"Desta vez, ao que deixam transparecer pelo ultimos acontecimentos, o nosso querido pais parece decididamente apostado a projectar-se nos trilhos do apaziguamento socio-politico. Efectivamente, assiste-se ultimamente a verificação de factos e actos positivos que nos impelem a assim pensar, levando-nos a nos projectarmo-nos num querer de esperanças sem fim.
Na verdade, muita coisa positiva tem acontecido no nosso pais, entre elas, as eleições presidenciais e legislativas que se realizaram da melhor maneira possivel, pondo fim a um periodo macabro e desastroso de transição. A ANP retomou a sua legitimidade e funcionalidade democratica.
O Presidente da Republica (PR) empossado, tem exercido até agora, a sua magistratura com zelo e pragmatismo que se têm pautado por acções e iniciativas de grande alcance e sobriedade, cujo exemplo pontuante, foi o seu discurso abrangente e catalizador endereçado aos guineenses aquando da celebração dos 41 anos de independência.
O Primeiro Ministro, depois de um certo desnorte, parece enfm acertar a bussola e acordar-se do seu narcisismo de comunicação/imagem, para pegar em mãos, a dura realidade da governação pratica, a qual sabemos, esta para além do show da empatia comunicacional, pois ao dobrar da esquina, o Povo vai exigir-lhe resultados praticos e imediatos.
E, como que a homenagear os Herois da independência, o programa do Governo passou por unanimidade na ANP, idem supõem-se para o OGE e demais actos a submeter a essa magna instituição. Igualmente, outro factor positivo, contrariamente em outras situações precedentes, um bom sinal de apaziguamento politico-institucional, prende-se com o facto de o PR ter "delegado" no PM a representatividade do pais na AG das NU.
Esta cedência, reveste-se de um alto sentido de exercicio democratico por parte do PR. Por um lado, poupa-nos a um desnecessario confronto de ego-representatividades repetidamente pleitado no nosso colégio de poderes e, por outro lado, permitira ao PM, ser equacionar-se sobre o seu arcaboiço politico, num palco geo-estratégico de excelência, onde a exigência de maturidade e pragmatismo politico é condição sine qua non para se conseguir bons resultados e plataformas de entendimento futuros para o pais.
Todos nos sabemos de que, os bastidores da AG das NU, é um palco onde as valências se disputam e, quando bem orientado, é o cenario ideal e proficuo para vender as necessidades de um pais carente como o nosso, a começar pela mobilização de uma Mesa Redonda Pos-crise para a Guiné-Bissau.
Porém, é bom contudo que se saiba, que para obter bons resultados nessas cimeiras, quem necessita, não se deve ressumir à panaceia de um vaso comunicante vendedor da propria imagem em disprimor de "vender" as necessidades prementes do pais. Para que o PM venha a conseguir algo para o pais, primeiramente, ha que-se desformatar desses complexos superfluos de imagem e pôr o pais à frente das prioridades.
Para essa viagem à AG das NU, cujos resultados, decerto pesarão na sua contabilidade num amanhã proximo, é justo assinalar de que o PM, jogou uma cartada interessante ao convidar e fazer-se acompanhar do presidente do PRS, o surpreendente politico conciliador, Alberto Nambeia.
De certeza, um bom argumento para "vender" e arvorar a reconciliação e a paz social que reclama a Comunidade Internacional (CI) para a Guiné-Bissau, porém, deve o PM entender de que, para além de uma boa "dama de companhia", deve essencialmente munir-se de outros argumentos com substancialidade para fazer face à cata de resultados probantes de que o pais tanto necessita e dele esperam a curto termo.
Esses argumentos, devem estar permanentemente presentes, muito para além dos mediatismos de cartola que, embora não negando o seu impacto, podem ser polvora seca, se se, não-se souber argumentar no terreno com argumentos de necessidade governativa validos e coerentes.
O tapete vermelho da estabilidade esta decidamente estendido aparentemente na Guiné-Bissau : a reposição da legalidade democratica é uma realidade incontornavel; por providência divina o "ébola politico" guineense jazz na eternidade; ha fortes sinais de coragem quanto ao reenquadramento e submissão da classe castrense ao poder politico; ha manifesta vontade politica do maior partido da oposição de quebrar com as amarras da violência e da conspiração politico-tribal e integrar decididamente o processo de soluções viaveis para o pais. Enfim ha um élan de vontades nunca antes visto da CI em ajudar a Guiné-Bissau.
O que resta, é meter mãos à obra.
O Poeta"