quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pasmalu



O tenente-coronel Dahaba Na Walna já está em casa a recuperar. Ao que parece, a trombose de que foi acometido, foi ligeira e terá ocorrido já há alguns dias.

Guiné-Bissau: Portugal defende 'alargamento' das sanções, que passam pela confiscação de bens no espaço Schengen e congelamento de contas bancáriass


Portugal quer ver alargada na lista de sanções do Conselho de Segurança para a Guiné-Bissau mais indivíduos envolvidos no golpe de Estado de abril, disse à agência Lusa o embaixador de Portugal na ONU. Moraes Cabral falou após uma reunião fechada do Conselho de Segurança, na quarta-feira nas Nações Unidas, sobre o comité de sanções, agora constituído e que será presidido pelo embaixador de Marrocos na ONU, Mohamed Loulichki.

"Vamos tentar trabalhar ativamente no comité com os nossos parceiros e presidência para que a resolução seja implementada de uma maneira eficaz e credível", disse o diplomata português. As sanções, apurou o ditadura do consenso, podem abranger todos os membros do actual 'Governo', com a confiscação dos bens que os mesmos possuem no espaço da União Europeia, bem como o congelamento das contas bancárias. LUSA/AAS

Guiné-Bissau lançou um S.O.S para o regresso da MISSANG. Angola diz que sim, mas apenas com um Governo legítimo. AAS

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sujeitos & Assuntos, S.A.


General António Indjai, líder dissimulado, depois assumido, do golpe de Estado – É corrente em Bissau uma versão, mais consistente que outras, segundo a qual “ decidiu” levar a cabo um golpe de Estado, o de 12.Abr, quando uns generais nigerianos e burkinabes (AM 640), dos quais havia passado a ser amigo, lhe garantiram que Carlos Gomes Jr (Prutchi, como pejorativamente o tratam), uma vez eleito Presidente da República, o iria demitir e pôr no seu lugar o antigo CEMG, Zamora Induta.

Não podiam ter dito nada que provocasse nele alvoroço tão angustiante. Odeia Zamora Induta. Não o considera um verdadeiro balanta (pai balanta, mãe papel), nem tão pouco um “combatente da liberdade da pátria” – atributo que ainda distingue os guineenses. Só ingressou na vida militar em 1986, passados que eram já 12 anos sobre o fim da luta de libertação. Vive igualmente dominado pelo pressentimento de que o ex-CEMG um dia ajustará com ele contas por o ter traído, através de um motim, em 01.Abr.2010 (a sua primeira experiência sediciosa) e tomado o lugar.

Até aos seus “fatídicos” contactos com os generais nigerianos e às mudanças que começaram a ser registadas no seu comportamento, C Gomes Jr depositava suficiente confiança na lealdade do CEMG. Conjectiurava-se que tendo o mesmo, no seu activo, a autoria de um golpe anterior, o de 01.Abr.2010, e tendo escapado por um triz às consequências do acto, seguramente não se lançaria em semelhante “aventura”. Mas valia o que valia (pouco) a conjectura. Pesaram mais traços de carácter do CEMG como a sua inconstância e falta de firmeza das suas convicções – lacunas que normalmente colmata com públicos pedidos de desculpa.

Bubo Na Tchuto, hoje libertado, é o outro objecto dos seus ódios e temores. Neste caso por que vê nele um rival completo. É um balanta “de gema”, combatente da liberdade da pátria e, ao que se diz, militar valoroso. Nenhum teve tempo ou oportunidade para se evidenciar na luta de libertação (não passaram de guerrilheiros iniciados...), mas parece que, mesmo assim, Bubo Na Tchuto foi mais notado pela suas habilidades como “bazuqueiro” (compartilhadas com as de “tabanqueiro”). O medo que Bubo Na Tchuto toda a vida lhe inspirou tinha origens de fácil enunciação: era o comandante (e tinha na mão) a melhor unidade das FA – os Fuzileiros; gozava de aceitação e prestígio entre os balantas; tinha dinheiro (alegadamente proveniente da droga) e um estilo de vida cuja ostentação causava admiração.

Em 26.Dez.2011, sendo Bubo Na Tchute CEM da Marinha, mandou prendê-lo e exonerá-lo, juntamente com outros oficiais próximos. E ali estava preso, em Mansoa, quando o golpe de 12.Abr ocorreu. Kumba Yalá, que o tem como aliado, logo moveu pressões no sentido da sua libertação. Foi, de facto, libertado. Mas não tardou a voltar à cadeia por ordens expressas do “chefe” do golpe; deve ter sido por ter pressentido que estava a dar asas não a um, mas a dois adversários – K Yalá e ao seu aliado Bubo Na Tchute. Indjai não é nome do gentílico balanta; é de extracção muçulmana – religião que ele não segue. Foi-lhe dado, e ficou, na casa mandinga (ou beafada) para onde foi levado pelos seus progenitores balantas, estes sim, e onde foi educado.

Nunca ningém deu por ele até Tagma Na Waie, seu tio, lhe ter confiado o comando do Batalhão de Mansoa, promovendo-o para tal a Maj. O pilar da força do Exército é o Batalhão de Mansoa; fazer dele comandante significicava ter alguém de confiança numa função crítica. Mas depressa o novo comandante passou a ter a importância acrescida de “os olhos e os ouvis de Tagma”, ao qual revelava indefectível lealdade. Ainda hoje corre o rumor de que o assassinato de Nino Vieira, terá sido uma vingança com que o protector de Tagma Na Waie fez valer a sua honra.

Há uma relação directa entre o anonimato da sua pessoa, até Tagma Na Waie o ter “promovido”, e aquilo que é a sua modesta folha de serviços anterior: oficial subalterno (alferes, oriundo da classe de sargentos) do Batalhão da Guarda Presidencial, onde foi colocado pelo seu então comandante, Brig Ansumane Mané: após a queda de Nino Vieira, já feito capitão, foi nomeado 2º comandante do Batalhão de Quínara. A confiança que parece merecer da parte dos senegaleses parece que vem de uma faceta do seu comando do Batalhão de Mansoa: a eficicácia das suas operações de perseguição, no N da Guiné-Bissau, contra guerrilheiros independebntistras de Casamansa e suas bases de refúgio. Foi a operação “Barraca Mandioca”.

Diz-se em Bissau que Bubo Na Tchute está pobre. Tem à venda uma casa inacabada perto de Bissalanca e terá mesmo vendido o seu carro de estimação – um vistoso Audi amarelo. O CEMG, porém, exibe prosperidade. Uma ponta em Amedalai (AM 622), perto de Jugudul, que à noite chama a atenção pela sua feérica iluminação, mais três vivendas no Enterramento, arredores de Bissau, numa das quais terá aplicado um generoso donativo angolano. AM

Chamamento



Foram chamados a Bissau os embaixadores guineenses em Lisboa, Paris, Dacar, Banjul e Pequim, todos apontados pelas novas autoridades como “não cooperantes” com o golpe de Estado de 12 de Abril último e com a situação resultante do mesmo. AAS

Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde   Comissão Permanente do Bureau Político - MEMORANDO III


 
Sobre a gestão da crise político-militar da Guiné-Bissau
 
A gestão da crise político-militar guineense resultante do golpe de Estado perpetrado pelo “Comando Militar” do Estado Maior General das Forças Armadas regista numa nova fase, a partir da entrada em funções dos órgãos de transição impostos pela CEDEAO – o Presidenta da República e o Governo.
 
O Presidente da República Interino, mais tarde transformado em Presidente da República de Transição, foi imposto pela CEDEAO, à revelia dos instrumentos legais e constitucionais da Guiné-Bissau e desrespeitando a decisão da Cimeira de Dakar, de 3 de Maio de 2012, dos Chefes de Estado e de Governo da própria Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, designadamente no seu ponto 22.
 
Na sequência dessa imposição, o nosso Povo e a Comunidade Internacional assistiam, vergonhosamente, a 11 de Maio de 2012, a enorme humilhação da Nação Guineense ao ver o 1º Vice-Presidente da ANP ser cooptado por um Ministro dos Negócios Estrangeiros da CEDEAO, para desempenhar as funções de Presidente da República Interino da Guiné-Bissau.
 
O Presidente da República de Transição e os políticos aliados do <>, confrontados com a inconstitucionalidade dos seus actos e propósitos, decidiram elaborar e assinar, a 16 de Maio de 2012, um documento que denominaram de “Pacto de Transição”, sobre o qual o PAIGC nunca foi convidado a pronunciar-se. O Partido tomou conhecimento do documento, de forma oficiosa, horas antes da sua assinatura pelos seus protagonistas.
 
Além do “Pacto de Transição”, os políticos aliados do <> elaboraram e assinaram um outro documento denominado “Acordo Político”, que permitiu constituir um Governo sem base parlamentar e que excluiu a maioria dos Partidos representados na Assembleia Nacional Popular. As formações políticas excluídas, nomeadamente o PAIGC, o PRID, o PND e a AD, representam 72% dos Deputados na ANP. Apenas o PRS, com 28% dos Deputados na ANP, subscreveu o “Acordo Político” e fez-se representar no Governo de Transição.
 
Portanto, os dois órgãos foram instalados à margem das normas democráticas, legais e constitucionais, o que suscitou uma vasta contestação interna da maioria dos actores políticos e da sociedade civil, assim como da Comunidade Internacional, através das suas Organizações Internacionais, nomeadamente a ONU, UA, UE e CPLP.
 
Em consequência, os órgãos de transição impostos não são reconhecidos por uma larga maioria dos países integrantes dessas Organizações Internacionais, estando o país a enfrentar um bloqueio externo por parte dos seus principais parceiros de desenvolvimento.
 
O PAIGC não se revê nessa solução protagonizada pela CEDEAO, e tem vindo a chamar atenção, à semelhança da Comunidade Internacional, para a necessidade de se operar a transição sem se violar a Constituição e as Leis da República da Guiné-Bissau.
 
