sábado, 26 de setembro de 2015

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O novo Governo da Guiné-Bissau terá 33 membros entre ministros e secretários de Estado e será apresentado ao Presidente do país no início da semana, disseram à Lusa fontes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A orgânica do Governo foi determinada na reunião do ´bureau´ político (órgão de decisão) que terminou na última madrugada após mais de sete horas de debate.

A saída da reunião, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, limitou-se a confirmar que a proposta com os nomes e a orgânica do novo Governo serão apresentados ao Presidente do país, José Mário Vaz, "logo no início da semana".

Confirmou também que o novo executivo terá uma composição diferente daquele por si presidido e que foi demitido a 12 de agosto pelo chefe de Estado, mas escusou-se a adiantar o número de pastas e a própria orgânica.

Outras fontes do PAIGC indicaram à Lusa, entretanto, que o novo Governo terá 33 membros, entre ministros e secretários de Estado e que alguns ministérios que antes estavam juntos vão ficar separados.

O Governo liderado por Domingos Simões Pereira contava com 30 elementos.

O líder do PAIGC adiantou que o ´bureau´ político mandatou a direção do partido e o novo primeiro-ministro, Carlos Correia, para iniciarem as conversações com as outras forças políticas e sociais para integrarem o Governo.

O PAIGC e o PRS (Partido da Renovação Social), segunda maior força no Parlamento, devem iniciar as conversações para que os seus elementos possam integrar o Governo, disse Simões Pereira. lusa

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

LIVRO/OPINIÃO: A desesperança no Chão da Guiné-Bissau


Aos guineenses, na terra e na diáspora, e aos numerosos amigos da Guiné-Bissau dedicou Tony Tcheka (pseudónimo de António Soares Lopes Júnior) o seu livro "Desesperança no chão de medo e dor", em Setembro lançado na Alemanha e em Portugal e que em Outubro o deverá ser na própria cidade de Bissau.



Inspirado na palavra do escritor uruguaio Mário Benedetti, segundo a qual um homem não se deve render, nem ceder, o autor de "Noites de Insónia na Terra Adormecida" e de "Guiné Sabura que Dói", surgidos respectivamente em 1996 e em 2008, entregou-nos mais 50 poemas, em português e em crioulo, para nos falar de uma Guiné-Bissau maltratada, onde por vezes nem sequer há energia eléctrica, nem água potável, a correr das torneiras.

Tony Tcheka, que já foi director do jornal "Nô Pintcha" e correspondente tanto da BBC como do jornal PÚBLICO, de Lisboa, tenta, pela poesia, libertar-se da tão grande desesperança que ameaça os naturais da Guiné-Bissau, 42 anos depois de terem proclamado unilateralmente uma independência que teima em não florir tanto quanto se desejaria.

Os seus poemas são um fruto da política menos correcta que se tem feito da terra onde nasceu Amílcar Cabral e onde foram assassinadas pessoas como o Presidente Nino Vieira.

Neste livro, ilustrado por Ismael H. Djata e editado pela Corubal, de Bissau, notamos bem que o medo é o "traje que veste a alma" da Guiné-Bissau, onde ainda em Agosto o Presidente José Mário Vaz decidiu afastar o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira e promover um Governo que só se aguentou 48 horas , até finalmente ser chamado como novo primeiro-ministro o veterano Carlos Correia.

"O tempo passa./amassam-nos/bloqueiam as artérias/mantendo-nos fora/do espaço dos ponteiros do tempo./e o tempo passa ./e nós a sobra do prato vazio/definhámos...".

O tempo vai passando; e os guineenses, resignados, desfazem-se no tempo que passa e ficam como náufragos, na terra adiada.

Urge encontrar a canoa que leve a bom porto o povo guineense. É o que parece dizer-nos Tony Tcheka, de 63 anos, que já tem sido referenciado na França, no Brasil, na Alemanha e no Reino Unido.

O livro de que desta vez aqui falamos inclui textos que sobre o poeta em questão escreveram Odete Semedo, Robson Dutra Unigranrio, Maria Estela Guedes, Arlinda Mártires Nunes, Moema Parente Augel e J. Adalberto Campato.

Jorge Heitor

Ponham ordem na Guiné-Bissau. Ponham cada macaco no seu galho...AAS

O dia depois de o Presidente ter jantado sozinho. Ou quase.


A organização do jantar de gala oferecido ontem pelo presidente da República, José Mário Vaz, viu-se às aranhas e o protocolo de Estado esteve em pulgas e às apalpadelas. Ao DC, um dos convivas confidenciou: "Só para teres uma ideia, dos convidados ao jantar do Presidente da República, apenas 2/3 apareceram. Muito diferente do concorrido jantar do ano passado..."

O jantar aconteceu ontem, dia 24, por ocasião do 42º aniversário da independência da Guiné-Bissau. A desgraça, porém, continua. "Deputados, só meia dúzia (em 100!!!) apareceram...corpo diplomático acreditado em Bissau (perto/mais de uma centena) idem aspas."

Então tentaram outra táctica. Fazer de conta que a hora do País recuara 2 horas..."Os organizadores, aflitos, ainda atrasaram o jantar para ver se chegava mais gente, mas ninguém apareceu. Foi no mínimo constrangedor..
", contou ao DC. O presidente não terá gostado da desfeita, mas tratou-se de mais um recado dos representantes dos países que nos sustentam os vícios. Não há jantares grátis.

E para completar o ramalhete: "Haviam mais músicos e seguranças do que propriamente convidados." Caso para dizer, JOMAV perdeu o encanto - o que pode ser perigoso. Um Povo - e quem estes elegeram - cada vez mais distantes do 'seu' presidente, não augura nada de bom num futuro a médio prazo. AAS

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal


FONTE: EXPRESSO
AUTOR: Luis Pedro Nunes

Há quase meio século que um homem espera sentado numa canoa na margem do rio Corubal. Não tem nada. Apenas a mágoa de ter sido abandonado, uma revista antiga e um velho cartão de combatente. Espera pelos antigos companheiros que o venham buscar, junto às águas que servem de cemitério para dezenas de portugueses.

Aquele rio parece calmo. Mas tem mortos e vivos que querem ser levados para cá. Em fevereiro de 1969, nove meses após ter sido nomeado governador militar da Guiné, Spínola manda retirar de Madina do Boé. Era um esforço militar inútil. Um quartel isolado a sul de Nova Lamego (hoje, Gabu), cortado por um rio, constantemente fustigado pelo PAIGC, colado à fronteira com Conacri. Essa pequena língua de terra não valia o esforço militar. Mas a travessia do rio Corubal iria ficar associada a uma das maiores tragédias militares portuguesas. E Madina do Boé seria o local onde se proclamaria unilateralmente a independência, em 1973.

Ainda hoje é uma longa e penosa viagem até à passagem do rio Corubal. De Bissau aponta-se a Leste até Gabu e é tudo alcatrão. Umas horas de viagem. Depois, em pista de terra vermelha, vira-se a sul de Conacri para Cheche. Queríamos chegar a Madina do Boé. Mais precisamente ao antigo quartel e ao monumento da independência que lá dizem existir. Mas o Corubal não quis.

Do lado de lá está a jangada que consegue transportar viaturas. Mas não atravessa porque o rio está cheio e a corrente forte de mais. Só em outubro. E o que atravessa? São canoas, escavadas a um tronco, com um remador. Levam até motorizadas, mulheres com bebés. É uma operação de risco. O remador avança furiosamente em direção a montante e é arrastado pela corrente até um ponto neutro. Depois desse ziguezague é preciso repetir a operação até conseguir chegar à margem de lá. Uns 200 metros.

