quarta-feira, 1 de maio de 2013

Unilab 'é' guineense


A Guiné-Bissau foi o país com mais alunos aprovados (78) nos exames de admissão à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), que oferecia 192 vagas para naturais de outros países de língua portuguesa. Por ordem decrescente, seguem-se os alunos de Cabo Verde (17), Angola (oito), Timor-Leste (cinco), Moçambique (dois) e São Tomé e Príncipe (dois).

O curso com mais candidatos aprovados foi o de Bacharelato em Humanidades (24 alunos), seguindo-se Administração Pública (20), Enfermagem (18), Engenharia de Energias (18), Agronomia (16), Ciências da Natureza e Matemática (10), Letras (6). Ao todo, apenas 112 candidatos foram aprovados para usufruir das 192 vagas para estrangeiros. No último ano lectivo, esta universidade foi frequentada por 800 alunos brasileiros e outros 200 originários dos restantes países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No que se refere a alunos brasileiros, a UNILAB pôs este ano em vigor a nova “lei de cotas”, que obriga a uma reserva de vagas para candidatos oriundos de escolas públicas, com renda familiar ‘per capita’ igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e autodeclarados pretos, partos ou indígenas A UNILAB é uma instituição de ensino superior pública, com sede em Redenção, a primeira cidade brasileira a abolir a escravatura. Tem como objectivo formar recursos humanos para desenvolver a integração entre o Brasil e os restantes membros da CPLP.

Guiné-Bissau: Taciana Lima conquista 1ª medalha de ouro


Taciana Lima Baldé, uma judoca nascida no Brasil mas que é cidadã da Guiné-Bissau, arrecadou, em Maputo, a primeira medalha de ouro do país e da África a Sul do Sara, no Campeonato Africano de Judo, na categoria de ligeiro (menos de 48 quilos). Agora, sonha continuar a competir pelo país africano e chegar até aos Jogos Olímpicos de 2016, que se irão realizar no Brasil. Taciana Lima, a judoca de 29 anos, criada pela mãe e pelo padrasto, nunca conheceu o pai até que em 2007, a mãe lhe deu o nome do progenitor, Oscar Suca Baldé. Depois de algumas pesquisas, ela descobriu que o pai era o ministro das Pescas da Guiné-Bissau e resolveu entrar em contacto com ele.

Conheceram-se pessoalmente cinco anos depois e ela optou pela nacionalidade guineense. Com o sonho de competir num Mundial ou nos Jogos Olímpicos, Taciana teria essa tarefa dificultada no Brasil, pela sua adversária directa, Sara Menezes, que a derrotou na qualificação para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2007. Neste momento em 31.º lugar no ranking mundial, a judoca tinha consciência que o Campeonato Africano funcionaria como uma boa rampa de lançamento para chegar ao Mundial no Brasil e às Olimpíadas.

Foi em Maputo que disputou a sua primeira competição como guineense, conseguindo ficar no primeiro lugar do pódio, depois de ter derrotado a bicampeã do torneio, a tunisina Hela Ayari, e a angolana Sabrina Saidi, na final. Pela primeira vez, um país da África a Sul do Sara uma campeã na categoria de ligeiro. Taciana Lima está já qualificada para o Mundial, que se realiza em Setembro, no Rio de Janeiro. Quanto aos Jogos Olímpicos, ainda terá de continuar a competir e a somar pontos com o seu quimono da Guiné-Bissau e o seu novo nome, Taciana Lima Baldé. LusoMonitor

Reencontro com o pai ditou destino de judoca brasileira



Após reencontrar o pai, judoca troca o Brasil por Guiné-Bissau e conquista o título africano? Poderia ser o enredo de um filme, mas a história é real. Quase dois anos após ser flagrada no exame antidoping, a judoca Taciana Lima, uma antiga promessa do esporte nacional, voltou a subir no lugar mais alto do pódio. Não pela Seleção Brasileira, mas sim defendendo as cores de Guiné-Bissau, um país africano sem qualquer tradição no esporte, no Campeonato Africano em Moçambique.