Os actos subsequentes demonstraram claramente a inconsistência da solução preconizada pela EDEAO e em fase de implementação, particularmente após adopção da Resolução 2048 do Conselho de Segurança das Nações Unidades, com destaque para os seguintes:
 
• Declaração formal do <> de retorno dos militares às Casernas, o que na prática não se verifica, pois assiste-se a uma omnipresença das chefias militares, particularmente do Chefe do Estado Maior General, no exercício do poder político, através da manipulação dos órgãos de transição impostos pela CEDEAO.
• Utilização abusiva do Hemiciclo da Assembleia Nacional Popular pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, para a sua actividade política. Com efeito, no passado dia 6 de Junho de 2012, o Chefe do Estado Maior General, através da Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria, convocou os Combatentes da Liberdade da Pátria para, entre outros, informar das razões do golpe de Estado de 12 de Abril e dirigir palavras insultuosas e acusações infundadas contra o PAIGC e contra os Combatentes da Luta de Libertação Nacional.
• Persistência do ambiente de insegurança, de perseguição, de ameaças e de terror instalado no País.
• Restrições de liberdades fundamentais, tais como o direito à manifestação, à livre expressão, etc. Continua a registar-se o ambiente em que as manifestações são violentamente reprimidas, à semelhança daquela que ocorreu à frente da sede da UNIOGBIS em Bissau, a 25 de Maio de 2012. Os órgãos de comunicação social públicos estão a sujeitar-se a fortes censuras do actual poder político e do <>.
• Adopção do “Pacto de Transição” e do “Acordo Político” pelos políticos aliados do <>, instrumentos outrora rejeitados pela CEDEAO e que relegam a Constituição da República como legislação subsidiária, ao invés do contrário. Aliás, convêm referir que, por um lado, o “Acordo Político” põe em causa a estabilidade da Comissão Nacional de Eleições (CNE), cujo mandato é inamovível e permite assegurar a transparência do processo eleitoral e, por outro, tende a usurpar as competências constitucionais da ANP.    
 
É urgente a tomada de medidas correctivas, com vista a resgatar o País da situação de bloqueio em que se encontra, cuja persistência poderá conduzir a uma explosão social de proporções imprevisíveis. Essas medidas passam pela aplicação das Resoluções e Recomendações das Organizações Internacionais, nomeadamente a ONU e a CEDEAO.
 
Com efeito, a Resolução 2048 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no seu ponto nº 1 “Exige do <> a tomada de medidas imediatas para restabelecer e respeitar a ordem constitucional, incluindo um processo eleitoral democrático, velando para que todos os soldados regressem às Casernas e que os membros do <> renunciem às suas funções de autoridade”.
 
Esta Resolução da maior Organização Internacional representativa dos seus membros interpela a todos os actores envolvidos na solução da crise político-militar guineense a observarem a exigência nela contida, por forma a facilitar o retorno imediato à ordem constitucional, designadamente:
 
1 – Reposição da normalidade institucional e democrática, isto é o resgate dos órgãos de soberania e permitir o seu normal funcionamento;
2 – Conclusão das Eleições Presidenciais antecipadas interrompidas, cuja realização poderá ser numa data a negociar;
3 – Regresso de todos os militares às Casernas, sendo lhes proibido imiscuir-se nos assuntos políticos;
4 – Renúncia das suas funções das actuais chefias militares, por se terem envolvido no golpe de Estado.
 
Por seu lado, a CEDEAO, nos seus diferentes encontros, recomendou a prorrogação da legislatura da ANP para cobrir o período de transição e a eleição de uma nova Mesa ou o preenchimento de vagas, a fim de permitir o funcionamento normal desse órgão de soberania, com base no seu Regimento e na Constituição da República.
 
Apesar do registo de atropelos às normas regimentais e constitucionais por parte de alguns actores políticos, os Deputados do PAIGC decidiram retomar os seus lugares e a sua actividade na Assembleia Nacional Popular, permitindo que ela reassumisse o seu papel de órgão máximo da soberania da Guiné-Bissau.
 
Infelizmente, continua a registar-se o atropelo às regras democráticas que caracterizam a nossa Assembleia Nacional Popular, por parte do actual 2º Vice-Presidente desse órgão, ao impedir que seja agendado, para a próxima sessão parlamentar, o preenchimento de vagas na Mesa da ANP, contrariando, assim, o seu Regimento e as recomendações do Conselho de Mediação e de Segurança da CEDEAO da sessão extraordinária de Abidjan, do dia 21 de Maio de 2012. Aliás, após a Agenda proposta pelo 2º Vice-Presidente ter sido reprovada pela Comissão Permanente, a ANP encontra-se actualmente sem Agenda para a sua próxima sessão de 29/6/12 a 27/7/12. Caso inédito na história da nossa Assembleia Nacional Popular.
 
Para o PAIGC, o funcionamento normal e estável da ANP passa pelo preenchimento de vagas na Mesa, pelo que não abdicará dessa exigência. O Grupo Parlamentar do Partido foi instruído nesse sentido.
 
O Governo de Transição, constituído basicamente por formações políticas signatárias do “Pacto de Transição” e do “Acordo Político”, carece de base parlamentar, porquanto os seus integrantes provêm de Partidos, maioritariamente, sem assento na Assembleia Nacional Popular e em situação de ilegalidade. Este facto, obviamente, impossibilitará a governação democrática do país durante o período de transição.
 
Daí a necessidade da reposição da normalidade institucional e democrática que permita a estabilidade parlamentar e governativa, sob pena de se comprometer todo o processo de transição política em curso no País.
 
O PAIGC é da opinião que o processo de retorno à normalidade constitucional deve ser conduzido pela formação política guineense com maior representação na Assembleia Nacional Popular, isto é, os titulares dos Órgãos de Soberania devem resultar da vontade popular expressa através do processo eleitoral.
 
Esta opinião é partilhada por mais de 10 formações políticas legais e legítimas, da maioria dos Partidos com assento parlamentar, assim como pelas organizações da Sociedade Civil (organizações sindicais, femininas, juvenis, infantis, ONG’s, etc.) afiliadas na FRENAGOLPE (Frente Nacional Anti-Golpe).
 
É ao PAIGC, Partido com maioria qualificada de 67 Deputados num universo de 100 no Parlamento, que cabe assumir a governação durante a transição política. É a ele que cabe a indigitação do Primeiro-Ministro e a constituição do Governo, cuja composição poderá ser de base alargada.
 
Quanto ao PAIGC, esta será a melhor forma de repor a normalidade institucional e democrática dos Órgãos de Soberania e garantir uma transição política sem grandes sobressaltos na Guiné-Bissau.            
 
O PAIGC congratula-se, mais uma vez, com os esforços da Comunidade Internacional na busca de soluções para a crise político-militar da Guiné-Bissau, particularmente a ONU, a UA, a UE, a CEDEAO e a CPLP, e regozija-se com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas em recomendar uma maior articulação e coordenação na intervenção dessas organizações.
 
Essa articulação deve ser abrangente e envolver todo o processo de retorno à normalidade constitucional, desde o regresso dos militares às Casernas até à reinstalação dos órgãos legítimos, passando pela constituição e instalação da força conjunta de manutenção da paz e de apoio à reforma dos Sectores da Defesa e Segurança, com base no Roteiro CEDEAO/CPLP.  
 
Feito em Bissau, aos 14 dias do mês de Junho de 2012.
 
 
A Comissão Permanente do Bureau Político

Estou excitadíssimo... AAS

Ah, Guiné-Bissau...aqui, até as putas têm orgasmos (com o devido respeito pelas putas, claro). AAS

O ex-chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau Bubu Na Tchuto, detido em Dezembro na sequência de uma tentativa de golpe de Estado, foi libertado esta quarta-feira. Fonte militar disse à Lusa que Bubo Na Tchuto foi libertado e que já está em casa, sem, contudo, explicar os motivos da libertação. AAS

Isolamento extremo do “novo regime” fomenta tensões


O severo isolamento externo a que está sujeito o regime constituído na Guiné-Bissau na esteira do golpe de Estado de 12 de Abril, está a dar azo a sentimentos de intranquilidade e desconfiança entre as novas autoridades. Enraízada uma percepção segundo a qual o isolamento, a manter-se, tornará transitório o actual poder. O General António Indjai, de facto o líder do golpe, é a “autoridade suprema”. Não se confirmou o anunciado compromisso de transmitir o poder às autoridades políticas de transição. Controla a acção das mesmas através de interferências protagonizadas por si próprio ou delegadas noutros membros do chamado “núcleo duro”.

Para a presente deterioração da situação também contribui uma aparente mudança de atitude da CEDEAO e de países da própria organização. A mudança está reflectida numa menor complacência em relação ao status quo criado pelo golpe e numa propensão maior face a uma nova solução para a crise. Há cerca de 5 dias, Indjai participou numa reunião do conselho de ministros, na qual interveio activamente. O fito foi o de “travar” nomeações para cargos na administração e nas empresas públicas baseadas em escolhas da responsabilidade de Serifo Namadjo e do PM, Rui de Barros.

Algumas das referidas escolhas haviam sido patrocinadas por Kumba Yalá. As obstruções de Indjai à implantação de influências de Yalá são remetidas para o propósito de o manter politicamente ofuscado; também se destinam, todavia, a vingar a sistemática oposição que o mesmo faz a tentativas de nomeação de Sanhá para o Governo. Tem vindo a ser assinalada nas Forças Armadas a existência de grupos, geralmente influenciados por oficiais subalternos, os quais exteriorizam sinais de desgaste e descontentamento descritos como reacções a sentimentos de desigualdade em relação aos chefes e de apreensão quanto ao futuro. AM

Guiné-Bissau a caminho da auto-destruiçao, e da bancarrota...


jobs 1

jobs 2

jobs 3

jobs 4

jobs 5

jobs 6

jobs 7

O QUE FAZ CORRER RUSSEL HANKS?


Definitivamente o Mr Hanks Russel anda mesmo a brincar com o sentimento dos guineenses. De contra-corrente à outra aparece-nos sempre esse énigmatico e maquiavélico Director de Programas da Embaixada dos Estados Unidos da América em Dakar a apunhalar as legitimas esperança do Povo da Guiné-Bissau com saidas e declarações bombasticas e desprovidas de qualquer senso com a realidade. Foi com ele que se lançou a bomba da polêmica invenção de um alegado «reconhecimento» pelos EUA do Presidente da CEDEAO para a Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo. Veio depois o desmentido mas ficou o resquicio e a esviez de uma provocação seguramente encomendada para destroçar a resistência do Partido PAIGC.

Ontem, mais uma vez, essa estranha figura de ligações nebulosas com a hierarquia narco-militar (particularmente o General Injai), faz a sua aparição, voltando à carga, com outra polêmica declaração em que dizia (??), que «o governo dos EUA estava disposto a trabalhar com qualquer autoridade posta na Guiné-Bissau, porque o que interessa para os EUA é o desenvolvimento do Povo da Guiné Bissau».

A estas declarações gostaria de perguntar ao rabudo do Hanks, o seguinte:

Acha porventura a sua deturpada mente entuopida de coca, de que, esse grupo de delinquentes, seus comparsas, que assaltaram o poder na Guiné-Bissau, são capazes e querem efectivamente «trabalhar para o desenvolvimento da Guiné-Bissau»? Se assim entender, então Mr Hanks..., va levar na peida, pois do dito cujo, o Sr. tem ar que lhe sobra. E ja agora seu rabudo de diplomata, como aprecia tanto os narco-golpistas, gostaria de lhe perguntar, o seguinte:

Caso fosse o Cartel de Medelin a tomar o poder na Guiné-Bissau, o governo americano e a bosta da sua repugnante pessoa estaria também disponivel a trabalhar com essa «qualquer pessoa» (mesmo sabendo que tipo de pessoas assaltaram o poder na Guiné-Bissau) ?

