Que isto fique bem claro: se, por exemplo, me for permitido escolher um sítio para nascer novamente (não sei é em que circunstâncias isto pode acontecer...) não hesitaria um nanosegundo: a Guiné-Bissau. E de preferência no Quebo. Não trocaria este País por nenhum outro.
Comemorámos mais um aniversário da nossa independência – o 38º. Eu, para ser sincero, não tenho motivos nenhuns para comemorar, tirando o facto de continuar vivo, a ver e a rir das tropelias e dos malabarismos que se fazem para, dizem, sairmos deste lamaçal curiosamente (ou não) por nós criado e onde nos atolámos desde há muito. Pior do que tudo isto é não sabermos como sair do lodo. Tendemos a criar mais lama sobre a... lama!
Mas, de que independência estamos a falar quando falamos em 38 anos? Da nossa, claro. Sim, mas a nossa independência significará tudo menos independência. Somos dependentes em quase tudo; continuamos, orgulhosamente sós, com os nossos fantasmas. Fantasmas que há 38 anos afrontam tudo e todos, despejando um ódio que ninguém sabe donde saiu - se das entranhas ou das profundezas do nosso ser.
Aqui, neste País, tudo o que se faz de realizações fica limitado ao nosso próprio perímetro: pequeno, bolorento, preto-e-branco e às vezes cinzento. Um perímetro partilhado, ainda assim, por muito poucos. Isso forjou-me a têmpora – e é nessa minha quase-solidão que se forjou aquilo que muitos apelidam de coragem, outros de loucura. Isto parece uma espécie de panóplia em que não se pensa mais nada, que se tem em cima sem sequer se dar conta disso. E eu? Eu vou em frente, faço o que tenho a fazer, o resto não interessa para nada.
Por cá, somos desfolhados lentamente, uma folha por dia, até ao fim. Até se ficar nú. Às vezes até parece que as coisas que (muito) poucos de nós combatemos não existem, que é apenas um delírio na nossa mente. É um estado de espírito que não podemos permitir-nos. É um risco, baixar-se a guarda. Há que estar atento, e eu faço por isso.
Preservo-me e sei como. Nesta inútil batalha em que tenho a certeza de reencontrar o papel de derrotado há algo que não devo descurar. E saber. Tenho a certeza absoluta – pelo que me chega - que estou a ser visto, ando a ser vigiado. Mas não conseguem monitorar-me. Aqui, tudo tornou-se loucura e obsessão. Aprendi, assim, a reconhecer até aquela raiz que penetra na terra nos olhares de quem decidiu olhar de frente certos poderes, ainda que saiba as consequências.
Há que encontrar algo que faça carburar o País. Qualquer coisa. O Ultra-nacionalismo, o anarquismo, a desobediência civil, eu sei lá que mais. Qualquer coisa, mas não - nem por sombras! - um cabide onde nos pendurarmos a comer o pó dos dias e à espera de dias piores...
(*) Maravilhoso, mas com sabor a fel.
António Aly Silva
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Recomenda-se, não se recomenda
Foi um Presidente da República dançarino, aquele que se viu no Azalai Hotel, na festa 'oficial' do trigésimo oitavo aniversário da independência da Guiné-Bissau.
Malam Bacai Sanha dancou algumas músicas, e esteve muito bem disposto. Conversou animadamente com alguns convidados e até se lhe ouviu uma anedota - e que a minha fonte, infelizmente (para mim) não quis revelar.
Contudo, houve várias manchas no que toca à festa nacional. No spot televisivo da 'vossa' televisão (do PAIGC) alusivo ao 24 de Setembro - apareceram vários e belos momentos da vida vivida em plena guerra por homens e mulheres guineenses.
Porém, de Jõao Bernardo 'Nino' Vieira, que leu a proclamação do Estado da Guiné-Bissau, nem uma sombra que fará imagens. Do próprio Presidente da República, Malam Bacai Sanha, não se ouviu uma referência ao assassinado Presidente - isto enquanto combatente da liberdade da Pátria, e chefe de Estado. Dá pena. AAS
Malam Bacai Sanha dancou algumas músicas, e esteve muito bem disposto. Conversou animadamente com alguns convidados e até se lhe ouviu uma anedota - e que a minha fonte, infelizmente (para mim) não quis revelar.