Com esses fatos, muitos cineastas já poderiam criar um documentário ou um longa-metragem. Mas a história não acaba por aí. Aos 29 anos, Taciana, que luta na categoria até 48kg, decidiu se naturalizar pelo país africano após conhecer o pai, Óscar Suca Baldé. Sem saber quem ele era até 2007, o primeiro encontro só ocorreu no fim do ano passado quando a judoca passou o Ano Novo com ele no continente africano.

– Meu pai é de Guiné. Ele estudou no Brasil durante a universidade e conheceu minha mãe. Mas quando acabou o curso, teve de voltar e eles perderam contato. Na época, ele sabia que ela estava grávida. Nasci em Pernambuco e vim para o Rio Grande do Sul muito nova. Sempre soube que ele não era brasileiro, mas nunca tinha perguntado muito – afirmou Taciana.

Brasileira Taciana Lima sobe no pódio defendendo Guiné Bissau

– Em 2007, perdi uma seletiva para a Olimpíada e me deu o estalo de procurá-lo. Deu que ele era Secretário de Estado das Pescas e dos Recursos Haliêuticos. Liguei no consulado em Campinas e, no dia seguinte, ele me ligou. No fim de 2012, no Ano Novo, foi a primeira vez que a gente se encontrou – completou.

Treinando na Sogipa, no Rio Grande do Sul, formada em Educação Física e estudante de Design de Moda, Taciana decidiu trocar de país para ter mais oportunidades. E não se arrependeu da escolha.

A lutadora se naturalizou rapidamente e teve a liberação da Confederação Brasileira de Judô. Logo na primeira competição, no Africano em abril, levou o ouro. Mas a realidade em Guiné-Bissau é outra. A atleta chegou à competição sozinha, fez sua inscrição e ainda teve de ser sua própria técnica. E entrou para a história do país. Taciana segue morando no Brasil e agora a meta é disputar o Mundial no Rio de Janeiro, no fim de agosto, e a Olimpíada de 2016. Mas tudo representando Guiné-Bissau.

ENTREVISTA COM TACIANA LIMA:

LANCE!Net: Como foi disputar o Campeonato Africano de judô neste mês?

Taciana Lima: O campeonato foi muito bom. Fiz três lutas e ganhei todas por ippon. Foi minha primeira competição por Guiné. Decidi me naturalizar no fim de fevereiro, começo de março. Foi tudo muito rápido. No início, muita gente não entendeu. Quando cheguei, foi uma surpresa, todos me olhavam. Foi muito diferente, nem sei como descrever. Guiné-Bissau não tem judô. Na final, o ginásio inteiro aplaudiu de pé.

L!Net: Você só se encontrou com seu pai pela primeira vez no fim do ano passado. Como foi isso?

TL: Passei o Ano Novo no Senegal com meus irmãos e ele. Depois, fiquei sete dias em Guiné. Tive a oportunidade de conhecer o presidente, a estrutura do país.

L!Net: Qual o motivo de decidir defender Guiné e não mais o Brasil?

TL: Decidi defender Guiné por causa da cultura esportiva do país. Lá, isso não existe. Posso conseguir criar isso, mostrar o judô para eles. As pessoas nem sabem da existência do esporte. Além disso, no Brasil é muito concorrido para participar da Olimpíada. Como tenho conseguido bons resultados nas competições, vai ser melhor para mim.

L!Net: Como foi a reação do seu pai ao saber da sua conquista?

TL: Ele foi a primeira pessoa para quem eu liguei após a competição. Ele ficou muito feliz. Até hoje, essa conquista está repercutindo. Recebi telefonema de uma rádio, mandei o vídeo do pódio, passou na televisão... Ainda não tenho tanta noção de como foi a repercussão.

A ANÁLISE DE NEY WILSON, COORDENADOR DA SELEÇÃO BRASIELIRA DE JUDÔ:

"Foi algo que partiu da Taciana. Ela nos procurou por causa do pai, dizendo que havia a chance lutar por Guiné. Colocamos a situação. Ela não está entre as três primeiras atletas do Brasil na categoria, mas é uma grande judoca. Mas, desta forma, é uma chance de ela pontuar e conseguir ir à Olimpíada. Lá, ela terá uma concorrência menor do que no nosso continente. Nos correspondemos com o Comitê Olímpico do país e criamos todas as facilidades. Com a Camila Minakawa (outra judoca brasileira, que está competindo atualmente por Israel), aconteceu a mesma situação, um pouco antes da Taciana."