Pelos vistos, a mim parece-me que sim, pois acho que os EUA estariam dispostos a reconhecé-los e até condecora-los. E ai dava-lhes inteira razão. Razão porque, os EUA nunca assumiu uma posição clara no conflito da Guiné-Bissau, sabendo contudo que por tras desse conflito esta o narcotrafico e influências tribais. Os EUA, ha muito tempo indiciaram Bubo Na Tchuto e Papa Camara como barões da droga e também sabem que o proprio Antonio Injai esta activamente implicado no trafico da droga, mas NADA FAZEM para os deter ou responsabilizar. Dai não me surpreender que um seu representante, Sr Russel Hanks reconheça e apoie um governo fantoche de base insurrecional e de narcotraficantes.

Pois, ao que parece o Sr Russel Hanks fala legitimamente em nome das autoridades americanas sem que ninguém aparentemente mais idoneo e responsavel desse Governo dos EU venha desmentir as suas declarações e tão pouco questiona-los das suas relações premiscuas com as altas chefias militares intrinsicamente ligadas ao trafico de droga.

O Sr Russel Hanks, sempre tem trabalhado a contra-pé do Governo legitimo da Guiné-Bissau e foi ele que esteve na origem do boicote da vinda e instalação do Procurador Especial Americano indigitado pelo Governo Americano para investigar a morte do antigo Presidente Nino Vieira. Russel Hanks, por interesses e objectivos que ainda estão por apurar, sempre tentou manipular e direccionar as investigações do referido Procurador num sentido e..., não o conseguindo arranjou maneira de o fazer voltar a precedência. O que escondera ou o que querera Russel Hanks sobre esse caso ? O Procurador esta la e podera dar a resposta.

Porém, uma coisa deve ser esclarecida e isso cabe as autoridades dos EUA, pois caso não sendo essa a posição oficial do Governo Americano (faço fé na declaração oficial do Departamento de Estado Norte Americano que condena a inversão da ordem constitucional e consequentemente o envolvimento dos militares nesses actos de subversão do poder pela força), é bom que esse pais que se apregoa de moralizador do mundo, comece a fazer atenção aos comportamentos de certos dos seus cidadãos, principalmente aqueles a quem confiam cargos de responsabilidades e falam em nome de um pais da grandeza e prestigio como os EUA.

É bom que o Governo Federal dos EUA tome atenção às ligações movediças e nebulosas na Guiné-Bissau entre o Sr Russel Hanks com os militares particularmente com os ligados ao narcotrafico, cujos niveis dispararam depois do golpe de estado de 12 de abril ultimo. Essa relação é de particular questionamento e estranheza, se se tomar em conta, que são particularmente estreitas e cumplices com o novo barão em chefe da droga na Guiné-Bissau, o General-Presidente Antonio Injai.

Não fazendo NADA e não mandando retratar o Sr. Russel Hanks os EUA estão a cooperar com GOLPISTAS CIVIS E MILITARES e estão a subscrever e a ser CUMPLICES DE NARCOTRAFICANTES E CRIMINOSOS. Enfim, estão CONTRA A DEMOCRACIA E CONTRA O POVO DA GUINE-BISSAU, pois quem cala consente.

Para finalizar, lembrei-me de um ditado que serve para definir alguém que tem posições dubias sobre uma certa questão: «A diferença entre o homem e o macaco, é que o homem pensa e o macaco não... Outra diferença é que o homem não tem rabo e o macaco tem... Porém, se o homem deixar crescer o rabo as coisas mudam de figura. Pois, se lhe pegarem o rabo, o homem deixa de raciocinar e passa a ser um macaco...enfim, um animal.

Vejam bem,

O Sr Russel Hanks, tem um rabo e, por sinal um rabo de cavalo.

Um homem, diplomata, com rabo de cavalo!!?..., ou é um RABO DE HOMEM, ou tem o RABO ENTALADO EM QUALQUER LADO... A. K. Lasana

Son pó, na Guiné...



Depois de presidir a reuniao do Conselho de Ministro, o General Presidente da CEDEAO continua a dar cartas no seu reino do desmando. Há quatro dias atras, aterrou em Géa-Mamudo uma avioneta de porte médio carregado de cocaina, e que foi desembarcada por militares. A Policia Judiciaria, informada da operação acercou-se do caso, mas chegou atrasado... O que puderam apreender, foi o combustivel de reebastecimento e as pessoas que o guardavam, porém, por pouco tempo,... por ordens vindo de Mansôa, concrectamente de Antonio Injai, foram imediatamente soltos e livres para outra descarga.

O esquema da «passerele» do branqueamento está bem montada. O novo Director da Migração e Fronteiras é um super-protegido de Antonio Injai de nome Papa Bidé Cambé Ncanha, vulgo Papa Bidé. Este individuo que em tempos acolhera Antonio Injai em sua casa recebe o posto como troca de favores e de sinal de lealdade. Esteve detido em tempos com um grupo da Alfândega e da Guarda Fronteira do aeroporto por participação numa operação de subtracção e descaminho de droga apreendida a um correio de droga de nome Charles. A partilha da droga e do dinheiro apreendido e confiscado em proveito proprio não correu bem e houve denuncia. Papa Bidé, foi detido e encarcerrado na antiga 1a Esquadra junto à Amura e posteriormente libertado à surdina e sob pressão e influência de Antonio Injai.

Hoje está na porta de saida da passarele do pó branco. Os aeroportos de Lisboa e Madrid que se cuidem. Igualmente, o pessoal da «Mula» utiliza como via charneira o aeroporto de Banjul para dissimular a suspeção da provinência do potencial portador. AAS

Purgatório I: Rio+20... - 1



As autoridades brasileiras recusaram a entrada da delegação do 'governo' de transição da Guiné Bissau que se apresentaram para participar nesta reunião, garantindo que só seriam admitidos quem estivesse a trabalhar para o governo legítimo deposto pelo golpe de Estado militar de 12 de abril últmo. Um dos visados foi o secretário de Estado do Ambiente. O outro é Sory Djaló, acutual presidente em exercício da ANP...AAS

Purgatório II



- Tenente-coronel, Daba Na Walna, porta-voz do Comando Militar, foi acometido hoje por uma trombose... AAS

O primeiro-ministro legítimo da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr., desloca-se hoje a Luanda para uma visita oficial a convite do Presidente José Eduardo dos Santos. AAS

O futebolista Yannick Djaló chegou hoje a Bissau. Os ilegítimos querem até condecorá-lo...será com a medalha Kalashnikov? AAS

Alto!, isto é um assalto


Foi assaltado, na noite de ontem, o Centro de Documentaçõo (onde se fazem os bilhetes de identidade). Levaram 11 computadores com os dados de todos os guineenses, e outras máquinas, de fotografias e de impressões digitais. O que esqueceram de levar foi o CPU Central. Portanto, toda a tentativa de "fabricar" novos eleitores está frustrada, uma vez que os serviços estão suspensos e os "novos guineenses" não constarão do CPU Central. A notícia está a ser divulgada em todas as rádios. AAS

Russel 'putsch' Hanks



"Caro irmão, bons filhos da Guiné-Bissau,

Não é de estranhar as palavras do representante da embaixada dos EUA, em Dakar, Russell Hanks, porque ele estava em contacto permanente com as chefias militares desde Maio do ano passado. Ele usava um caro privado sempre que vinha a Bissau, e era presença assídua no Estado-Maior. Nas vésperas do dia 12 de Abril, ele já sabia que tudo estava pronto para o golpe, e da ultima vez veio numa viatura 4X4 da embaixada dos EUA.

Recordam-se de que os EUA foram os primeiros a reconhecer SERIFO CEDEAO NHAMADJO, e 24 horas depois fingiram a mudar a rota? Os EUA e a FRANCA têm como meninos a Nigeria e o Senegal. Foram os EUA e a FRANCA mentores deste golpe de Estado - a razão principal ainda não se sabe, mais vou continuar a minha para trazer mais informacãoes. Muitos oficiais das FA sabiam o que Russell Hanks vinha fazer na Guiné-Bissau.

O caso 26 de Dezembro foi o motivo dos planos de Russell Hanks (EUA), o Bubo e alguns oficiais não estavam de acordo e montaram então aquela inventona de 26 de Dezembro - mas, como na Guiné os analfabetos é que são decisores... O Senegal sempre vai controlar a economia e a política da Guiné-Bissau "CÁ SE FAZ CÁ SE PAGA" e um dia estes valiosos vão pagar por tudo o que fizeram a este povo.

Na segunda guerra mundial o general Romel disse a Hitler: "A luta desigual está prestes chegar ao fim. Os soldados estão a combater em vão, a vitória dos Russos é inevitável",

A luta continua.

Serifo Djalo"

Amnésia, ou memória curta da mentirosa CEDEAO...


Sábado, 7 de Abril de 2012 (cinco dias antes do golpe de Estado)

CEDEAO avisa militares da Guiné-Bissau que ordem constitucional tem de ser respeitada

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a acompanhar "com profunda preocupação a situação política e de segurança" na Guiné-Bissau e lembra aos militares a responsabilidade de "respeitar escrupulosamente a ordem constitucional". Num comunicado divulgado hoje, assinado pelo presidente da CEDEAO, Désiré Kadré Ouedraogo, a instituição afirma que a conclusão do processo para eleger um novo Presidente "é essencial para a consolidação dos esforços internacionais para a estabilização da situação política do país e facilitar as reformas importantes em diversas áreas".

A Guiné-Bissau foi a votos a 18 de março, para eleger um novo Presidente, na sequência da morte do chefe de Estado eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá. Ainda antes da divulgação dos resultados, cinco candidatos disseram que o processo eleitoral foi fraudulento e o segundo candidato mais votado, Kumba Ialá (23 por cento), recusa-se a ir à segunda volta, marcada para o próximo dia 22, que deveria disputar com Carlos Gomes Júnior (49 por cento dos votos).

A campanha eleitoral para a segunda volta, que devia ter começado na sexta-feira, está suspensa. No comunicado, a Comissão da CEDEAO insta a classe política a ultrapassar as suas diferenças para assegurar, em boas condições, a conclusão do processo eleitoral e avisa que "todas as disputas eleitorais devem ser resolvidas através dos meios jurídicos de recurso".

