segunda-feira, 5 de novembro de 2012
COMUNICADO DA DIRECÇÃO DA CÉLULA DO PAIGC EM PORTUGAL
Movido pela nobreza dos Princípios que sempre nortearam o Partido de Amílcar Cabral e do nosso povo, alicerçando-se nos fundamentos democráticos, do respeito e da tolerância, evitando quaisquer avaliações precipitadas que tendessem a agravar a já precária situação político-militar que se vivia no nosso País, sobretudo depois da estrondosa derrota dos golpistas e dos seus padrinhos da CEDEAO na última Assembleia Geral das Nações Unidas, o mais importante palco Mundial de representação de Povos e Nações, a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal optou pela contenção, preferindo dar tempo ao tempo e auscultar atentamente as exposições explicativas dos acontecimentos do passado dia 21 de Outubro, na esperança de ouvir argumentos plausíveis, capazes de justificar tamanha atrocidade. Entretanto, analisando pacientemente todos os seus contornos, chegamos a conclusão de que não passa de uma sequência de cabalas, conspirações, mentiras, calúnias, acusações de uma baixeza nojenta, engendrada pelos delinquentes políticos da CEDEAO para justificar o golpe de Estado.
Hoje, duas semanas após este bárbaro acontecimento que mais uma vez catapultou o nosso País para o topo da notícia mundial pelos piores motivos, sentimo-nos perfeitamente argumentados para categoricamente afirmar que os acontecimentos de 21 de Outubro deste ano de 2012 vieram confirmar o nosso pior presságio: Desprovidos de intelecto e completamente isolados pela Comunidade Internacional, mergulhados na aflição e no desespero à que estão condenados todos os prevaricadores políticos deste Século, os golpistas são capazes de tudo, inclusive de transformar o nosso País num campo de extermínio do seu próprio povo, com o exclusivo objectivo de atingir a pessoa de Carlos Gomes Júnior, decapitar o PAIGC e perpetuar-se inconstitucionalmente Poder.
Fazendo jus das responsabilidades que a história atribuiu ao nosso glorioso Partido, que apesar de todas as adversidades, continua a ser a maior referência política do nosso País e a esperança do nosso povo mártir na sua luta pela construção da Sociedade idealizada pelo nosso saudoso Amílcar Cabral, a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal, cumprindo as directrizes dos seus militantes e simpatizantes e em nome de todos os guineenses amordaçados, vem desta forma manifestar o seu inequívoco posicionamento face ao massacre de 21 de Outubro de 2012:
- Congratular os Partidos Políticos, a Sociedade Civil guineense e a todas as pessoas de bom senso, que desde a primeira hora se posicionaram intransigentemente contra o Golpe de Estado de 12 de Abril e que, com a sua inabalável determinação de lutar pela Legalidade Constitucional, deram um contributo inestimável para o fortalecimento dos alicerces da Democracia e do Estado de Direito no nosso País;
- Congratular o Governo Legítimo da Guiné-Bissau, sobretudo na pessoa do Sr. Presidente Interino (Dr. Raimundo Pereira), do Sr. Primeiro-Ministro (Carlos Gomes Júnior) e do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Dr. Mamadú Djaló Pires), pela coragem e determinação com que abraçaram o desafio de repor a Ordem e a Legalidade Constitucional no nosso País, convictos na supremacia da força da razão e no apoio incondicional do nosso povo e, pela forma sábia, audaz e consequente, como souberam lidar com este “dossier”, conseguindo finalmente, com muito esforço e sacrifício, tirar a Guiné-Bissau do Isolamento Internacional e catapultá-la para a Agenda da Diplomacia Mundial, enquanto poderoso instrumento de dissuasão dos males que têm afectado o normal funcionamento das nossas Instituições Democráticas;
- Reconhecendo a precariedade da situação sociopolítica que se vive no País em virtude do golpe de estado e do ambiente de terror instalado, manifestar a nossa solidariedade com o nosso povo, Congratula-lo pela coragem, firmeza e maturidade demonstradas ao longo destes meses, ciente da pertinência do seu sacrifício para a edificação da sociedade do seu sonho.
- Apelar aos que, por razões ainda por explicar, não conseguem distinguir o Bem do Mal, não conseguem encontrar diferenças entre um Golpe de Estado em pleno Século XXI e umas Eleições Democráticas, Livres, Justas e Transparentes, baseadas na vontade popular. E o pior de tudo, se convenceram que a sua ascensão política pode e deve ser feita a custa da desgraça nacional, à arrepiarem caminho e a se juntarem aos que lutam pela Legalidade Democrática, contra a declarada tentativa de instaurar uma Ditadura Étnico-Militarizada no nosso País, porque só um Estado de Direito Democrático é capaz de nos garantir a tão ambicionada Paz, Justiça e Igualdade de Oportunidades;
Fazendo eco às condenações e repúdios que nos últimos dias se fizeram sentir dos quatro cantos do Globo, relativamente á este ato criminoso, ignóbil, traiçoeiro e cobarde dos que, contrariando a essência e os valores da nossa época, ignorando todos os instrumentos políticos e legais disponíveis, insistem na primazia da violência como instrumento de diálogo e de resolução dos diferendos sociais. Gostaríamos entretanto de realçar, apoiar e reiterar a posição firme e intransigente do Governo Legítimo da Guiné-Bissau, expressa no seu Comunicado, alusivo à este propósito e:
- Condenar com toda a veemência o massacre a sangue frio de guineenses inocentes, num concerto de violência e ódio sem precedente, orquestrado pelos golpistas e seus carrascos de serviço, naquilo que certamente ficará conhecido na história como a Inventona da Vergonha e do Desespero e Solicitar às Nações Unidas a criação de uma Comissão Internacional de Inquérito e que os seus autores materiais e morais sejam levados a barra da Justiça;
- Condenar vigorosamente as perseguições, os sequestros, os espancamentos e demais formas de terrorismo e violação dos Direitos Humanos, levados a cabo com o objectivo de espalhar o medo e silenciar as vozes que se opõem firmemente ao golpe de Estado, como foram os casos ocorridos com o Dr. Iancuba Indjai e o Dr. Silvestre Alves, brutal e impunemente espancados e aos quais manifestamos o nosso total apoio e a nossa solidariedade;
- Condenar e repugnar os atos de invasão e vandalização da sede do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC);
- Reitera o pedido formulado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para a urgente necessidade de constituição de um Tribunal Penal para a Guiné-Bissau;
- Reafirma a imperiosa necessidade de uma força internacional para a Guiné-Bissau, com amplo mandato de, entre outras, estancar os desmandos e evitar mais atrocidades e mais derramamentos de sangue.
Feito em Lisboa, aos quatro dias do mês de Outubro de 2012
O Presidente da Direcção
Iafai Sani
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
EXPOSIÇÃO > Guiné-Bissau em Paris
Imagens inéditas captadas na Guiné-Bissau estão em exposição na galeria Jeu de Paume, em Paris, um trabalho da artista plástica Filipa César, que no último ano inventariou e a digitalizou filmagens produzidas antes e depois da independência.
Em declarações à agência Lusa, a curadora Filipa Oliveira explicou que a exposição "Luta ca caba inda" ("A luta ainda não acabou") mostra apenas uma parte do projeto de Filipa César, "que é mais longo e mais complexo", e que consiste em "salvar o arquivo de cinema da Guiné-Bissau, que estava em risco de desaparecer".
No arquivo existem imagens documentais filmadas pelos cineastas guineenses Flora Gomes e Sana na N'Hada entre 1972 e 1980, imagens de dois filmes realizados pelos mesmos autores nos anos de 1980, e também filmes produzidos nos países com os quais a Guiné-Bissau estava alinhada na época (República Democrática da Alemanha, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Cuba), diversos registos áudio e uma série de cópias de vídeo de obras cedidas pelo cineasta e escritor francês Chris Marker.
"[Digitalizar o arquivo] é quase um projeto histórico, porque o cinema teve um papel importantíssimo na Guiné-Bissau nos anos de 1970. Era um sonho do Amílcar Cabral. O cinema tinha um lado de propaganda, mas também era uma maneira de unir o povo e de criar uma identidade nacional, através da imagem", acrescentou Filipa Oliveira. A curadora lembra que "a maior parte" dos filmes em causa "nunca foi vista pelos guineenses".
Este pedaço da história estava fechado dentro de uma sala em Bissau, em "muito mau estado", contou à Lusa a artista portuguesa, a partir de Berlim, onde vive. O arquivo de cinema da Guiné-Bissau, explicou Filipa César, despertava pouco interesse. "Pensava-se que só existiam ali filmes estrangeiros". Entretanto, o espólio sofreu as consequências da contínua instabilidade política no país e da guerra. Parte dele nem pode ser digitalizado. "Para mim, como artista, este arquivo é interessante. Mas ele é também muito fragmentário. Não está editado, não está identificado", acrescentou a artista.
Entre o material que Filipa César mostra agora ao público estão imagens captadas aquando da proclamação da independência da Guiné-Bissau, em 1973, e do filme (inacabado) "Guiné-Bissau, 6 anos depois", de 1980. Para que esta amostra chegasse ao público -- e porque, em parte, está "intimamente ligada" com a necessidade de angariar apoios que permitam avançar com o projeto -- Filipa César percorreu um caminho demorado e complexo de "burocracia" e "diplomacia". Socorreu-se, diz, da sua "teimosia".
A exposição está patente até ao dia 20 de janeiro na capital francesa e integra o programa de exposições Satellite, sob o tema "O presente é uma terra estrangeira". A artista teve o apoio de diversas entidades públicas, entrea as quais o Goethe-Institut de Dacar e de Paris, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, a Fundação Gulbenkian, e o fundo de promoção artística Stiftung Kunstfonds de Bonn (Alemanha). A exposição teve ainda o apoio do Instituto Camões, da delegação da Fundação Calouste Gulbenkian em França e do Arsenal -- Instituto de Arte de Cinema e Vídeo de Berlim. LUSA
Lançamento do livro 'O Mestiço e o Poder'
No próximo dia 10, sábado, entre as 15 e as 18 h, no mercado da Ribeira em Lisboa, será lançado o livro O Mestiço e o Poder - Identidades, Dominações e Resistências na Guiné', da autoria do docente universitário guineense Tcherno Djaló. AAS
Governo legítimo quer a ONU na liderança do processo
O governo legítimo da Guiné Bissau deposto no golpe militar de 12 de abril último, apelou hoje ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que assuma a liderança do processo de transição no país, considerando que a CEDEAO não tem condições para continuar a fazê-lo.
«A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) não tem mais condições para conduzir o processo para a busca de uma solução duradoura para a crise da Guiné-Bissau, ao se apressar nesta tentativa de impor uma solução que não é solução, mas um desastre total para o povo da Guiné-Bissau», disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mamadu Djaló Pires, em conferência de imprensa em Lisboa.
Falando em nome do governo legítimo da Guiné Bissau, o ministro apelou ao Conselho de segurança das Nações Unidas e do secretário-geral, Ban Ki-Moon, que o processo «seja liderado pelas Nações Unidas, envolvendo outras organizações, como a União Africana, a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e a União Europeia». LUSA
O que faz correr Russel e Indjai?
Russel Hanks, o encarregado de negócios (obscuros) da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Dakar, tem sido presença assídua na Guiné-Bissau nos últimos tempos. Essa presença, tornou-se particularmente mais visivel e intensa no periodo que antecedeu o golpe de estado de 12 de abril prolongando-se até a esta data. Russel esteve de novo em Bissau na semana passada.
O último episódio do forte envolvimento desse diplomata de causas pouco claras a favor do regime golpista de Bissau, foi o seu forte engajamento conjuntamente com senador Carson no lobby pro-regime para tentar fazer representar a Guiné-Bissau pelo actual presidente nomeado pela CEDEAO na última Assembleia Geral das Nações Unidas em detrimento das autoridades guineenses legitimamente eleitas e reconhecidas pela esmagadora maioria da comunidade internacional com destaque para a ONU, organização anfitriã do evento. O referido lobby contou até com a estranha e inusitada adesão do governo dos EUA ao lado das pretensões dos golpistas, mas deu em nada, pois foram humilhados, não chegando sequer a ter acesso às instalações da ONU.
Na verdade, existem efectivamente razões de interesse muito fortes nesse alinhamento de posições com o regime golpista de Bissau. Segundo fontes seguras e dignas de crédito, a razão de ser da presença dessa polémica figura da diplomacia americana ao lado dos militares golpistas da Guiné-Bissau, particularmente do general Antonio Injai, tem um alvo muito particular: o acossado Contra Almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, ex-chefe do estado-maior da armada guineense.
De acordo com a mesma fonte, os EUA tem um particular interesse em ajustar contas com o José Américo Bubo Na Tchuto, pois além de ser reconhecido (e acusado) pelo governo dos Estados Unidos como um perigoso barão da droga da Costa Ocidental africana, os EUA acusam-no ainda de ter também ligações com algumas celulas da AQMI instaladas na Mauritânia, na Guiné-Conakry, no Mali e na Gâmbia, onde, recorde-se, Bubo se refugiou quase um ano para depois regressar clandestinamente e preparar o golpe, entretanto falhado, de 1 de abril.