CERCO: AFRICOM implantou a "Força de Reacção Rápida" na Espanha, apontada aos países da África Ocidental. No início de abril, os Estados Unidos da América e o Governo espanhol concordaram que os EUA podem ter uma força de ataque de "reacção rápida" na base aérea de Moron. A força é composta por 500 fuzileiros navais e 8 aeronaves, que serão usadas para responder aos países localizados na costa ocidental africana. AAS


terça-feira, 30 de abril de 2013

Lito 'Nánia': O vídeo completo da polícia espanhola


CLIQUE AQUI

Remodelação para inglês ver...


Vem aí a tão propalada remodelação governamental, apelidada de governo de inclusão. Informações recolhidas pelo ditadura do consenso, dão conta que o PAIGC, que se deixou arrastar para esse lamaçal inconstitucional, pode não ficar com nenhuma pasta sonante - Segurança, Finanças, Economia. A única pasta de relevo que poderão ocupar é a dos Negócios Estrangeiros.

De regresso está o ministério da Mulher, Solidariedade e Luta Contra a Pobreza (para, presumo eu!, fabricar ainda mais pobres. As pastas da Defesa, Justiça e Economia não serão sequer mexidas. Fernando Vaz pode estar de saída, devido a pressões dentro do próprio 'governo ilegítimo da CEDEAO', mas, por outro lado, a nossa fonte reconhece haver uma "grande pressão" por parte do CEMGFA, António Indjai, para que o seu menino de coro continue... AAS

Espanha prende guineense "senhor da droga"


Guineense LITO NÁNIA preso em Espanha com 43 kilos de heroína. Lito 'Nánia' foi preso no Inicio do ano, mas só a 15 de março a polícia espanhola divulgou os pormenores à imprensa. AAS

Daqui não saio, daqui ninguém me tira


No dia 28 de março do corrente ano, o 'encarregado de negócios' da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, 'Noni' Vieira, recebeu uma carta do ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Motivo: a missão que lhe tinha sido confiado, acabou. Mais. Deve regressar à base. Devia!!! Pois 'Noni' fitcha pó di kurpu na sol de Lisboa... e não há maneira de desamparar a loja.

Desde que chegou a Lisboa, há já uns bons mesinhos, que 'Noni' tem andado por aí... Portugal não o chamou para a entrega das cartas (o governo português não reconhece o poder instituído em Bissau desde o golpe de Estado de 2012), não goza de imunidade, não é convidado para nada que seja oficial, nem por outras embaixadas ou representações diplomáticas na agitada Lisboa.

Numa palavra: 'Noni' Vieira foi completamente marginalizado por não ter conseguido desatar o nó sufocante que se aperta cada vez mais sobre os golpistas (mas alguém conseguiria?!)... Para a história ficará certamente a tal reunião em que 45 minutos dos 60 que durou a reunião foram passados a ouvir o seu curriculum...ah, e deixa uma embaixada ainda mais escancarada. AAS

Cajú: Boicote ameaça taxa


A Associação dos importadores e exportadores da Guiné-Bissau ameaçou, domingo de boicotar a campanha de comercialização da castanha de caju de 2013, o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, se uma taxa adoptada em 2011 não seja suprimida. O seu presidente, Mamadu Yéro Djamanca, que se dirigia à imprensa, exigiu que o governo de transição suspenda a colecta dessa taxa instituida pelo governo deposto de Carlos Gomes Junior, que é de 50 FCFA por kilograma de castanha de caju exportado. Essa taxa devia permitir a promoção e o favorecimento da indistrialização dos produtos agricolas nacionais, segundo a antiga equipa governamental. Para M. Y. Djamanca, a supressão desta taxa permiteria aos exportadores de disporem de capacidades financeiras para a compra e exportação da castanha de caju. Em 2012, a Guiné-Bissau exportou 120.000 toneladas de castanha de caju, isto é, menos que os 174.000 toneladas de 2011.