"A CEDEAO deseja, a este respeito, reiterar os princípios fundamentais consagrados no Protocolo Suplementar sobre a Democracia e Boa Governação, que declara 'tolerância zero' para qualquer acesso ou retenção do poder por meios inconstitucionais. A CEDEAO mais uma vez lembra aos militares a sua responsabilidade de respeitar escrupulosamente a ordem constitucional e a determinação da Comunidade para se opor a qualquer obstrução do Exército ao processo eleitoral em curso", diz o documento. Ao Governo e ao povo, a CEDEAO reafirma o seu compromisso em mobilizar a comunidade regional e internacional para a reconciliação da Guiné-Bissau, a recuperação económica e a reforma do setor de defesa e segurança. AAS

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vamos lá!



beto dias

GRANDE SHOW DE BETO DIAS AO VIVO COM BANDA EM LISBOA DIA 6 DE JULHO (SEXTA FEIRA) VAMOS COMEMORAR A INDEPENDENCIA DE CABO VERDE AO SOM DESTE GRANDE CANTOR

pre-compra 10€

A PARTIR DE SEXTA FEIRA OS BILHETES PARA O CONCERTO DE BETO DIAS DIA 6 DE JULHO ESTARÃO Á VENDA NA TICKETLINE Lojas Fnac, Lojas Worten, C.C. Dolce Vita, Agências Abreu, El Corte Inglês, Galeria Comercial Campo Pequeno, C.C. MMM e C.C. Mundicenter.

Para o Alain Coutte


"Caro Aly,

Permita-me atraves do seu blogspot, responder ao Alain Coute. Alain, parece que saibas algo da guiné bissau, embora saibas mais errado do certo, por isso gostaria de explicar seguinte:

1. Na região Oio, Sector de Farim não existe, alias ainda não é confirmado a existência de bauxite, mas sim já a muito foi confirmado existência do fosfato.

2. Como disse e bem, a França não tem nenhum interesse econômico e financeiro principal na Guiné-Bissau, posso até estar de acordo consigo, mas é bom saber que a França tem interesses econômicos e financeiros, se não é principal então é secundário na Guiné-Bissau, porque o seu filho (Senegal) tem interesse principal, por isso tem lançado um forte campanha de sabotar o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau, a fim de continuar tirar os seus proveitos.

3. Não posso confirmar a participação direta da França, no golpe de 12 de Abril, mas basta ser um cidadão atento, consegui entender a participação direta do Senegal neste golpe.

4. A França, nunca vai apoiar os presidentes e os governos da Guiné Bissau, que vão lutar para a concretização dos grandes projetos económicos da guiné bissau, porque terão influências negativas direta na economia Senegalesa.

5. Por mais bem queridos que possamos ser pela França, nunca seremos mais queridos do que Senegal, alias disto não deve ser eu a explicar isso porque o senhor muito e bem sabe disso melhor que eu, só faço questão de fazer o Alain saber que também sabemos disso.

6. Por ultimo, da minha parte agradeço o apoio, que o Alain deu aos nossos antigos combatentes, durante a luta de libertação nacional, se assim for possível, contamos ainda consigo, na luta pela afirmação da democracia, regime politico pela qual permitiu aos Franceses, escolher O Francois Holande para presidência Francesa, sem Golpe de Estado.

Um grande abraço.

I. Sani"

Última Hora: Morreu Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio. AAS

Reprovados!



Nenhum país lusófono cumpre os critérios do Departamento de Estado norte-americano no combate ao tráfico de pessoas, para trabalhos forçados ou prostituição, sendo Angola e Guiné-Bissau os casos mais preocupantes, revela um documento oficial.

Os dados constam do 12º relatório anual sobre tráfico de pessoas, apresentado esta terça-feira pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que avalia em 186 países e territórios o cumprimento dos padrões contra a "escravatura dos tempos modernos". Entre os países lusófonos, Angola e Guiné-Bissau surgem ambos no grupo 2, "sob vigilância", dos países que não cumprem os critérios e não estão a fazer progressos, apesar de esforços por parte das autoridades. Angola, refere o Departamento de Estado, é fonte e destino de homens, mulheres e crianças sujeitos a exploração sexual ou trabalhos forçados na agricultura, construção, habitações ou exploração de diamantes.

"Há relatos de crianças menores, desde os 13 anos de idade, na prostituição nas províncias de Luanda, Benguela e Huíla", refere o relatório, que relata também exploração sexual de mulheres brasileiras, vietnamitas e chinesas no país. Apesar de estar na mesma categoria que Angola, a Guiné-Bissau registou uma melhoria em relação ao ano passado, quando foi incluído no grupo 3, dos países que não fazem qualquer esforço de monta para combater o tráfico de seres humanos.

No caso guineense, os principais problemas são o tráfico de crianças sujeitas a trabalhos forçados, exploração sexual e mendicidade. O Departamento de Estado chama atenção para o problema das crianças "talibé", que são recrutados pelo ensino religioso para pedir esmola nas ruas de países vizinhos, como o Senegal, Mali ou Guiné-Conacri. Portugal, Cabo Verde, Brasil, Moçambique e Timor-Leste surgem todos no grupo 2, de países que não cumprem os mínimos, apesar de estarem a fazer esforços significativos e a apresentar resultados.

O Brasil é identificado como uma "grande fonte" de pessoas para exploração sexual no país e no estrangeiro, bem como para trabalhos forçados dentro do país. De forma mais limitada, é um país de destino e trânsito para trabalhos forçados e exploração sexual. O Departamento de Estado considera "limitados" os esforços para proteção de vítimas e recomenda maior empenho para investigar e julgar crimes de tráfico, aumento do financiamento, entre outras medidas. Entre outros casos pessoais a nível mundial, o relatório destaca o de dois brasileiros - Joel e Ronival - que conseguiram fugir de uma fazenda no país, onde durante 10 anos foram escravizados.

Quanto a Cabo Verde, não cumpre os mínimos, apesar de estar a fazer "esforços significativos", tendo o Governo investigado 44 casos de abuso sexual de menores no último ano e da proteção do Instituto Cabo-Verdiano para as Crianças e Adolescentes. Moçambique é apresentado como um país de origem e trânsito de homens, mulheres e crianças sujeitas a trabalhos forçados, na agricultura, e muitas vezes com a cumplicidade de familiares, e exploração sexual. Timor-Leste surge como país de destino para mulheres e crianças da Indonésia, China e Filipinas, sujeitas a exploração sexual, e para homens e rapazes da Birmânia, Cambodja e Tailândia, envolvidos em trabalhos forçados.

Os esforços timorenses de proteção das vítimas são considerados "fracos" no relatório do Departamento de Estado. Jornal de Notícias

Angola quer retorno da estabilidade da Guiné-Bissau



O ministro angolano das relações exteriores, Georges Chikoti, reiterou hoje, em Roma, que a estabilidade para a Guiné-Bissau, é objecto de atenção especial por parte de Angola. O chefe da diplomacia angolana manifestou, mais uma vez, esta preocupação durante a palestra que proferiu na sede da Sociedade Italiana para as Organizações Internacionais (SIOI) sobre a “política externa de Angola”. A Guiné-Bissau encontra-se numa instabilidade desde que os militares levaram a cabo um golpe de Estado, em Abril de 2012, com “motivações confusas e inaceitáveis,  e por isso mesmo condenado pela ONU, União Africana e pela União Européia”. 

“No contexto da CPLP, Angola e os restantes Estados membros não poupam esforços na procura do estabelecimento de uma parceria estratégica com a CEDEAO, sob coordenação das Nações Unidas, visando trazer a estabilidade política ao país” - afirmou. Georges Chikoti disse, por outro lado, que no âmbito da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),  deplorou-se  a vaga de golpes de Estado que volta a assolar o continente africano. A SADC defende para a África “exemplos concretos” que confirmam o compromisso dos estados em “virar firmemente uma página negra” na História do Continente - disse.

“Portanto, a SADC junta a sua voz aos que condenam os golpes de estado ocorridos na Guiné-Bissau e no Mali, ao mesmo tempo que saúda os esforços regionais em curso com vista a manutenção da paz, da estabilidade e do restabelecimento da ordem constitucional”, asseverou. Nesta óptica de pensamento, o governante angolano defendeu “a via do diálogo paciente e inclusivo e da negociação” para a busca de soluções equilibradas e justas, com o apoio e a participação da União Africana e da Organização das Nações Unidas.

Mais adiante, o ministro Georges Chikoti falou da situação da seca na região do corno de África, em particular da Somália, que é igualmente objecto de preocupação de Angola. Nesse contexto, Angola associa-se aos esforços da assistência humanitária internacional e na procura de soluções políticas que ponham fim ao conflito armado naquela parcela do continente africano - disse. Relativamente aos acontecimentos que ocorreram na Líbia e no Egipto, o Governo angolano espera que o povo destes países possam encontrar a estabilidade a curto prazo, que passa necessariamente pelo livre exercício dos seus direitos democráticos - salientou.

Afirmou, por outro lado, que Angola continua preocupada com os fracos progressos registados na resolução do problema do Sahara Ocidental, que permanece uma importante questão na Agenda internacional. O ministro angolano das relações exteriores referiu-se também à situação no Médio Oriente, e sobretudo nos territórios palestinianos, como um dos mais graves problemas com que a comunidade internacional se vê confrontada. No período da manha, o ministro Georges Chikoti reuniu-se na sede da FAO, em Roma, com os embaixadores africanos na Itália com os quais passou em revista a situação prevalecente na Guiné Bissau e noutros pontos do mundo.

A SIOI, fundada em 1944, desenvolve uma actividade de formação e pesquisa sobre os temas de cooperação internacional, o desenvolvimento das relações internacionais e sobre a integração europeia. Franco Frattini, ex-ministro dos negócios estrangeiros, do governo Berlusconi, é o presidente da SIOI, que enalteceu, na ocasão, a consolidação da democracia e estabilidade em Angola. Hoje à noite, o ministro das Relações Exteriores oferece um coktail num dos hotéis de Roma, no qual estarão presentes membros do governo italiano, diplomatas, académicos, empresários, políticos  entre outros.

Georges Chikoti iniciou segunda-feira uma visita à Itália de três dias, no quadro do relancamento cooperacao entre os dois paises. AngolaPress

Nova Sondagem DC: Votem agora! AAS

Sondagem DC: Ganhou a desobediência civil



Votos apurados: 1149

SIM - 975 votos = 85%
NÃO - 147 votos = 12%
NÃO SEI/NÃO RESPONDO - 27 votos = 2%

NOTA: Esta sondagem mostrou ser mais fiável do que aquela contagem vergonhosa de votos que consagrou vencedor das eleições George W. Bush, o presidente mais incompetente que os EUA alguma vez tiveram, e terão. AAS

Russell Hanks: Falou um irrefreável fanático, um playboy, ou um diplomata norte-americano? Aquele rabinho de cavalo não engana....


Como pode um 'diplomata' dizer estas asneiras?:

- Os Estados Unidos de América anunciaram hoje que vão trabalhar com “qualquer pessoa que queira dirigir o povo da Guiné-Bissau para o progresso” e afirmam que existe um Governo de facto a governar o país. A posição dos Estados Unidos foi revelada hoje aos jornalistas por Russell Hanks, diretor de programas da embaixada americana em Dacar, Senegal, que cobre também a Guiné-Bissau. AAS

Falar com a voz do dono...