Sobre este facto, convém lembrar o episódio dos três mauritanianos, entre eles Sidi Ould Sindya, perigosos terroristas islâmicos que assassinaram barbaramente um grupo de turistas franceses na Mauritânia. Depois de detidos pelas autoridades do seu pais, esses terroristas consiguiram evadir-se procurando o território guineense como refúgio, fiando-se na desestruturação, inoperância e estado de corrupção que mina toda a estrutura securitária desse pequeno mas instável país da África Ocidental. Porém, contrariamente ao que pensaram os fugitivos, eles foram identificados e detidos pelas autoridades guineenses, com a colaboração dos serviços secretos americanos, franceses, senegaleses e também guineenses, sendo entregues à custodia das autoridades nacionais de então.
Posteriormente esses três terroristas islâmicos sumiram misteriosamente das celas guineenses, sem que as autoridades de então pudessem dar uma resposta convincente sobre esse misterioso "desparecimento". Hoje, sabe-se que esses terroristas foram retirados das celas a mando e pelos homens de Bubo Na Tchuto de quem passaram a ter protecção e garantia de segurança. Essa operação valeu a Bubo Na Tchuto um ganho de quase 3 milhões de dolares, aos quais se juntariam mais 2 milhões caso os conseguisse tirar da Guiné-Bissau.
Contudo, o mais grave nessa história vem depois. O governo norte-americano, ciente da perigosidade desses elementos, envia um dos seus elementos mais válidos e cotados da sua estrutura da DEA em África para seguir de perto e investigar esse caso. Na sua acção de seguimento aproximado ao chefe do grupo, Sidi O. Sidinya, o agente da DEA foi surpreendido pelos homens de Américo Bubo Na Tchuto. Detido na própria casa do Contra Almirante, foi espancado tentando tirar-lhe informações sobre a razão da sua presença nessas paragens, mas não cedeu. Mais tarde, convencido da desatenção dos guardas, tenta a fuga, mas teve pouca sorte: foi recapturado e morto a catanada pelos homens de Na Tchuto.
Mas, em tudo isso, uma marca estranha nessa morte chama a atenção dos norte-americanos. O seu agente foi, provavelmente antes de sucumbir aos golpes de catana, degolado... um sinal de vingança arabo-islamico contra os infiéis... É a marca da AQMI, sinal de que Sidi Ould Seidyna estava com os homens do Almirante aquando da terrivel morte do seu agente (nota: depois de colocados em Uaque - a cerca de 40 km de Bissau e a menos de 20 de Mansoa - por Bubo Na Tchuto, eles foram recapturados com a ajuda dos seriços secretos norte-americanos e reenviados para a Mauritânia).
Perante estes factos, o governo norte-americano por um lado vê Bubo Na Tchuto como um reconhecido e temido barão da droga, e por outro como um perigoso colaborador da AQMI. Enfim, os EUA estão convencidos da participação de Bubo Na Tchuto, dos seus homens e de um dos terroristas da AQMI na morte de um dos seus melhores agentes na África Ocidental (omiti-se deliberadamente o nome do agente do DEA morto na Guiné-Bissau).
Em resumo, a conivência e empatia que alimenta a relação Russel/Antonio Injai, tem uma razão clara e perfeitamente perceptivel: conseguir, por conta e risco dos EUA, a detenção e entrega ao seu governo do Almirante Bubo Na Tchuto.
A apresentação dessa razão importará naturalmente uma outra questão quase por instinto: porque razão é que o governo dos EUA está a colaborar com o golpista António Injai, se publicamente já foi afirmado pelas próprias autoridades dos Estado Unidos de que Antonio Injai é, também hoje, um poderoso e influente barão da droga de toda a África Ocidental, isto, para além de estar intrinsicamente ligado ao assassinato do antigo Presidente João Bernardo Vieira (Nino) - segundo afirmações públicas recentes da própria Secretaria de Estado americana Hillary Clinton. Assim afirmou Hillary, dizendo que os EUA não poderiam aceitar nunca a nomeação de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, uma pessoa que matou o Presidente do seu país. Essa declaração foi suficientemente difundida em toda a imprensa internacional.
A resposta é simples para o governo norte-americano: o Contra Almirante José Américo Bubo Na Tchuto, para além de ser um narcotraficante à escala mundial (a acusação é deles) e sob alçada das suas autoridades judiciárias, participou com os seus homens na morte de um dos seus agentes em missão do governo americano, e para eles, Antonio Injai, o senhor de Bissau, é a unica pessoa que poderá ajudar na captura de Bubo Na Tchuto e entregá-lo à justiça norte-americana para ser julgado pelos crimes de que é acusado.
E pergunta-se: será que Antonio Injai ficará por lá sem que nada lhe aconteça ?. Não. Pensam os americanos que Antonio Injai será levado pelos acontecimentos que criou e pelos que inevitavelmente se seguirão, ou que, em momento oportuno, ultrapassado a fase Bubo Na Tchuto, terão o tempo de lhe fazer a folha. António Aly Silva
COMUNICADO DE IMPRENSA
SOLIDARIEDADE COM IANCUBA DJOLA INDJAI E TODAS AS VITIMAS DA REPRESSÂO MILITAR EM BISSAU
Os guineenses amigos e simpatizantes de IANCUBA DJOLA INDJAI na Europa, lançam um apelo dramatico e urgente a Sua Excelência Senhor Presidente ANIBAL CAVACO DA SILVA, Presidente da Répùblica Portuguesa, a Sua Excelência Senhor Primeiro Ministro PASSOS COELHO, Sua Excelêcia Senhor Presidente da Assembleia da Republica, Suas Excelências Senhores Deputados da Assembleia da Republica Portuguesa para a evacuaçâo de vitimas de violaçôes de direitos humanos na Guiné-Bissau, na sequencia da «dita tentativa de golpe de Estado de 21 de Outubro passado».
A Situaçâo pessoal do Senhor IANCUBA DJOLA INDJAI é muito mais preocupante tendo em conta a gravidade do seu estado de saùde que necessita uma evacuaçâo urgente para Portugal a fim de receber um tratamento adequado em Lisboa.
Fazemos este apelo às vossas sensibilidades humanas e, pelos valores humanos historicos que temos em comum.
A vida do Senhor IANCUBA DJOLA INDJAI está em perigo em Dakar, sem a vossa intervenção rapida corremos o risco de chegar muito tarde.
Avisamos a todos os democratas e amantes da paz e liberdade, que a vida do Senhor IANCUBA está em perigo.
Também nâo sabemos o paradeiro do ex-inspector do Ministério do Interior Bitchofula Na FAFE desde o anuncio da sua detençâo pelos militares em Bissau na noite do 21 de Outubro 2012.
Fizemos este apelo para a sensibilizaçâo do Povo Português e das autoridades portuguesas sobre a situação de terror que se vive na Guiné-Bissau. Contamos com todos os democratas e humanistas portugueses nesta solidariedade com o povo guinéense em luta contra a ditadura militar.
Agradecemos a todos pela vossa contribuiçâo para a paz e fraternidade na Guiné-Bissau.
Paris dia 04 de novembro de 2012
A Direção,
M. RAMOS
domingo, 4 de novembro de 2012
Guiné-Bissau: "900 kg de cocaína" a cada noite
Um relatório da IIEE (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), dos EUA, arrasa a Guiné-Bissau: Segundo este documento, a constante instabilidade política no país, a pobreza e a fraca economia fizeram com que o tráfico de cocaína proviniente da América do Sul se fixasse nos últimos anos. "Estima-se que todas as noites cheguem, por avião, à Guiné-Bissau cerca de 900 quilos de cocaína. A esse número acresce a droga transportada pelo mar para as ilhas na costa guineense". Segundo Virginia Comolli, responsável pelo recente relatório do IIEE, “o tráfico de droga veio colmatar essa lacuna na economia guineense. A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo e deve muito do seu Produto Interno Bruto à produção e exportação de produtos agrícolas, sobretudo da castanha de caju”, refere. AAS
Guiné-Bissau: União Africana apela ao envolvimento internacional
A União Africano (UA) apelou ao envolvimento internacional na Guiné-Bissau, avisando que iria tomar medidas concretas sobre a situação depois de receber um relatório abrangente. O Conselho de Paz e Segurança (CPS), que se reuniu em Addis Abeba, Etiópia, na passada sexta-feira, apela ao envolvimento internacional na Guiné-Bissau após a última tentativa de golpe, que ocorreu a 21 de outubro, quando uma unidade militar foi atacada.
Embora a UA não especifica as medidas que pretende tomar, o órgão continental avisou que iria tomar as medidas concretas. O ataque deixou sete pessoas mortas (dez pessoas foram mortas, depois de torturas) e aumentou a tensão no país que sofre golpes a cada seis meses. "O aumento de tensão foi causada pelo ataque de 21 de Outubro contra a base aérea de Bissalanca, o que resultou na perda de vidas humanas", diz a UA em comunicado após a reunião de sexta-feira.
A Comunidade Económica da Africa Ocidental (CEDEAO) foi envolvida nos esforços para restabelecer a ordem política no país mas até hoje não se mostrou capaz. O Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior foi derrubado em abril, com as autoridades golpistas a insistirem na sua vontade de garantir que Carlos Gomes Jr não concorreria à Presidência. Analistas dizem que a crise neste país Oeste Africano, tem que ver com os militares, que não toleram nem os governantes nem os civis.
O CPS sublinhou a necessidade de um esforço regional e internacional continuado para consolidar os progressos e a busca de uma solução duradoura. Enquanto isso, a União Africana anunciou que enviará uma delegação composta pela UA, CEDEAO, e pela ONU e a União Europeia, para visitar o pais. A UA pretende realizar uma revisão por meio das suas decisões sobre a Guiné-Bissau no prazo de 60 dias. PANA
Carta aberta ao Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon
Sua Excelência senhor Ban Ki-Moon,
Secretário-geral das Nações Unidas
Povo martirizado, porém resistente da República da Guiné-Bissau, munido do mais alto sentido de responsabilidade, dever cívico e sentido patriótico, ainda convictos da capital importância da instituição que Sua excelência é Secretário-geral, como sendo o maior garante da segurança internacional, desenvolvimento econômico, definição e proteção de leis internacionais, respeito pelos direitos humanos e o progresso social. Nós dirigimos a sua honrosa pessoa por intermédio de essa missiva, tendo em conta os bárbaros acontecimentos do passado dia 21 de outubro, registados naquela pobre e fragilizada nação oeste africana, para denunciar esse hediondo crime caraterizado pelo assassinato em massa de 6 indivíduos em circunstâncias ainda por esclarecer, assim como perseguição, espancamento e tortura de líderes políticos e de qualquer cidadão suspeita (uma autentica caça as bruxas), o qual repudiamos veementemente.
Desde a mais tenra idade que a história da Guiné-Bissau, tem sido, constantemente, abalada por episódios de convulsões sociopolíticas de diversas ordens. Nos últimos 14 anos, essas convulsões se têm exacerbado consideravelmente. O país mergulhou-se numa espiral de instabilidade político-social sem fim, sendo os últimos acontecimentos as provas mais eloquentes dessa triste realidade.
Conscientes de que esta crise crónica, vai adquirindo cada vez mais, proporções incomensuráveis e carácter cíclico vicioso. Salientando o facto de as autoridades de transição se manifestarem incapazes de pôr fim a esta crise, exortamos a Sua Excelência e a toda a comunidade internacional um maior envolvimento na busca de soluções para os problemas que assolam o nosso indefeso povo.
Excelência, nessa linha de pensamento, entendemos ser não só pertinente, senão, urgente e inadiável, a criação de um governo de transição inclusivo, supervisionado pelas Nações Unidas, por um tempo considerável, a fim de garantir um processo de transição neutro e imparcial, sem sobressaltos, para que a sociedade tenha o tempo suficiente de se recuperar de todo o dano causado até o momento. De igual modo achamos ser de capital importância a criação de um tribunal especial e a nomeação de um procurador para prosseguir com inquéritos sobre os diversos assassinatos políticos ocorridos no país, pelo menos nos últimos 14 anos, tendo em vista a responsabilização criminal dos verdadeiros autores morais e materiais desses abomináveis crimes, assim como os crimes de tráfico de drogas. Por último mas não menos importante, a criação de uma força de interposição multinacional constituídas por países sem qualquer tipo de influência regional ou de outra índole, a fim de permitir uma verdadeira reforma no sector de defesa e segurança nacional e combate a narcotráfico e a crime organizado.
Senhor Secretario Geral das Nações Unidas, excelências, senhores chefes de estado e de governo assim como embaixadores que representam praticamente toda a comunidade internacional na mais alta instancia da Democracia e Direitos Humanos do mundo. Amanhã pode ser já demasiado tarde. Ignorar este grito de socorro de este humilde e débil povo pode significar simplesmente uma nova Ruanda, Líbano, Darfur, Jugoslávia só para citar alguns exemplos. Evitar uma guerra fratricida que nos arraste a um estado falhado está nas vossas mãos e ainda é realizável.
