segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OPINIÃO: Taxas alfandegárias estão muito altas

"Amigo Aly,

Escrevo estas linhas na esperança de que as publiques, pois as pessoas devem estar informadas sobre o que está para vir na Guiné-Bissau.

Não tenho afinidades politicas mas sempre desejei o melhor para esta terra. Acredito (por experiência) que o desenvolvimento económico tão necessário à Guiné se faria com a criação de medidas atrativas ao investimento, dando assim uma nova dinâmica à já moribunda economia guineense.

Ora viemos a saber que este novo governo começa mal nas suas medidas de restruturação, dando um pontapé na gramática económica, aumentando as taxas nos produtos importados (20%). Fê-lo na quinta-feira, véspera do feria do comemorativo do nascimento de Amílcar Cabral, o que caiu muito mal no parco tecido empresarial e comercial.

Na mesma tacada aumentam 51 Fcfa de imposto sobre os combustíveis. Não no consumidor final mas sobre os importadores e distribuidores. Naturalmente os tubarões do petróleo, pela recusa de aumentar no preço final, recusam-se a importar mais combustível, tendo o navio da Petromar/Galp sido retido por duas vezes em Sines e por lá continua. As repercussões disto já são visíveis em Bissau e VÃO AGRAVAR-SE, caso este braço de ferro continue.

Esta semana avizinham-se mais medidas, sendo para mim que a "melhor" é a proibição (ou será mais taxação?) da importação de viaturas de fabrico anterior a 2009. Chorei a rir de tão hilário. Mas será que tem alguém no governo que conviva com a realidade?

Assim, em vez de se reduzir a carga fiscal do porto mais caro do continente, de se reduzir as taxas e isentar-se temporariamente novos investidores, de criar novas regras para a exportação incentivando a produção nacional. Não! Disparam em todas as direções na procura de criar riqueza rápida. Aumentam a inflação a um povo já espremido para
lá dos limites da pobreza.

Não devemos esquecer que um dos pilares económicos da Guiné é o comercio informal dos Lumos, que ao serem proibidos por causa da propagação do Ébola, remeteu à fome centenas de famílias. Assim não. Temos de encontrar melhores soluções. E definhar não é solução.

Para ninguém.

Um abraço e que os Deuses nos ajudem. (Sim, O Pai de Jesus, Alá, Buddha, Yémanjá e outros que nos acudam. Precisamos bem de todos )

NAA"