É assim que se percebe o poder brutal da corrente do Corubal, que levou a vida a 47 militares portugueses na noite de 5 para 6 de fevereiro de 1969. A companhia de Caçadores 1790 já tinha percorrido os 30 quilómetros entre o quartel e a margem, com forte apoio aéreo para não ser atacada. O atravessamento do material militar e das viaturas foi feito exatamente com pirogas dessas, com lacas de madeira e um zebro de borracha a empurrar. Foram 28 viaturas pesadas, 100 toneladas de munições, três autometralhadoras e 500 homens.

Já de madrugada, na última passagem, quando a jangada vinha carregada de homens, o comandante da operação decide mandar umas morteiradas para uns alegados locais do PAIGC. Os homens a meio do rio entram em pânico por não saberem de onde vem a fogachada. A barcaça começa a cuspir homens vestidos e carregados de munições. Morreram 47. A maioria ficou para sempre naquele rio. Alguns foram enterrados nas margens.

E, contudo, há ali um que espera que o venham buscar. Está sentado numa canoa. Aliás, disse-o logo: “Sou fuzileiro especial português Silai, curso NATO, quero ir para Portugal. Estou à espera que me venham buscar.” Esta é uma das muitas histórias que se misturam em remoinho na margem do rio Corubal. Não tem nada. Ou melhor, tem mágoa por ter sido abandonado pelos seus camaradas fuzileiros. Mostra uma revista “Combatente” já muito usada com uma foto de uma reunião de antigos ‘fuzos’ da Guiné: “Somos colegas.” Esteve fugido 20 anos para não ser morto. “Andei pelo Burkina Faso.” E o Burkina é muito longe.

E chegam outras pessoas que querem contar histórias. No início, nada. Agora saem como numa nascente de água, às golfadas. Sobre a morte dos portugueses. De como nos dias seguintes à tragédia apareceram uns helicópteros e não conseguiram levantar os corpos do rio, de como durante anos aparecerem malas e objetos...

OPINIÃO AAS - JOMAV: Um problema dos diabos!


O cargo de Presidente da República, convenhamos, é um cargo importantíssimo mesmo num País chamado Guiné-Bissau.

Contudo, a ouvir o discurso do chefe de Estado guineense, ontem, no parlamento, por ocasião dos 42 anos de independência do País, vi na pessoa do José Mário Vaz uma figura completamente a leste, ou como se diz em bom português, na lua! - as usual.

Um PR que parece não saber o que se passa à sua volta, um PR perdido e aos papéis, fechado no seu casulo, orgulhosamente só, completamente confuso, obviamente baralhado. Por isso, como cidadão e eleitor, apraz-me perguntar gritando tão alto quanto as cordas vocais o permitirem:

QUEM É QUE ESCREVE OS DISCURSOS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA? QUEM É QUE LHE DÁ AS IDEIAS?

O presidente disse na assembleia que tem sido "incompreendido." Isso é gozar na cara das cidadãs e dos cidadãos Guineenses! "Todos os esforços e sacrifícios são poucos quando a tarefa é engrandecer(?!) a nossa pátria. Embora por vezes incompreendido, é nesta tarefa que estou empenhado", disse o chefe de Estado. Esta frase lembra o Salazar!!!

Já quanto ao acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que deitou por terra as pretensões do PR, Jomav foi ainda mais desastroso. Eis o que disse o presidente: "O poder judicial sai valorizado e vê reforçada a sua autoridade enquanto pilar do Estado de direito democrático, independentemente do juízo de mérito da sua decisão." Quanto à sua decisão de demitir o Governo de Domingos Simões Pereira, que o STJ declarou inconstitucional, Jomav chutou para canto...

Se eu fosse deputado, teria abandonado o hemiciclo.

Vem o PR dizer que a crise política criada pelo seu ego permitiu que a Guiné-Bissau desse um salto "qualitativo a nível de indicadores que regem as sociedades modernas". Francamente!!! Isto faz-me lembrar um outro nosso presidente, já falecido, o Kumba Yala e os seus livros "Os pensamentos Políticos e Filosóficos - I e II", editados pela Editora Escolar em 2003.

Há uma, apenas uma frase, que quero dedicar especialmente para o presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz. Esta: "A liberdade mental deve ser da autoria do próprio indivíduo"...
AAS

JOMAV diz-se "incompreendido"...


O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, diz-se "incompreendido" e vê aspetos positivos na crise política que afeta o país, referiu num discurso na ANP por ocasião dos 42 anos da independência da Guiné-Bissau.

"Todos os esforços e sacrifícios são poucos quando a tarefa é engrandecer a nossa pátria. Embora por vezes incompreendido, é nesta tarefa que estou empenhado", disse o chefe de Estado.

Vaz acrescentou que a "situação política revelou aspetos positivos da nossa aprendizagem da democracia e permitiu que a Guiné-Bissau desse um salto qualitativo a nível de indicadores que regem as sociedades modernas".

"Apesar da tensão social vivida e da exaltação de espíritos, em nenhum momento foram assinaladas violações de direitos humanos" ou da "liberdade de expressão e de imprensa, pese embora todos os excessos verificados", referiu.

Por outro lado, ao submeter-se ao acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o Presidente guineense considerou que o poder judicial "sai valorizado e vê reforçada a sua autoridade enquanto pilar do Estado de direito democrático, independentemente do juízo de mérito da sua decisão". Lusa

OPINIÃO: Do Presidente da República aos Conselheiros


"A Presidência da República, é o cume da arquitectura política de um Estado, na sua forma de República. Por isso, o exercício da função de Presidente da República, é de uma grande nobreza, convidando ao indivíduo agraciado pelo voto popular a um elevado sentido de Estado e de responsabilidade acompanhado de rectitude e postura, com vista a ostentação de valores que justifiquem a eleição do titular para tal.

E mais, com vista a realização das expectativas criadas no momento em que o candidato ao apresentar ao povo o seu desejo de se tornar Presidente cria em torno de todo i eleitorado e do povo. Mas o nosso JOMAV, é um caso "sui generis" e é assim porque ele é burro duplamente.

1° - o PR Jomav, não faz ideia de onde saiu e muito menos para onde vai. Por isso nem tem ideia de como chegou à presidência, isto para dizer que a chegada do Jomav à presidência, foi tão estranha e milagrosa como se a neve tivesse caído na cidade de Bissau.

2° - como é que um presidente, dito de outra maneira, Chefe de Estado pode ter-se deixado levar por uma cambada de escumalhas e Conselheiros para parar um país durante todo este tempo por razões fúteis e artificiais. Se bem que, "ab initio" presume-se ou melhor, parte-se do princípio que um PR seja uma pessoa bem discernida e dono de um estado psíquico fora de qualquer suspeita.

Mas o Jomav, na verdade padece de uma patologia mental de tamanha gravidade que neste preciso momento esta a arrastar toda uma nação para um flagrante abismo que nunca ocorreria a ninguém e muito menos ao nosso povo. Por isso, existem um conjunto de dados óbvios emergentes das atitudes do Jomav que demonstram sem pecado que ele constitui um enorme perigo para o o nosso povo.

Ora vejamos!