Excelência, em nome de todo o povo guineense, permitam apresentar a nossa mais alta consideração a todos e um sincero agradecimento.
Bem haja.
Assinado:
Povo humilde e sofredor, porem resistente da República da Guiné-Bissau
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Arab Business Leaders nomeia Cherif Haidara embaixador encarregado da Guiné-Bissau e da África Ocidental
A l'intention de son Excellence, Monsieur SERIFU NHAMADJO,
Président de Guinée Bissau
Présentation du club d'affaires Arab Business Leaders
Dubaï, samedi 27 octobre 2012
Monsieur le Président NHAMADJO,
C'est avec un grand honneur, et en ma qualité de Président du club d'affaires Arab Business Leaders, que je me permets de vous adresser au nom de toute l'équipe nos meilleurs voeux pour votre présidence, que celle-ci soit couronnée de succès pour vous et de prospérité pour votre beau pays, la Guinée Bissau.
Arab Business Leaders est un club réunissant des hommes d'affaires du monde entier, et actuellement présent dans plus de 30 pays. Nos bureaux sont basés à Paris, Dubaï et Amman.
Notre mission est de favoriser le commerce entre le monde arabe et le reste des pays du monde, notamment en trouvant des investisseurs arabes pour des projets en Afrique, en Amérique et en Europe.
La majorité de nos membres sont des chefs d'entreprises, des entrepreneurs et des investisseurs privés ainsi que des membres des familles royales du Golfe. Nos membres sont choisis sur des critères très stricts, en particulier leur professionnalisme, leur réseau professionnel et leur capacité à apporter des opportunités d'affaires.
CHERIF HAIDARA a été nommé ambassadeur en charge de la Guinée Bissau et de l'Afrique de l'Ouest.
CHERIF HAIDARA, à qui j'accorde toute ma confiance et dont je connais le professionnalisme, sera notre lien entre la Guinée Bissau et le Moyen Orient. Son rôle est entre autres de trouver pour Arab Business Leaders - avec l'aide des autorités de Guinée Bissau - des projets d'investissement nécessitants des fonds arabes, aussi bien dans le domaine de la construction et des infrastructures que dans le domaine de la pêche ou l'exportation de noix de cajou.
Je tiens à souligner, Monsieur le Président, que l'Afrique, et notamment la Guinée Bissau, sont aujourd'hui une priorité pour Arab Business Leaders, et c’est dans cette perspective que nous allons dans les prochains mois déployer des efforts considérables pour renforcer les liens commerciaux entre nos deux continents voisins. Ainsi, Arab Business Leaders a participé le 25 octobre dernier à un forum d'investisseurs Africains à Dubaï au cours duquel nous avons représenté les investisseurs arabes.
Notre club a l'ambition d'organiser dans les prochains mois un forum Afrique/Moyen-Orient et d’y inviter des leaders arabes du monde politique et des affaires. Nous comptons tout particulièrement sur la présence d'une délégation venue de Guinée Bissau.
Vous trouverez, Monsieur le Président, plus de détails sur Arab Business Leaders dans notre présentation.
Veuillez agréer, Monsieur le Président, mes salutations les plus respectueuses.
Houssam NASRAWIN
Pansau Ntchama tinha autorização de residência em França
À medida que a investigação sobre a acção de Pansau Intchama no passado dia 21 de Outubro avança, são cada vez mais as interrogações quanto aos reais motivos por detrás do ataque ao quartel dos Pára-Comandos, em Bissau. Sabe-se agora que Pansau Ntchama, desaparecido de Portugal no final do curso de capitães na Escola Prática de Infantaria em Mafra, em 2010, tinha obtido pouco tempo antes uma autorização de residência em França.
Munido desse documento, que permite o trânsito em todo o espaço Shengen, Pansau terá saído de Portugal e entrado em Espanha e depois foi para França. Aliás, seria a partir de França que Pansau, aproveitando as facilidades concedidas pela autorização de residência, terá feito os seus contactos exteriores em Banjul e Luanda, dois dos países que mais se têm oposto às autoridades guineenses saídas do Golpe de Estado de 12 de Abril. As entradas em Portugal tornaram-se cada vez mais raras. Pansau era um elemento conhecido e temido na comunidade guineense. Mas tanto reconhecimento facilitava o trabalho à rede de guineenses que em Portugal tentavam vigiar e transmitir as movimentações militares para o Estado-maior guineense.
Apesar dos cuidados, as constantes viagens de Pansau para as capitais dos países “hostis” à Guiné-Bissau não terão passado despercebidas ao actual CEMGFA guineense António Indjai. Indjai teria tido mesmo conhecimento dos planos de entrada de Pansau em território guineense em Outubro último. Aliás, Indjai terá ordenado que não fossem colocados obstáculos à sua entrada no país. De seguida, elementos de confiança da estrutura militar ficaram encarregues de vigiar todos os passos do capitão Pansau para conhecer os seus objectivos.
Pansau é uma peça chave no mais mediático dos casos jurídicos guineenses, as mortes do ex-CEMGFA Tagme Na Waie e do ex-Presidente da República “Nino” Vieira, assassinados em 2009. Segundo acusações feitas no passado, Pansau terá participado na equipa que assassinou “Nino” Vieira, sendo por isso, um elemento chave para perceber o que se passou naquela noite e determinar quem deu as ordens para a execução. A armadilha de António Indjai estava montada. Tendo sido ele próprio acusado no passado de ser um dos autores morais da morte de “Nino”, o CEMGFA pretenderá usar agora o depoimento de Pansau para ver o seu nome ilibado na Justiça. Indjai sabe também que os nomes que Pansau vier agora a apontar serão os que ficarão para a História da Guiné-Bissau como os assassinos de “Nino” Vieira. PNN
New York Times: "A Guiné-Bissau é um narco-estado"
O jornal norte-americano «New York Times» revela que, após o golpe de Estado de 12 de Abril, aumentou, consideravelmente, o tráfico de drogas na Guiné-Bissau, classificando o país como um «narco-estado». Na edição online de ontem, o «New York Times» garantia que, desde que os militares assumiram o poder e derrubaram o Presidente, aumentou o tráfico de drogas no país, o que faz supor que se tratou mais de um «golpe de cocaína» do que de um golpe de Estado. A publicação garante que especialistas consideram que aumentou o número de aviões bimotores a realizarem travessias sobre o Atlântico, que transportam toneladas de cocaína provenientes da América Latina, que são descarregadas em ilhas desabitadas e regiões remotas da Guiné-Bissau, para depois seguirem para o norte.
De acordo com as autoridades, os aviões, para realizarem uma viagem de 1.600 milhas sobre o Atlântico necessitariam de transportar pelo menos 1,5 toneladas. Para além disso, as Nações Unidas garantem que entre Abril e Julho, pelo menos 20 aviões de pequena dimensão eram suspeitos de transportar droga para a Guiné-Bissau. Um representante da DEA - Drug Enforcement Admnistration (agência norte-americana de combate ao narcotráfico) -, citado pelo jornal, referiu que se «trata provavelmente do pior narco-estado que está lá fora no continente».
O «New York Times» questiona se o golpe de Estado foi um «desvio» para o tráfico de drogas, ao mesmo tempo que cita várias fontes que alegam que, durante esse período, existiu um «excesso» de actividades de narcotráfico na Guiné-Bissau, que o golpe foi levado a cabo por pessoas envolvidas no negócio das drogas e que muitos militares têm relações pessoais com os traficantes. O General Antonio Injai, chefe do Exército, citado pela publicação, negou o envolvimento no narcotráfico, pedindo à comunidade internacional para se combater este tipo de tráfico.
Golpes & Pescas, Lda.
Ontem, enquanto beberricava um café na companhia de um amigo, passou o telejornal num canal (creio que estatal) de televisão. De repente, o nome Guiné-Bissau aparece solenemente. Motivo? Acabava-se de assinar um acordo no sector das pescas com o Senegal. E eu comentei em francês com o meu amigo, reclamando que o acordo acabado de assinar beneficiava apenas o Senegal: "Eles é que ficam com o peixe, nós ficamos com as espinhas...isto para não falar no apoio a golpes de Estado".
Nisto, um senegalês que ouvia a conversa insurgiu-se: "Bom, mas vocês são pouco mais de um milhão de pessoas, não precisam de tanto peixe"...fingindo que não ouviu falar em golpes de Estado. Olhei-o de soslaio e devolvi, com juros: "Por mim, nem precisavam assinar acordo nenhum pois o Senegal sempre pescou, roubando peixe nas nossas águas, sem qualquer consequência, mais ainda agora que têm no 'governo' marionetas que eles mesmo manipulam". Então, o senegalês, com toda a calma, levantou-se, pediu a conta e... desapareceu de cena, chateado da vida e a resmungar algo que não percebi. E assim vai o mundo. AAS
Possível detenção de Karim: Me. Wade ameaça 'aquecer' Dakar
O ex-presidente senegalês, Abdoulaye Wade, ficou colérico ontem, quando soube através de um jornal senegalês de que um mandato de detenção foi emitido contra o seu filho, Karim Wade. Segundo fontes concordantes, o antigo presidente decidiu juntar-se às forças religiosas bem conhecidas das forças de policia, para aquecer as ruas de Dakar e tentar dissuadir o regime de Macky Sall de prender o seu filho.
Me Wade, que acredita piamente de que essa informação sobre o mandato de detenção lançado contra o seu filho não carece de todo de fundamento, decidiu assumir a vanguarda na campanha de destabilização do regime de Macky Sall, apoiando-se sobre os discipulos do lider religioso Bethio Thioune fazendo-lhes assumir a responsabilidade das manifestações. Ele, segundo a fonte, tera mesmo do seu próprio bolso financiado uma guerrilha urbana.
Do lado das forças da ordem, informações nesse sentido transmitidas às altas autoridades, segundo conseguimos apurar de fontes crediveis. As mais altas autoridades do Estado indicam de que eles não vão influenciar minimamente a justiça nem num sentido nem noutro e que os juizes devem interpelar Karim Wade, pois a lei tem pervalecer.
FONTE: http://www.africatime.com/Senegal/index.asp
QUAL SERÁ O PRÓXIMO EPISÓDIO?
Apesar de toda instabilidade política que o país enfrenta pós-conflito interno de 07 de junho de 1998 a 1999, impõe-se a pergunta: vale continuar com as Forças Armadas no país? Duas coisas merecem ser lembradas diante desta espécie de pergunta: a primeira diz respeito ao seguinte, se alguém me perguntar se tu gostas de Forças Armadas, responderia que não, a segunda se alguém me perguntar se tu gostas de viver num país sem presença de Forçar Armadas também responderia que não. Quanto ao primeiro ponto, é claro que sou contra ação dos militares perante a sociedade civil, uma vem que o mesmo só pauta no uso das forças. As Forças Armadas Revolucionarias do Povo é o que garante a soberania nacional do país. No mundo atual, não é admitido que a classe castrense fosse quem dita às regras.
A Guiné-Bissau precisa fortalecer acordos para selecionar, treinar e pagar melhores salários para os militares, tal vez isso ajudaria a inibir os conflitos políticos e militares. Só através disso, os militares deixariam de ser manipulados e/ou influenciado pelos políticos GABOLA, que só pensam em roubar o aparelho de Estado.
Um militar deve ser respeitado e não temido, mas nas ruas da cidade de Bissau, os militares são temidos pelo seu comportamento de bravura. Vamos sair ás ruas para repudiar tais condutas praticadas pelos militares.
Estamos perante uma ditadura militar, onde a voz do povo é silenciada pela força das armas. Vamos fazer circulação pacifica espalhar cartazes por todo lado retratando a violência dos militares e políticos. Precisamos de PAZ, para inibir a crise política que assolou o país desde o conflito interno de 07 de junho de1998. Pois a indisciplina nas Forças Armadas é uma ameaça a Guiné-Bissau.
A crise política de 07 de junho em Bissau, que durou 11 meses, ceifou vida de milhares de pessoas, impusera aos guineenses uma enorme tradição de instabilidade política, cuja pesada herança poder ser vista debaixo da camada mais recente de cultura de violência.
Recentemente teve um novo episódio de 21 de outubro de 2012, supostamente, Pansau Ntchama dirigiu um ataque contra o quartel de para-comandos que matou seis pessoas, o fato é um reflexo da atual situação de instabilidade política que o país atravessa, o acontecimento de 21 de outubro, nada mais é que uma etapa de eventos que está em andamentos.
Augusto A.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Afinal...vai, fica - em que ficamos?
