terça-feira, 16 de setembro de 2014
OPINIÃO: Sem retorno
"O tanto esperado, decreto presidencial de exoneração do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense, o general Antonio Injai, foi ontem tornado publico ao povo guineense. De surpreendente, talvez apenas o seu timing do seu anuncio.
A hora que se lia o tão esperado decreto de exoneração, chovia torrencialmente em Bissau e, por essa razão a maioria dos citadinos de Bissau estavam resguardados em suas casas perdidos em outros afazeres. Mesmo os mais afoitos e aversos ao aconchego caseiro que costumeiramente deambulam pelas ruas de Bissau à procura de catorzinhas, foram quiça aconselhados por uma voz amiga a não se aventurarem longe da casa porque "kau ka sta nada bom". Bissau no seu habitual suspense da imprevisibilidade.
A verdade é que, o decreto presidencial foi anunciado e não ha retorno possivel. Agora ha-que aguardar eventuais reacções e, em consequência, quem de direito assumir as despesas desse acto, ha muito imperioso, para permitir que o pais saisse do marasmo da desconfiança e do obstracismo da Comunidade Internacional (CI). O acto deve ser assumido com responsabilidade coragem e demais aléas que lhe são inerentes, mas havia que ser tomado e deve ser apoiado com firmeza por todos os guineenses de boa-fé.
Para nosso alivio seria bom, subentende-se, que desse decreto presidencial de exoneração do CEMGFA, cairão igualmente os chefes de todos os demais ramos das Forças Armadas (FA), assim como toda a cadeia de comandos das nossas FA e, assim partir-se para uma nova e renovada nomenclatura das nossas celebras FARP em bases novas e republicanas.
E bom, que o caso da exoneração do CEMGFA seja tratado com a devida e adequada terapia, como se de um gérmem cancerigino se tratasse para que as suas raizes não continuem a propagar o mal. Neste casos, deve-se expurgar e neutralizar todas as estirpes malignas conscientemente instaladas pelo general exonerado, os quais tinha ao seu serviço de facas longas, nomeadamente as criminosas e temidas celulas denominadas Esquadrões da morte.
Trata-se de um grupo de marginais em uniforme, surgidos logo apos o golpe de abril 2012, as temiveis e sanguinarias guardas pretorianas do general e as hordas de milicias tribais "yanque-yanques" de Kumba Yala que semeiam a desordem e a violência em nome dos seus esbirros de mandatarios politicos. Enfim, desactivar e desmantelar todas as células militares e para-militares de tendência claramente tribal, criadas tendencialmente para perpetuar a hegemonia do medo e do terror através da força das armas e da violência.
Contrariamente, se se limitarem a uma mera cosmética de exoneração de fachada, sem ir ao fundo da questão e cortar as raizes do mal maquiavélicamente implantados no seio das FA e Forças de Segurança (FS), é como se cortassemos somente uma cabeça da Hidra e deixar as outras seis cabeças livres na suas acções de violência, assassinatos impunemente praticada até a data presente.
Assim, a bem da Guiné-Bissau, exige-se que se expurgue esse mal maligno que nos foi impostos, banindo as suas raizes de uma vez por todas, para o bem da pais.
Cristiano Ronaldo"