Chegou-se a pensar que o Presidente da República teria o discernimento intelectual de poder de facto aproveitar a majestosa oportunidade para no acto de celebração do 42° aniversário da independência do país, dar a mão à palmatória e reconhecer o douto Acórdão do STJ que invalidou o decreto de nomeação do Baciro Dja como PM, dançando doentiamente na constituição. Foi triste assistir que ele não fez isso, pelo contrário meteu a mão na "bunda".

Digo isto, porque quem for rigoroso no seguimento das palhaçadas do Presidente Jomav, apercebe-se claramente que em nenhum momento ele se dignou a reconhecer o Acórdão, mas sim, entrou na retórica falaciosa de afirmar que o falso PM, teria tirado as consequências políticas do Acórdão, ao apresentar de imediato a sua demissão, dando a entender que, só e apenas por isso o demitiu, através de um "cosmético" Decreto.


Nesta senda, resulta sensato perguntar; sendo ele (PR) o autor do acto chumbado, que consequência política tirou com o ACÓRDÃO?

E a resposta está a vista, o JOMAV tirou uma consequência egocêntrica, demagógica e monolítica, vinculando apenas a sua antipatia e a sua auto suficiência; quer dizer, as consequências que tirou do Acórdão só ele sabe e portanto está só no seu âmago.

JOMAV, contínua sendo uma criatura altamente perigosa para o país e para o futuro do nosso povo, continua sendo uma pessoa falsa e extremamente mentirosa ao ponto de premeditadamente pintar o discurso que hoje (ontem) proferiu na magna ANP, no acto da celebração do 42° aniversário da independência nacional.

Falou na sua qualidade de primeiro Magistrado da nação, chamando à colação algumas das suas atribuições enquanto tal; Disse ser o garante da unidade nacional, da paz, da estabilidade e da constituição.

Mas a verdade é que, pelo tipo de homem que é, pela sua maneira de ser e por tudo aquilo a que em pouco tempo nos habituou e fez... vai claramente continuar a fazer tudo ao contrário...vai continuar a ser o maior desgarante da unidade nacional, vai continuar a ser o maior promotor de conflitos e um autêntico ultrajador da nossa lei magna e por isso dos combatentes da liberdade da pátria.

Se o governo é uma emanação da ANP, por isso a sua responsabilidade política perante este órgão ocupa um lugar cimeiro e por conseguinte mais lógico em detrimento da responsabilidade política do Governo perante o PR, que nos parece ser apenas uma responsabilidade de conformação e certificação do cumprimento do programa e o orçamento aprovado no hemiciclo.

Ora se assim é porquê demitir um Governo que ostenta três moções de confiança do órgão para o qual responde politicamente por excelência? Se ele é o garante da unidade nacional; porque é que, com base num espírito de fomentar a desunião, levaria toda a facção perdedora do Congresso de Cacheu para compor o seu staff de Conselheiros e Assessores?

Se o PR é o garante de unidade nacional e, se fosse mesmo um homem sério, porque nomearia um PM sem consentimento do partido vencedor das eleições? Incluindo o facto de ser do seu conhecimento que é "persona non grata" no próprio partido?

O PR Jomav, não é sério e carece de toda dignidade política desde logo, quando se viu mergulhado numa absoluta incoerência em pôr em causa os estatutos do partido com os quais fora escolhido como candidato do próprio partido às eleições Presidenciais.

Meus senhores, todas as danças do Jomav em cima do povo e da lei, faz lembrar a participação do então candidato à presidência da República num debate onde afirmou que não, que nunca tinha lido a constituição e parece que ainda continua sem a ler.

Porque da Constituição o Jomav continua a não saber nada e muito menos os seus ditos conselheiros que não têm carácter nem dignidade. Não têm vergonha, caso contrário todos eles tinham posto os seus lugares à disposição a partir do momento da publicação do Acórdão, pelo péssimo serviço que prestaram ao país.

Autor: Bongalow da Verdade
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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Intervenção da União para a Mudança na ANP


Excelência Senhor Presidente da República;

Excelência Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular;

Excelência Senhor Primeiro-ministro;

Excelência Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;

Excelentíssimos Senhores membros do Governo;

Honoráveis colegas Deputados da Nação;

Digníssimos Representantes do Corpo Diplomático e Organismos Internacionais;

Ilustres presentes,

A República da Guiné-Bissau comemora hoje o seu quadragésimo-segundo aniversário, mergulhada em mais uma crise, cujo desenlace final é para todos incerto, mas que adivinhamos irá deixar novas, profundas e graves sequelas no seio da sociedade guineense.

Isto, quando todos vaticinavam que após as eleições de Março de 2014, o país pudesse arrancar em definitivo rumo a uma nova era de estabilidade, paz, reconciliação e desenvolvimento.

Há um ano atrás, dia por dia, do alto desta tribuna, a União para a Mudança (UM), lendo os ensinamentos do passado recente, lançava um forte alerta à navegação, apontando para os riscos que o país poderia correr caso as mais altas instâncias de soberania não enveredassem, com sentido patriótico e de Estado, pela via do diálogo, na busca dos consensos indispensáveis visando a Reconciliação e a Estabilidade, enquanto premissas à criação de condições que favorecessem o processo de desenvolvimento económico, social, cultural e técnico-científico do nosso país.

O apelo então lançado, e que nos permitimos repetir, apontava para a necessidade de se “tirarem ilações e aprender com as lições de um passado ainda bem recente, que nos convocava a todos, inevitavelmente, ao diálogo, à busca de consensos na gestão governativa do país e à assunção de compromissos que permitissem, finalmente, relançar a Guiné-Bissau na senda do desenvolvimento sustentável e do progresso, que todos almejamos”.

Mais adiante acrescentávamos “ser urgente elevar e reforçar cada vez mais os níveis de confiança no seio da nossa sociedade, para que nós, guineenses, compreendêssemos que só unidos, no respeito das diferenças e com trabalho árduo e honesto, poderíamos avançar e construir um verdadeiro país próspero e de justiça social, isto é, o país com que sonharam os Heróis e Mártires da Luta de Libertação Nacional.” (fim de citação).

Este era e é um sonho ainda possível de se concretizar, se os órgãos de soberania souberem arrepiar caminho e eleger o bom relacionamento institucional como fator fundamental para a restauração da credibilidade do Estado, assim como, para a recuperação da confiança do povo guineense nas instituições públicas e nos seus governantes.

Exigia-se para tal, como essencial, a promoção e o reforço do clima de entendimento entre os órgãos de soberania, de forma a garantir que todos os problemas que se colocassem ao Estado da Guiné-Bissau fossem resolvidos num quadro de interdependência, de diálogo permanente e de solidariedade institucional.

Infelizmente, a nossa voz não foi ouvida e o país entrou numa nova deriva de consequências imprevisíveis, cujo peso já aflige e afeta a população guineense, com particular incidência nas componentes mais desfavorecidas da nossa sociedade.

É nosso entender, que as razões do poder, mesmo que sejam pela forma como o queremos exercer, não podem em circunstância alguma justificar ou pôr em causa as mais profundas aspirações do povo guineense à paz, ao bem-estar e ao desenvolvimento.

Sobretudo, tratando-se desse mesmo povo que votou em nós, conferindo-nos a responsabilidade de governar o Estado guineense em seu nome.

Excelências,
Digníssimos Deputados da Nação,
Minhas senhoras e meus senhores,

A lamentável situação que hoje vivemos, e que a nosso ver não tem qualquer razão de ser, mostra-nos claramente, que o poder se não for bem gerido, de forma patriótica, pode nos conduzir ao descalabro e mesmo ao suicídio, como Nação livre e independente.