Por outro, ele preconiza que o Fundo de promoção da industrialização agricola, criada em 2012 e que tinha a gerado 30 milhões de dolares, seja concedida alocado aos intermediarios para salvar a campanha da castanha de caju. Estes fundos é gerido pelo Governo e a Camara de Comércio, da Industria e Serviços. O governo de transição decidiu este ano de manter todos as taxas ligadas a comercialização da castanha, mas sem fixar o preço de referência ao quilo. A India é o mais importante comprador de castanha de caju da Guiné- Bissau, com mais de 80% das importações. Xinhuanet

Cabo Verde deve evitar polémicas com a Guiné-Bissau - académico


O académico cabo-verdiano Corsino Tolentino defendeu hoje (terça-feira) que Cabo Verde "não deve envolver-se em polémicas evitáveis", ao comentar as críticas da Guiné-Bissau ao comportamento das autoridades da Cidade da Praia no conflito político-militar guineense. Entrevistado pela agência Inforpress, citadado pela LUSA, o também antigo director geral da Fundação Calouste Gulbenkian defendeu que Cabo Verde deve acompanhar "com cautela" a crise guineense, desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. "Creio que devemos acompanhar este assunto com muita cautela e qualquer posição pública deve ser devidamente ponderada, porque, neste momento, pode ter desenvolvimentos imprevisíveis", opinou Corsino Tolentino, "histórico" do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001).

Em causa está a operação levada a cabo a 04 deste mês pelo Departamento Anti-Droga (DEA) dos Estados Unidos para a detenção do antigo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, acusado pelos norte-americanos de ligações ao narcotráfico e tráfico de armas. Para as autoridades da transição guineense, a detenção de Bubo Na Tchuto ocorreu, não em águas internacionais, mas nas guineenses, tendo contado com o apoio de elementos cabo-verdianos, que permitiram, depois, que o antigo CEMA fosse transportado para os Estados Unidos a partir da ilha cabo-verdiana do Sal. O Governo de transição guineense acusou ainda as autoridades cabo-verdianas de envolvimento no tráfico de armas para os rebeldes da guerrilha senegalesa - Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) que luta pela secessão da província do sul do Senegal e fronteira à Guiné-Bissau.

Na resposta, a 23 deste mês, um dia depois das críticas, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que as acusações "não são credíveis". "Não estamos a brincar aos Governos e não comento declarações desta natureza. Desvalorizo-as completamente. Não têm nenhum significado ou credibilidade para o Governo de Cabo Verde. Não comento as declarações de governantes da Guiné-Bissau em relação a essas matérias", afirmou José Maria Neves. Hoje, Corsino Tolentino indicou que as acusações do Governo de transição guineense revelam "falta de sabedoria política", salientando que se está à procura de um "bode expiatório" para um caso "muito delicado e muito concreto", o da afirmação de um Estado de direito na Guiné-Bissau. Comentando a detenção de Bubo Na Tchuto, Corsino Tolentino disse que a situação "está longe de ser líquida", uma vez que o caso não esteve a coberto de um "mandado de um tribunal internacional devidamente legitimado".

Pessoalmente, disse que gostaria que os cabo-verdianos não entrassem no que considera ser "um jogo", que pode prejudicar tanto Cabo Verde como a Guiné-Bissau e a região em que os dois países estão integrados. Segundo o analista, Cabo Verde "foi envolvido ou deixou-se envolver" no caso da detenção de Bubo Na Tchuto. Instado sobre que papel pode o arquipélago desempenhar numa solução para a crise guineense, Corsino Tolentino sublinhou que, apesar do passado histórico que liga os dois países, não vale a pena basear-se nesses pressupostos para se justificar qualquer tomada de posição por parte de Cabo Verde sobre os assuntos da Guiné-Bissau. "O passado histórico entre os dois países é diverso", alegou, acrescentando que houve "muito de positivo", mas também "muito de negativo".