Contudo, houve várias manchas no que toca à festa nacional. No spot televisivo da 'vossa' televisão (do PAIGC) alusivo ao 24 de Setembro - apareceram vários e belos momentos da vida vivida em plena guerra por homens e mulheres guineenses.
Porém, de Jõao Bernardo 'Nino' Vieira, que leu a proclamação do Estado da Guiné-Bissau, nem uma sombra que fará imagens. Do próprio Presidente da República, Malam Bacai Sanha, não se ouviu uma referência ao assassinado Presidente - isto enquanto combatente da liberdade da Pátria, e chefe de Estado. Dá pena. AAS
domingo, 25 de setembro de 2011
Vida fodida
A vida, neste caso, tem um nome: ironia. A declaração da União Africana apoiando o Conselho Nacional líbio de Transicao (CNT) está cheia, digamos que, de... ironia. Reparem bem nesta prosa "A UA apoia o CNT ... que venceu o totalitarismo de Muhammar Khadaffi."
E quem assina mesmo por baixo da declaração? O maior democrata deste e do outro mundo, Teodoro Obiang Nguema - cujo país, a Guiné-Equatorial, preside à União Africana!!! A vida é mesmo fodida - estarão de acordo? AAS
E quem assina mesmo por baixo da declaração? O maior democrata deste e do outro mundo, Teodoro Obiang Nguema - cujo país, a Guiné-Equatorial, preside à União Africana!!! A vida é mesmo fodida - estarão de acordo? AAS
Embaixada da Guiné-Bissau lamenta morte de estudante em Cuiabá
O assassinato do acadêmico Toni Bernardo da Silva, 27 anos, na UFMT Cuiabá, com envolvimento de dois policias e um empresário, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, foi lamentada pela Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil, que em nota, garantiu que vai acompanhar o caso, que deve ganhar repercussão internacional.
A embaixadora da República da Guiné-Bissau no Brasil, Eugénia Saldanha Araújo informa que "a nossa Missão Diplomática informa que está em curso diligências junto das autoridades brasileiras para o apuramento das causas da morte do referido estudante, e aproveita para endereçar a todos os estudantes guineenses no Brasil, em gesto de solidariedade, a sua profunda condolência".
A Universidade Federal de Mato Grosso também lamentou a morte do ex-aluno Toni Bernardo da Silva e informou que está acompanhando e prestando apoio necessário. Informou ainda que o estudante veio para o Brasil por meio do PEC-G, programa desenvolvido pelo MEC/MRE, para cursar Economia na UFMT. Ele iniciou em 2006 e deveria terminar o curso em 2011, mas foi excluído da instituição em fevereiro deste ano por problemas como abandono dos estudos e a reprovação.
Toni foi espancado até a morte, segundo o delegado Antonio José Esperandio, pelos policias militares Higor Marcel Mendes Montenegro, de 24 anos, e Wesley Fagundes Pereira, também de 24 anos, que estavam à paisana na pizzaria e também o empresário Sérgio Marcelo Silva da Costa, de 27 anos, que foram autuados pelo delegado e presos na passada sexta-feira. O motivo, conforme as investigações da Delegacia de Homicídios e Pronteção à Pessoa (DHPP), seria o facto de o estudante, que pedia dinheiro aos clientes no restaurante, ter esbarrado na esposa do empresário que é filho de um delegado aposentado de Mato Grosso.
Conforme os relatos de testemunhas no local, o empresário, Sérgio Marcelo Silva da Costa teria entrado em luta corporal com o rapaz. Em seguida os policias que estavam na pizzaria imobilizaram o estudante e depois os três passaram a desferir socos e pontapés até matar o estudante. Os três acusados disseram que "apenas imobilizaram à vítima". AAS
A embaixadora da República da Guiné-Bissau no Brasil, Eugénia Saldanha Araújo informa que "a nossa Missão Diplomática informa que está em curso diligências junto das autoridades brasileiras para o apuramento das causas da morte do referido estudante, e aproveita para endereçar a todos os estudantes guineenses no Brasil, em gesto de solidariedade, a sua profunda condolência".