... O delegado da RTP na Guiné-Bissau já não será expulso. Fernando Teixeira Gomes ficará, afinal, no país. "Decidimos manter o Fernando Gomes porque foram-nos garantidas condições de segurança", disse Nuno Santos, Director de informação da televisão pública portuguesa. Hum... Decidam-se, caraças! AAS
Comité para a Protecção dos Jornalistas condena expulsão e ameaças contra Jornalistas na Guiné-Bissau
ENGLISH VERSION
http://www.cpj.org/2012/11/guinea-bissau-expels-journalist-another-flees-into.php#more
VERSÃO PORTUGUESA
http://cpj.org/pt/2012/11/guine-bissau-expulsa-jornalista-portugues-outro-fo.php
NOTA: Dos jornaleiros...não reza a história! AAS
A mentira tem pernas curtas... MFDC nega envolvimento nos problemas da Guiné-Bissau
O MFDC, Movimento das Forças Democráticas de Casamança, desmentiu categoricamente o 'governo usurpador', negando qualquer envolvimento nos problemas da Guiné-Bissau e nomeadamente no caso de 21 de Outubro. Em comunicado, este movimento que luta pela independência da Casamança face ao governo do Senegal, referiu que nenhum dos seus combatentes tinha participado na tentativa de assalto contra o quartel de para-comandos de Bissau a 21 de Outubro. O MFDC respondeu deste modo às acusações proferidas pelo governo Guineense de transição que afirmou que entre os 6 mortos resultantes do confronto se encontravam combatentes oriundos da região de Casamança.
Sr., porta-disparate: por favor, não volte a abrir a matraca!!! AAS
Nem sim, nem 'nim'
Esta quinta-feira, dois encontros marcaram a actualidade Guineense, a convocação do Conselho de Estado pelo 'pesidente de transição', que em seguida se reuniu com as chefias militares, o PRS, Partido de Renovação Social (os golpistas de serviço) e com o PAIGC, partido no poder até ao golpe de estado de 12 de Abril, no intuito de analisar em conjunto a situação do país e tentar chegar a um consenso para que as instituições da República funcionem melhor.
Ao fim de quatro horas de reunião, os balanços dos dois maiores partidos políticos Guineenses foram contrastados. Augusto Poquena, Secretário-Geral do PRS, considerou que o PAIGC não reconhece o golpe de Estado de 12 de Abril e que este partido não tem vontade de fazer sair o país do impasse. Por outro lado, o líder da delegação do PAIGC, Luís Oliveira Sanca, contrapôs esta argumentação afirmando que a reunião "foi positiva" e que o golpe de Estado de 12 de Abril é uma evidência. RFI
O “desvio” da RTP na Guiné
O delegado da RTP na Guiné-Bissau, Fernando Gomes, deixa amanhã o país. Depois de a Sábado avançar com a notícia da sua expulsão, na terça-feira, surgem agora mais detalhes, revelados pela Lusa. O ministro guineense da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz, escreveu uma carta a Alberto da Ponte ea Miguel Relvas a pedir a substituição do jornalista por existir um "desvio" do fim para que a televisão portuguesa foi aceite em Bissau. O que só fica bem ao jornalista e à RTP. Este é o take da Lusa:
"O governo de transição da Guiné-Bissau considera que houve "um desvio claro do fim" para o qual a representação da RTP foi aceite no país, pelo que pediu a substituição do delegado, Fernando Gomes.
Fernando Gomes era até agora o delegado da RTP em Bissau mas deixa o país na próxima sexta-feira, na sequência de uma carta do governo de transição pedindo a substituição do delegado.
A carta, a que a agência Lusa teve acesso, tem data de 15 de outubro e é dirigida ao presidente do conselho de administração da RTP, Alberto da Ponte, com conhecimento do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas. Foi assinada pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros do governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz.
Em três parágrafos, Fernando Vaz agradece "os esforços que a administração da RTP tem feito para garantir o funcionamento e difusão das informações quotidianas" da Guiné-Bissau, contando para o efeito com uma representação em Bissau.
"O governo da Guiné-Bissau reconhece o trabalho que tem sido desenvolvido pela aludida representação desde a sua instalação em Bissau", diz a carta, que acrescenta: "Entretanto, o governo lamenta constatar um desvio claro do fim para que a representação foi aceite no país, impulsionado pessoalmente pelo atual delegado na pessoa do senhor Fernando Gomes".
"Nestes termos" o governo "agradece a amabilidade" de Alberto da Ponte "no sentido de tomar medidas que julgar necessárias para substituir o mais rápido possível o atual delegado" da RTP na Guiné-Bissau, conclui a carta."
http://ntpinto.wordpress.com/2012/11/01/o-desvio-da-rtp-na-guine/
RESPOSTA ÀS ACUSAÇÕES DO GOVERNO DE TRANSIÇÃO DA GUINE BISSAU
Sr. Fernando Vaz,
A luta de libertação não se fez com burros e cavalos. Fez-se com estratégias e recurso humanos—e infelizmente, muitos perderam a vida. Como deve saber, qualquer carro que andar sem condutor, acaba por cair no precipício.
No dia 28 de Outubro de 2012 a forcv.com publicou uma noticia, “Guiné-Bissau: Governo de transição considera ‘vergonhosas’ declarações de dirigentes cabo-verdianos.” Tendo em conta o nosso conhecimento da história de luta de libertação, queremos dizer ao Sr. Vaz que procure outros argumentos por forma a legitimar o governo dele.
Todos sabemos que o actual governo da Guiné Bissau é um governo de paus mandados, sem poderes e submisso às forças armadas (danadas) de Guiné Bissau. Um governo de incoerentes que não deveria assumir a liderança – legitimando decisões arbitrárias de golpistas. Só espero que o senhor esteja “aqui” para ler esta minha posição porque pelos vistos, o Senhor Vaz não entende nada da democracia e/ou estado de direito. Talvez esteja com medo, defendendo seu tacho e seguindo cegamente ordens com argumentos sem lógica, descabidas, que poderão sobretudo causar um profundo dano no relacionamento entre a Guiné e Cabo Verde. É uma tristeza imensa ouvir a sua baixa e barata retórica em nome do governo e estado da Guiné Bissau.
Sr. Vaz, a legitimização do seu Estado não se faz com discursos, entrevistas ou conferências de imprensas baratos e ofensivos. Ela é feita com resultados práticos e mensuráveis—algo que o senhor e seus camaradas desconhecem. Hoje o senhor está no “poder”, certamente com muito medo porque sabe que será deposto amanhã. São essas atitudes de vingança e desordem que as autoridades de Cabo Verde não desejam (mais) ver num país que teve muito em comum com Cabo Verde.
Sr. Vaz, a luta de libertação não se fez com burros e cavalos. Fez-se com estratégias e recurso humanos—e infelizmente, muitos perderam a vida. Como deve saber, qualquer carro que andar sem condutor, acaba por cair no precipício—o caso da Guiné Bissau tudo aconteceu depois do golpe de estado de novembro de 1980.
Nós sabemos que pelas vossas limitações, invejas e espírito de cobiça e tribalismo, nunca gostaram dos caboverdianos. Os caboverdianos entenderam a vossa “ira”, abandonou a unidade Guiné/ Cabo Verde (que nunca devia existir) e veja, Sr. Vaz, hoje vocês têm a nação mais fragmentada de África – enquanto Cabo Verde, está no topo dos sectores de governaçao,prosperidade económica, democracia e paz social—algo que com as vossas
barbaridades, jamais atingirão. Daí a razão que os governantes de Cabo Verde estão tomando as posições que tomam no sentido de promover uma coerência para o bem estar do povo sofredor da Guiné.
Nunca defendo o primeiro ministro José Maria Neves ou Presidente Jorge Carlos Fonseca porque eles são idóneos e dispõem de mecanismos adequados para responder a essa vossa baixeza—que não merece resposta deles—daí, a minha resposta às suas acusações maléficas e infudamentadas.
Sr. Vaz, Cabo Verde e seu povo não devem a sua independência aos guineenses. Foi um trabalho conjunto, com liderança efetiva e ações práticas dos guineenses e caboverdeanos, muito embora, por razões geográficas, os guineenses em maior número.Vocês continuam angustiados porque não dispunham de estratégia ou competência técnica para demolirem o regime colonial. Os caboverdianos têm cara e sentido de responsabilidade. Em contrapartida, vocês continuam nas vossas barbaridades, como se a vida humana não tivesse valor.
Por isso, o senhor e seu governo deveriam simplesmente agradecer a intervenção do governo de Cabo verde no sentido de pôr cobro às atrocidades quotidianas da Guiné Bissau. Os caboverdianos sentem na pele o sofrimento do povo guineense enquanto os senhores “chefes” manipulam o povo e venham aqui cantar cantiga de galo molhado.
Dr. Julio C de Carvalho
Militante da UCID – U.S.A.
Os melhores do ano
Aly,
Agradecia, mais uma vez o favor de publicar esta minha contribuição.
Meus irmãos assistimos mais uma vez um TEMPORADA de mais uma ato (Comédia , Serial ou Filme) com que as autoridades militares e politicos golpitas estão a animar os Palcos da Guiné-Bissau. Desta vez, embora para estes grande ATORES é normal, infelizmente assistimos a morte ou assassinato de alguns dos jovens das forças armadas, alguns até com formação superior.
Dissemos A TEMPORADA ou parte da TEMPORADA, porque o povo Guineense deveria saber o seguinte:
Se os nossos politicos e oficiais ATORES (militares) tivessem escolhido a ARTE E CINEMA como profição ganhariam muito mais e de forma legal todos os PREMIOS (PATENTES) e CEDEAO como uma industia CINEMATOGRAFICA hoje teriamos um dos grande nomes de HOLLYWOOD onde teremos os seguintes atores premios e categorias :
Melhores Filmes: " 14 de Novembro de 1980, 17 de Outobro de 1985,07 de Junho de 1999 e 01 de Março de 2009
Melhores Comédias : Ou morremos todos ou vivemos em Paz
: Os Alunos aprovaram todos os professores reprovaram todos
Melhor Comediante :Kumba Yala
Melhor Diretores: Nino Vieira Nino vieira Anssumani Mané
Melhor Atores: Nino Vieira, Anssumani Mané, Antonio Injai, Kumba Yala, Artur Sanha
Melhores Atores revelção: Panssau Intcha
Melhor Filme Estrangeiro: Tropas Senegaleses
Melhor Animação: ECOMIB
Melhor Documentário: Trafico de Armas
Melhor Fotografia: Kumba yala entrgando envelope ao CEMGFA na AMURA
Melhor Direção de Arte: " FARP
Melhor Figurino: Serifo Nhamadjo
Melhores Figurinos revelação : jovens de batalhão de Manssoa(Mestres em artede tortura )
Melhor Maquiagem:Panssau Intchama
Melhor Maquidor : Daban na Wallna
Melhor Edição:Bubo foi pegue com um telefone celular na cueca
Melhor Edição de Som :TIROS de Arnas automaticas
Melhor Mixagem de Som: Silêncio
Melhor Efeitos Visuais: Captura de Capitão Panssau Intchama
Melhor Trilha Sonora Original: Kafumbam
Melhor Canção Original: BÓ NA PUPO LI TUDO
Melhor Curta-metragem: " Soltura de Bubo e afastamento de Zamora Induta
Melhor Documentário (curta-metragem): Bubo foi se tratar de Saude em Dakar
Melhor Espaço em sena : Quartel de Manssoa
Obs: Aly, eu não quero que me identifique porque eu nasci e cresci no bairro de QG e eles pode perseguir a minha familia. Eu estou estudando com filho de alguns oficiais militares, estou falando com algumas pessoas nestes dias que trabalham dentro do Estado Maior e Base Aerea para tentar apurar qualquer coisa estarei de volta.
Obrigado e que DEUS continue a te protejer com os anjos da elite do ceu porque você é um dos melhores que temos não so na area mas sim no PAÍS inteiro.
Agradecia, mais uma vez o favor de publicar esta minha contribuição.
Meus irmãos assistimos mais uma vez um TEMPORADA de mais uma ato (Comédia , Serial ou Filme) com que as autoridades militares e politicos golpitas estão a animar os Palcos da Guiné-Bissau. Desta vez, embora para estes grande ATORES é normal, infelizmente assistimos a morte ou assassinato de alguns dos jovens das forças armadas, alguns até com formação superior.
