. O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau defendeu que as autoridades do país deviam aproveitar a presença do secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa para normalizarem as relações com o bloco lusófono.

Autoridades de Bissau deixam Murargy em banho-maria

Murade Isaac Murargy encontra-se em Bissau desde Segunda-feira e até ao momento ainda não foi recebido nem pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, nem pelo Primeiro-Ministro, Rui de Barros. O moçambicano Murade Isaac Murargy, fez um balanço destes três dias de estadia em Bissau. Para o secretário executivo da CPLP a situação na Guiné-Bissau é muito difícil, e concorda com um sufrágio, se possível até Dezembro deste ano. RFI

Unilab prorroga prazo


A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), sediada no município de Redenção, estado do Ceará (Brasil), divulgou nesta quarta-feira (27) o Edital Nº 10/2013, referente a abertura de novo prazo para entrega de documentos dos candidatos que se inscreveram na Seleção de Estrangeiros 2013.1 para os cursos de Graduação da Unilab. Agora, é possível entregar a documentação exigida até às 12h do dia 09 de abril, nas Missões Diplomáticas Brasileiras de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Será excluído do processo seletivo o candidato que, após a verificação de seus documentos, não tiver apresentado a documentação exigida.

De acordo com o calendário, a prova de Redação será aplicada também no dia 09 de abril, em horários e locais que ainda serão divulgados no Portal da Unilab e nas Missões Diplomáticas do Brasil dos países parceiros. O resultado preliminar da avaliação vai ser divulgado no dia 22 de abril também no Portal da Unilab. Os candidatos aprovados deverão confirmar o interesse de matrícula até o dia 30 de abril nas Missões Diplomáticas do Brasil. As orientações serão divulgadas pela internet.

Para ter acesso ao calendário e ao Edital N° 10/2013, acesse o link:

http://www.unilab.edu.br/noticias/2013/03/27/prorrogado-prazo-para-entrega-da-documentacao-dos-candidatos-inscritos-na-selecao-de-estrangeiros/

Parabéns! Hoje é o Dia Mundial da Guiné-Bissau. É o Dia do Teatro!!! AAS

Mãe, aqui não...


Guiné-Bissau é o quarto pior país para se ser mãe, diz Save the Children. A conclusão surge no 13° relatório anual da organização, divulgado nos EUA. A Noruega está no topo da lista. A Guiné-Bissau está no fundo, ultrapassada apenas por Níger, Afeganistão e Iémen. Baseado em dados da ONU, o relatório “Estado das Mães do Mundo 2012” foi divulgado por ocasião do Dia da Mãe, lembrado em grande parte dos países do mundo no domingo (13.05). A Save the Children analisou dados de 165 países, divididos em 3 grupos, dos mais aos menos desenvolvidos. A Guiné-Bissau, tal como Angola e Mocambique, foi incluída no conjunto das 42 nações que apresentam os piores indicadores quanto às condições para a maternidade. É mesmo o 4° pior país do mundo para se ser mãe.

A falta de acompanhamento dos partos, segundo Julia Meixner, da Save the Children – Alemanha, é um dos factores que justificam a posição guineense: “A maioria das mulheres, na Guiné-Bissau, continua a ter os filhos em casa, sem qualquer cuidado. Este é um dos principais indicadores que, claro, tem um impacto directo no bem-estar da mãe", explica. À falta de assistência especializada no parto, de acordo com a responsável da Save the Children, junta-se o baixo nível de escolaridade da população da Guiné-Bissau. “O nível de educacão está diretamente ligado à capacidade da mãe de alimentar os seus filhos de forma apropriada. Falamos de amamentação, alimentação complementar nos primeiros 6 meses. E na Guiné-Bissau o nível da educação é bastante baixo”, explica Julia Meixner.

Os dados apresentados pela organização de defesa dos direitos das crianças mostram que a Guiné-Bissau está a braços com um elevado risco de morte materna, de uma para cada 18 partos. Um dado que preocupa Vitor Gongola, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em Bissau: “A mortalidade materna é um enorme problema de saúde pública na Guiné-Bissau. Todos os anos, cerca de 600 mulheres morrem no país de causas relacionadas com a gravidez ou o parto. E o pior é que esta tendência não apresenta qualquer progresso desde 1990”, constata.

UNICEF garante apoio apesar do impasse político na Guiné-Bissau

Vítor Gongola garante que o Unicef continua a tentar diminuir o risco da maternidade na Guiné-Bissau, apesar da instabilidade política que se vive no país. “A situação actual tem certamente um impacto no nosso trabalho. Mas as instituições de saúde do país continuam a trabalhar, ainda que a um nível mais reduzido“, diz o responsável, acrescentando que a instituição está a identificar quais são as atividades que o Unicef pode continuar a apoiar. De acordo com Gongola, “a Unicef ajuda o governo a reabilitar instituições de saúde, a fornecer medicamentos e materiais essenciais para o parto e dá apoio à formação dos recursos humanos disponíveis”. Também a Save the Children procura propor soluções para diminuir o risco associado à maternidade na Guiné-Bissau. Julia Meixner frisa que são precisas “mais trabalhadoras na linha da frente da saúde, ou seja, educar as mulheres para serem parteiras, enfermeiras, trabalhadoras comunitárias”.