A Universidade Federal de Mato Grosso também lamentou a morte do ex-aluno Toni Bernardo da Silva e informou que está acompanhando e prestando apoio necessário. Informou ainda que o estudante veio para o Brasil por meio do PEC-G, programa desenvolvido pelo MEC/MRE, para cursar Economia na UFMT. Ele iniciou em 2006 e deveria terminar o curso em 2011, mas foi excluído da instituição em fevereiro deste ano por problemas como abandono dos estudos e a reprovação.
Toni foi espancado até a morte, segundo o delegado Antonio José Esperandio, pelos policias militares Higor Marcel Mendes Montenegro, de 24 anos, e Wesley Fagundes Pereira, também de 24 anos, que estavam à paisana na pizzaria e também o empresário Sérgio Marcelo Silva da Costa, de 27 anos, que foram autuados pelo delegado e presos na passada sexta-feira. O motivo, conforme as investigações da Delegacia de Homicídios e Pronteção à Pessoa (DHPP), seria o facto de o estudante, que pedia dinheiro aos clientes no restaurante, ter esbarrado na esposa do empresário que é filho de um delegado aposentado de Mato Grosso.
Conforme os relatos de testemunhas no local, o empresário, Sérgio Marcelo Silva da Costa teria entrado em luta corporal com o rapaz. Em seguida os policias que estavam na pizzaria imobilizaram o estudante e depois os três passaram a desferir socos e pontapés até matar o estudante. Os três acusados disseram que "apenas imobilizaram à vítima". AAS
Ban Ki Moon visita Bissau brevemente
De acordo com o porta-voz do secretário-geral, Ban Ki-moon "expressou o apreço pelos esforços continuados para o processo de estabilização da Guiné-Bissau", podendo, em breve visitar Bissau para se inteirar dos problemas. O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, também se encontrou - à margem do debate anual da Assembleia-Geral da ONU -, com o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá. AAS
sábado, 24 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Guineense assassinado no Brasil
Um jovem guineense, estudante na Universidade Federal de Mato Grosso, no Brasil, foi espancado ate a morte, ontem, numa pizzaria de Cuiaba.
Segundo a policia, TONY BERNARDO da SILVA chegou a pizzaria e comecou a pedir dinheiro aos clientes, mas numa das mesas esbarrou com uma mulher mas o namorado desta, um empresario de 27 anos, e dois PM's (policia militar) que estavam a paisana retiraram'no a forca do estabelecimento e comecaram a agredi-lo com murros e pontapes.
Segundo a policia, o espancamento durou longos 15 minutos e tanto o empresario como os dois PM's foram presos e acusados de homicidio.
Uma testemunha que vive mesmo ao lado do local do crime, ouvida pela policia, disse ter tentado separar a briga mas que nao conseguira.
A vitima acabou por morrer no local e pericias policiais indicam que o estudante guineense morreu por ASFIXIA, devido a uma lesao na traqueia. AAS
Segundo a policia, TONY BERNARDO da SILVA chegou a pizzaria e comecou a pedir dinheiro aos clientes, mas numa das mesas esbarrou com uma mulher mas o namorado desta, um empresario de 27 anos, e dois PM's (policia militar) que estavam a paisana retiraram'no a forca do estabelecimento e comecaram a agredi-lo com murros e pontapes.
Segundo a policia, o espancamento durou longos 15 minutos e tanto o empresario como os dois PM's foram presos e acusados de homicidio.
Uma testemunha que vive mesmo ao lado do local do crime, ouvida pela policia, disse ter tentado separar a briga mas que nao conseguira.