Parlamento acorda - Eleições em novembro


Políticos e outros responsáveis da Guiné-Bissau concordaram hoje no parlamento que as eleições gerais devem ser em novembro e que o período de transição deverá terminar a 31 de dezembro. As propostas foram aprovadas pelos presentes numa reunião no parlamento (políticos, chefias militares, chefes religiosos e lideres sindicais) e resultaram de um consenso sobre o novo modelo para o período de transição em curso na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado militar. Além da realização de eleições gerais em novembro, em data a ser marcada pelo Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, as partes concordaram também na formação de um novo Governo "mais inclusivo" e ainda na eleição de um novo presidente da Comissão Nacional de Eleições, cujo nome deve ser indicado pelo Conselho Superior de Magistratura Judicial. LUSA

Bim nô bai


Sondagem DC

PERGUNTA: Quem é que os EUA levam a seguir?

- António Indjai - 141 (84%)

- Serifo Nhamadjo - 33 (19%)

- Kumba Yalá - 70 (42%)

- Fernando Vaz - 44 (26%)

NOTA: Por esta andar, o 'porta-CEDEAO' só vai no fim...mas, irá?! AAS

"Coca em Stock" - Jeune Afrique


Logo que soube através dos medias, no inicio de abril, como os agentes americanos da Drug Enforcement Administration (DEA) tinham montado uma cilada a dois dos mais altos responsáveis militares da Guiné-Bissau, um deles se encontra atualmente em prisão e o segundo (António Indjai, actual CEMGFA da Guiné-Bissau) é procurado pela Interpol, o coração de Ali quase ia tendo um colapso. Ali, não é nem o seu apelido, nem o seu nome, mas este homem de negócios ivoiriense-libanês conhecido em Abidjan e em Ouagadougou, e que foi um próximo de Laurent Gbagbo, se reconhecerá sem duvidas nesse rocambolesco negócio de enredos múltiplos e sucessivos. Isto porque, se a vasta operação clandestina lançada em meados de 2012 pela administradora da DEA, Michele Leonhart, que visava decapitar algumas das principais redes da cocaína connection na África Ocidental tinham na mira os dois barões da droga guineenses desse gigantesco tráfico, outros alvos eram igualmente visados, entre eles Ali, decididamente alguém muito inconsciente desde que está em jogo o dinheiro.

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UM EXCELENTE TRABALHO DA JEUNE AFRIQUE

Eis a história - e o contexto.

Depois de pouco mais de uma dezena de anos, a África Ocidental tornou-se numa plataforma de trânsito, armazenamento e de distribuição da cocaína proveniente da América latina. Um quarto do consumo europeu passa por essa região, ou seja um mercado de 33 bilhões de dólares para 4 milhões de consumidores. Comprada a 4.000 dólares o quilograma na Colômbia ou no Peru, o pó branco revende-se 12 vezes mais caro na Europa. A droga chega até aos portos africanos nos contentores dos cargueiros que seguem a rota da «Highway 10», uma espécie de autoestrada transatlântica que liga os dois continentes ao longo do paralelo 10°. Porém, igualmente, mas raramente seguem a bordo de aviões, dado que o famoso episódio do «boeings da coca» ocorrido em 2009, não longe de Gao, no Mali com 8 toneladas de cocaína no seu interior proveniente da Venezuela, é porventura uma excepção. A mercadoria é de seguida reexpedida em direcção ao norte por via marítima ou terreste através do severo deserto do Sahara. Os narco-jihadistas do Movimento para Unicidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO) e os rebeldes tuaregues, que asseguravam até há pouco tempo a protecção e o encaminhamento da mercadoria, foram obrigados a deslocalizar as suas actividades desde o inicio da operação Serval - daí que, o trânsito da mercadoria segue a partir desse momento a partir do Níger e da Líbia. Somas em jogo e os ganhos realizados são de tal forma enormes que nada aparentemente conseguira erradicar esse negócio.