“É um passo importante que deve ser dado para melhorar a situação de muitas mulheres no país”, explica a responsável, considerando ainda que é preciso também “intervenção imediata, como por exemplo, promover a amamentação”. A organização cita estudos científicos segundo os quais medidas de apoio à amamentação podem salvar um milhão de crianças por ano. O relatório da Save the Children, este ano, especialmente focado na importância da nutrição para a sobrevivência de mães e bebés, indica que 18% das crianças guineenses até aos 5 anos tem um peso moderada ou excessivamente baixo para a idade. O mesmo acontece em Moçambique, sendo que, em Angola, o indicador está nos 16%.

Deutsche Welle
Autora: Maria João Pinto
Edição: António Rocha / Renate Krieger

P-STAGE: Abertura de inscrições para a Oficina de Interpretação de Bissau


Encontram-se abertas, até 5 de Abril de 2013, as inscrições para a oficina de Interpretação de Bissau. Esta oficina insere-se no projecto P-STAGE, uma parceria da AD – Acção para o Desenvolvimento com a Cena Lusófona e o Elinga Teatro (Angola) financiada pelo programa ACP Cultures do Secretariado do Grupo de Países de África, Caribe e Pacífico (ACP) da União Europeia.

A formação resultará na apresentação de um exercício-espectáculo, a apresentar em Bissau. Do grupo de formandos serão ainda seleccionados dois actores/actrizes para integrar o elenco internacional da produção “As Orações de Mansata”, de Abdulai Sila, a produzir em 2013, no âmbito do projecto P-STAGE.

Com uma duração de 4 semanas, de 8 de Abril a 4 de Maio, esta oficina destina-se a actores e actrizes de teatro, maiores de 18 anos, e terá como formador o actor, autor, guionista  e encenador galego Cándido Pazó.
Para proceder à inscrição, os/as interessados/as devem preencher a ficha disponível online [em http://pstage.files.wordpress.com/2013/03/oficinagb-inscricao.pdf] remetendo-a, devidamente preenchida, para o Centro de Intercâmbio Teatral de Bissau ao cuidado de Jorge Quintino Biague. 

Para mais informações consulte pstage.wordpress.com.

Cándido Pazó

Cándido Pazó (Vigo, 1960) é actor, autor teatral, guionista de séries televisivas e encenador, este galego tem já inúmeros espectáculos premiados como por exemplo: “Commedia, un xoguete para Goldoni” (Prémio Compostela 93 e Prémio de la Crítica del País Valenciano 94), “Nano” (Prémio María Casares 99), “García” (Prémio María Casares 2005), “Emigrados” (Prémio Max 2008).

Ao vivo, na rádio ou na televisão, Cándido Pazó é assíduo em locais onde se programem todo o tipo de espectáculos orais: histórias, contos, humor, monólogos, narrações, etc. Actuou como narrador e participou em seminários sobre a oralidade nas Universidades de Santiago, Vigo, Coimbra, Salamanca, Barcelona, Minho, Varsóvia, Cracóvia, Montevideo, Bogotá, entre outras. Foi seleccionado pelo Fórum Barcelona 2004 para fazer temporada no seu espaço dedicado à oralidade. Autor da maioria das suas histórias (ainda que também recorra à tradição e à literatura) enquadra-se no chamado conto taberneiro ou de tertúlia onde anedotas, acontecimentos e personagens se sucedem numa demonstração de que a realidade supera a ficção
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Eduardo Pinto
A Escola da Noite - Grupo de Teatro de Coimbra
Teatro da Cerca de São Bernardo
3000-097 COIMBRA
PORTUGAL
+ 351 239 718 238
www.aescoladanoite.pt
www.weblog.aescoladanoite.pt

terça-feira, 26 de março de 2013

Falta de fundos adia envio de ajuda alimentar para 300 mil pessoas


A Organização das Nações Unidas (ONU) foi forçada a adiar o envio de ajuda alimentar para cerca de 300 mil pessoas na Guiné-Bissau devido à fala de fundos para financiar a operação. «A assistência estava agendada para começar a 1 de março de 2013, mas as operações estão paralisadas» afirmou a porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM) na ONU, Elisabeth Byrs, em Genebra, Suíça.

A porta-voz adiantou que o PAM «necessita urgentemente de 7,1 milhões de dólares» (5,49 milhões de euros», para apoiar guineenses, «incluindo jovens mães e crianças em risco de desnutrição». «Muitas famílias não têm escolha a não ser vender o seu gado e outros bens essenciais para colocar comida na mesa da família», alertou Byrs. Segundo a porta-voz, a taxa de desnutrição aguda na Guiné-Bissau é de 6% da população, chegando a 8% em algumas regiões.