A vitima acabou por morrer no local e pericias policiais indicam que o estudante guineense morreu por ASFIXIA, devido a uma lesao na traqueia. AAS
PR Bacai Sanha no funeral de Aristides Pereira
Malal Bacai Sanha confirmou já a sua presença, na próxima 3a feira, nas cerimónias fúnebres do combatente pela libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde e primeiro presidente deste País, Aristides Pereira.
Os restos mortais de Aristides Pereira, que morreu em Coimbra, chegam hoje a Lisboa e seguirão no domingo para a cidade da Praia. Tanto o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca como o primeiro-ministro, José Maria Neves, encontram-se já em Cabo-Verde.
O luto nacional de cinco dias, em Cabo Verde, termina dia 27. A Guiné-Bissau deverá observar 3 dias de luto nacional, apurou o ditadura do consenso. O funeral de Aristides Pereira será na sua ilha natal - Boavista, em cerimónia privada. AAS
Os restos mortais de Aristides Pereira, que morreu em Coimbra, chegam hoje a Lisboa e seguirão no domingo para a cidade da Praia. Tanto o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca como o primeiro-ministro, José Maria Neves, encontram-se já em Cabo-Verde.
O luto nacional de cinco dias, em Cabo Verde, termina dia 27. A Guiné-Bissau deverá observar 3 dias de luto nacional, apurou o ditadura do consenso. O funeral de Aristides Pereira será na sua ilha natal - Boavista, em cerimónia privada. AAS
Jomav desrespeita Cadogo
Antes da sua deslocacao Nova Iorque, para a Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro deu instrucoes ao seu ministro das Financas, Jose Mario Vaz, para, junto dos importadores, de arroz se encontrar uma solucao para as dezenas de milhares de toneladas de arroz ( leia-se isencao).
Contudo, e ate hoje, o ministro nao deu resposta nenhuma. A associacao de comerciantes tenta, ainda hoje, um encontro com Adiato Nandigna, a ministra da Presidencia do Conselho de Ministros para se encontrar uma solucao.
Recorde-se que, recentemente, o Governo importou milhares de toneladas de arroz para 'cobrir' a falta deste produto no mercado - o que nao era o caso: havia muito arroz ja desalfandegado, tendo alguns comerciantes pago o imposto por tres vezes... AAS
Contudo, e ate hoje, o ministro nao deu resposta nenhuma. A associacao de comerciantes tenta, ainda hoje, um encontro com Adiato Nandigna, a ministra da Presidencia do Conselho de Ministros para se encontrar uma solucao.
Recorde-se que, recentemente, o Governo importou milhares de toneladas de arroz para 'cobrir' a falta deste produto no mercado - o que nao era o caso: havia muito arroz ja desalfandegado, tendo alguns comerciantes pago o imposto por tres vezes... AAS
ORANGE - Publicidade enganosa
A empresa de telecomunicações Orange, anda a vender gato por lebre... Está a passar na TGB um novo spot televisivo desta empresa (um tentáculo da France Telecom), gabando-se de ter a melhor rede nacional, quer a nível de voz quer a nível de dados.
Pois, mas é mentira da Orange. A minha internet no telefone - da minha operadora, a MTN -, é mil vezes mais rápida do que a internet fornecida pela Orange. Não há dia em que a mesma funcione uma horita sem interrupção! E no Instituto das Comunicações, presumo, andam a coçá-los...! A Orange nunca me enganou... AAS
Pois, mas é mentira da Orange. A minha internet no telefone - da minha operadora, a MTN -, é mil vezes mais rápida do que a internet fornecida pela Orange. Não há dia em que a mesma funcione uma horita sem interrupção! E no Instituto das Comunicações, presumo, andam a coçá-los...! A Orange nunca me enganou... AAS
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
'Estilo próprio'
"Caro Aly,
Tenho acompanhado sempre o teu blog, com um estilo que te é próprio, tens fornecido informações que nos alimentam, aqui, na diáspora.
Obrigado, e... força!
Abraços,
K. A. Jaguité"
M/N: Obrigado e felicidades. AAS
Tenho acompanhado sempre o teu blog, com um estilo que te é próprio, tens fornecido informações que nos alimentam, aqui, na diáspora.