É convicção da União para a Mudança, que na nossa ação política quotidiana, deve ser o homem, com ponderação e bom senso, a gerir o poder e não o poder a gerir o homem.

Pois, chegou a hora de a classe política se questionar e refletir, seriamente, sobre o que quer quando postula à assunção do poder e pede o voto ao povo!

Será que nos interessa somente o poder pelo poder, exercendo-o à nossa guisa ou, queremos o poder para servir aqueles que confiaram em nós, para gerir os destinos da Nação guineense, no contexto de um Estado de Direito Democrático, em que o primado da lei se afirme em permanência?

É neste capítulo que o respeito pela Constituição e pelas leis se torna um imperativo por parte de todos os órgãos de soberania, sem qualquer exceção.

Assim saudamos o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça no caso do incidente suscitado sobre a constitucionalidade do decreto nº 6/2015, que, para além de trazer uma nova credibilidade ao nosso sistema judicial, permitiu repor a legalidade constitucional e democrática que se exigia.

Agora que os imperativos do desenvolvimento se colocam, temos todos que pôr a mão na consciência, e, patrioticamente, procedermos a uma análise introspetiva dos passos que demos e questionarmos se estivemos à altura das nossas responsabilidades.

É preciso, pois, que a classe política guineense, no seu todo, assuma em definitivo as suas responsabilidades e ponha fim às manigâncias a que o poder convida, se quiser que o povo possa confiar e continuar a confiar nela.

Não podemos continuar a admitir que o conceito de política e de político tenha que estar ligado à falta de ética, à corrupção, à ausência de sentido patriótico, à defesa de interesses próprios, por vezes mesquinhos, em detrimento dos interesses nacionais.

Digníssimos colegas, Deputados da Nação,

Se quisermos construir o futuro e desenvolver o país, temos então que ter a coragem de moralizar a política, baseada em princípios e valores, e torná-la mais limpa e sã, colocando-a ao serviço da Nação!

Só assim poderemos corresponder ao desafio que se nos coloca: o da construção na Pátria de Cabral, de um futuro digno, de prosperidade, paz e estabilidade para os nossos filhos, com mais educação, mais saúde, mais progresso e mais desenvolvimento.

Da nossa capacidade de resposta a este imperativo resultará, necessariamente, sabermos se estamos à altura dos desafios com que a História e a dinâmica do mundo moderno nos vão incessantemente confrontando.

Excelências,
Minhas senhoras e meus senhores,

Não poderíamos concluir sem dirigir uma palavra de apreço à Comunidade Internacional, pelo apoio e solidariedade manifestados ao povo guineense, apesar do cansaço resultante das cíclicas crises que a Guiné-Bissau tem vivido!

Honra e glória à memória de Amílcar Cabral e dos Heróis e Mártires da Luta de Libertação Nacional!

Viva a República da Guiné-Bissau, livre e independente!

Bem-Haja!

AFECTOS COM LETRAS: Venham mais... 42!




DITADURA DO CONSENSO, felicita o Povo da Guiné-Bissau pelo 42º aniversário da sua independência. O editor do blogue garante que continua ...:






GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: O filme de uma vida em Bissau em que tudo corre mal, mas desistir é proibido


A vida de Mamadu Candé é como um filme de tudo o que pode correr mal na Guiné-Bissau e da persistência em lutar contra os obstáculos, com a ajuda de amigos .

Se num país despedaçado pela instabilidade a vida já é difícil, é ainda pior para uma pessoa deficiente, com as pernas quase paralisadas e sem rendimentos.

Mamadu, 24 anos, tem um objetivo: quer ser jornalista. Para lá chegar, o ponto de partida deixou-o logo em desvantagem: não só por nascer na Guiné-Bissau (a taxa de pobreza é de 70 por cento, segundo dados das Nações Unidas) e ainda por cima longe da capital (em Galomaro, Bafatá), mas por perder a mobilidade. Lusa - ler mais AQUI

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Poder tradicional reclama "maior presença" nos assuntos do Estado guineense


O Estado da Guiné-Bissau podia ser ajudado a melhor governar se tivesse em conta o papel que os chefes tradicionais tiveram no passado, admitiram à Lusa três régulos que se assumem como "dignos representantes" do povo.

Saico Embaló é régulo de Gabu, Tcherno Sanhá é da região de Badorá e Augusto Fernandes é o juiz do povo do Geba e presidente da Associação dos detentores dos poderes tradicionais.

Os três são detentores dos poderes ancestrais em regiões diferentes mas advogam a mesma posição: a devolução de competências aos régulos para realizarem justiça, dirimirem os conflitos e "vigiarem a terra", que todos afirmam que lhes pertence "na realidade". Mais AQUI Lusa

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Guineenses de mérito serão premiados


As figuras guineenses com trabalho de mérito vão ser homenageadas para que o seu exemplo seja seguido pelas novas gerações no projeto HomenageArte do Movimento Ação Cidadã (MAC), que quer refrescar os ideais da independência da Guiné-Bissau.

"Temos que atualizar os nossos desafios, as nossas lutas. Não podem ser baseados meramente no passado" em figuras históricas como Amílcar Cabral e outros combatentes, refere Miguel de Barros, membro do movimento. "Mesmo que existam e que nos orientem, temos que projetar novos 'Cabrais'" em diferentes áreas. Daí a necessidade de "promover o mérito".

"Foi nesse contexto que achámos que faz todo o sentido podermos homenagear alguém que tenha deixado algum legado positivo", destaca Juelma Nazareth, que também faz parte do MAC. Lusa

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Francisa Pereira, a 'mamã' do PAIGC


Justa homenagem AQUI

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: PAIGC SECÇÃO FRANÇA


24 de Setembro - Comunicado do PAIGC_Secção França

É com coragem e determinação que a Guiné-Bissau realiza hoje os seus 42 anos de independência. A luta do povo para a auto-determinação é um processo irreversível para a conquista dos seus direitos e a preservação da sua dignidade.

Podemos aceitar que, em cada momentos da história de um pais, possa haver convulsões políticas e sociais que impedem a segurança e a estabilidade de um Estado. A Guiné-Bissau está numa fase da sua maturidade política, da busca do diálogo construtivo e da unidade nacional.

A direcção do PAIGC Secção_França, sempre militou pelos princípios do diálogo, da unidade nacional, e do respeito das instituições da República. A Pátria de CABRAL, de certeza, está em busca permanente do seu próprio caminho de desenvolvimento.

24 de setembro é um dia de liberdade de expressão e dos movimentos dos Guineense em todo o território.

Viva o Povo da Guiné-Bissau !

Paris, 24 de setembro de 2015

A direcção da Secção França

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Mensagem dos EUA


COMUNICADO DE IMPRENSA

DEPARTAMENTO DO ESTADO DOS EUA

Gabinete do porta-voz

DECLARAÇÃO DO SECRETÁRIO KERRY

Dia Nacional da República da Guiné-Bissau

Em nome do Presidente Obama e dos cidadãos dos Estados Unidos, felicito todo o povo da Guiné-Bissau, enquanto celebram o 42º aniversário da sua independência no dia 24 de setembro.

Apoiamos totalmente os seus esforços em estabelecer uma sociedade mais justa, democrática e próspera, na qual os direitos humanos são respeitados e o estado de direito é observado. Nos anos vindouros, os Estados Unidos continuarão a trabalhar convosco para forjar um ambiente de estabilidade e oportunidade das quais as instituições democráticas serão fortalecidas e o crescimento económico poderá assegurar e florescer.