Dissemos A TEMPORADA ou parte da TEMPORADA, porque o povo Guineense deveria saber o seguinte:
Se os nossos politicos e oficiais ATORES (militares) tivessem escolhido a ARTE E CINEMA como profição ganhariam muito mais e de forma legal todos os PREMIOS (PATENTES) e CEDEAO como uma industia CINEMATOGRAFICA hoje teriamos um dos grande nomes de HOLLYWOOD onde teremos os seguintes atores premios e categorias :
Melhores Filmes: " 14 de Novembro de 1980, 17 de Outobro de 1985,07 de Junho de 1999 e 01 de Março de 2009
Melhores Comédias : Ou morremos todos ou vivemos em Paz
: Os Alunos aprovaram todos os professores reprovaram todos
Melhor Comediante :Kumba Yala
Melhor Diretores: Nino Vieira Nino vieira Anssumani Mané
Melhor Atores: Nino Vieira, Anssumani Mané, Antonio Injai, Kumba Yala, Artur Sanha
Melhores Atores revelção: Panssau Intcha
Melhor Filme Estrangeiro: Tropas Senegaleses
Melhor Animação: ECOMIB
Melhor Documentário: Trafico de Armas
Melhor Fotografia: Kumba yala entrgando envelope ao CEMGFA na AMURA
Melhor Direção de Arte: " FARP
Melhor Figurino: Serifo Nhamadjo
Melhores Figurinos revelação : jovens de batalhão de Manssoa(Mestres em artede tortura )
Melhor Maquiagem:Panssau Intchama
Melhor Maquidor : Daban na Wallna
Melhor Edição:Bubo foi pegue com um telefone celular na cueca
Melhor Edição de Som :TIROS de Arnas automaticas
Melhor Mixagem de Som: Silêncio
Melhor Efeitos Visuais: Captura de Capitão Panssau Intchama
Melhor Trilha Sonora Original: Kafumbam
Melhor Canção Original: BÓ NA PUPO LI TUDO
Melhor Curta-metragem: " Soltura de Bubo e afastamento de Zamora Induta
Melhor Documentário (curta-metragem): Bubo foi se tratar de Saude em Dakar
Melhor Espaço em sena : Quartel de Manssoa
Obs: Aly, eu não quero que me identifique porque eu nasci e cresci no bairro de QG e eles pode perseguir a minha familia. Eu estou estudando com filho de alguns oficiais militares, estou falando com algumas pessoas nestes dias que trabalham dentro do Estado Maior e Base Aerea para tentar apurar qualquer coisa estarei de volta.
Obrigado e que DEUS continue a te protejer com os anjos da elite do ceu porque você é um dos melhores que temos não so na area mas sim no PAÍS inteiro.
A 'Ruandização' da situação
Oi: Aly
Sou um leitor do teu blogue e desta vez quero que me publiques esta mensagem no seu blogue, com a assinatura que deixei em baixo:
Mais uma vez, a realidade vem provar-nos a degradação evidente que o nosso país tem vindo a assistir nos últimos anos.
Parece-me que estamos, cada vez mais, perante 2 cenários:
1. A "Ruandização" da situação: Com supremacia militar de uma etnia que terá, a dada altura uma reposta de vários grupos étnicos das forças armadas, nomeadamente os felupes, beafadas e mandingas, de que poderá resultar um banho de sangue de consequências imprevisíveis.
2. A "Somalização" da situação: Em que entraremos numa anarquia completa, com ausência de governo e um grande controlo de bandos militares e traficantes de droga.
Também me parece, que chegamos ao ponto de nós Guineenses sermos incapazes de, isoladamente, conseguirmos dar volta à esta situação. Os ânimos, a emotividade e a exaltação toldaram-nos o pensamento.
Sendo assim, algumas saída possíveis para a nossa crise permanente poderão passar por:
1.O país passar a ser tutelado por uma missão da ONU (e digo-o com muita pena e quase numa de desespero), composta por um contingente militar importante que procederá ao desarmamento a bem ou a mal das nossas forças armadas, formando no futuro novos elementos para as mesmas ou aproveitando alguns dos actuais militares que compreendam ou passem a compreender o papel das forças armadas numa sociedade moderna, e por um componente civil que contribuirá para o governo do país, quer através de quadros nacionais competentes e livres das amarras dos partidos políticos, quer utilizando quadros internacionais por um período pré-estabelecido.
2.Criação de um Tribunal Especial para a Guiné-Bissau, que tenha o mandato para investigar, perseguir, julgar e condenar todos os crimes de sangue.
3. Criação de uma Comissão de Verdade e reconciliação, seguindo o exemplo da África do Sul. Não precisamos inventar muito.
4. Envolvimento da diáspora Guineense e dos quadros nacionais no país num “brainstorming” (numa espécie de Estados Gerais) com criação de planos a longo prazo para o desenvolvimento do país.
Resta-nos saber o nosso papel enquanto cidadãos nesta nova fase.
O.S.
Dia dos Defuntos Desconhecidos
Em poucos dias, foram dez os guineenses assassinados fria e barbaramente pelo novo regime sanguinario de Bissau, sem contar com outras execuções sumarias e exacções feitas por tudo quanto são feudos militares.
Esta em curso uma depuração étnica nas forças armadas à vista de todos e ninguém reage. O exercito tende a ser exclusivo de uma so étnia, por sinal, a mais saguinaria e desestruturada da nossa sociedade.
Oportunistas politicos, a eles se colam e... calam-se, enquanto a barbarie ganha terreno e estatui-se numa impunidade sectariamente assassina. O que é anormal é que tudo parece normal, para os guineenses e, mais ainda para a comunidade internacional. Ao que parece, ja nos retiraram da sua agenda de preocupações, pois enquanto se contam as vitimas diarias da Siria, do Mali e outros mundos supostamente civilizados e viaveis os nossos mortos, esses não entram na suas contas.
Tanto assim é, que as Nações Unidas (NU) vai mesmo nú, desacerditado e desrespeitado na Guiné-Bissau. O Joseph Mutaboba, representante especial da organização, é de Muita Boca e pouca acção, pois não diz nunca aos seus patrões claramente qual a melhor e unica terapia para os males do pais,
O Ovidio Pequeno representante da UA, apesar de bons sinais, até o momento, mostra-se de visão muito pequena com tamanha barbaridade à sua vista. Até agora, não foi capaz de dizer claramente à UA para se apropriar do processo Guineense, pois é a ultima e unica forma de contornar as rivalidades subregionais que esganam neste momento as reais aspirações do Povo Guineense,
A CEDEAO apesar da sua incapacidade e amadorismo, não cede nada, e finge nada ver, pois os seus mestres JONATHAN, SALL, CAMPAORE E OUATARRA assim quiseram em nome dos seus vis interesses. Aos nossos irmãos vilmente assassinados, as nossas preces, aos outros que nos darão a conhecer no fim da expedição do terror, no silêncio da esperança de não ser o pior, manteremos a esperança... de ai não ir além.
OP
Novo apelo dramático à comunidade internacional
Mais de um milhão de guineenses estão reféns de um grupo de militares telecomandados, enviados para assustar, torturar, humilhar, e matar guineenses... Temos sido sacudidos e violentados, usurpam e tolhem-nos os nossos direitos, até o mais básico. Ninguém pode manifestar-se! Até quando mais a comunidade internacional vai tolerar que gente medíocre - alguma classe política, e militar faça refèm todo um povo? A históra endossará uma boa parte da responsabilidade à comunidade internacional.
Ajudem o povo da Guiné-Bissau!
No espaço de uma semana, e a pretexto de uma 'inventona', dez (10!) cidadãos guineenses foram assassinados, depois de torturas físicas; outros foram espancados e encontram-se entre a vida e a morte; outros ainda fugiram do país. Os jornalistas são chamado para conferências de imprensa e avisados sobre que perguntas não devem fazer. O clima é de medo e de terror!!!
Não abandonem o Povo guineense, agora, mais do que nunca. Tiveram todos os sinais de que uma insurreiçao era possível, ainda que desnecessária. Nada justifica o levantar das armas, é intolerável o disparo de armas pesadas (12 de abril) numa cidade com mais de quatrocentas mil pessoas. É criminoso, acima de tudo. Tiveram tudo para estancar a hemorragia e a orgia de violência. Sabem há muito que este é um país que nasceu, cresceu e vive sob laivos de militarismo.
Um país é o último, e único, refúgio seguro para o seu povo. É traumatizante ver mulheres e crianças a chorar; é triste ver homens e jovens a fugir de homens e jovens como eles. É desolador. Estou abatido, e, sobretudo cansado. Não tenho sequer forças para gritar.
Olho e registo tudo. Depois escrevo, na certeza de que alguém me vai ler e comungar dos mesmos sentimentos. O meu blogue, tem sido acessado diariamente por milhares de pessoas. Ficará para a estatística. Teria preferido uma visita por dia, a ter de suportar milhares de pares de olhos tristes e enevoados: estão a matar-nos, estão a destruir as famílias, a tornar as crianças violentas.
A Guiné-Bissau está cercada politicamente:
- Não é reconhecida e foi expulsa pela União Africana,
- Não é reconhecida: pela CPLP, pela União Europeia, pela ONU
O pior da Guiné-Bissau, meus caros...é o guineense!
Um abraço a todos,
António Aly Silva
Afinal...
"Aly,
Conheci um dos irmãos do felupe que o 'governo' disse que se suicidou. Mas a história é outra: Disseram-lhe que o irmao, que estava de serviço nessa noite "deixou cair a arma e esta disparou acidentalmente"' atingindo-o mortalmente. Coisas nossas...
Pedro L."
... Muito a propósito
Era um VAZ
Era, ...Era,... Era certo...
Um rapaz, nascido em berço de ouro,
Lindo menino veio à luz na Guiné dos bons costumes,
de boas familias veio o rebento,
a quem a fada boa, olhos azuis deu.
Menino mimado, bem criado, tudo se lhe deu,
Para alguém tentar ser.
De troco nada deu aos seus,
Senão ser a ovelha negra da familia.
De varias andanças erradas,
Varios cambalhachos pregou,
Até ser Rei do mamanço,
Assim foi,
De Lisboa ao Porto
Do Rio a Luanda...
a... NANDO foi.
Dizia à boca cheia ser corretor na Bolsa de Lisboa...tretas!
De pauladas atras de pauladas,
Se fez grande entrujão,
Senão perguntem ao Fernando Mendes, ao Nabais que
Do Grande Hotel sonharam
Ficou a ver uns milhões de Euros a voar,
enquanto o otario, assim pensava,
Voando, parvamente para Lisboa,
Outros tantos assim sonharam
Tantos lucros iria ter com o socio guinéu,
Esperto, engana todos, e de bom português,
Coitado do Fernando,
Foi so,
Uma entre as centenas de vitimas do menino NANDO,
Pois, de outros calotes,
tem escondido das divida e do fisco,
Um lindo e mimado Porsche
Entre Rios de Mouros escondidos
Assim vai
Mais uma, das ultimas e da boa cepa...
Um bom Vinho Alentejano
A «Ciranda»... «binho sabi» que Cirandou por Bissau,
Bom vinho,
Degustado com prazer,
Um nectar de bom gosto,
Vendido ao desbarato,
Porque NANDO, nada pagou ao fornecedor.
Ultimo golpe da cartola sacou o NANDO e,
Novo Barão da Coca se tornou
Na tormentada Guiné-Bissau,
Velho vicio, dividas de amizades colombianas,
Que perduram no tempo que,
Se cobram até a eternidade.
Para as pagar,
Mesmo a nado vale,
Pois, tem o NANDO o caminho aberto,
Com o comparsa Indjai,
Os bolsos vão enchendo,
Custe o que custar,
Com quais meios forem,
A ganância se mata com sede
Mesmo que de sangue se tratar
Tem-se de sacrificar, seja quem fôr e como fôr.
* O Povo, sem ter quem lhe acuda, vai sofrendo como acomodamente se conformou... Até o dia em que o ladrão decerto gritara: agarra o ladrão, desculpa... o Narcotraficante.
PS: A inspiração não respeita quaisquer regras de poesia literaria, pois também o seu destinatario é fruto do acaso.
Boa noite irmãos.
O.P.
Pela boca morre o peixe
O comunicado do 'governo' feito ontem em Bissau alega que Carlos Gomes Jr, "atravês do seu blog oficioso - cobardemente não diz qual blog... - incita à violência". Pois bem, sr. porta-disparates, tome lá disto:
Que se saiba, é o seu 'governo' quem, através de um ex-ladrão dos Estaleiros Navais, que depois fugiu para o Senegal e foi até imortalizado numa canção dos 'Kapa Negra' (ah, Vicky, ah ah ah Vicky, Vicky oh Vicky...), escreve quinzenalmente um editorial (diz-se 'jornalista' mas em Lisboa vendia publicidade para uma revista, um comercial, portanto...) num sítio na internet. O porta-disparate saberá o que significa um "editorial"? Então, eu dou uma ajudinha:
Segundo a Wikipédia,
Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou tipografia diferente para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e não informativo. Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo.
Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, nunca são assinados por ninguém em particular. A opinião de um veículo, entretanto, não é expressada exclusivamente nos editoriais, mas também na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião.
E mais não digo. Melhor, digo: amanhã é dia dos defuntos (na Guiné-Bissau, será no dia 2) e os guineenses vão certamente lembrar-se dos seus dez compatriotas assassinados, alguns à catanada, em menos de uma semana... AAS
O 'governo' e o seu porta-disparates (ou será aldrabão?) estão cercados e desesperados. Quando o Nandinho 'Grande Hotel' abre a boca, ou entra mosca ou sai disparate. Ma kanua ka na n'kadja... A história segue dentro de momentos...AAS
OS ESTRANGEIROS DEVIAM ERA DESCONFIAR DESTE COMUNICADO PATÉTICO...se nem as vossas casas conseguem manter seguras...
O Governo de transição da Guiné-Bissau advertiu hoje que "agirá de forma implacável" (NOTA: leia-se voltará a matar) contra quem ponha em perigo a vida e os bens de cidadãos estrangeiros residentes no país. Em comunicado, o Governo diz também que a segurança de pessoas e bens foi reforçada em todo o território nacional e que "estão criadas todas as condições para a continuidade da vivência quotidiana de paz e segurança que têm caracterizado a vigência social dos últimos tempos". (NOTA: 10 guineenses assassinados numa semana...)
