A CNE decidiu retirar bandeira nacional da sua campanha cívica porque se confunde com a bandeira do PAIGC, porque os eleitores a confundem com a do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), explicou hoje, quinta-feira, o porta-voz da CNE, Orlano Viegas.
Orlando Viegas sublinhou hoje à Agência Lusa que a instituição "foi obrigada" a retirar todos os elementos visuais (bandeiras, bandeirolas e camisolas) que tenham os símbolos iguais às cores da Guiné-Bissau, vermelha, amarela e preta, para "não criar mais confusão aos eleitores". Durante a primeira volta das eleições presidenciais, a CNE utilizou na campanha de educação cívica aos eleitores cartazes, camisolas, dísticos e bandeirolas estampadas com as cores da bandeira nacional.
"Acabámos por constatar que as cores da bandeira nacional, que tínhamos como elemento que simboliza a unidade nacional, criou-nos imensos problemas porque essas cores têm a semelhança com as cores do PAIGC", explicou Orlando Viegas. De acordo com este responsável, em algumas localidades, os agentes da educação cívica da CNE "foram mesmo corridos" porque a população entendeu que "era o PAIGC a fazer a sua campanha política".
Por seu lado, o porta-voz do Partido da Renovação Social (PRS), Joaquim Batista Correia, considerou a posição da CNE "bem-vinda" porque, afirmou, a questão da bandeira nacional "é um dilema". "A maioria da nossa população da Guiné-Bissau é analfabeta, psicologicamente joga mais a cor do que as letras. A bandeira nacional confunde-se com a bandeira do PAIGC e isso não pode acontecer em democracia. O PAIGC tem vindo a tirar proveito desse pormenor", sublinhou Batista Correia.