Congratulações mais uma vez à todos os cidadãos da Guiné-Bissau neste dia importante.

CAJU: Moçambique e Guiné-Bissau querem cooperar


Moçambique e Guiné-Bissau pretendem cooperar no sector do caju, informou o jornal Notícias, de Maputo, citando fontes de ambos os países que participaram Conferência Internacional do Caju que decorreu na capital moçambicana.

O jornal escreveu ainda que representantes dos dois países já iniciaram contactos e que a Guiné-Bissau, o segundo maior produtor da castanha de caju em África com uma média de 200 mil toneladas/ano, pretende obter informações sobre a experiência de Moçambique no domínio da industrialização do caju.

Por seu turno, Moçambique, quarto maior produtor africano do caju e um dos líderes na industrialização e processamento da castanha no continente, pretende aperfeiçoar conhecimentos no domínio da produção.

África produz metade da castanha comercializada em todo o mundo, estimada em três milhões de toneladas, mas apenas processa 10% dessa produção, tendo Filomena Maiopué, directora do Instituto de Fomento do Caju (Incaju) de Moçambique, defendido um aumento do processamento nos países produtores “a fim de garantir os postos de trabalho e o rendimento de que as populações tanto precisam.”

A directora do Incaju afirmou no decurso da conferência que Moçambique pretende produzir cerca de 100 mil toneladas na campanha 2014/2015, mais 20 mil toneladas do que na anterior campanha, mas cerca de metade do que o país produzia na década de 70 do século passado, em que era o maior produtor mundial com 200 mil toneladas.

Moçambique encontra-se actualmente em quarto lugar na lista dos maiores produtores de castanha de caju em África, uma lista que é encabeçada pela Costa do Marfim, a que se seguem em segundo lugar a Guiné-Bissau e em terceiro a Tanzânia.

A Conferência Internacional do Caju é o maior fórum mundial do produto, ligando a investigação com a produção e o mercado, colocando em debate questões relacionadas com o negócio como o comércio ético e a produção orgânica. Macauhub

INDEPENDÊNCIA: Já foi pago o salário aos funcionários do Estado guineense. AAS

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: Depois do dia em que os portugueses deixaram de ser senhores dos céus


Fonte: Expresso
Reportagem de Luis Pedro Nunes,
Enviado à Guiné-Bissau

"Há um homem que espera há quase meio século à beira de um rio que o venham buscar. Por quem espera ele? Há um cão que deu origem a um massacre e alterou o rumo da história. Há uma bala que afinal era uma lança. E houve um dia em que os portugueses deixaram de ser senhores dos céus.

A 23 de setembro de 1973, a Guiné-Bissau declarava unilateralmente a independência. Na semana em que passam 42 anos desse acontecimento histórico, o Expresso conta-lhe as histórias que marcaram alguns dos momentos mais importantes da vida do país. É a primeira parte de uma reportagem multimédia sobre a primeira colónia à qual Portugal acabaria por reconhecer a independência.
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Carlos Correia assume a governação do País


Durante a tradicional cerimónia de passação, entre o Primeiro-ministro cessante, Sua Excelência, o Sr. Engº Domingos Simões Pereira e o atual Primeiro-ministro, Sua Excelência, o Sr. Engº Carlos Correia, que teve lugar, hoje, dia 23 de Setembro, no Salão Nobre do Conselho de Ministros Francisco João Mendes “Tchico Té”.

O ex-Chefe do Governo ao intervir, disse colocar-se de acordo com as suas capacidades à disposição do novo Primeiro-ministro, e que gostava de “afirmar o meu rigojizo, o meu orgulho de poder participar neste ato...” Referindo-se de “...estamos na presença de alguém que merece o nosso respeito, merece a nossa admiração.

Admiração por seu percurso de vida, admiração pelos atributos que tem granjeado durante esse percurso. Sempre colocando-se ao dispor da nação. Sempre disposto a servir e que tem sido de facto conhecido como a grande reserva moral do nosso país. Volta a ser chamado parra essas responsabilidades, num momento em que é evidente, que já não contava ter que assumir esse tipo de responsabilidade. E, portanto, mais de que um privilégio é de facto um sacrifício que a nação lhe pede.”

O Primeiro-ministro, Carlos Correia, com toda a modéstia reconheceu ter aceite o “...apelo, sobretudo neste momento de poder dar a minha modesta contribuição para continuarmos a caminhar no sentido de não perturbar, de não perder a esperança que o nosso povo tem vindo a demonstrar a partir do nosso Congresso de Cachéu, Congresso de PAIGC e da formação do 1º Governo”, dizendo ser “duplamente difícil” ter de “continuar o trabalho que tem sido feito pelo governo” anterior.

“...Porque como dizia a pouco eu não contava, mas também pelos resultados apresentados. Continuar esse trabalho é extremamente difícil, mas quero contar com a colaboração do Primeiro-ministro cessante, colaboração dos seus colaboradores e particularmente o apoio político e moral do PAIGC, aquém gostaria de servir mais uma vez.

Na presença dos conselheiros e assessores do Gabinete do Primeiro-ministro, os dois Chefes do Governo rubricaram o Termo de Passação e o Engº Carlos Correia recebeu do seu antecessor um dossier da governação, contendo vários documentos, de entre os quais: o Programa do Governo; o Orçamento Geral do Estado; o Relatório do Gabinete; o Plano de implementação das ações do projecto “Terra Ranka”, para só citar estes.

Gabinete de Comunicação do Primeiro-Ministro

PASSAGEM DE PASTA: Novo PM da Guiné-Bissau recebe dossiês de governação das mãos de DSP


O novo primeiro-ministro (PM) da Guiné-Bissau, Carlos Correia, recebeu hoje do seu antecessor, Domingos Simões Pereira, os dossiês de governação numa cerimónia no Palácio do Governo em Bissau.

Correia prometeu "dar continuidade" ao trabalho feito pelo Governo de Simões Pereira, tarefa que não será fácil, referiu, não só pelos resultados alcançados, mas sobretudo pelo facto de ser um exercício que não estava nos seus planos.

Carlos Correia, de 81 anos, recebeu de Domingos Simões Pereira o Programa do Governo, o Orçamento Geral do Estado e os planos decorrentes da conferência de doadores em que o país recebeu promessas de mil milhões de euros de apoios. "Não contava que teria, mais uma vez, que assumir funções desse nível, mas também não podia fugir à responsabilidade", referiu Carlos Correia.

"Mais um sacrifício"

O novo PM entende ser necessário manter "a esperança" que "o nosso povo", tem vindo a depositar no Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Correia disse contar com a colaboração de Domingos Simões Pereira e dos seus assessores naquilo que chama de "mais um sacrifício" que irá consentir pelo seu partido e pelo país.

O primeiro-ministro cessante afirmou estar disponível para apoiar o novo PM "no lugar e na qualidade" que aquele entender, tendo enaltecido as qualidades do novo chefe do Governo guineense. Segundo referiu, Carlos Correia "é a reserva moral" na qual os guineenses se devem rever sempre.

Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC e vencedor das eleições legislativas de 2014, foi demitido a 12 de agosto pelo Presidente da República, José Mário Vaz, também eleito no último ano pelo mesmo partido. Carlos Correia foi indicado para liderar o Governo na qualidade de vice-presidente do PAIGC. Lusa

QUEM É O PRIMEIRO-MINISTRO CARLOS CORREIA?