Num comunicado divulgado após uma reunião do Conselho de Ministros, o Governo de transição acusa o primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, de estar a dirigir de fora do país "ações de desinformação, de desestabilização e da promoção da violência" na Guiné-Bissau. "Carlos Gomes Júnior tenta com este comportamento racista e de desespero incitar à sublevação popular com atos de assassinatos, raptos e destruição de bens dos brancos residentes no país", (NOTA: olha quem fala!?) diz o comunicado.
O texto deixa um aviso a "todos os cidadãos nacionais e estrangeiros que se abstenham de se envolver em atos terroristas, porque em caso afirmativo serão firmemente punidos" (NOTA: será que só o 'governo' pode aterrorizar?). O Governo de transição "denuncia publicamente as manobras de Carlos Gomes Júnior no concernente a um novo e sinistro plano em marcha de recrutamento de mercenários, tendo como objetivo ações militares, sabotagens, raptos e assassinatos seletivos na Guiné-Bissau, com incursões a partir de alguns países do exterior". Diz ainda, segundo o comunicado, que as forças de defesa e segurança estão preparadas, e pede à população para que se prepare para "todos os tipos de manobras que surgirão no futuro". RTP
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
ADVERTÊNCIA PARA O GUINEENSE MAIS DESATENTO: Há quem queira, a todo o custo, instigar/'comprar' uma guerra étnica na Guiné-Bissau - vão tê-la não tarda nada! Não há nenhuma etnia mais 'matcho' que a outra, na Guiné-Bissau! AAS
P.S. - A responsabilidade do desastre que se avizinha será da ONU, da União Africana, da União Europeia, e da CPLP. A CEDEAO, não, que ela está comprometida com os bandidos que 'governam' o nosso país...deixem-se do beija-mão, do croquete e do champanhe e MEXAM-SE! Acudam o POVO da Guiné-Bissau que está assustado e em pranto!!! AAS
União Africa está "preocupada" (mas isso já nós sabemos há muitoooo)
"A União Africana está preocupada com a situação actual do país e tem pedido que haja contenção. Que os processos decorram com normalidade para que se saiba a verdade dos acontecimentos", afirmou Ovídeo Pequeno. Ovídeo Pequeno, represente da UA na Guiné-Bissau apelou à contenção dos principais "actores" do país. Em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente de transição, o representante da UA escusou-se a revelar o teor da conversa que manteve com Serifo Nhamadjo mas afirmou que a sua organização está preocupada com o momento atual da Guiné-Bissau.
"A União Africana está preocupada com a situação actual do país e tem pedido que haja contenção. Que os processos decorram com normalidade para que se saiba a verdade dos acontecimentos", afirmou Ovídeo Pequeno, o primeiro de uma série de personalidades recebidas por Serifo Nhamadjo, como Joseph Mutaboba, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, e o bispo de Bissau, José Camnaté Na Bissign. Quando questionado sobre se a União Africana estaria disponível para participar numa eventual força multinacional para a Guiné-Bissau, o diplomata são-tomense disse que essa questão não deve ser colocada à sua organização mas às autoridades guineenses.
Forças Armadas Repressivas do Povo
É nisso que, infelizmente, se tornou alguma franja das forças armadas da Guiné-Bissau. Olhadas com desconfiança pela população, têm a fama e o proveito - e gabam-se disso. Matam, torturam, espancam os civis e a própria polícia; não toleram a imprensa e os jornalistas que 'não alinham'; comandam o tráfico de drogas, raptam e assassinam 'descontentes' ou gente com opinião diferente.
Esses elementos das Forças Armadas Repressivas do Povo estão a mais, não dignificam a farda que vestem, e muito menos a bandeira que, diariamente, fazem hastear e arriar. Há que limpar as FARP! A "melhor guerrilha do mundo" (a frase pertence aos deputados suecos, citado pelo jornal Frontbladet, quando visitaram as regiões libertadas durante a guerra colonial), tornou-se num pesadelo para o seu Povo e é um fardo pesado que carregamos.
As FARP tornaram-se num ninho de víboras! AAS
Promessas de Indjai
Pansau Ntchama caiu no engodo do CEMGFA António Indjai, e até a sua mulher foi usada como isco neste jogo do gato e do rato. António Indjai prometeu 'esquecer' todas as acusações, não maltratar a sua mulher e, cereja no topo do bolo, prometeu dar-lhe o comando do batalhão de Mansoa, seu bastião, ou dos pára-comandos - Pansau teria total liberdade para escolher o cargo que lhe assentaria melhor.
Pansau Ntchama, apurou o DC junto de uma fonte no EMGFA, estava já na Guiné-Bissau há mais de um mês, e ele e Indjai tiveram mesmo alguns encontros. Depois, o general enganou-o a vir até Bissau com o intuito de o limpar - Pansau, pensou Indjai, seria a última testemunha. Enganou-se. Afinal, ainda em Portugal, soube igualmente o DC de fonte segura, Pansau Ntchama salvaguardou-se: deixou gravações comprometedoras, acusando Indjai de vários crimes, entre eles, dos assassinatos políticos e militares de 2009 em que o próprio Pansau participou... As gravações, com a sua própria voz, a que Ditadura do Consenso terá acesso brevemente, prometem um terramoto em Bissau... AAS
CEMGFA avisa: Nada de perguntas sobre Indjai ou Nino...
António Indjai não tolera nenhuma pergunta sobre a implicação de Pansau Ntchama - e ele próprio - no assassinato de 'Nino' Vieira, pelo que se os jornalistas, que foram chamados para uma espécie de entrevista colectiva, depois adiada, não lhe obedecessem... Ia tudo para o c£¥#%!
Mas, e o porta-disparates...diz o quê mesmo? AAS
FALTAM QUANTOS NA LISTA PARA ENCHER O BAÚ?
Caríssimo Aly!
Aproveito para agradecer pela contribuição das valiosas informações oferecidas pelo teu blog. Muita Saúde, Paz e Sucesso.
Mais uma vez, estou a enviar este pequeno texto, como a forma de contribuição.
Séculos atrás nossos/as avos lutaram afincadamente para nos libertar jogo colonial que espalhava por toda parte da África, os lideres de diferentes países do continente africano se preocupava como o futuro do povo, mas hoje quem usa esses métodos de dominação são os próprios africanos, em prol de uma panelinha.
Parece-me que durante o período da luta armada em Bissau, iniciado em 1963, o nosso líder, Amilcar Cabral, havia previsto o que iria acontecer com atual situação social, político e econômico. Durante seus discursos, deixava claro da finalidade de afastar da luta contra a exploração e dominação dos tugas. Por isso, recusou ser amarado quando seus algozes tentava amará-lo, mesmo sendo atingido a tiros, o líder se levou e diz, porque camaradas, se á divergência vamos sentar para conversar. Esse era o ensinamento de Cabral, espírito do dialogo, mas hoje ninguém pauta para sentar a mesa e conversar.
Por outro lado, líder revolucionário afirmava que o objetivo do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) que se mobilizou e lutou pela independência, não seria somente destruir o colonialismo português e substituir a dominação lusitana por uma espécie de burguesia nacional ao estilo de um mero colonialismo interno. Mas, sim, de construir uma nação em que houvesse oportunidade, igualdade e justiça para todos os seus filhos. Com efeito, Cabral argumenta:
A nossa luta não deve ser apenas contra os estrangeiros, mas também contra os inimigos de dentro, aquela classe social que não quer o progresso da nossa terra, do nosso povo, mas apenas o seu próprio progresso e bem-estar da sua família (...). A luta para a libertação do nosso país e do nosso povo, condição necessária para o progresso da nossa sociedade como um todo, deve ser dirigida pelos melhores filhos do nosso povo (CABRAL, 1978, p. 147- 150).
Será que os recentes acontecimentos ocorridos em Bissau não passa de uma estratégia dos políticos e militares para fazer a sociedade esquecer os anteriores?
Como se sabem, desde a morte oficial do líder mais graduado do PAIGC, Amilcar Lopes Cabral, a Guiné-Bissau acumula uma extensa lista de assassinatos, torturas, além de asilos políticos, mas os algozes nunca foram punidos pelos seus atos, os protagonistas sempre estão a andar pelas ruas de Bissau.
Augusto Ferreira
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Justiça sem julgamentos
O Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980 foi feito, como se sabe, em nome da justiça: denunciou fuzilamentos arbitrários, deixando transparecer o imperativo de fazer funcionar a justiça. Entretanto, uma vez no Poder, os seus autores não se deram à tarefa de abolir a Pena de Morte (principal justificação para o Golpe de Estado) e, inclusive, foram muito mais longe em matéria de violação dos Direitos Humanos, recheando as valas comuns de Portogole, Cumeré, Jugdul e Mansabá com novas vítimas – tudo em nome de uma JUSTIÇA SEM JULGAMENTOS.
O Golpe de Estado de 7 de Junho de 1998, que em princípio, devia culminar com um mega processo de tráfico de armas para os Independentistas de Casamansa, do qual Nino Vieira e Ansumane Mané se acusavam mutuamente, foi mais um fiasco histórico que, em matéria de justiça, resultou em ABSOLUTAMENTE NADA, deixando um rasto de desgraça na nossa Sociedade, com milhares de vítimas inocentes e avultados prejuízos materiais resultantes dos 11 meses de conflito e uma situação caótica e insustentável, com a predominância de uma etnia nas Forças Armadas que, por conseguinte, em vez de cumprir com o seu papel institucional de salvaguarda da Paz, da Estabilidade Social, da defesa da Integridade Territorial e da Soberania Nacional, se transformou numa força do mal, foco de conflitos, de instabilidade e da desgraça nacional. Hoje, falar das Forças Armadas da Guiné-Bissau é falar de uma etnia militarizada, de abusos, espancamentos, torturas, perseguições, assassinatos a sangue frio e demais formas de violência gratuita e de espezinhamento dos Direitos Humanos, numa expressão de ódio sem paralelo na História Moderna.
Tal é o protagonismo político e a exposição maledicente em virtude das barbaridades cometidas contra o nosso povo, por este grupo de homens instruídos, armados, fardados, alimentados e pagos por esse mesmo povo, durante os últimos 15 anos que, os seus sucessivos Chefes do Estado Maior tornaram-se mais conhecidos (pelo menos ao nível da África e da Europa), do que os seus homólogos de todo o Mundo – quem conhece o nome do Chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, da Rússia, da China, do Reino Unido, da França ou mesmo do vizinho Senegal ou de Angola, da África do Sul ou mesmo da Nigéria e ainda da Costa do Marfim? Será que o nosso exército é mais poderoso do que os exércitos destes Países? Então qual é a razão?
O cruel assassinato do Brigadeiro Ansumane Mané foi justificado, pelos seus autores (muitos dos quais teimam em regressar à vida política, à revelia do nosso povo que os quer ver definitivamente no caixote de lixo da História), com o imperativo de assegurar a Paz, a Estabilidade e a Coesão Nacional à que, alegadamente, o homem contrapunha. Hoje, QUANTOS? Anos depois desse hediondo crime, o nosso País continua a deriva, mergulhado numa profunda crise de valores, sem Paz, sem Estabilidade, Profundamente Dividido e, sobretudo, sem a famigerada JUSTIÇA, geradora de calamidades.
Rui Manuel Djassy (Bá Djassy)
Carta de condolências
À Família Enlutada do
Dr. Desejado Lima da Costa
Foi com profunda consternação que a Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal recebeu a triste e surpreendente notícia do desaparecimento físico do nosso estimado camarada, amigo e irmão, destacado Militante e Dirigente do nosso glorioso Partido e Presidente da Comissão Nacional de Eleições do nosso País, Dr. Desejado Lima da Costa.
Figura incontornável da vida política guineense e lusófona, lutador incansável pela sagrada causa da libertação, emancipação e bem-estar do seu povo, o Dr. Desejado Lima da Costa deixou-nos um rico legado histórico e político e ficará para sempre na nossa memória como um homem de paz e de diálogo, um patriota humilde, um defensor intransigente da igualdade e justiça social, um humanista que nunca deixou de lutar incansavelmente pela causa em que sempre acreditou e pela qual dedicou toda a sua energia, seu intelecto e sua vida inteira.
Revelando-se um conceituado e exímio servidor e defensor da causa pública, o Dr. Desejado Lima da Costa evidenciou qualidades ímpares que lhe permitiram conciliar os seus interesses pessoais e partidários com os supremos interesses do seu País e do seu Povo mártir que clamava por eleições justas e transparentes, enquanto condição “sine qua non” para a salvaguarda da Paz, da Estabilidade e da Coesão Nacional, indispensáveis ao fortalecimento dos alicerces da democracia.