O representante da embaixada dos EUA em Bissau, esteve reunido quase duas horas com o 'primeiro-ministro' da Guiné-Bissau-CEDEAO. Da reunião, o diplomata norte-americano, que levara o recado da sua embaixada de Dakar(!?) disse 'estar disposto' a trabalhar com o 'executivo' ilegal, instalado em Bissau.

À pergunta dos jornalista sobre a recusa da comunidade internacional em reconhecer o 'governo bissau-ceadeao-guineense', o diplomata engasgou-se. Mas como já conhecemos a hitória de cor e salteado, e sendo o embaixador do Senegal em Bissau o decano do corpo dilomático...estamos mesmo a ver o filme. Resta dizer que esse senhor fala com a voz do dono...Ai, América... AAS

Estados falhados: Guiné-Bissau cada vez pior, Timor progride Somália lidera a lista desde sempre



A Guiné-Bissau vem tendo a cada ano piores classificações no índice de Estados falhados, chegando este ano à 15ª posição, de acordo com a lista dos piores Estados do mundo, divulgada nesta terça-feira. Trata-se de uma lista publicada anualmente pela revista Foreign Policy, que a elabora em conjunto com a organização Fund for Peace, tendo em conta dados como pressões demográficas, direitos humanos, economia, segurança ou intervenção externa.

Em 2009, a Guiné-Bissau aparecia como o 27º pior Estado, com a Somália a liderar a lista dos Estados falhados (liderança que sempre tem mantido). Pior classificação tinha obtido Timor-Leste, outro Estado de Língua Portuguesa (20º lugar). Angola surgia em 55º lugar. Em 2010, a Guiné-Bissau desceu cinco lugares, para 22º, e Timor-Leste desceu também mas apenas dois lugares (18º). Na lista dos 60 piores, Angola recuou e ficou em 59º lugar. No ano passado, enquanto Timor-Leste se afastava da lista negra dos 20 piores lugares (23º), a Guiné-Bissau voltava a obter um pior resultado e chegava ao 18º pior país. Na lista dos 60 piores, Angola regredia também (52º lugar) e Moçambique aparecia em 57º lugar.

No ranking deste ano, a Guiné-Bissau desce para o 15º lugar, Timor-Leste melhora e está agora em 28º lugar, Angola voltou a regredir (49º) e Moçambique melhora duas posições (59º). A lista é feita tendo em conta 12 indicadores sociais, políticos e económicos de 177 países. A Guiné-Bissau obteve 99.2 pontos, numa escala que pode ir até 120 e que quanto mais alta pior é o país. A Somália, o Estado falhado por excelência, obteve 114.9 pontos. Timor-Leste chegou aos 92.7. Portugal teve este ano 34.2 pontos e o Brasil 64,1. CM/TVI

Sanguessuga


"Caro Irmão

Mais uma vez quero dar a minha contribuicão como bom filho da Guiné-Bissau. Depois do espancamento, o elemento da plícia judiciária em causa foi ter com o seu chefe (DG da Polícia Judiciária) afim deste apresentar queixa contra os militares. Por sua vez o Dr. João Biague foi ter com o Ministro da Justica Dr. Mamadu Saido Balde explicando o sucedido e, o Ministro por sua vez disse-lhe ir tratar do assunto com o seu colega, o Ministro da Defesa.

Passado quase um mes, o Dr. Saido desabafou com um dos seus subordinados onde porferiu as seguintes palavras "O PAÍS NÃO ESTA BEM, E ESTE CASO DEVE SER ESQUECIDO PORQUE ESTES MILITARES SÃO DOIDOS" e, este subordinado o disse mais voce prometeu ao DG da Judiciária avancar com o caso e, Dr.Saido disse: O DG da Judiciaria queria mesmo convocar a imprensa para mostrar a sua indignacão mas eu o convencí-o a não fazer isso porque, estamos menos de 30 dias no governo e isso pode comprometer a imagem do País.

Caro Aly e bons filhos desta Guiné-Bissau

Que País Dr. Saido estaria a referir? O interesse do Ministro esta acima do interresse do País? O Judiciária em causa é Pai e chefe de família diferente do Dr. Saido que deixou a sua casa e, familia (Filhas e Esposa) no Bairro Belem e foi morar com uma sub-Bedju em Cupelum de baixo na rua dos Bombeiros.

Só para recordar ao Dr. Saido que ele é conhecido só nas transicões porque muita coisa esta errado com ele. Depois de conflito de 1998 ele foi nomeado vice-Procurador onde os mesmos tropas o vigiavam a sua casa e nessa altura foi decretado o recolher obrigatório mesmo para vizinhos, tendo um deles sido espancado... Um dia isso vai acabar e voces vão pagar pelo que fizeram a este povo.

Abaixo Golpistas, Abaixo todos os militares que estão prontos a torturar e matar
Abaixo Representante da CEDEAO na Guiné senhor CISSE.
Abaixo Serifo CEDEAO Nhamadjo
Abaixo Antonio CEDEAO Indjai
Abaixo piores filhos desta terra
 
A luta continua, ninguem é eterno
 
Serifo Djalo"

Diplomacia pedagógica



"Ola Aly,

Então, A DIPLOMACIA PEDAGÓGICA do nosso senhor intelectual sem caracter parece estar a cair na bancarota... DJITU TEN DJA NA GUINÉ...PARECE QUE ESTES POLITICOS DE MEIA TIGELA ja estão a comprender que o mundo mudou e a Guiné-Bissau tem que mudar tambem.
 
A lição que ele recebeu ontem nas audiencias ou encontros com embaixadores, vale a pena ficar na memoria dele para sempre...é melhor que ele mesmo pergunte ao decano dos embaixadores acreditados na Guine-CEDEAO (embaixador de senegal), porque é que o  embaixador do senegal é permanente na Guiné-Bissau? Então nao ha mais outro pais no mundo onde ele pode ser nomeado embaixador?
 
DIPLOMACIA PEDAGOGICA-inteletual tribalista merece aquela porrada que os militares lhe deram há uns anos...

A. Cabral"

Bon mindjoria



 
"Caro Aly

Soube através de amigos de que não te tens sentido bem de saúde, e que, brevemente serás submetido a intervenções cirurgicas de indole não especificada. Espero e desejo que não seja nada de mal ou por ai além, pois ai de nós, qualquer contrariedade que nos venha a privar por muito tempo da tua liderança contributiva nessa luta de resistência contra os desmandos que passam actualmente no nosso pais. Que Deus te dê a saúde necessária para te manter firme na linha da frente da trincheira da nossa luta comum.

Conhecendo-te bem, deduzo do que mais precisas e careces neste momento. Também, desse conhecimento de particular vivência, sinto bem e, sei que, a tua postura de homem de principios te auto-conforam, assim mesmo, na dignidade e urteza da vida. Porém, caro amigo e irmão, nada mais do que uma palavra de conforto e de solidariedade de quem bem te conhece, para te desejar «bom mindjoria pa nô bom fidju di terra», mero paliativo quiçá, mas que, aliviará decerto, a tua imensa necessidade, contudo... orgulhosa e dignamente guardada.

Tal como só a àgua mata verdadeiramente a sede, milagre que nenhum outro liquido faz, sempre, uma palavra de um amigo verdadeiro, pode valer mil confortos e mil mordomias.

Estamos juntos irmão.

Que Deus te abençoe.

Kilimandjaro"

Parafraseando Sarkozy: "casse toi, pauvre con"



Um parvalhão qualquer que dá pelo nome de Alain Coutte, escreveu a pedir direito de resposta sobre o artigo "Guiné-Bissau resiste à 'tropacracia'". Respondi dizendo que enviasse o pedido de resposta ao 'Jornal Avante', uma vez que eu apenas 'piquei' o texto. Continuou a cacarejar, e, depois enviou-me outro email...do qual dera conhecimento à:

- Embaixada de França-Bissau
- Ministério de Relações Exteriores, em Paris

O Alain, outra vez: "Eu estou arrependido de o contradizer, mas não é "uma opinião", mas uma campanha vergonhosa de "desinformação e propaganda" antiFrances, sem qualquer prova"...

Bom, mas como eu não quis ser mal educado, sugeri educadamente ao Alain que, para além destas duas entidades, que as enviasse também para o Palácio do Eliseu e para o Tribunal de Haia. Se quiser, pode ainda enviá-lo para o Vaticano..

Mas se quer saber, Alain, sim, a FRANÇA está metida até ao tutano, quer no golpe da Guiné-Bissau, quer no do Mali, para além, claro, daquele disparate na Costa do Marfim. Um dia, hão de engolir isso tudo... Há com cada um! Os franceses, esses presumidos... AAS

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O direito de perguntar



fernando julio 1
Cartoon de Fernando Júlio

Missang vs Nigéria + Senegal


"Caro Aly,
 
Nao sou a favor do carlos gomes jr ( cadogo) ou outro partido, mais sim a favor da legalidade se bem que nao sou nenhum jurista, mas nos ca o povo e quem mais ordena ou deveria ser.

O que se passa no nosso pais e triste, os que deveriam estar no campo a lavrar entraram na cidade e ocuparam os oficios publicos, continuam a ferir um povo que nunca gozou propriamente das suas liberdades. Mas deviam lembrar tudo tem inicio e fim, se nao vejamos onde estao os maiores ditadores e criminosos do seculo? Uns morreram outros no T.P.I, mais os nossos nao irao fuzir a regra, ca se faz ca se paga.
 
Feito a introducao a cima agora vou ao titulo inicial, na minha opiniaol se os cargos publicos fossem ocupados livremente pelos nossos quadros competentes, a nossa guine nao seria usada pelos interesses sub regionais e economicos.

O que actualmente se passa e pura e simplesmente o jogo duplo do senegal e da nigeria, o primeiro nao lhe interessa a construcao do porto de aguas profundas de Buba, que lhe retiraria os ganhos economicos que recebe a favor do Mali como se sabe os desenbarques dos contemtores do Mali sao feitos atravez do senegal, por outro lado a Nigeria nao via com bons olhos a presenca dos militares do grande africano ou com um potencial de ser grande africano (Angola).
 
com tudo acima mensionado agora faco perguntas:
 
Qual e a coperacao sul/sul que investe 500.000.000 usd num pais coturbado?
Quem dava comida as nossas FA?
Quem abriu linha de creditos para o nosso pais?
Quem comecou a remodelar as casernas das nossas FA?
Quanto custou o material belico que regressou a Angola? que depois da formacao ficaria para as nossas FA.
 