Obrigado, e... força!
Abraços,
K. A. Jaguité"
M/N: Obrigado e felicidades. AAS
Djamburere
Os semáforos que estão a ser 'plantados ao longo da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, correm o sério risco de nunca virem a funcionar, ou, o que vai dar ao mesmo, funcionarem mal... A Arezki recomendou que, ao invés dos semáforos eléctricos se desse preferência aos solares, mas alegaram ser 'muito caro'.
Ditadura do consenso sabe que existem negociações neste momento com as estações de serviço da área (Lenox e Petromar) com vista ao fornecimento de electricidade para os semáforos da Av. Combatentes da Liberdade da Pátria.
O erro de português - a palavra 'Carracol' -, são alheias á empresa Arezki - apurou o ditadura do consenso junto de uma fonte da empresa; outro erro, na mesma sinalização, na Chapa de Bissau, indica o caminho para o 'Estádio (de) 24 Setembro'. Coisas nossas. Nem em Portugal, onde foram fabricadas e impressas, se deu pelo erro.
Outro problema com que a Arezki se depara, com preocupação, é o tempo que vão durar as passadeiras, começadas a pintar desde ontem: a Câmara Municipal de Bissau não tem uma viatura para varrer a areia das estradas. A viatura que hoje se dava a este trabalho...é da Arezki. AAS
Ditadura do consenso sabe que existem negociações neste momento com as estações de serviço da área (Lenox e Petromar) com vista ao fornecimento de electricidade para os semáforos da Av. Combatentes da Liberdade da Pátria.
O erro de português - a palavra 'Carracol' -, são alheias á empresa Arezki - apurou o ditadura do consenso junto de uma fonte da empresa; outro erro, na mesma sinalização, na Chapa de Bissau, indica o caminho para o 'Estádio (de) 24 Setembro'. Coisas nossas. Nem em Portugal, onde foram fabricadas e impressas, se deu pelo erro.
Outro problema com que a Arezki se depara, com preocupação, é o tempo que vão durar as passadeiras, começadas a pintar desde ontem: a Câmara Municipal de Bissau não tem uma viatura para varrer a areia das estradas. A viatura que hoje se dava a este trabalho...é da Arezki. AAS
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Big Brother
Sete estações de espiões portugueses foram fechados. Há precisamente um ano, Portugal começou a recolher os seus espiões, colocados além fronteiras. Madrid (Espanha) e Bruxelas (Bélgica) estão já livres de espiões. Seguiram-se os colocados em Díli (Timor Leste) e no Cairo (Egipto). As antenas de Bissau (Guiné-Bissau) e Maputo (Moçambique) também. Serão de resto os últimos.
Agora, só existem espiões em Pequim (China), Luanda (Angola), Moscovo (Russia), Brasília (Brasil) e Nova Deli (India). Problemas como a crise financeira terão precepitado a decisão. Velhas divergências entre o SIED (Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa) e o SIRP (Serviço de Informações da República Portuguesa), bem como a crise financeira portuguesa - e internacional -, terão ditado o destino dos espiões portugueses. AAS
Agora, só existem espiões em Pequim (China), Luanda (Angola), Moscovo (Russia), Brasília (Brasil) e Nova Deli (India). Problemas como a crise financeira terão precepitado a decisão. Velhas divergências entre o SIED (Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa) e o SIRP (Serviço de Informações da República Portuguesa), bem como a crise financeira portuguesa - e internacional -, terão ditado o destino dos espiões portugueses. AAS
Boas novas
- "Pela primeira vez na sua história, a Guiné-Bissau caminhará com as suas próprias pernas" - a frase pertence ao ministro das Finanças, José Mário Vaz. Ou seja, em 2012, a receita dará para cobrir as despesas;
- 174 mil toneladas, sim, isso mesmo que leu: a Guiné-Bissau pulverizou todos os anteriores recordes na exportação da castanha do caju, com receitas no valor de 150 milhões de dólares. A famosa taxa dos 50 fcfa atingiu valores astronómicos: 8.7 mil milhões de francos cfa!;