Num País profundamente dilacerado e dividido pelo subjectivismo retrógrado, em que cada processo eleitoral constitui um prelúdio para a violência ou mesmo para uma guerra civil, com muito saber, coragem e frontalidade o Dr. Desejado Lima da Costa soube encontrar o ponto de intercepção dos interesses instalados e definir as prioridades de acordo com os valores democráticos em que acreditava, tendo em conta os inalienáveis interesses do seu povo e do seu País.
O desaparecimento físico do Dr. Desejado Lima da Costa constitui uma perda irreparável não só para o seu e nosso PAIGC, mas para toda a família política esquerdista, inserida na Internacional Socialista. E neste momento de muita dor e angústia que invadem e dilaceram os nossos corações, em nome de todos os nossos Militantes e Simpatizantes e do nosso povo em geral, a Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal vem por este meio expressar as suas sentidas condolências a toda a família enlutada, e rezar para que a sua Alma descanse em Paz, porque a estafeta está entregue á nossa geração, a luta continua e garantimos que a Democracia será uma realidade na Guiné-Bissau.
Feito em Lisboa, aos 27 dias do mês de Outubro de 2012.
O Presidente da Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal,
Iafai Sani
iafaisani@hotmail.com
Dream team
Pela sua composição, era evidente que o elenco governativo que a CEDEAO confiou o processo de transição no nosso País, não teria pernas para andar e que de antemão o processo estava condenado ao fracasso, porque nunca se viu tanta incompetência misturada no mesmo saco. Um exemplo disso é que está a chegar ao fim o seu prazo de validade sem que este Governo tenha conseguido realizar a tarefa mais elementar do conjunto de tarefas que lhe foi confiada pela CEDEAO – o Recenseamento Eleitoral.
Contudo, há que reconhecer que nem tudo foi assim tão mau e, em determinados aspectos foram alcançados importantes sucessos, dignos de menção e que certamente teriam muito orgulho em inserir no Guinness Record: Dez (10) assassinatos em seis (6) meses de governação e sem que ninguém tenha sido sequer indiciado, formalmente acusado ou preso, É OBRA. E ficará para a História, se tivermos em conta que no emaranhado conjunto de promessas deste Governo se destacava sobretudo a sua intransigência e determinação de acabar com as matanças e de combater definitivamente a impunidade.
Se o insucesso deste Governo era previsível, há que reconhecer e valorizar o precioso contributo do seu Porta-Voz para que isto se torne uma realidade e para acelerar a queda of the “ECOWAS Dream Team”, que pela sua fórmula, espera-se que seja Livre e Desamparada (como nunca se viu) e para a consequente Reposição da Ordem Constitucional, que do nosso ponto de vista, significa nada mais e nada menos que devolver o Poder à quem ele foi retirado (ao PAIGC, à Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira) – Bô na Sibi Cuma Mundo Tem duno.
Acontece que, tal é a propensão do senhor Porta-Voz de irritar a Comunidade Internacional e todas as pessoas de bom senso com as suas saídas infelizes que, cada vez que faz questão de Portar a Voz ao Governo, há uma Organização Internacional que faz questão de fechar as portas à Guiné-Bissau, apertar o cerco, aprofundar o isolamento do País e estrangular a ilegalidade constitucional – VIVA O PORTADOR DO GOVERNO DE TRANSAÇÂO DE FUNDOS PÚBLICOS PARA OS BANCOS DO SENEGAL!
Se a CEDEAO conseguisse que os Tuaregues do Norte do Mali contratassem o Senhor Porta-Voz, não teriam necessidades de enviar tropas para lá, porque bastariam os seus primeiros comentários na “AZAWAD TV” para que a 6ª Esquadra dos Estados Unidos estacionada no Mediterrâneo caísse por cima deles e libertasse o Norte do Mali.
Prezados irmãos, graças a Angola, Portugal, Brasil, Cabo-Verde e demais Países Irmãos da CPLP, a Guiné-Bissau deixou de ser um pequeno País de INDIFERENÇA INTERNACIONAL para entrar na AGENDA DA DIPLOMACIA MUNDIAL, sabiamente conduzida por Georges Chicoti e Paulo Portas que a pouco e pouco foram apertando o cerco aos prevaricadores, numa acção maravilhosamente concertada, que deixa transparecer toda a maravilha da diplomacia, quando é feita sem recurso a violência, a mentira e a calúnia, mas sim em nome da razão, da justiça e do bem-estar da pessoa humana. I CA NA SEDO BÔ TRÁS!
Lisboa, 29 de Outubro de 2012.
Rui Manuel Djassy (Bá Djassy)
UM SONHO INADIÁVEL
Sonho com o dia em que deixaremos finalmente de ser Balantas, Papéis, Beafadas, Mandingas, Fulas, Bijagós, Manjacos, Mancanhas, Felupes, etc., para sermos apenas guineenses, unidos não apenas pelo passaporte ou pelo bilhete de identidade, mas sobretudo pela nossa bandeira, cujo flutuar representa o culminar da nossa resistência colectiva à dominação estrangeira, o nosso Hino Nacional que reflecte todo o sofrimento, suor e sangue que correm pelo imenso caudal de esperança num futuro melhor para os nossos filhos e, sobretudo, unidos pelo amor ao País que nos viu nascer, crescer e fazer-se homens e cuja inserção e dignificação no contexto das Nações depende da nossa forma de ser e de estar face aos desafios da nossa época;
Sonho com o dia em que não condenaremos veementemente um Golpe de Estado, com toda a convicção de que constitui um acto criminoso e repugnante, só porque foi levado à cabo por alguém que não é da nossa etnia, para logo a seguir apoiarmos um acto semelhante, só porque o seu autor é da nossa etnia ou partilha connosco a mesma religião;
Sonho esperançadamente com aquele dia maravilhoso em que, independentemente da pertença étnica, da cor da pele e da crença religiosa da vítima e do seu homicida, ergueremos a nossa voz, em uníssono, para exigirmos que seja feita justiça em nome da justiça e só em nome da justiça e não permitiremos que a palavra JUSTIÇA seja transformada em mero instrumento de perseguição política ou ainda pior, em trampolim de ascensão política e de satisfação de interesses mesquinhos e antagónicos à essência e a nobreza da própria justiça. Estou convicto de que esse dia chegará, em quem seremos capazes de sacrificar as nossas ambições pessoais, sempre que colidem frontalmente com os supremos interesses da JUSTIÇA no verdadeiro sentido desta palavra, para que a realização dos nossos projectos não se faça hipocritamente e a custa do sofrimento alheio.
Falo da justiça, convicto de que ela pretende instituir a ordem, a moral e a disciplina de valores sociais que promovam o bem-estar e a igualdade de oportunidades na sociedade humana, cultivando o espírito de participação cívica, de assunção de responsabilidades, do cumprimento de obrigações, mas também, como é óbvio, da defesa integral dos direitos que nos assistem.
Nasci, cresci, fui educado e instruído num País onde o recurso a feitiçaria para fazer valer o Direito e a Justiça, na ausência de estruturas e mecanismos Institucionais credíveis, constitui uma prática muito comum, inclusive entre Altos Dignitários dos Órgãos da Soberania do Estado, alarmando para o nível de descrédito do próprio Estado no seu todo e da Instituição Judicial em particular, alertando assim para as necessidades de PARARMOS, PENSARMOS E AGIRMOS, antes que seja tarde demais.
Continuo a acreditar que é possível e pertinente fazer funcionar a justiça no nosso País e, tendo em conta as nossas especificidades sociais, devíamos pensar na melhor forma de partilhar a justiça, quando os verdadeiros interessados no desfecho da contenda, da lide, conversam, esclarecem e esclarecem-se, compreendem e são compreendidos, para finalmente, estarem em condições de encontrar a solução que melhor serve para satisfazer os seus interesses e não as suas posições.
Quando as partes falam, olhos nos olhos, torna-se possível criar um espaço de diálogo necessário à sua participação cívica (das partes) na composição do litígio. O Povo do alto da sua sabedoria inventou o ditado “a falar é que a gente se entende! A justiça partilhada só é possível quando todas as partes de um processo se regem pela sua consciência e pela sua integridade, reconhecendo os erros, pedindo desculpa e recuando quando sabem que não têm razão ou, pelo menos, tanta razão para em nome da Justiça, agir à margem da Justiça, colidindo frontalmente com os seus princípios, e espezinhando os valores que constituem a razão da sua existência.
Partilhar a justiça é tomar nas nossas mãos a solução para o litígio que nos opõe ao outro, é compreender a posição do outro sem perdermos de vista os nossos direitos e é ser solidário com o nosso vizinho. Ou seja, a justiça partilhada tem como objectivo não só a auto-responsabilização e auto-regulação, mas também e principalmente, a pacificação social, através da restauração de relações amigáveis e da compreensão mútua e respeito que deve pautar as nossas relações com o nosso semelhante, seja familiar, vizinho, amigo ou apenas conhecido.
A descredibilização da justiça na Guiné-Bissau deve-se a sua indevida utilização, do aproveitamento político que é feito em nome da Justiça - servindo para encobrir a Mentira, o Ódio, e a Inveja e ao mesmo tempo justificar a Ignorância, a Incapacidade, o Nepotismo e a Traição: Golpes de Estado, Assassinatos, Torturas, Violações, Ameaças Espancamentos e demais formas de Violência Gratuita são levadas a cabo em nome de uma suposta JUSTIÇA que só gera calamidades e desgraças ao nosso País e ao nosso Povo.
Sonho com esse dia maravilhoso em que o “PACTO DE NHINTÉ” será alargado à todos os guineenses e as armas deixarão definitivamente de crepitar em nome da justiça, PORQUE NÃO ACREDITO NA JUSTIÇA DA VIOLÊNCIA.
Lisboa, 30 de Outubro de 2012.
Rui Manuel Djassy (Bá Djassy
Roleta russa, com balas da PGR...
A morte tragica em março 2009 de João Bernardo Vieira, ex-Presidente da Republica, seguindo-se a do Major General, Baptista Tagmé Na Wayé veio despoletar uma guerra de manipulação sem precedentes no topo da Magistratura do Ministério Publico guineense. Sobre essas duas mortes quase simultâneas, reza a historia e testemunhos proximos da segunda figura, que este ordenara, de que, ocorrendo a sua morte, o primeiro não deveria sobreviver,... nem um dia que seja. Portanto, um dos mortos ja sabia de antemão, quem seria o seu mais que provavel executor (material ou moral). Assim foi, e assim se cumpriu a «profecia» da vendeta.
Apos estes dois tristes acontecimentos que chocaram a sociedade guineense, mas claramente movidos por interesses e fins politicos inconfessaveis, esses factos tragicos começaram a ser manipulados tendo em vista a luta do poder na Guiné-Bissau. O alvo escolhido para se incriminar, imputando-lhe, ora como «mandante ora como autor moral» esse duplo assassino, foi o Primeiro Ministro, Carlos Gomes Junior. Ele foi o «alvo escolhido» por motivos e fins estrictamente politicos, pois nada tem a ver com esses ignobeis crimes.
Essa tentativa de incriminação, para além de pretender expôr Carlos Gomes Junior a um julgamento sumario em praça publica utilizando argumentos politicos sujos e falaciosos de baixo nivel, visava essencialmente denegrir e descredibilizar a sua imagem de homem publico de bem com o fim ultimo da sua neutralização politica. Pretendia-se com esse artificio a convalidação maquiavélica de um caso de foro puramente judiciario em um caso meramente politico, enfim, « julgamento com fins de aniquilamento politico ». Porém, esa vontade assumida de Carlos Gomes Junior, colidia frontalmente com a pretensão quase obsessiva de Malam Bacai Sanha, ser o prôximo Presidente da Republica apôs o mandato de Nino Vieira.
Varias peripécias e controvérsias ocorreram na « luta » pelo poder entre os dois homens fortes da familia PAIGC, mas que, neste momento não traria ao caso em analise. Finalmente, Malam Bacai Sanha foi eleito PR da Guiné-Bissau, contribuindo muito para isso, Carlos Gomes Junior. Foi um longo e acalentado sonho de Malam Bacai Sanha tornado finalmente realidade, e reconheça-se, fruto de uma persistência politica sem igual, quase obsessiva de uma velha e matreira raposa da politica nacional.
Contudo, embora guindado ao cargo de PR, sabe-se que, Malam Bacai Sanha nunca se sentiu à vontade com a popularidade e perfomance politica de Carlos Gomes Junior (um militante «paigécista» da nova vaga pos-independência) e, principalmente incomodava-o a alta simpatia e o nivel de credibilidade que este tinha junto aos parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau e da comunidade internacional em geral. Esse pouco à vontade, ensombrava sobremaneira Malam Bacai Sanha, senão, complexava-o mesmo.
Frescamente, instalado na Presidência da Republica Malam Bacai Sanha rodea-se rapidamente de um gabinete presidencial provido de numerosos conselheiros, alguns deles, infelizmente, os mais influentes, de competência e reputação duvidosas e especialistas em complôts e intrigas palacianas do mais baixo nivel. E nessa estratégia maquiavélicamente montada que começa Jogo da Roleta Russa com projecteis muito especiais : a figura do Dignissimo Procurador Geral da Republica (PGR), o titular da acção penal.