CARLOS CORREIA é um nacionalista convicto, de formação política sólida, muito discreta, que fez toda a sua carreira nas fileiras do PAIGC. Cedo, após a sua fuga, em 1959, via Casamance, para a Luta de Libertação Nacional, em Dakar se avista com Amílcar Cabral.



Como dirigente do PAIGC, foi por três vezes Primeiro-ministro. Devido a sua postura considerada de honesto, cumpridor, moderado e integro, conquista um estatuto especial na sociedade guineense. Sendo, consenso geral, de que é difícil apontar-lhe o dedo pelos erros cometidos na gestão da coisa pública.

Sua Excelência, o Sr. Engo Carlos Augusto Gomes Correia, nasceu em São Domingos, Região de Cacheu, a 06 de Novembro de 1933. Filho de
Domingos Gomes Correia e de Mariama Forbs, viveu em Encheia, Jeta e Bissau, aonde neste último passa a sua infância e adolescência, concluindo em 1946 a instrução primária.

Proveniente de uma modesta família guineense, com 13 anos de idade, começa a trabalhar como empregado de balcão, na “Loja Da Praia” da firma Casa Gouveia.

Em 1947, com a transferência do pai, que era funcionário aduaneiro para Bafatá muda para essa cidade. Aí até 1950 foi professor na Escola Primária da Missão Católica de Bafatá.

De regresso à Bissau, em 1955 frequenta o Curso Secundário no Colégio Liceu de iniciativa semioficial (sito no edifício da atual Direção-geral da Cultura). E, quatro anos mais tarde, concorre ao posto administrativo e contabilístico do quadro da “Casa Gouveia”. Na sequência do massacre de “Pingiquity”, de 3 de agosto de 59 foi preso pela polícia política da então “Guiné-Portuguesa”, sendo libertado no dia seguinte.

Decide fugir para o Senegal, aonde segue para a Guiné-Conakry, acompanhado do seu companheiro Luciano N’Dau. A partir de 1960, em Conakry, sob orientação de Amílcar Cabral coadjuvado por Luciano N`Dao ocupa-se da mobilização e ingresso de novos jovens para as fileiras do PAIGC e participa no programa de superação político-literário dos militantes. Toma parte, em Dalabá, República da Guiné, num seminário de formação sindical organizado pela UGETAN (União Geral dos Trabalhadores da África Negra).

No início de 1961, bolseiro da UIE (União Internacional dos Estudantes) segue para RDA (República Democrática Alemã) para a formação superior. Participa no Congresso Constitutivo da UGEAN (União Geral dos Estudantes das Colónias Portuguesas), realizado em Rabat, sendo eleito membro da Direção da Organização e indigitado seu responsável pela área da Formação.

Em 62, em representação dos jovens e estudantes do PAIGC participa em Helsínquia, no Festival da Juventude e Estudantes. E, pela UGEAN, no Congresso da KOMSOMOL (Organização da Juventude Soviética) em Leninegrado, hoje São Petersburgo.

Depois de concluir a formação, em 66, em agronomia no Instituto Superior de Agronomia Tropical e Subtropical, regressa no ano seguinte à Conakry, sendo colocado na Representação Exterior do PAIGC, em Dakar. Torna-se membro do Comité Central do PAIGC.

Nomeado em 68, responsável pela Logística do Secretariado do PAIGC, em Conakry, passa a dirigir a Comissão de Inspeção/Recenseamento (de homens e Materiais) de todas as unidades das FARP das três Frentes de Luta. Vindo a ser eleito membro do Bureau Político do PAIGC e um ano mais tarde do Comité Permanente da Comissão Nacional das Regiões Libertadas do Sul.

Em 1972, participa na sensibilização e orientação das populações para escolha dos Delegados às eleições dos membros dos Conselhos Regionais e Deputados à Assembleia Nacional Popular. Com a proclamação da independência, em 1973, do Estado da República da Guiné-Bissau (1973), na I Sessão da Assembleia Nacional Popular torna-se deputado.

Com o reconhecimento formal da independência nacional, por Portugal, ex- potência colonial, exerceu a partir de 1974 importantes cargos no aparelho legislativo, do Estado e sector privado:

- Deputado da II Legislatura da ANP (1976);
- Comissário de Estado do Planeamento Agrícola e Recursos Naturais (24
Set. 74 a 19 Mar. 77);
- Comissário de Estado das Finanças (19 Mar. 77 a 14 Fev. 81);
- Presidente do Conselho Superior dos Desportos (78 a 82);
- Ministro das Finanças (14 Fev. 81 a 17 Maio 82);
- Deputado da III Legislatura da ANP (84)
- Ministro do Comércio e Artesanato (17 Maio 82 a 17 Julho 84);
- Ministro de Estado do Desenvolvimento Rural e Pescas (17 Jul. a 6 Fev.
89);
- Ministro do Desenvolvimento Rural e Agricultura (06 Fev. 89 a 16 Dez.
91);
- Ministro da Presidência do Conselho de Estado (18 de Nov. de 91);
- Primeiro-ministro (16 Dez. 91 a 4 Nov. 94);
- Deputado da IV Legislatura da ANP, da I Assembleia Multipartidária do
País (94);
- Assessor para a Área Produtiva do Presidente do Conselho de ADP
(Armazéns do Povo) SARL (95 a Nov. 96);
- Primeiro-ministro (Maio 97 a Dez. 2 de 99);
- Primeiro-ministro do Governo de Transição de iniciativa presidencial
(Maio 2008 a Jan. 09);

Ainda, foi Membro do Conselho de Estado; Presidente do Conselho Regional do Sector Autónomo de Bissau; Presidente do Conselho Regional do SAB e Membro da Presidência da Bancada Parlamentar do PAIGC.

Desempenhou outras tantas funções: Presidente do Conselho de Ministros do Fundo de desenvolvimento da CEDEAO (1983); Presidente do Conselho de Ministros da ADRAO (Associação para o Desenvolvimento da Orizicultura na África Ocidental) 1984; Ministro Coordenador do CILSS (Comité Inter-estado da Luta Contra a Seca no Sahel (87-89).

Participou em inúmeras Conferências Internacionais, tais como: da CEE/ACP; Conselhos de Ministros do Fundo de Desenvolvimento da CEDEAO; da FAO; do FIDA e muitas outras Reuniões, Conferências e Cimeiras de Chefes de Estado.

Foi galardoado com várias medalhas, a saber: Medalha Ordem de Vladimir Ylitch Lenin; Medalha de Mérito de ANP; Medalha do Combatente da liberdade da Pátria; Medalha Amílcar Cabral primeiro grau (versão Cabo- Verde); e Medalha de Ouro de Reconhecimento e Mérito da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Esta é a síntese biográfica de Sua Excelência, o Sr. Engo Carlos Correia, distinto Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, pela quarta vez.

Bissau, 23 de Setembro de 2015

Carlos Vaz
Conselheiro para a Comunicação e Informação do Governo

TERRA RANKA: As folhas saláriais já foram processadas, autorizadas pelo primeiro-ministro e enviadas ao BCEAO para pagamento dos salários dos funcionários do Estado. AAS

Jogos Olímpicos – Rio 2016


COMUNICADO DE IMPRENSA

Bissau, 22 de setembro de 2015

A Prefeitura do Rio comemora o marco de pouco menos de um ano para os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul com 82% das obras do Parque Olímpico concluídas. Coração dos Jogos Rio 2016 e sede de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas, o Parque Olímpico terá parte de suas arenas entregues ainda neste semestre.