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A ROTA - O EIXO DO MAL, COM LISBOA PELO MEIO

MAFIOSO

Não é evidentemente por acaso que o golpe da DEA teve como alvo, e em primeiro lugar, a Guiné-Bissau. Esta antiga colónia portuguesa é a principal feitoria da cocaína e o único prestador de serviço do tráfico. Até ao fim de 2011, o contra-almirante Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-maior da Armada, reinou no negócio até ter sido posto de lado pelo Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, o general António Indjai. Entre junho 2012 e abril 2013, os dois passam a ser alvos de uma bem montada operação de intoxicação e de manipulação por parte dos agentes da DEA, que se apresentaram como dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), movimento narco-terrorista que luta contra o poder instalado em Bogotá, vai para meio século, e que os EUA classificam de organização terrorista. No decurso de reuniões secretas sistematicamente filmadas e gravadas em audio e vídeo pelos norte-americanos, Bubo Na Tchuto e António Indjai aceitam armazenar a cocaína transportada até Bissau e de servir idepois de ntermediários para a compra de armas para as FARC. A 3 de abril, o primeiro foi detido a bordo de um navio nas águas internacionais ao largo de Cabo-Verde e presentemente transferido para uma prisão do Estado de Nova-Iorque. O segundo não caiu na cilada, mas ele é, depois de 18 de abril oficialmente acusado pela justiça norte-americana, cuja acção está consubstanciado num mandato de captura internacional. O que não se sabe é que, ao mesmo momento a DEA levava à cabo uma operação similar entre Abidjan e Accra, tendo como objetivo de montar cilada não aos notórios barões como os dois mafiosos de Bissau, mas sim homens de negócios pouco ciosos quanto à natureza dos contratos que se lhes propõem. "Eles lançaram uma linha de pesca à agua e sem duvidas, eles devem ter lançado uma dezena iguais a fim de ver quem ira morder o isco" sugere um especialista em funções afeto na região. Foi assim que Ali mordeu o isco.

737 VIP - Como e por quem foi contactado?

Tal continua um mistério. Em meados de novembro o nosso ivoiriense-libanês marcou um encontro num restaurante de Abidjan com o representante de uma empresa de aluguer de aviões francês. Eu tenho um grande cliente para ti, melhor que um simples locador, terás um comprador, disse-lhe o seu interlocutor. Ele e os seus amigos esperam-nos no Ghana, eles estão com pressa. Em finais de novembro, Ali e o alugador, chamamos-lhe "Michael" voltaram a encontrar-se, desta vez num salão discreto do Hotel Golden Tulip de Accra, na presença de dois outros homens. O primeiro, cinquentão, disse chamar-se Diego e ser de nacionalidade colombiana. O segundo, Joseph, 35 anos aproximadamente, de origem libanesa, afirma ser o seu associado. É ele que, talvez tenha estabelecido o contacto com Ali porquanto apercebe-se um pouco mais à frente de que os dois têm amigos em comum no círculo de relações dos libaneses do famoso "trìângulo de ouro" da noite parisiense.

Com grande surpresa, "Michel" e Ali, que supostamente pensavam estar a contactar com homens de negócios aventureiros como tantos que existem um pouco por Africa, os seus interlocutores põem as cartas na mesa. Ambos afirmam trabalhar por conta das FARC e que o objectivo deles é de abrir uma nova linha aérea de exportação da cocaína a partir de Accra com destino à Península Ibérica. Paralelamente, o avião que eles procuram adquirir para efetuar essas entregas servirá para o encaminhamento das armas compradas na Africa do Sul para os guerrilheiros colombianos, via Venezuela. Para assim ser, eles estão dispostos a pagar em "cash" o aparelho e os membros da equipa, pouco importando o preço a dispender. No fim da entrevista, Diego e Joseph entregam aos seus novos parceiros dois telemóveis BlackBerry de um género muito particular: eles servem para corresponder de maneira segura unicamente por email. Ali e "Michel" estão espantados: que fazer? O negócio é extremamente atractivo, mas totalmente ilícito. O risco é também tão grande quanto o benefício. De volta a Abidjan, o primeiro hesita: negociar com narcotraficantes pode valer dez anos de prisão e não será essa a questão, mas porque não jogar sorrateiramente com eles, isto é vender-lhes o avião pura e simplesmente e sumir com o dinheiro sem entrar directamente no negócio? Claramente mais exposto pois será ele o comprador oficial do aparelho, "Michel" hesita, reflecte e depois confia as suas desconfianças a um amigo, antena local de um serviço de informações europeu. O honorável correspondente escuta-o com um ar aparentemente distraído antes de desabafar: "Esta operação é uma cilada da DEA. No vosso lugar, eu deixaria cair esse negócio".