Como guineense espero que a organizacao onde esta enserida a guine bissau faca o melhor. 
 
obrigado, abri udju (abra os olhos)

Baldé M."

domingo, 17 de junho de 2012

Não há uma sem duas: Camarões (1) volta a vencer a Guiné-Bissau (0) e classificou-se para a Copa das Nações Africanas. O jogo teve lugar em Yaoundé. AASS

Ditadura do Consenso é: Case Study. E ainda bem. AAS

Um antes e outro depois


"Caro Aly Silva:

Antes de mais, os meus agradecimentos pelas informações que nos vai fornecendo acerca do que se vai passando e dizendo a respeito da "nossa" Guiné-Bissau.

Mas, depois do que se tem passado ao longo destes quase quarenta anos após a proclamação da independência (que, na prática, nunca existiu) e até analisando o que se sabe que já acontecia antes, gostava de lhe sugerir - e perdoe se com isto o ofendo no seu orgulho patriótico - que, com os seus conterrâneos mais esclarecidos, mas não “partidarizados”, se deixassem de complexos e, depois de um debate participado, pedissem humildemente à CPLP que, de maneira concertada e aceite, organizasse, empossasse e supervisionasse um governo (temporário) que nesse País iniciasse uma limpeza que tinha de começar pela extinção de um exército de generais analfabetos, gananciosos, corruptos e narcotraficantes e abrisse caminho para um futuro, esse sim, de independência harmoniosa dos vários povos dessa terra, depois de lhes ter acudido nas presentes necessidades e lhes ter proporcionado educação para o esclarecimento.

Porque:

- Afinal, de quem tem sido a culpa de tantas mortes e má governação?
- Não tem sido o PAIGC, o partido maioritário, que tem estado no governo quase todo o tempo?
- Para que tem servido, para além de se ter ido auto-decapitando?
- E o povo?

Pois é, como tinha avisado o falecido Samora Machel, foram-se matando uns aos outros e poucos restarão. Mas o pior é que as imitações têm sido piores que os originais, para desgraça da vossa gente. E, passado este tempo todo e das circunstâncias em que decorreu, vêem estes barrigudos (até nisso são maus militares) dizer que o colonizador - que, afinal, não colonizou nada - está com apetite de voltar. Perdoai-lhes Senhor!...
E perguntem ao povo, depois de o esclarecer, de quem tem mais razão de queixa. Porque o que se tem visto é que os adversários do meu tempo aí, que nos combatiam, têm vindo cá pedir asilo. E alguns, depois do que tinham prometido, talvez nem merecessem a compaixão manifestada.

Convivi com muitos valentes Homens guineenses que diziam abertamente na messe de oficiais e sargentos no Batalhão de Comandos, em Brá, que, se o PAIGC não fosse dominado por cabo-verdeanos, combateriam contra nós. E depois o senhor Luís Cabral – ao contrário do que havia prometido – permitiu que o Conselho de Estado os mandasse fuzilar, por terem colaborado com o opressor, que depois lhe deu guarida a ele.

Afinal, eles lá saberiam com quem lidavam. Este passou cá uma velhice sossegada e alguns deles só cá têm familiares saudosos ou os nomes no monumento aos mortos em Belém. Talvez tivessem servido para ajudar a fazer um verdadeiro exército, já que tinham alguma formação e muita disciplina e não um bando de assassinos, que nem a língua oficial do País sabem falar e só dominam, isso sim, a linguagem das armas. E depois arranjam um espantalho para presidente que, como nos diz hoje no blogue, os deixa presidir ao conselho de ministros e lhe exige um milhão. Só visto…

Bom, vai longa a minha dissertação que não valerá o tempo que vai perder a lê-la. Espero, uma vez mais, não o ter ofendido. Dê-lhe o destino adequado à importância que lhe atribuir e receba os mais calorosos cumprimentos pelo seu trabalho em prol do seu País.

Obrigado!

Ramiro J."

Angola - Antes de a criticar, é preciso compreendê-la


"Prezado Aly,

Sou caboverdeana, vivo em Angola país que amo e que me deu a chance de crescer como pessoa e como mulher de negócios. Leio freqüentemente o seu blog que considero ser uma lufada de ar fresco num cenário kakfiano em que a GB se tornou.

À distância, pelo que capto nos media,  sinto que o seu país que se perdeu acima de tudo por não ter encontrado um líder (porque não uma líder) capaz de levar o barco a bom porto. Acho que a Guiné tem gente tão capaz (muitos amigos meus) e intelectuais como você que gostam de GGMarques, de Tolstoi (visitei a Casa-Museu em Moscovo) que todos juntos qual Fénix a faríam renascer das cinzas e exorcisar esses demónios que encrustaram-se na sua alma.

Acho que esse exercicío, passaría por uma catarse colectiva, algo como uma Comissão da Reconciliação e da Verdade como a África do Sul fez e agora o Brasil, num tributo para com as vitimas da ditadura está a levar a cabo. Como blogger  e como representante de um grupo de pressão......não dá para sugerir? Tente ajudar o seu país a romper esse ciclo de  dor, de tantas mortes inutéis e injustificadas, de  tanta impunidade.

A vida política da nossa querida Guiné parece uma daquelas soap operas mexicanas, que aliviam o tédio de donas de casa que lêem pouco....hoje um apoia  este, amanhã o porta voz aborrece-se com o cicrano....a criatura insurge-se contra o criador enfim ......e a procissão ainda ai no adro.....Rs......

Quanto a Angola, antes de a criticar, é preciso compreende-la, a sua grandeza, a sua generosidade, a sua vontade de protagonismo (e porque não, ela vai ultrapassar a Nigéria logo q o campo Pazflor do Bloco 17 resolva uns  problemas operacionais e vai ser o maior produtor de petroleo de Africa) num contexto em que a geopolitica não ajuda (a sub região em que a GB se insere com a França os seus tentáculos sempre atentos). É preciso entender que com os recursos que ela tem, o seu crescimento ela não tem necessidade de fazer uma incursão na GB para tutelar ou locupletar-se de eventuais riquezas da Guiné. Do fundo do coração acho que as Forças Armadas teríam muito a ganhar com essa cooperação. Num mundo em crise , não é inteligente nem estratégico perder um aliado como Angola.

Continue com essa força e essa coragem a cumprir a sua missão de informar.

Abraço

Isabel"

CEMGFA António Indjai...'presidiu' à última reunião do Conselho de Ministros - queria saber de todas as nomeações que foram feitas. Depois, levantou das Finanças...mil milhões(!?) de Fcfa para, segundo o próprio, assegurar a alimentação dos militares. Um bilião de fancos CFA... AAS

Dia da Criança Africana: Mensagem do Presidente da República de Cabo Verde


Celebramos hoje, 16 de Junho, o dia da criança africana, ocasião simbólica importante para, em primeiro lugar, manifestar nosso afecto e respeito a todos os meninos e meninas que, de forma ímpar, expressam, em seus olhares e sorrisos, a força, a esperança e a confiança no futuro deste continente tão belo e diverso, e tão cheio de potencialidades e de desafios para as gerações presentes e vindouras.

A capacidade que existe nestes pequenos cidadãos de transformar o mundo e de fazê-lo muito mais gracioso e agradável à vida foi, aliás, de modo exemplar, retratada na música “Os meninos do Huambo”: eles “dividem a chuva miudinha pelo milho, multiplicam o vento pelo mar, soltam ao céu as estrelas já escritas, constelações que brilham sempre sem parar.”

A efeméride, no entanto, não se presta apenas ao regozijo. Só poderia fazê-lo se hoje em África todas as crianças tivessem preservado o seu direito a crescer num ambiente saudável, com protecção especial e todas as facilidades e oportunidades para se desenvolverem plenamente, com liberdade e dignidade, conforme os princípios da Declaração dos Direitos das Crianças. Infelizmente, tais princípios e os direitos das crianças consagrados em importantes documentos internacionais - como o direito à vida, à liberdade, a obrigações dos pais, da sociedade e do Estado em relação à sua protecção -, ainda estão longe de serem alcançados. Por este motivo, esta data tem se caracterizado, desde a sua fixação, como um acto igualmente político.

O 16 de Junho, além de enaltecer as crianças de toda a África deve favorecer um conjunto articulado de esforços que, oriundo de diversos actores sociais, sirva de alerta geral às sociedades e respectivas autoridades para a necessidade de se garantir às crianças um desenvolvimento com harmonia, nos aspectos físico, espiritual, psicológico, moral e social.

O 16 de Junho deste ano de 2012 se propõe a reafirmar, em especial, os direitos daquelas crianças que, dentre as demais, necessita de um olhar distinto – as crianças com deficiência. Estas, sabemo-lo, demandam condições que garantam sua dignidade, promovam sua autoconfiança e a sua participação activa na comunidade, conforme explicitamente estabelecido no artigo 13 da Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-estar das Crianças. Todos os Estados signatários deste documento devem, assim, tudo fazerem para assegurar às crianças com deficiência e a seus respectivos responsáveis a assistência necessária e apropriada à sua condição.

Cabo Verde é considerado o país da sub-região africana que mais respeita os direitos da criança. A nossa Constituição é clara em relação aos direitos das crianças e ao dever das famílias e do Estado em garanti-los e, brevemente, o país terá um Estatuto da Criança e do Adolescente. Tais instrumentos consubstanciam um quadro legal e político extremamente positivo. Todavia, há um longo caminho a percorrer para que tais direitos sejam totalmente efectivados.

Para a garantia dos direitos das nossas crianças serão necessárias políticas verdadeiramente capazes de combater os problemas de carácter social, com enfoque no combate à pobreza das famílias, com impacto directo nas crianças. Questões particulares carecem de atenção especial, como a gravidez indesejada que atinge cerca de 15% de adolescentes; o abandono escolar; o envolvimento de crianças e adolescentes com a violência e com as drogas; o abuso e as agressões sexuais contra as crianças, e, em especial, a condição diferente da criança portadora de deficiência.

Apraz-nos registar que um número crescente de organizações da sociedade civil tem-se dedicado à protecção e promoção dos direitos das crianças com deficiência e aproveitamos a oportunidade para expressar o nosso profundo reconhecimento por essa entrega solidária. Exortamos essas organizações, as entidades publicas com particulares responsabilidades na matéria e os cidadãos em geral a reforçarem a sua contribuição a esta causa, cabo-verdiana, africana e mundial, para que cada criança, com deficiência ou não, tenha, como dizia o poeta “ um sorriso na corp inter”.

Apelamos, em síntese, a um olhar solidário e a uma forte consciência dos deveres dos poderes públicos e da cidadania nesta matéria, num mundo onde as crianças são o presente e continuam, sim, a ser a nossa esperança no futuro.

