quinta-feira, 30 de abril de 2009

Para J

O teu e-mail deixou-me pensativo. Mas vamos la ao tema. Perguntas: diz-me 'francamente' se estas desiludido com a Guiné-Bissau. Com franqueza, J, diz-me que concordas com isto: É impossivel ser-se mergulhado na merda e sair sem cheirar mal!
Esta terra paradoxal de nome e com todos os toques de fêmea, arrasou com o que restava de mim.
Desde muito cedo que esta Mae viu-se condenada a ver partir os seus filhos. Um por um, cada um com a sua dor. Ficamos sos com tudo aquilo que amamos.
Aos que ficaram, os direitos constitucionais e legais nao lhes sao reconhecidos. E nao tratam de os assegurar. Eu, luto por isso e parece até facil: se tenho direito a uma coisa e nao ma dao, vou busca-la. À minha maneira. Porque penso assim: se nao agir, perpetuo a situaçao. Alias, vou mesmo mais longe e penso "se o castigo é igual tanto para defender ideias como para agir, mais vale agir!"

J,

Sinceramente, eu gostaria, depois de morrer, de ser recordado como um revolucionario romantico, com nobres ideais, que dedicou a maior parte da sua vida a uma causa e que, altruisticamente colocou sobre os seus frageis ombros os destinos do seu Pais.

Desejo-te, e aos leitores do blogue, um excelente 1o de Maio.

AAS