- Os trabalhos na Avenida dos Combatentes correm a bom ritmo, a fim de ser 'inaugurada' no proximo dia 24, dia da independência. As passadeiras superiores estão a funcionar, há sinalizações, os candeeiros vão acendendo e cada dia que passa estão mais perto do aeroporto, os semáforos na zona da Guimetal estão nos seus lugares. Oxalá tudo corra pelo melhor. AAS
- 174 mil toneladas, sim, isso mesmo que leu: a Guiné-Bissau pulverizou todos os anteriores recordes na exportação da castanha do caju, com receitas no valor de 150 milhões de dólares. A famosa taxa dos 50 fcfa atingiu valores astronómicos: 8.7 mil milhões de francos cfa!;
- Os trabalhos na Avenida dos Combatentes correm a bom ritmo, a fim de ser 'inaugurada' no proximo dia 24, dia da independência. As passadeiras superiores estão a funcionar, há sinalizações, os candeeiros vão acendendo e cada dia que passa estão mais perto do aeroporto, os semáforos na zona da Guimetal estão nos seus lugares. Oxalá tudo corra pelo melhor. AAS
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Canal FMI
O Fundo Monetário Internacional, reavaliou em alta o crescimento do Produto Interno Bruto guineense - PIB, e prevê, agora, um crescimento para este ano na ordem dos 5,3 por cento, ao contrário do que disse há seis meses atras.
Um crescimento tipo...preservativo chinês! AAS
Um crescimento tipo...preservativo chinês! AAS
O festival que é um fiasco
"O festival inter-ilhas em Buba está a ser um fiasco, o primeiro-ministro fez a abertura do acto somente no domingo - de recordar que ele estava em Bubaque desde sexta-feira, e por cima não construíram palco para personalidades que iriam participar no festival o que levou o chefe do Governo a fazer o discurso solene de abertura...em cima de uma viatura.
Os artistas de música moderna guineense que foram levados para o festival já regressaram já a Bissau, sem que nenhum tivesse cantado uma música - mas ficaram satisfeitos porque viram pagos os subsídios acordados com a comissão organizadora. Talvez ate não fazia sentido levar artistas para este festival uma vez que é um festival que tem por objectivo resgatar os valores das diferentes ilhas que compõem o arquipélago dos bijagós.
O mais caricato de tudo é que dos 18.000.000 XOF milhões de FCFA disponibilizados pelo Governo, 6.000.000 XOF ficaram pelo caminho e entregaram somente 12.000.000 XOF. E sem falar de algumas delegações que saíram de Bissau com convite e chegaram a Bubaque, não tinham espaço para dormirem e foram ajudados a entregar uma parte do corpo dentro de tendas de campanha.
Passados quatro dias, nada feito. Não constituiria admiração se, no final, ouvirmos que tudo foi positivo. É tempo de reflexão porque logo no inicio do novo ano vamos ter mais uma festa de carnaval, são as mesmas pessoas que fazem partes das
comissões e há muito que o carnaval deixa muito a desejar.
Filipa G."
Os artistas de música moderna guineense que foram levados para o festival já regressaram já a Bissau, sem que nenhum tivesse cantado uma música - mas ficaram satisfeitos porque viram pagos os subsídios acordados com a comissão organizadora. Talvez ate não fazia sentido levar artistas para este festival uma vez que é um festival que tem por objectivo resgatar os valores das diferentes ilhas que compõem o arquipélago dos bijagós.
O mais caricato de tudo é que dos 18.000.000 XOF milhões de FCFA disponibilizados pelo Governo, 6.000.000 XOF ficaram pelo caminho e entregaram somente 12.000.000 XOF. E sem falar de algumas delegações que saíram de Bissau com convite e chegaram a Bubaque, não tinham espaço para dormirem e foram ajudados a entregar uma parte do corpo dentro de tendas de campanha.