Perturbado, dado que não devidamente convencido pelo interlocutor que lhe pareceu não ter tomado muito a sério a sua história, mas sobretudo curioso e teimoso por natureza, "Michel" decide de continuar por mais algum tempo com a aventura, à espera para ver o que acontecerá com o tempo. Ali, ele é completamente mais entusiasta: ele não acredita minimamente na hipótese de uma cilada e quer ir até ao fim com o negócio. Rapidamente, via BlackBerry, o negócio vai tomando forma. "Michel" detecta um Boeing 737 VIP de ocasião na Roménia que custa 3 milhões de dólares e que aparentemente parece agradar aos seus parceiros. Estes fazem-lhe chegar o plano de voo inicial. O aparelho saíria de Bucareste para Lisboa, depois seguiria directamente para a Africa do Sul, onde o armamento encomendado seria embarcado de forma legal graças a um certificado de utilização final fornecido pelo exêrcito venezuelano. Escalara a seguir num pequeno aeroporto junto à fronteira venezuelano-colombiana, onde a carga seria desembarcada sob a protecção dos militares chavistas e as armas seriam posteriormente entregues às FARC. O regresso para Accra far-se-ia com o avião vazio. Segue-se o carregamento da cocaína com carimbo das FARC, que chegou ao Ghana por barco e está já armazenado em contentores no porto de Tema. Depois a direção seria Portugal ou Espanha ou um local de acolhimento "seguro" onde o Boeing e da sua mercadoria seria organizada. "Michel" recebe, a 29 de novembro de 2012, um pedido de importação de armas por parte dos seus novos amigos colombianos: 4.000 espingardas de assalto russas e americanas, 2.000 pistolas, 1000 granadas, 1.000 minas antipessoais, 1.000 espingardas com miras telescópicas, 100 lança misseis Stinger e SAM...Tudo isso parece verdadeiro e concreto. Se for uma montagem, uma mentira, seria desagradável.

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ARMAS DE TODOS OS TIPOS, PARA FORNECER AS FARC, NA COLÓMBIA...

ESCOBAR

Durante todo o mês de dezembro, "Michel" reflecte. Ele que nunca tinha infringido a linha vermelha da legalidade, acabou por se convencer de que, nessa história, nada haverá de bom, senão acabar mal. Porém, os seus interlocutores pressionam mais e mais, e Ali está por seu lado cada vez mais determinado a conclui-lo. Ele ("Michel") inventa um pretexto familiar para não estar presente num encontro fixado para Accra a 17 de janeiro. Ali vai sozinho e do encontro voltará ainda mais convencido e excitado pelo negócio: para além de Diego e Joseph, explica ele a "Michel, de que tinha encontrado um outro dirigente das FARC, assim como a própria filha de Pablo Escobar, mítico narcotraficante colombiano morto faz vinte anos na sequência de uma operação da DEA. Contudo, tudo isso de momento, pouco interessava a "Michel", pois estava já convencido de que quem lhe tinha posto de sobreaviso sobre a possibilidade de ser uma cilada de agentes americanos, tinha razão. Ele virou a página, desligou o pequeno aparelho BlakBerry fechou as ligações e retomou os seus negócios na maior discrição. Quanto a Ali, que ainda continua em Abidjan, fez o mesmo, apesar de tê-lo feito mais tarde, quando ouviu, a 6 de abril, a forma como os agentes da DEA tinham feito cair na cilada as suas presas guineenses. Uma surpreendente indiscrição da agência antidroga que, sem dúvidas, deve estar em curso noutras operações na Africa Ocidental. Nesta saga da Coca onde os policias e bandidos rivalizam na engenhosidade e onde os segundos estão sempre um passo à frente relativamente aos primeiros, tudo acaba, mas recomeça de novo.