O primeiro PGR, escolhido por Malam Bacai Sanha, foi o Dr Amine Michel Saad, eminente Advogado e politico sagaz. Pensara ele que este se submeteria ao seu jogo de interesses politicos. Durante os anos que passou no cargo, esse PGR conseguiu inteligentemente suportar as fortes e insuportaveis pressões, vindas, quer da Presidência da Republica, quer de algumas Chefias Militares balantas e do proprio PRS com a organização de marchas e manifestações, no sentido de forçar o incriminamento, custe o que custar de Carlos Gomes Junior, como sendo o «responsavel» da morte dessas figuras. Cansado das incessantes pressões, velha raposa e experiente advogado, o primeiro PGR da era Malam Bacai Sanha, deita por fim a toalha ao chão, recusando assim a infame missão de forjar uma acusação injusta contra um homem que, perante os factos apurados (apesar de muitas montagens e testemunhos forjados) e a sua convicção de direito, nada tinha a ver com esses casos de mortes. Em consequência, por respeito à sua profissão e convicção de justiça, o Dr Amine Michel Saad, apresenta a sua demissão ao PR, que o aceita.
Ao Dr Amine Michel Saad, segue-se o Dr. Edmundo Mendes, Magistrado jovem, mas de boa e solida formação juridica e, com muitas ganas de mostrar serviço. As sua primeiras declarações criou a expectativa na mente da Quinta Coluna da Presidência da Republica de que, uma decisão célere de incriminação de Carlos Gomes Junior nesses assassinios e o seu consequente aniquilamento politico seria para breve, uma questão de tempo..., pouco tempo mesmo. Porém, decerto apos contactos com a realidade no terreno e na posse de mais dados das investigações juntas ao dossier, o novel PGR, passa a presentar um discurso mais acautelado e equilibrado. Em consequência, acentuam-se as pressões do costume e, dai o primeiro aviso à navegação por parte do PGR : «quem tiver provas contra quem quer que seja (entenda-se, o Carlos Gomes Junior), neste caso, que o traga ao conhecimento do MP para ser apreciado... porque sem provas não se pode acusar ninguém». Essa posição de principio era o sinal de que tinha os dias contados no posto.
Segue-se depois uma outra posição mais forte, instando os Magistrados do MP, a «não cederem a quaisquer tipos de pressões na aplicação da justiça, venham elas de onde vierem e de quem quer que seja». Implicitamente, o Dr Edmundo Mendes quiz dizer ao Sr Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente da CEDEAO na Guiné-Bissau e ao seu Governo fantoche, de que, ele não estava la para fazer trabalhos sujos de montagens, forjando acusações e incriminação falsa contra pessoas que perante a lei, são inocentes. Foi o canto do cisne para Edmundo Mendes e,... bye, bye, ex-PGR. Porém, regista-se-lhe a ombridade e a marca de dignidade e respeito que a sua atitude conferiu à nobreza do cargo de um Magistrado Publico.
No entanto, as recentes declarações de Carlos Gomes Junior, tornando publico, de que, teria accionado o Secretario Geral das Nações Unidas, solicitando a criação de um Comité de Inquérito Internacional e, consequentemente um Tribunal ad hoc sob os auspicios das NU a fim de promover o julgamento de todos os crimes de sangue cometidos na Guiné-Bissau desde 2000, veio a criar o pânico e baralhou o jogo das cartas da maquinância dos novos senhores de Bissau.
Tornou-se evidente que o Sr Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente da CEDEAO na Guiné-Bissau e ao seu Governo fantoche teriam que reagir rapidamente para antecipar quaisquer diligencias que um Tribunal independente, imparcial e internacional do género solicitado decide-se antecipar. O primeiro a reagir, embora timidamente, a um pedido de comentario sobre a solicitação feita às NU pelo Primeiro Ministro Carlos Gomes, foi o Eng° Rui Barros, denominado PM de Transição : «até pode ser interessante, mas vamos dar prioridade a justiça nacional... e, depois se vê »... ja se vê o filme, seu PM fantoche. No actual cenario de jogos permiscuos, o homem que se segue neste momento, é o Dr Abdu Mané, «nomeado» por Serifo Nhamadjo (mas que aberração meus senhores : com que poderes e com base em quê, é que se ousa fazer essa «nomeação» de fantochada ??!!).
Primeiro, o Dr Abdu Mané, não é um Magistrado. Segundo, ele não passa de um reles Advogado farfolheiro sem escrupulos e de competência técnica limitada e duvidosa. Até prova em contrario, até a data da sua « nomeação » ele era o mandatario judicial constituido da denominada «familia das vitimas dos crimes politicos». Portanto, estamos perante uma encomenda bem arranjada feita a um «pau mandado» carregado de odio e maldade pronta a descarregar a guilhotina da missão sobre a sua «vitima». Deve-se reconhecer que, melhor verdugo, Serifo Nhamadjo não podia encontrar. Abdu Mané, é o homem ideal, para aceitar essa missão suja de tentar a todo o custo acusar e incriminar Carlos Gomes Junior nesses sombrios processos de assassinatos. Alias, uma das razões da sua escolha, foi ter-se oferecido ao cargo, dando garantia ao Serifo Nhamadjo de que tinha meios e formas de levar a cabo a neutralização politica de Carlos Gomes Junior.
O fim dessa missão, visa intimidar em primeira linha Carlos Gomes Junior a regressar a Guiné-Bissau e ao mesmo tempo tolher-lhe o acesso à direcção do PAIGC. Enfim, o que se pretende principalmente com essa nomeação ilegal e aberrante, é tentar, manipulando os Magistrados do MP, forjar uma acusação tendente a incriminar Carlos Gomes Junior e assim, inibi-lo, senão impedi-lo de apresentar a sua candidatura às proximas eleições Presidenciais que, de senso comum, sabe-se esta-lhe à mão de semear.
Alias, até o proprio Antonio Injai, hoje arqui-inimigo de Carlos Gomes Junior, admitiu publicamente esse cenario, porquanto sem dar conta, assim confessou aquando da visita recente as unidades militares, dizendo em crioulo : « si bô dixal i bim guiné, i na bim i na ganha eleiçon..., anta kê ki na bim fasi ku nôs ?» Para cumprir a sua suja missão que lhe incumbiu Serifo Nhamadjo, o Dr Abdu Mané nem precisa de se esforçar, conhecendo-se o grau do odio e maldade que nutre contra Carlos Gomes Junior, cujas manifestações de aversão e animosidade desencontrada é notoria e publica
Manuel Serifo Nhamadjo segue à risca a escola e o modus operandi que Malam Bacai Sanha utilizou e lhe legou para tentar destruir Carlos Gomes Junior e,... Abdu Mané, é mais um projectil que foi escolhido para introduzir na famosa Roleta Russa à moda da PGR. Porém, a ver vamos..., pois ca estamos para ver em que vai dar mais esta maquinância sordida e vergonhosa e, talvez... o tiro lhes saia pela culatra. Um grande abraço de conforto e esperança a todos os que sofrem com o problema da Guiné-Bissau, com a fé e certeza de que um dia sairemos desse atoleiro da vergonha e da chacota que, a mando de interesses estrangeiros subregionais, um grupo de mercenarios e criminosos nos colocaram.
O.P
Ps : Quero reavivar a memoria do Sr Presidente da CEDEAO para a Guiné-Bissau que teve a ousadia de ilegalmente «nomear» o actual PGR, lembrando-lhe de que, para além da nulidade dessa «nomeação», o seu PGR de pacotilha tem cadastro judicial, pois foi preso e condenado por desvio de bens publicos quando foi Secretario de Estado do Comércio. Ao obtuso do novel PGR, caso a sua missão é a defesa da legalidade e do interesse publico, que tome as medidas contra os autores dos sucessivos espancamentos, crimes de sangue e execuções sumarias que têm ocorrido estes ultimos dias na Guiné-Bissau. Ai sim Sr PGR por encomenda começaremos a dar-lhe o beneficio da duvida sobre a bondade da sua "nomeação".
A culpa é do Ulysses
Para além de um Estado falhado, a Guiné-Bissau está a tornar-se um foco de instabilidade no continente mais instável do mundo. E isso levanta problemas ao governo português. A nossa ligação afectiva à ex-colónia obriga a diplomacia nacional a levantar a questão guineense nas diversas organizações internacionais de que Portugal faz parte: ONU, UE, CPLP, etc. O que é uma tarefa inglória porque, na prática, além de nós, ninguém quer saber dos guineenses. A verdade é essa. Há algum tempo, uma fonte diplomática dizia-me o seguinte, quando lhe perguntei porque não eram tomadas posições mais fortes em relação à Guiné-Bissau:
“Nuno, nem imaginas a quantidade de gente que se levanta da sala cada vez que falamos na questão da Guiné”.
Não imaginava. Mas também fiquei a conhecer uma piada que circula pelos corredores das Necessidades:
“A culpa disto tudo é do Ulysses Grant.”
Eu explico: em 1870, o então presidente americano foi chamado a fazer uma arbitragem entre Portugal e a Inglaterra sobre o disputado território da Guiné-Bissau. Grant decidiu que aquela era uma colónia portuguesa. Se tivesse optado por outra solução, o problema guineense não seria nosso. Mas é. E essa é que é a questão.
In: http://ntpinto.wordpress.com/tag/guine-bissau/
Medo na capital e fome no Boé
A população do setor de Boé, local da proclamação da independência da Guiné-Bissau, está a ser ameaçada pela fome e o administrador local, Augusto Banjai, apela à intervenção urgente do Governo central. Entrevistado pela Rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), Augusto Banjai informou que a fome "ameaça as populações" de Boé e se nada for feito pelo Governo "a situação pode piorar e ser catastrófica". O administrador (máxima autoridade política local) adiantou que Boé, localidade situada no extremo leste da Guiné-Bissau, já isolada devido à ma condição das estradas, ficou ainda mais pior pela ação das chuvas que caíram naquela região. Os transportes públicos deixaram de ir para Boé, contou o administrador, acrescentando que a jangada que fazia a ligação fluvial entre Boé e a zona de Gabu está estragada.
"A situação é muito difícil. Nos últimos dias o setor está completamente isolado do resto do país. Nenhuma viatura vai para lá ou sai de Boé para Gabu. A jangada ou o pequeno bote que havia na travessia do rio estão com problemas", disse Augusto Banjai. "A população passa fome, o que é muito lamentável. Mesmo tendo dinheiro não há uma única loja no setor para comprar o arroz", afirmou o administrador de Boé. O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses.
"Mesmo tendo dinheiro é preciso ir de bicicleta até Beli ou Lugadjol, ou então ir à cidade de Gabu, que dista a 90 quilómetros, para comprar arroz", observou Augusto Banjai, lançando apelos às autoridades. "Apelo às autoridades para prestarem mais atenção à população de Boé que passa fome. Para complicar ainda mais a vida daquela gente há a questão da inundação às suas `bolanhas` (campos de cultivo do arroz) ao ponto de não conseguirem produzir nada", disse o administrador. "É uma situação lamentável. Convido ao governo regional e nacional para que visitem o setor de Boé para que possam constatar as dificuldades", acrescentou Banjai.
A 24 de setembro de 1973, ainda decorria a luta armada, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) proclamou, de forma unilateral, a independência da Guiné-Bissau justamente em Boé.trevistado pela Rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), Augusto Banjai informou que a fome "ameaça as populações" de Boé e se nada for feito pelo Governo "a situação pode piorar e ser catastrófica". O administrador (máxima autoridade política local) adiantou que Boé, localidade situada no extremo leste da Guiné-Bissau, já isolada devido à ma condição das estradas, ficou ainda mais pior pela ação das chuvas que caíram naquela região. Os transportes públicos deixaram de ir para Boé, contou o administrador, acrescentando que a jangada que fazia a ligação fluvial entre Boé e a zona de Gabu está estragada.
"A situação é muito difícil. Nos últimos dias o setor está completamente isolado do resto do país. Nenhuma viatura vai para lá ou sai de Boé para Gabu. A jangada ou o pequeno bote que havia na travessia do rio estão com problemas", disse Augusto Banjai. "A população passa fome, o que é muito lamentável. Mesmo tendo dinheiro não há uma única loja no setor para comprar o arroz", afirmou o administrador de Boé. O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses. "Mesmo tendo dinheiro é preciso ir de bicicleta até Beli ou Lugadjol, ou então ir à cidade de Gabu, que dista a 90 quilómetros, para comprar arroz", observou Augusto Banjai, lançando apelos às autoridades.
"Apelo às autoridades para prestarem mais atenção à população de Boé que passa fome. Para complicar ainda mais a vida daquela gente há a questão da inundação às suas `bolanhas` (campos de cultivo do arroz) ao ponto de não conseguirem produzir nada", disse o administrador. "É uma situação lamentável. Convido ao governo regional e nacional para que visitem o setor de Boé para que possam constatar as dificuldades", acrescentou Banjai. A 24 de setembro de 1973, ainda decorria a luta armada, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) proclamou, de forma unilateral, a independência da Guiné-Bissau justamente em Boé. RTP
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