Passados quatro dias, nada feito. Não constituiria admiração se, no final, ouvirmos que tudo foi positivo. É tempo de reflexão porque logo no inicio do novo ano vamos ter mais uma festa de carnaval, são as mesmas pessoas que fazem partes das
comissões e há muito que o carnaval deixa muito a desejar.
Filipa G."
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Secos & Molhados
Na Avenida Osvaldo Vieira, quase mesmo em frente da residência do Presidente da República, habita um militar afecto à marinha de guerra. Mora lá desde 1999, ou seja, depois da fatídica guerra civil que abalou Bissau e abanou as suas instituições.
Contudo, desde que Bacai Sanha tomou posse do cargo de Presidente da República, os seus seguranças sentiram-se no direito de ocupar as casas do outro lado da rua. O Presidente da República estaria à mão de semear - pensaram. E, pensando, um deles resolveu fazer a vida negra ao militar.
Dia sim, dia não era a cantilena do costume: "tem de abandonar a casa", dizia-lhe o segurança do presidente. O militar, incomodado, lá ia adiando a mudança - também não tinha para onde ir. E a coisa ameaçou, por uma e outra vez, tomar outros contornos: com a tropa não se brinca.
Ate que chegou o dia. Hoje. Dia de tomada de posse do novo-velho executivo. O militar acordou, e pôs-se a caminho do quartel. Em casa, deixou os filhos. E um telemóvel - para usar apenas e só em caso de emergência. Ajudou. Os seguranças do presidente, todos engravatados, de fato, impecáveis. Contudo, havia alguém, algures, pronto a estragar-lhes o dia de festa.
Foi o caso. Assim que deram pela saída do militar, os seguranças do PR logo atravessaram a estrada que os separa da casa e, num ai, estavam já dentro dela e foi uma questão de minutos até que os móveis e outros pertences conhecessem a luz do dia. O sol apareceia, ainda que timidamente. Nuvens negras...
Os seguranças suavam, sorriam com os maples às costas, a cama de casal, as banquinhas do quarto, enfim, tudo o que pudesse ser levantado por aqueles grandes braços foi parar à rua. A mudança estava quase, terão pensado. E o telefone para emergências soou no quartel da marinha, com um recado: há gente de fora dentro de casa a retirar tudo para fora.
O militar saiu disparado, e alguns colegas acompanharam-no. Dia de posse, dia de festa! Chegaram com estilo numa carrinha de cor azul ultramarino, de caixa aberta com a matrícula da marinha de guerra e a insígnia dos fuzileiros nas portas. Assim que chegaram, nada de perguntas. Foi batatada e mais porrada.
Seis militares contra quatro segurancas. Quem assisitu recuou e deixou campo aberto - ou seja, a estrada. O PR estava na Presidência, no seu gabinete de trabalho, a apenas dois passos. Os seguranças levaram tanto, mas tanto que alguns deixaram os casacos de fato para trás, os telemóveis, chaveiros. Mas ainda havia mais. A humilhação: depois, um a um, foram 'convidados' a devolver tudo para dentro de casa. Sofás que seis maõs ajudaram a tirar para fora...foram carregados por apenas um homem!
Ninguém se meteu. O pessoal da segurança já não sabia para onde havia de se meter - um saiu disparado em direcção aos bombeiros, outro tomou o caminho da Presidência... mas recuaria logo de seguida: ali há muita tropa; e outro, a falta de um plano 'B', limitou-se a levar porrada!
Depois de saber do sucedido, o CEMGFA António Indjai interviu e o militar recebeu ordens para abandonar a casa, o que fez. Mas os seguranças do presidente ficaram duplamente mal: ficaram maltratados, e mal vistos. Aguarda-se pelos próximos capítulos... AAS
Contudo, desde que Bacai Sanha tomou posse do cargo de Presidente da República, os seus seguranças sentiram-se no direito de ocupar as casas do outro lado da rua. O Presidente da República estaria à mão de semear - pensaram. E, pensando, um deles resolveu fazer a vida negra ao militar.