A 318 dias das olímpiadas, quase 80% dos circuitos de Canoagem Slalom, BMX e Mountain Bike, no Complexo Esportivo de Deodoro, já estão prontos. Segundo maior conjunto de equipamentos das olimpíadas de 2016 e palco de 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas, Deodoro já tem 60% das instalações permanentes que precisam apenas de adaptações. É o caso do Centro de Hipismo, que já está reformado e será entregue amanhã, no evento-teste.


Foto: Ricardo Cassiano

A contagem regressiva começou em 2 de outubro de 2009 quando a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede dos Jogos de 2016, com votação recorde, pelo Comitê Olímpico Internacional em Copenhagem, na Dinamarca. Desde então, a Prefeitura do Rio trabalha na maior transformação da história recente da Cidade Maravilhosa com base em três mandamentos: Legado, Economia de recursos públicos e Obras no prazo e sem ‘elefantes brancos’.

Foi seguindo esses preceitos, que o município dobrou a quantidade de projetos de legado de sete para 14 e já entregou alguns deles, como o Piscinão da Praça da Bandeira e o Centro de Operações. Intervenções na área de mobilidade – como BRT Transolímpica, Lote 0 do BRT Transoeste e duplicação do Elevado do Joá – estão a todo vapor e ultrapassaram 60% de execução.

A partir de hoje, será possível acompanhar o progresso das obras de construção das novas arenas olímpicas com seus percentuais de execução no site www.cidadeolimpica.rio

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André Carvalho de Oliveira
Diretor do CCBGB

OPINIÃO: Uma equação para o fim da crise na Guiné-Bissau


Fonte: Jornal de Angola
Belarmino Van-Dúnem

A Guiné-Bissau já tem um primeiro-ministro que não é o desejável, mas o possível. O Presidente da República, José Mário Vaz, conhecido nas lides políticas como JOMAV ou “homem de 25”, por ter conseguido pagar os salários da função pública em cada dia 25 do mês enquanto foi ministro das Finanças, conseguiu afastar o primeiro-ministro eleito Domingos Simões Pereira, não obstante o esforço da comunidade internacional.

O braço-de-ferro entre os dois líderes do PAIGC começou no seio do partido. Domingos Simões Pereira, enquanto líder do partido, deu apoio à candidatura a Presidente da República a um outro candidato, apesar do actual Presidente da República ter dado o seu apoio para que Domingos Simões Pereira liderasse o PAIGC.

A rixa no seio do PAIGC chegou ao extremo e o partido abalou quando o terceiro vice-presidente do partido aceitou o convite do Presidente da República para formar um governo que fosse transversal a todas as forças vivas da Guiné-Bissau. As análises foram divergentes: enquanto uns afirmavam que a decisão era inconstitucional, outros viam na decisão uma saída para a crise.

A CEDEAO entrou em cena e na última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo daquela organização regional, decidiu que o ex-presidente da Nigéria, Olusengun Obasanjo, seria o principal medianeiro, já que havia sido enviado especial do Presidente nigeriano Muhammadu Buhari para mediar a crise.

A solução foi a que já se cogitava e que em várias ocasiões foi ventilada: tendo em atenção a provável influência que o Presidente José Mário Vaz tem no partido e acreditando no bom senso do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira. Em vez de resistir, o partido deveria procurar uma terceira via para estar à frente do governo, ficando numa espécie de mão invisível.

Houve vozes que, com razão, afirmavam que seria um golpe grave contra a democracia e para o próprio Domingos Simões Pereira. Mas, acto consumado, o PAIGC indicou o segundo vice-presidente do partido, Carlos Correia, que aos 82 anos de idade é mais uma vez chamado a tapar um furo que muitos duvidam que ainda esteja com a genica necessária para tão árdua tarefa.

Porém, Carlos Correia aceitou o desafio e é de elogiar o facto de, num momento em que o país se encontra em crise política e precisa de uma saída airosa para viabilizar o seu futuro, ter-se mostrado disponível para contribuir com os seus conhecimentos e experiência de governação e, deste modo, equacionar o dilema.

Na sua qualidade de mais velho, foi aceite pelo Presidente da República, José Mário Vaz.Aliás, seria exagero e extrema indelicadeza negar a indicação do mais velho que, humildemente aceita o mesmo cargo pela quarta vez.Aí sim, o Presidente José Mário Vaz, que já acumulou volume suficiente de críticas, estaria a roçar o ridículo na política.

Quais são as lições que todos nós devemos tirar da situação na Guiné-Bissau? A primeira está relacionada com a ponderação. No início da crise, a estratégia do PAIGC não surtiu o efeito esperado, houve falta de contenção de verbo, a pressão exercida sobre o Presidente da República levou a radicalizar a sua posição.

O ex-primeiro-ministro e o Presidente da Assembleia Nacional acabaram por claudicar perante os poderes constitucionais de José Mário Vaz, prevalecendo o velho principio do direito segundo o qual, quem pode muito pode pouco.

A segunda lição é a mais plausível e que, no meu entender, é o grande exemplo que o PAIGC e seu líder dão a todos os guineenses e aos africanos de forma geral. O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, encontrou uma terceira via e indicou o seu vice para liderar o governo, pondo fim ao impasse que o país vivia.

A terceira lição é o facto da Guiné-Bissau demonstrar o respeito pela independência da justiça. A última esperança era o Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau que conseguiu responder às expectativas e declarou inconstitucional a nomeação de Bacíro Djá para primeiro-ministro.

Aqui reside o pormenor e a curiosidade desta “luta” de poderes na Guiné-Bissau: tanto o presidente da República, José Mário Vaz, como o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, procuraram sempre respeitar a Constituição da República.

O Presidente da República foi à busca de um membro destacado do partido para substituir o primeiro-ministro.Segundo a constituição é o partido vencedor que deve indicar o primeiro-ministro, mas os estatutos do PAIGC estipulam que deve ser o presidente do partido a liderar o Governo. A tentativa do Presidente foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça, porque a indicação não partiu do PAIGC.

O presidente da República aceitou a decisão judicial. Domingos Simões Pereira indicou então outro dirigente do partido, já que a coabitação entre ele e o Presidente da República não parecia possível.

Na verdade ninguém perdeu, saiu a ganhar a República, a independência dos órgãos de soberania. Mas não posso deixar de mencionar o facto de o Presidente José Mário Vaz ter demonstrado um mau fundo, falta de sentido de Estado e incapacidade para trabalhar na diversidade.

A comunidade internacional fica acomodada, os militares guineenses ganham bónus e a política na Guiné-Bissau nunca mais será a mesma. Doravante as instituições de soberania irão fincar o seu poder, o povo sairá a ganhar. A única esperança é que o actual primeiro-ministro tenha espaço de actuação e saiba conciliar prerrogativas do poder com os reais interesses do país, respeitando o presidentes do seu partido e o da República, pondo em primeiro plano os interesses do PAIGC e garantindo a transversalidade necessária entre o governo e a presidência da República. Na verdade o líder do governo é o presidente do partido, Domingos Simões Pereira.

Agora a vida continua e como proclamou o saudoso Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto: “o mais importante é resolver os problemas do povo”.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O primeiro dia de Carlos Correia


Hoje, dia 22 de Setembro, Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Eng. Carlos Correia, acompanhado pelo seu antecessor, Eng. Domingos Simões Pereira teve no Palácio do Governo a primeira reunião, com o Gabinete constituído por conselheiros e assessores.