(Artigo de François SOUDAN em Jeune Afrique – numéro double 2729/2730 du 28 avril au 11 mai 2013)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Guerra na FFGB - 'Manelinho' debaixo de fogo


NOTA DE IMPRENSA

“Aparecimento de um pistoleiro a solta no seio da Federaçao de Futebol da Guiné-Bissau”

No nosso entender o futebol sempre é e continuará a ser veículo de Paz e amizade entre os povos. Pois nela não deve haver lugar para a descriminação racial, tribal e nem agressão física e verbal entre os seus actores.
Porque ele é centro de actração universal dos povos. Por essa razão há mais de uma decada, dediquei todo o meu tempo e a minha vida a bem desta modalidade " Desporto rey".

Na qualidade do membro da Comissão Executiva da Direcção da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), venho com toda minha verticalidade por intermedio deste instrumento tornar público o comportamento infantil, iresponsável e inadequado do dito Presidente da prestegiada instituição futebolistíca, que através das suas actividades congrega centenas se não milhares de jovens e amantes do futebol:

1.    Na presença de altas personalidades públicas a saber: Dr. Armando Purcel - Director do Gabinete do Presidente da Republica de Transição, Dr. Arnaldo - Director Geral da Identificação Civil, Dr. Alfredo Gomes - Ex-ministro da Educação, Majores Quicala Baldé- Adjunto Comandante da Guarda Fiscal e Hamed Oulg Hamed - Chefe de Gabinete do Comissário Geral Policia de Ordem Pública, Bubacar Conte - Presidente da Liga Guineense de Clubes de Futebol (LGCF) e Sr. Mutaro Barri - Responsável financeira da Federação de futebol da Guiné-Bissau Mamadu Saliu Balde Empresario;

O Deputado da Nação Senhor MANUEL IRENIO NASCIMENTO LOPES, actual Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau fez uma acusação a minha pessoa na tentativa de derrubar a direcção sob o seu auspício;

2.    Consequentemente declarou a plenária do comité executica (reuniao do dia 24 de Abril) que sempre transporta na sua mochila duas armas de fogo (revolver-pistola) e que a qualquer momento pode ceifar a vida de qualquer pessoa;

3.    O mais caricato e inacreditável, foi que o Deputado da Nação expressou em alto e bom som de que o país carece das leis (nao tem pena de morte) mesmo que ele cometisse um crime de assassinato vai pagar a caução porque tem dinheiro suficiente para tal e que sairia impune da tal acusaçao;

4.    Como pessoa de bem, empresário de profissão, dirigente desportivo,chefe de familia e membro da Comissão Executiva da Federação de futebol da Guiné-Bissau (FFGB), acredito veemente nas nossas autoridades e espero que este assunto vai ser tratado com maior responsabilidade e brevidade.

Feito em Bissau em 29 dias do mes de Abril de dois mil e treze.

C.C:
Ministério Público, Ministério do Interior/Defesa e a Comunidade Internacional.

Sr. Inum Embalo
Membro do Comite Executivo da FFGB

Embaixada da França desmente


Para a Vossa Informação, Prezados receptores do Press Review,

A Embaixada de França na Guiné-Bissau, desmentiu esta manhã, as notícias veiculadas sobre eventuais declarações do seu Embaixador, relativamente ao processo de transição política no nosso país, retiradas de um artigo publicado pelo jornalista Nelson Herbert e difundida nesta estação emissora, no passado sábado.

Ademais a Embaixada lembra que o Embaixador Michel Flesh citado no referido artigo, nunca poderia ter proferido as referidas declarações, na medida em que já não se encontra no país, tendo cessado as suas funções diplomáticas na Guiné-Bissau desde o ano transacto.

A França é representada actualmente por um Encarregado de Negócios, o senhor Pierre Voillery, que afirma nunca ter proferido qualquer declaração ou apreciação em relação à figura do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General António Indjai.

Embaixada da França em Bissau