Dia sim, dia não era a cantilena do costume: "tem de abandonar a casa", dizia-lhe o segurança do presidente. O militar, incomodado, lá ia adiando a mudança - também não tinha para onde ir. E a coisa ameaçou, por uma e outra vez, tomar outros contornos: com a tropa não se brinca.
Ate que chegou o dia. Hoje. Dia de tomada de posse do novo-velho executivo. O militar acordou, e pôs-se a caminho do quartel. Em casa, deixou os filhos. E um telemóvel - para usar apenas e só em caso de emergência. Ajudou. Os seguranças do presidente, todos engravatados, de fato, impecáveis. Contudo, havia alguém, algures, pronto a estragar-lhes o dia de festa.
Foi o caso. Assim que deram pela saída do militar, os seguranças do PR logo atravessaram a estrada que os separa da casa e, num ai, estavam já dentro dela e foi uma questão de minutos até que os móveis e outros pertences conhecessem a luz do dia. O sol apareceia, ainda que timidamente. Nuvens negras...
Os seguranças suavam, sorriam com os maples às costas, a cama de casal, as banquinhas do quarto, enfim, tudo o que pudesse ser levantado por aqueles grandes braços foi parar à rua. A mudança estava quase, terão pensado. E o telefone para emergências soou no quartel da marinha, com um recado: há gente de fora dentro de casa a retirar tudo para fora.
O militar saiu disparado, e alguns colegas acompanharam-no. Dia de posse, dia de festa! Chegaram com estilo numa carrinha de cor azul ultramarino, de caixa aberta com a matrícula da marinha de guerra e a insígnia dos fuzileiros nas portas. Assim que chegaram, nada de perguntas. Foi batatada e mais porrada.
Seis militares contra quatro segurancas. Quem assisitu recuou e deixou campo aberto - ou seja, a estrada. O PR estava na Presidência, no seu gabinete de trabalho, a apenas dois passos. Os seguranças levaram tanto, mas tanto que alguns deixaram os casacos de fato para trás, os telemóveis, chaveiros. Mas ainda havia mais. A humilhação: depois, um a um, foram 'convidados' a devolver tudo para dentro de casa. Sofás que seis maõs ajudaram a tirar para fora...foram carregados por apenas um homem!
Ninguém se meteu. O pessoal da segurança já não sabia para onde havia de se meter - um saiu disparado em direcção aos bombeiros, outro tomou o caminho da Presidência... mas recuaria logo de seguida: ali há muita tropa; e outro, a falta de um plano 'B', limitou-se a levar porrada!
Depois de saber do sucedido, o CEMGFA António Indjai interviu e o militar recebeu ordens para abandonar a casa, o que fez. Mas os seguranças do presidente ficaram duplamente mal: ficaram maltratados, e mal vistos. Aguarda-se pelos próximos capítulos... AAS
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"Do Aly Silva, com quem me cruzei algumas vezes em Bissau, tenho a opinião de alguém que aprendeu a nadar entre os tubarões sem ser comido vivo. Um misto de afronta, loucura, mas também algum facciosismo politico no que escreve, em particular a partir do incidente de 1 de Abril. Ou se gosta ou se odeia, não há meios termos para o definir.
Na minha opinião não é santo nem pecador. Na verdade num mar infestado de tubarões, a lei da sobrevivência quantas vezes nos faz comer o pão que o diabo amassou, que é como quem diz engolir autênticos sapos vivos. Pelo controverso que representa, pela coragem e alguma dose de loucura que demonstra é claramente uma figura incontornável da vida politica e social da Guiné-Bissau.
M. Marques"
M/R: Obrigadinho, pá! AAS
Na minha opinião não é santo nem pecador. Na verdade num mar infestado de tubarões, a lei da sobrevivência quantas vezes nos faz comer o pão que o diabo amassou, que é como quem diz engolir autênticos sapos vivos. Pelo controverso que representa, pela coragem e alguma dose de loucura que demonstra é claramente uma figura incontornável da vida politica e social da Guiné-Bissau.
M. Marques"
M/R: Obrigadinho, pá! AAS
domingo, 18 de setembro de 2011
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