A recente notícia - divulgada, creio, pela France Press e pela Agência LUSA dando conta de que a União Europeia se preparava para anunciar o congelamento de contas bancárias e proibição de entradas do espaço Schengen a oficias generais das nossas Forças Armadas (Bubo Na Tchuto e António Indjai) e a mais três...sem nomes.
Primeiro: a reacção do Governo satisfez-me; mas há uma coisa que não entendo: por que é que, de cada vez que o Primeiro-Ministro abandona o País...a UE ou os EUA, ou ainda os dois, ameaçam-nos com sanções? Segundo: o comunicado do EMGFA, encheu-me as medidas. A tropa desafia a UE a apresentar provas (ou seja, só se congela uma conta se ela existir). A UE ameaça ainda - segundo a France Press e a LUSA - com a proibição de entrada no espaço dos 27 aos cinco envolvidos.
Contudo, depois do comunicado do EMGFA - um comunicado duro, sem dúvida - a UE 'adiou' a sua decisão, presumo que sine die. Esta, sim, é a posição habitual da UE, que nós, guineenses, estamos habituados a ver...
Gostava que a UE se posicionasse sobre as casas que muitos (todos?) ministros compram por essa Europa. Bom, mas como é o dinheiro que cura a crise europeia...é só roubá-lo cá, que a UE recebe-o lá com passadeira vermelha!
Mas não. Isso é um pormenor tão irrelevante, que a UE, sabiamente, prefere chutar para canto. Centenas de milhões de dólares foram/são desviados da Guiné-Bissau por gente corrupta e desavergonhada: 80 por cento desse dinheiro é 'enterrado' na Europa, na compra de vivendas, de apartamentos, entre outras mordomias - e quem os rouba são alguns ministros, secretários de Estado e até directores gerais. Ladrões deste humilde Povo. Gente má, sem escrúpulos nem remorsos. Gente a quem servia na perfeição um tiro na testa, disparado à queima-roupa. Para doer. Essa estirpe é que tem a Guiné-Bissau nesta situação - não os golpes de Estado.
É isto que a Europa - e o seu Povo - precisam de saber. O Povo europeu deve exigir dos seus governos a publicação de uma lista com todos os bens de governantes africanos existentes no seu vasto território. Todos!
Parece que a UE está empenhada em estragar-nos o dia. Dia após dia. Desde o dia 1 abril de 2009 que este País não conhece uma convulsão. Desde 1 de abril, a UE parece, entretanto, apostada e empenhada para que haja um conflito militar na Guiné-Bissau. Não será nas vossas costas...
Portugal - que tem mais afinidade com a Guiné-Bissau do que qualquer outro País europeu e talvez mundial - tem no terreno (no nosso País) pessoal militar, pára-militar e de informações e segurança. E o que diz Portugal à UE, lá, no Parlamento Europeu sobre o que se passa na Guiné-Bissau? Portugal tem de se mostrar mais. Teria de mostrar aos seus parceiros que a Guiné-Bissau está estável; que a Guiné-Bissau precisa, sobretudo, que a orientem. Porque desorientada, desorientada estamos há, pelo menos, 500 anos!
A ver o que dirá a UE - a sua comissão dos Negócios Estrangeiros - sobre o que este blog vai publicar por estes dias... AAS