No encontro, depois de uma breve introdução do ex-Primeiro-ministro, usaram da palavra os conselheiros desejando as boas-vindas e sucessos ao recém empossado no desempenho da sua nobre missão, fizeram as apresentações, identificando as áreas e os pelouros ao seu cargo, colocando-se disponíveis para dar continuidade ao processo de governação iniciado.

O Chefe do Governo, Eng. Carlos Correia com o rigor e pragmatismo que lhe caracteriza, disse: “Não vou falar muito. Mas, quero agradecer a todos pela disponibilidade. Este Governo será um Governo de continuidade da governação do anterior e pelo qual conto com a imprescindível colaboração de todos.” Posteriormente, percorreu todas as dependências da primatura, saudando os funcionários.

Amanhã dia 23, durante o período da manhã terá lugar a tradicional cerimónia de passasão entre os dois Primeiros-ministros.

Presidente cabo-verdiano renova apelo à "normalidade constitucional" na Guiné-Bissa


O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, voltou hoje a manifestar preocupação com a "situação de instabilidade política" na Guiné-Bissau, renovando os apelos à ponderação dos "atores políticos" para que a "normalidade constitucional" regresse ao país.

"Preocupa-nos a situação de instabilidade política reinante na República da Guiné- Bissau e, a este respeito, apelamos à ponderação de todos os atores políticos envolvidos, por forma a assegurar que a tranquilidade social e a normalidade constitucional regressem ao país, para o bem do povo guineense", disse o chefe de Estado cabo-verdiano.

A Guiné-Bissau está sem Governo desde o dia 12 de agosto, quando o Presidente do país, José Mário Vaz, exonerou o executivo que era liderado por Domingos Simões Pereira. Pelo meio ainda nomeou Baciro Djá primeiro-ministro e este formou o seu Governo, mas o Supremo Tribunal de Justiça considerou esta nomeação inconstitucional por não respeitar os resultados das eleições.

Carlos Correia, de 81 anos, foi o nome indicado pelo PAIGC, partido vencedor das eleições, para chefiar o Governo e foi nomeado primeiro-ministro no dia 17 deste mês e agora tenta formar o seu executivo. Jorge Carlos Fonseca falava hoje durante a cerimónia de apresentação de cartas credenciais do novo embaixador da França em Cabo Verde, o lusodescendente Olivier da Silva.

Setembro Vitorioso: Comemorações em Dacar, Senegal


Comemoração de "Setembro Vitorioso" pela Associação de Estudantes Guineenses no Senegal

No quadro das comemorações de Setembro Vitorioso, em homenagem à Amilcar Cabral e à independência do pais, a Associação dos Estudantes da Guiné-Bissau no Senegal (AEGBS) levara à cabo uma série de actividades desportivas e culturais em invocação dos acontecimentos de Setembro que marcam a historia da Guiné-Bissau. Assim :

Dia 19 setembro :

07h00 às 12h00 : realização de uma marcha desportiva pelas artérias da capital senegalesa sob o lema : O desporto faz bem à saude ;
15h00 às 18h00 : Encontro de futebol no Estadio Olimpico de dakar no quadro de um torneio quadrangular entre as equipas de Guiné Equatorial x Cabo-Verde e Guiné-Bissau x Congo Brazzaville.

Dia 22 setembro :

17h00 às 19h30 : Realização de Conferências socio-educativas nos locais da embaixada da Guiné-Bissau no Senegal, sobre os temas seguintes :
- O papel da juventude no desenvolvimento socio-politico e economico do pais, tendo como orador, o Dr Carlos Cardoso ;
- A importância e o impacto da OMVG sobre o desenvolvimento socio-economico da Guiné-Bissau, tendo como orador, o Eng° Justino Vieira.

Dia 24 setembro :

15h00 às 18h00 : Realização de duas finais de futebol.
Masculino : entre os vencedores dos jogos realizados no dia 19, ou seja, nesta data entre a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial, vitoriosas respectivamente contra Congo Brazzaville e cabo-Verde pela mesma marca de 2-1

Feminino : entre as equipas da Guiné-Bissau e a Republica irmã de Cabo-Verde num quadro especifico de fraternidade e desforra desportiva.

20h00 às 23h00 : Animação cultural, teatro, dança, representação cénicas de educação civica, descoberta de talentos musicais etc

00h00 em diante : Soirée dançante acompanhado de actuações ao vivo de novas descobertas musicais

GUINÉ-BISSAU-42º ANIVERSÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: PAIGC ferido e em crise ameaça estabilidade do País


Reportagem da Agência Lusa

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo porque, desde a década de 1980, há uma elite no PAIGC que procura "safar-se em vez de safar o país", aponta o ex-ministro Delfim da Silva. "Desde Cabral, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) teve sempre um discurso ético", mas "a partir dos anos 1980, o que passou a funcionar foi cada um safar-se e não safar o país".

Um "salve-se quem puder", em que uns "apareceram milionários de repente" ao lado dos que "nada tinham", descreve Delfim da Silva, histórico membro do PAIGC, por várias vezes ministro, mas hoje docente de filosofia, sem atividade política.

"O vértice da classe política, os dirigentes, procurou ficar rico", esquecendo os outros, e assiste-se a antagonismos: combatente contra combatente. "Perderam-se os valores morais" e foi assim que se quebrou o consenso no PAIGC e que se quebrou o consenso étnico gerado durante a luta pela libertação, nascendo conflitos, uns atrás dos outros, numa espiral que perdura até hoje, refere.

Delfim recorda o momento em que Ansumane Mané foi à televisão com um pão, no início da guerra civil em 1998, para explicar o que o movia contra o presidente Nino Vieira. "Há este pão todo, mas nós só temos um pedacinho, enquanto uma elite fica com quase tudo", queixava-se o chefe dos militares, recordado por Delfim.

A imagem é um dos símbolos que invoca para ilustrar a divisão entre combatentes: todos lutaram pela libertação, mas uns enriqueceram ilicitamente, outros ainda hoje estão pobres.

Delfim da Silva destaca ainda outra "situação gravíssima": "o caso `17 de outubro` de 1985, em que o vice-presidente do Conselho de Estado, coronel Paulo Correia, e o Procurador-Geral da República, Viriato Pã, foram executados juntamente com outros quatro oficiais por suposto envolvimento numa conspiração contra o Estado.
Muitos outros foram detidos e julgados.

"Houve uma repressão terrível. Esse caso levou dezenas de quadros e antigos combatentes para a prisão. Criou feridas gravíssimas que fazem-se sentir hoje em dia". Foi um caminho tortuoso até chegar à atualidade. E hoje, dentro do PAIGC, "há uma guerra complicada", mas ninguém sabe "porque estão a guerrear-se, uma vez que não há referências, não há valores. É um salve-se quem puder" -- tal como no passado.

"Não havendo referências, lutam por pequenas coisas. As pessoas estão em guerra há muitos anos por pequenas coisas".
Para Delfim não há dúvidas: o país está como está por causa da crise no PAIGC. Não só, mas sobretudo por causa disso".

O PAIGC precisa de uma "profunda reforma interna", mas não precisa de mais regras. "Não basta haver regras, é preciso uma liderança" e Delfim da Silva acredita que Domingos Simões Pereira "tem condições impor regras de conduta no plano ético e moral. E no plano político", acrescentou.