Jorge Carlos Fonseca
Presidente da República

Bissau


“Venham daí esses ossos!”. Cruzamo-nos, por acaso, ia eu a atravessar a rua em direcção à fortaleza da Amura. Abraçamo-nos e depois afastou-se. «Olha só para ti, estás um homem!». Este meu amigo costumava parar no bar «Escondidinho» – que fica na esquina da escola «Marques Palmeirim». Chegava de sorriso aberto, ao final da tarde, depois de grandes caminhadas pelo dia e depois de noites que só ele sabia viver. «Já estou de abalada», dizia isso sem ressentimentos nem temor. Aliás, começou a dizer isto – contaram-me – ia nos quarenta. Durou mais vinte e um; depois, sossegadamente, cerrou as persianas feitas de colmo e foi embora.

E adorava falar de mulheres - «Na minha idade é que era, vocês hoje vão para a cama por tudo e por nada». E tinha razão. Estamos sempre a ir para a cama; de manhã, à tarde e à noite. Pela primeira vez ouvi-o falar da violência da terra, dos ardores do sexo e de gente que se maltratava por um corpo quente de mulher. De gente que ele viu matar por um desvio de águas ou pela aleivosia de um dito mal interpretado. O meu amigo não era de percorrer tabernas, não. O «Escondidinho» enchia-lhe todas as medidas. Bebia o seu tinto, conversava, rindo de riso breve, ouvindo histórias. Histórias como aquelas que ele próprio contava, bem entendido; e contava-as numa toada lenta e despedida de deselegâncias.

Porém, vivia sempre o seu tempo. Nesse encontro, dois anos antes da sua morte, lembramos muitas coisas. Contou-me que enviuvara há cinco anos. A mulher morreu na sala de operações, em pleno parto, por falha de electricidade. «Ninguém contava com aquilo, foi terrível». Fez-se um silêncio sepulcral. Não consegui olhá-lo olhos nos olhos. Senti-me enfraquecido e a desfalecer e culpado por não saber o que dizer para confortá-lo. «Pelo menos ainda temos o ‘Escondidinho’» - disse-lhe. E fomos entrando. Voltou a desabafar. «Os amigos morreram todos; o Ucha, o Fernandinho...O último foi o teu pai» – disse-me. O meu pai morrera nesse ano, mais precisamente.

Fiquei então a saber aquilo que anos a fio me apoquentava: ou seja, o que este meu amigo procurava no «Escondidinho»: Letrado, ele procurava apenas a ração de afecto, os gomos de ternura que, confirmou-mo um dia, só a sua pacata e recôndita aldeia lhe poderia realmente oferecer. Bebíamos, de vez por outra mais do que manda a lei do equilíbrio; e, sobretudo conversávamos muito. E nós ouvíamo-lo muitíssimo. Ele percebera que perdera o tom da época; que a sua época era outra e que sobre essa época outra escrevera tudo quanto tinha de escrever. Porém manteve-se interessado. Lia o que os outros escreviam.

Certa tarde – contou-me o senhor Zé do «Escondidinho» - decidiu que chegara a hora de regressar à sua aldeia. E eles iam lá, vê-lo e conversá-lo. «Bebíamos agora um pouco e devagar». O meu amigo, sábio e antigo, quedava-se agora no batente da porta, no silêncio da tarde, no silêncio de todas as tardes. «Já nem havia palavra, aliás», sussurrou-me o senhor Zé. Depois, confidenciou-me, «ergueu-se e, pausadamente, atravessou os umbrais da eternidade».

António Aly Silva
Jornalista

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sob pressão



O presidente de Cabo Verde manteve hoje (sexta-feira) a pressão sobre o regresso à normalidade democrática na Guiné-Bissau e manifestou-se favorável à adesão da Guiné - Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Jorge Carlos Fonseca, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia, salientou que os encontros oficiais que manteve com as autoridades portuguesas em Lisboa, durante a visita de Estado de segunda e terça-feira, reforçaram a ideia defendida por Cabo Verde na busca de uma solução que passe sobretudo pelas Nações Unidas.
  
"A solução tem de passar pelo respeito pela ordem constitucional. É evidente que a segunda volta das eleições presidenciais não é exequível já. Tem de haver soluções realistas e pragmáticas, que passem pelo Conselho de Segurança da ONU e que vinculem a União Africana (UA) e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", frisou. Ao salientar que a situação na Guiné-Bissau, afectada por um golpe de Estado a 12 de Abril e cujo Comando Militar se mantém no poder, "continua a ser muito plástica", Jorge Carlos Fonseca referiu que a posição portuguesa, "no essencial", não difere da de Cabo Verde. 

O presidente cabo-verdiano salientou que as posições dos dois países saíram reforçadas depois de encontros com o presidente, Primeiro-ministro e outras personalidades políticas de Portugal, bem como na reunião que manteve em Lisboa com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, cujo teor não adiantou. Sobre a eventual adesão da Guiné Equatorial à CPLP, Jorge Calos Fonseca indicou que a cimeira de Maputo, em Julho próximo, irá analisar o "roteiro de requisitos" que as autoridades de Malabo acederam em cumprir há dois anos e que, mediante a análise, se decidirá pela entrada ou por conceder "mais tempo".
   
"Obviamente que a Guiné - Equatorial não é uma democracia perfeita. Vamos aguardar pelo relatório", disse, admitindo que, por causa do petróleo, a adesão do país centro -africano "é apetecível" para os interesses económicos dos "oito". A 20 de Fevereiro, o Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que a posição oficial da Cidade da Praia passa por apoiar a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, mas desde que Malabo cumpra os pressupostos estatutários da organização, definidos na cimeira de Luanda. O presidente da Guiné - Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, está no poder desde 1979. AngolaPress

LUTA NOSSA DE CADA DIA



“Há 10 anos nós éramos fulas, manjacos, mandingas, balantas, pepéis e outros... Somos agora uma nação de guineenses, unidade dos cabo-verdianos, unidade entre a Guiné e Cabo Verde, unidade dos nacionalistas das colônias portuguesas, unidade dos povos africanos, unidade das forças anti-imperialistas, tudo isso para melhor lutar contra o inimigo comum, o colonialismo, a dominação imperialista e contra as próprias fraquezas. Unidade e luta significa que para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também é preciso lutar. E isso significa que, mesmo entre nós, lutamos”

Amílcar Cabral

A tentativa de construção de uma Pátria tribalizada almejada por alguns guineenses que não pensam uma Guiné-Bissau Plural, respeitando a sua diversidade étnica e religiosa vai na contramão de sonho de Amílcar Cabral e de outros heróis que lutaram pela nossa Independência. Amílcar Cabral, ao proferir a frase acima em Havana, na década de 70 do século passado dirigia um chamado a todos (as) nós, Papel, Balanta, Felupe, Nalu, etc, que urgia pensar e construir uma NAÇÃO de todos (as) os (as) GUINEENSES e que a construção de uma Nação exige sacrifício e luta.

Dito de outra forma, Building Nation, é um processo de abnegação da minha identidade étnica para que o sentimento de nação, ou melhor, de patriotismo possa se manifestar, aceitando o outro, o meu irmão com as suas diferenças culturais, linguísticas, PA NÓ PUDI CUMÉ TUDU NA UM CABASS. Infelizmente, nossa pátria a(r)mada tem sofrido desde a proclamação da sua independência, 1973, uma triste tentativa de tribalização de acontecimentos, que muitos deles em nada dignificam uma Pátria Unida que todos nós almejamos.

Neste texto “anárquico”, quero deixar bem claro que a Guiné-Bissau não é um País que vive de conflitos tribais, nem tão pouco religiosos, portanto não vamos tentar dividir o País em mais de vinte e cinco pedaços (creio que este é número aproximado de etnias da Guiné-Bissau). Os conflitos vividos na Guiné-Bissau, sejam eles armados ou simbólicos são de viés políticos e não tribais, da forma que alguns têm tentado sustentar.

Apesar de eu ser definitivamente contra golpes, contra a tomada de poder por vias não democráticas isto não significa que tenho que dizer que algum grupo étnico é pior que o meu, ou que o meu grupo étnico é melhor que do meu vizinho. Antes de atirarmos as pedras olhemos primeiro para o lado. Quem sabe atingimos um amigo, uma namorada ou um namorado que nada tem a ver com as atitudes do seu patrício.

Conterrâneos, parece-me que a nossa querida África está a servir hoje de palco de teatro da III Guerra Mundial, que se configura em lutas de interesses políticos e econômicos das antigas metrópoles e outras potências que estão a surgir. Cabe a nós, principalmente que tivemos a oportunidade de possuir formações acadêmicas abraçarmos a nossa terra e reverter as relações de ontem e de hoje.

Os nossos irmãos que ainda em naufrágios no mediterrâneo tentando alcançar o Velho Continente não merecem o tamanho sacrifício e nem a África essa humilhação. Não podemos continuar a ser periferias e nem tão pouco quintal de quem quer que seja. Olhemos com nossos próprios, pensemos com a nossa própria cabeça e andemos com as nossas próprias pernas. Tudo se faz com a Justiça, Reconciliação e acima de tudo uma limpeza nas Instâncias Superiores do Estado. Nós não podemos continuar a ser reféns daqueles que deveriam servir ao Estado, mas que passam a servir os interesses dos inimigos do nosso POVO.

João Paulo Pinto Có
Graduado em História e Mestre em Antropologia Social.

ATENÇÃO


Contactado o Hospital Simão Mendes, garantem que "nada têm a ver com o mais recente pedido de ajuda", embora "não descartem qualquer tipo de apoio".

Assim, quem quiser ajudar o HNSM, contacte primeiro estas pessoas:

- Fodé Sanha - (+245) 6611995

- Johannes Mooij - (+245) 6849609

Muito obrigados. AAS

Desejado Lima da Costa 'convidado' a retomar funções


O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, foi 'convidado' pelo chefe de Estado de transição, Serifo Nhamadjo, a retomar as suas funções. Lima da Costa, que falava a imprensa a saída de uma audiência com Serifo Nhamadjo, disse ter sido convidado a retomar as funções, depois de ter sido impedido de o fazer por soldados na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril. "A CNE está a trabalhar a meio gás porque não tem presidente, não tem interlocutor, eu disse isso ao Presidente, aliás foi essa a preocupação do Presidente da República, arranjar um interlocutor que possa iniciar o diálogo com a comunidade internacional com vista aos próximos actos eleitorais", disse Lima da Costa.

"É preciso preparar a CNE, criar as condições operacionais para este período transitório a que se seguirá as eleições para o retorno à normalidade constitucional", acrescentou o presidente da CNE. Desejado Lima da Costa disse estar "em plena liberdade" pelo que vai retomar as suas funções na CNE, onde foi impedido de entrar recentemente por soldados e polícias, sem quaisquer justificações.

Lima da Costa era um dos dirigentes guineenses que se encontravam refugiados na sede da União Europeia em Bissau desde o dia do golpe, de onde saíram volvidos quase 40 dias.  
Questionado sobre se é possível realizar a segunda volta das eleições presidenciais, interrompida com o golpe de Estado, o presidente da CNE disse que essa pergunta deve ser respondida pelos políticos.