Autoridades guineenses nem querem ouvir falar em CPLP


Murade Murargy, o secretário executivo da CPLP, chegou a Bissau e encontrou ausentes Serifo Nhamadjo, Rui Duarte Barros e Faustino Fudut Mbali, respectivamente o Presidente de transição, o Primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros. Estas ausências foram premeditadas, pois a chegada de Murargy era conhecida das autoridades de Bissau. Isto já nem é birra - é falta de respeito! AAS

EXCLUSIVO: Depois da Nigéria, 'presidente de transição' Serifo Nhamadjo viajou sorrateiramente para a Alemanha... por razões de saúde. Fonte do Ditadura do Consenso fala em "sintomas preocupantes" e aponta fases de "semi-inconsciência passageira". AAS


Fundação Ricardo Sanhá leva médicos a Bissau


Cinco médicos de origem guineense que trabalham em Portugal vão durante esta semana dar mais de 700 consultas em Bissau, foi hoje (terça-feira) anunciado numa conferência de imprensa na qual se falou de fraudes nas juntas médicas. Os médicos, um cardiologista, dois cirurgiões, um pediatra e um especialista em infecciologia, estão na Guiné-Bissau no âmbito de uma iniciativa da Fundação Ricardo Sanhá, criada em 2009 pelo guineense Ricardo Sanhá e com sede em Lisboa, que tem como principal objectivo dar assistência social a cidadãos guineenses no estrangeiro.

Esta é a segunda missão médica da Fundação este ano, disse hoje Ricardo Sanhá à Lusa em Bissau, adiantando que uma terceira missão estará no país em Maio de 2013. Cada médico, explicou, assiste uma média de 150 doentes, fazendo também uma triagem daqueles que terão de ser levados para Portugal para intervenções que não se podem fazer em Bissau. Os médicos disseram, no entanto, que o grupo não se sobrepõe nem substitui a junta médica que faz em Bissau o diagnóstico dos doentes que precisam de tratamento no estrangeiro.

Ainda assim o cardiologista Mário Mendes não poupou críticas à atuação das juntas médicas em Bissau, que "mandam doentes" para Lisboa que na verdade vão de férias, que estão a emigrar ou que querem ir fazer um "check-up". "Os critérios (da junta médica) têm sido muito díspares. Podem mandar uma pessoa com uma dor de dentes e deixar uma cardiopatia reumática. Esse não vai porque não é da família de ministros", acusou. "Portugal dá um apoio que as pessoas não valorizam. Fazer um tratamento especializado fica extremamente caro", disse o especialista, acrescentando que o acordo com Portugal contempla o envio de 300 doentes por ano e que agora estão a ser enviados 2000 por ano. E deu um exemplo: uma cirurgia cardíaca custa entre 25 a 30 mil euros. LUSA

segunda-feira, 25 de março de 2013

INACREDITÁVEL: Sabiam que a Medalha Amílcar Cabral - a maior condecoração do Estado da Guiné-Bissau...se vende, e a bom preço? A principes árabes, por exemplo? Ditadura do Consenso mostra, amanhã, e em EXCLUSIVO, as imagens. E tudo aconteceu em Paris, há um par de anos... AAS


Cocó bóia


Está no sangue do Senegal "proteger" a Guiné-Bissau... Para tal, tem dado apoios substanciais ao presente regime golpista de Bissau. Uma fonte bem colocada nas estruturas do Estado senegalês deixou escapar do DC que os actuais dirigentes da Guiné-Bissau "não são pessoas sérias". Até aqui, nenhuma novidade, ora! Mas como uma feijoada tem normalmente toucinho, o desabafo tinha razão de ser.

A historia é a seguinte: Regularmente, o Senegal dá apoios financeiros às actuais autoridades de transição - que se empenharam em instalar em Bissau, à revelia de tudo e de todos - nomeadamente às suas irrequietas Forças Armadas, à passiva Presidência da República e, porque não, à escancarada Primatura. Para estes dois últimos, prepararam solenemente dois cheques de 300 milhões. Só que, de passagem por Dakar, consta que o 'presidente de transição', Serifo Nhamadjo, ofereceu-se para levar os dois cheques com o compromisso de entregar a cada um a parte que lhe cabe.

Mas, parece que o presidente 'cedeaoiano' caiu na tentação...naquela, sabem... I sinta i kala ku el. I sukundi mon... Não sabendo de nada, o 'primeiro' despacha o seu representante para Dakar a fim de recuperar a sua guita. E, pimba!, bate com o nariz à porta. "O PRT ja levou os cheques com a promessa de vos entregar, é favor contacta-lo"...disseram secamente. Népia. Nicles. Até hoje, a Primatura não pôs os olhos quanto mais as mãos no cheque - e faz hoje uma semana que foram entregues ao PRT.

Ainda segundo a fonte do DC, o Presidente senegalês Macky Sall está irritado, tendo manifestado "extrema desilusão" com comportamentos do gênero, tendo feito saber que, doravante, não haverá mais nada para ninguém - nem cheques e muito menos intermediários... - enquanto não se esclarecer a questão dos cheques voadores... O PRT imposto aos guineenses, entre outros, pelo próprio Macky Sall nada diz e assobia para o lado como se o assunto não lhe dissesse respeito. A isto se chama provar do próprio veneno. E lá continuam a cantar os putos, e com razão: "rabata, rabata... sunbulélé.". AAS