PAIGC acusa presidente em exercício da ANP de ser uma "força de bloqueio"



Angola Press
PAIGC acusa presidente em exercício do Parlamento de bloquear funcionamento

 
 
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, partido que estava no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado, acusou o presidente em exercício do Parlamento de estar a bloquear o normal funcionamento daquele órgão.

Em conferência de imprensa, Rui Diã de Sousa acusou Ibraima Sory Djalo de não pretender acatar as orientações saídas da reunião da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) na qual ficou decidida o agendamento da eleição de uma nova mesa para presidir aos trabalhos parlamentares. Segundo o líder do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, partido maioritário no Parlamento guineense) devem ser eleitos o novo presidente e o novo vice-presidente do órgão, diligências que Sory Djalo recusa que tenham lugar.

"Esta situação é prova inequívoca de falta de vontade política, por parte do actual presidente da mesa (da ANP), na condução do processo de retorno à ordem constitucional no país tal como vem sendo exigido quer no plano nacional quer no plano internacional", referiu Rui Diã de Sousa. A comissão permanente do parlamento guineense esteve reunida esta semana para deliberar sobre a data da próxima sessão plenária do órgão, tendo sido marcada a data de 29 deste mês para o início da sessão, mas não alcançou um consenso sobre os pontos que devem ser debatidos.

"Para o grupo parlamentar do PAIGC, o verdadeiro factor de bloqueio é o actual presidente da mesa da ANP, prova disso foi o impasse registado durante dois dias consecutivos de trabalho da comissão permanente na fixação da ordem do dia para a quarta reunião do presente ano legislativo", destacou ainda Diã de Sousa. Não foi possível à Lusa obter a reacção de Ibraima Sory Djalo, já que este se prepara para viajar hoje (quinta-feira) para o Brasil, onde vai participar numa reunião de parlamentares sobre questões ligadas ao ambiente.

Com o golpe de Estado de 12 de Abril, Raimundo Pereira, que era presidente interino do país, foi substituído na chefia do Estado por Serifo Nhamadjo, um dos vice-presidentes do Parlamento e este, por sua vez, foi substituído no hemiciclo por Ibraima Sory Djalo, também outro vice-presidente (eleito pelo PRS, maior partido da oposição). De acordo com o PAIGC, o regimento do Parlamento diz que a substituição na chefia do Estado é automática o que já não acontece no hemiciclo, onde a lei manda que se faça uma nova eleição da mesa da presidência. AngolaPress

Hospital Simão Mendes URGENTE AJUDA HUMANITÁRIA



Queridos amigos

Peço que divulguem com urgência o seguinte mail, se assim o entenderem.

O Hospital Simão Mendes, em Bissau, Guiné-Bissau está neste momento em apuros com falta de medicação devido ao golpe de estado ocorrido em 12 de abril.

Há doentes cardíacos, considerados mais urgentes, que estão a falecer ou em risco de isso acontecer, por falta de medicação, estando a ser dada prioridade às crianças.

Ontem chegaram 2 crianças e 1 bebé a Portugal, pela ONG, Missão Saúde para a Humanidade, pela qual fui à Guiné-Bissau, e que neste momento estão hospitalizadas no Porto para serem operadas.

O médico do Hospital Simão Mendes que as acompanhou na viagem devido ao seu estado, regressa a Bissau na próxima 3a feira e no próximo sábado, 16 de Junho, de tarde estarei em reunião com ele no Porto.

Hoje telefonaram da Guiné-Bissau solicitando o máximo possível de VARFINE comprimidos e ATARAX em xarope. Lá pura e simplesmente não há.

Falei com o diretor do hospital que me disse que a quantidade de fitinhas ( CoaguChek XS test trips da Roche) que se colocam na máquina depois de picar o dedo para nivelar dosagem de VARFINE (não são as dos diabéticos), existentes neste momento para todo o hospital é 22 fitinhas. Cada caixa destas fitinhas custa mais de 100 €.

Enfim, não vou estender mais porque a quem toca, toca e todos vós já me conhecem bem, há muitos.

ESTE MAIL SERVE PARA SOLICITAR AJUDA A QUEM QUEIRA E POSSA ATÉ AO PRÓXIMO DOMINGO, CONTRUBUIR PARA QUE SE COMPRE O POSSÍVEL E O DR FERNANDO ASSEIEMO POSSA LEVAR NA 3ª PARA BISSAU, AJUDANDO ASSIM OS NOSSOS IRMÃOS NECESSITADOS.

SE PRETENDEREM PODEM CONTRIBUIR, ADQUIRINDO OS MEDICAMENTOS,

Recebam um enorme AGRADECIMENTO do fundo do meu coração e o desejo de que nunca nenhum de nós se possa encontrar nesta situação.

Podem contactar-me se pretenderem fazer de outro modo, transferência bancária com descrição AJUDA GUINÉ para meu NIB: 003501230006307430071 da CGD, outra modalidade que entendam, encontrarem-se comigo, etc, o que vos vier à cabeça.

(se o fizerem por transferência bancária por favor enviem-me mail avisando o montante ou cópia da transferência)

Tel: 965122190 begin_of_the_skype_highlightin​g 965122190 end_of_the_skype_highlighting begin_of_the_skype_highlightin​g 965122190 end_of_the_skype_highlighting

NAMASTÊ

Guiné-Bissau resiste à «tropacracia»


Por: Carlos Lopes Pereira

Os serviços secretos franceses terão orquestrado os recentes golpes militares no Mali e na Guiné-Bissau, como a ajuda de alguns chefes de estado da região. A denúncia – divulgada em Bissau – é de uma plataforma de organizações sociais malianas. Há também acusações de que os presidentes Allassane Outtara, da Costa do Marfim, e Blaise Compaoré, do Burkina Faso, protegidos de Paris, terão depois concedido aos golpistas em Bamako e Bissau o apoio da Cedeao, a organização económica dos estados da África Ocidental, de forte influência francófona. Na Guiné-Bissau, dois meses depois do golpe liderado pelo general Indjai, os patriotas organizam a resistência à ditadura militar de fachada civil.
 
Uma plataforma de organizações não-governamentais do Mali denuncia os serviços secretos franceses, com apoio de alguns estados da região, de terem orquestrado os recentes golpes militares naquele país e na Guiné-Bissau.

As ONG malianas acusam também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) de ter legitimado no poder os golpistas em Bamako e Bissau, apesar de proclamar «tolerância zero» contra golpes de estado. Considerando a Cedeao «um sindicato dos chefes de estado da África Ocidental», apelidam a organização encabeçada pelo presidente da Costa do Marfim, Allassane Outtara, de «tentáculo dos chefes de estado ocidentais, principalmente da França, que não vêem na África senão um reservatório de minérios inesgotáveis, um lugar de esvaziamento dos seus produtos que não se vendem nos mercados dos outros países industrializados».

Apelando à construção de uma «Cedeao dos povos», as ONG do Mali denunciam o papel de Blaise Compaoré, presidente do Burkina Faso, a quem tratam por «um homem de França, o animador do mercado negro de França em África para venda de armas e droga, (…) aquele que sufoca todas as tentativas de os povos quererem tomar nas mãos o seu destino».
Na Guiné-Bissau, onde meios democráticos divulgaram as posições das ONG malianas, são cada vez mais evidentes as ligações dos golpistas de 12 de Abril ao narcotráfico e a sua submissão a interesses estrangeiros.

Por um lado, há indícios da intensificação do tráfico de droga nas últimas semanas. Por exemplo, o pessoal da empresa privada que fazia a segurança do aeroporto de Bissau foi substituído por gente ligada à cúpula militar do golpe. O objectivo seria garantir a segurança das operações aéreas de narcotráfico, já que com a chegada das chuvas as pistas de terra batida tornam-se mais perigosas. E há testemunhos no interior do país – desde a fronteira com o Senegal, a Norte, até ao arquipélago dos Bijagós – de um maior movimento das «avionetas do pó branco», acolhidas em terra por soldados fardados…  
Por outro lado, o golpe castrense de há dois meses consolidou-se com a conivência da Cedeao.

Foram nomeados um presidente da república fantoche e um governo «de transição» chefiado por um militante do PRS de Kumba Ialá, a eminência parda civil do regime «tropacrático» (assim classificado pelo PAIGC, o partido maioritário que foi derrubado e marginalizado). Ministros, altos funcionários, o presidente da Comissão Nacional de Eleições, presidentes de câmara, responsáveis da rádio e da televisão estatais foram afastados e substituídos por gente da confiança dos golpistas.

A missão de cooperação militar angolana, a Missang, com 270 membros, deixou Bissau e foi substituída por uma força da Cedeao, com 600 militares e polícias, sobretudo da Nigéria e do Senegal, chefiada por um oficial burkinês. Os militares guineenses anunciaram que «regressaram às casernas» mas é óbvio, apesar da cosmética, que o homem forte do país é o chefe do estado-maior das forças armadas, general António Indjai, o líder de facto da ditadura de fachada civil instaurada.

Apesar deste contexto político-militar complexo, da tensão social existente e da deterioração da frágil economia (campanha da castanha de caju afectada, administração pública inoperante, salários em atraso, projectos parados, ajudas internacionais suspensas parcialmente, ano escolar perdido, abastecimento de electricidade e água à beira da ruptura), os guineenses resistem.

O PAIGC e outras forças políticas constituíram uma frente anti-golpista, sindicatos, organizações não-governamentais e movimentos sociais exigem o restabelecimento da legalidade constitucional e da democracia, jornalistas corajosos denunciam na Internet e em outros meios a repressão, as perseguições, os abusos, as ilegalidades.

No plano diplomático, o ministro dos negócios estrangeiros do governo derrubado, Djaló Pires, e o presidente do PAIGC e ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior – que foi preso pelos golpistas, mais tarde libertado e enviado para a Costa do Marfim e que agora se encontra em Portugal – têm desenvolvido esforços junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e das Nações Unidas. No sentido de uma maior intervenção da comunidade internacional para o retorno à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, para a conclusão das eleições presidenciais e para aplicação de sanções aos cabecilhas militares e políticos do golpe.

É, no entanto, pouco provável que as grandes potências imperiais estejam dispostas, por causa da «pequena» Guiné-Bissau, a beliscar os interesses dos seus aliados na zona – os Estados Unidos em relação à Nigéria ou a França em relação ao Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso.

Terão pois de ser os próprios patriotas guineenses a libertar-se – de ditaduras mais ou menos encapotadas, do crime organizado, da corrupção, das divisões étnicas instigadas do exterior – e a construir na sua terra a paz, a democracia e o progresso.
 
(Artigo publicado no jornal “Avante!” n.º 2011, de 13/06/12.
Publicado também na revista web odiario.info).