quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Comité africano da internacional socialista exige regresso à normalidade na Guiné Bissau



O Comitê Africano da Internacional Socialista exigiu a rápida volta à normalidade constitucional na Guiné Bissau, onde a cúpula militar protagonizou um golpe de estado em abril, se soube hoje. A demanda foi realizada na terça-feira nesta capital numa reunião do Comitê para a África, à qual assistiu meia centena de delegados, entre eles o deposto premiê guineano Carlos Gomes Junior. Durante o encontro foram condenadas as asonadas castrenses do 22 de março em Malí e o 12 de abril na Guiné Bissau, ao reafirmar-se "a tolerância zero para as aventuras golpistas" no continente.

O presidente da Internacional Socialista, o chileno Luis Ayala, destacou em conferência de imprensa a unanimidade atingida nas análises sobre a crise financeira, os conflitos, a construção dos Estados de direitos ou déficit democrático na África. Tanor Dieng, presidente do Comitê para o continente, mostrou-se a favor da posição assumida pela família socialista africana, ao defender também o regresso à constitucionalidade da Guiné Bissau dantes da data do golpe militar.

Os delegados expressaram seu apoio aos esforços das Nações Unidas na solução do conflito de Sahara Ocidental, apelaram a mais democracia para a Guiné Equatorial, Camerún e o Chade, além de lamentar a fome em Somalia. As conclusões apresentadas nos últimos dois dias de trabalho serão remetidas agora ao XXIV Congresso da Internacional Socialista, com sede pela primeira vez no continente (Suráfrica) entre o 31 de agosto e o 1 de setembro. A cita-a assistiram também delegações de Marrocos e a República Árabe Saharaui Democrática. Prensa Latina

Nhara Sikidu


 
 
 
Stockholm ,  2/08-2012
 
Hoje li um artigo/denúncia no blogg Ditadura do Consenso,  que me deixou particularmente chocada. É verdade que há sempre muitas noticias menos boas que  nos chegam da Guiné e portanto nada de anormal. Mas esta  talvez por ter a ver com CRIANÇAS tocou-me de forma particular e por isso mesmo gostaria de aqui deixar o meu ponto de vista. A denúncia diz assim:  
 
 
“ .... Agora, no notário da identificação civil de Bissau, os funcionários desta casa criaram uma rede para roubar dinheiro aos cidadãos, alegando que todas as CÉDULAS PESSOAIS feitas no ano 2000 não são VÁLIADAS. Nisto, refere-se a campanha de registo de crianças financiadas pela UNICEF neste mesmo ano. Dão como justificação o facto de os referidos livros estarem cheio de borões e por isso o DG do registo civil decidiu que todos as crianças registadas durante a campanha do ano 2000 devem pedir uma nova cédula. O mais caricato ainda é que todas as informações da antiga cédula deve ser copiada para a nova cédula.
 
TODOS OS LIVROS DE REGISTO DA CAMPANHA DE 2000 ESTÃO COM BORÕES.
 
TUDO ISTO É... A TRANSIÇÃO.
 
A luta continua.
Serifo Djalo  “
 
Caras/os amigas/os
 
Em  1990 a Guiné – Bissau ratificou a Convenção dos Direitos da Criança. Desde o inicio dos aos 90 que se vem falando e trabalhando sobre os direitos da criança através da intervenção de várias organizações não governamentais em colaboração com o Estado.

Pois ainda que haja muito por fazer a verdade porém é que estes anos de trabalho e de dedicação de várias organizações no país criou alguma sensibilidade á volta deste assunto e elevou muito a consciência das populações sobre os direitos das  crianças. Pois bem, deveria ser o Estado a criar condições propícias ao desenvolvimento e a maior promoção destes direitos  e  não ser este mesmo Estado  a pôr em causa todo um trabalho desenvolvido pelas Organizações parceiras (neste caso  concreto a UNICEf).

Aliás trabalho este que é da obrigação do Estado, entenda-se. Registar os seus cidadão é o mínimo que um Estado pode e deve fazer. Se não consegue fazê-lo pois acho bem que aceite o apoio de parceiros de desenvolvimento. O que não se compreende é como é que este mesmo Estado vem dizer que o trabalho anteriormente feito, com o seu próprio envolvimento,  estava errado e sem mais nem quê põe em causa os direitos mais elementares das crianças, como é o caso do direito a adquirir a sua cédula, ou seja a sua prova de identidade.

Afinal de contas em que se baseia esta decisão da administração pública?  Há algum diploma, decreto, resolução, o que quizermos chamar-lhe a sustentar esta decisão?  “Borrões nos livros” (?) dizem. Mas afinal estes borrões só apareceram agora? As cédulas emitidas anteriormente com base nas folhas dos livros com borrões ficam sem efeito ?  Ou será que calha bem em tempo de matriculas nas escolas sacar mais uns tostões aos pobres dos cidadãos ? Estratégias boas para fazer o  mal não falta nem nunca faltou ao Estado guineense. Pois é com muita amargura que constato este facto. Mas assim é e assim sempre foi !!!!

Cara/os compatriotas, caras mães/pais e encarregados/as de educação, abram os olhos !!!!.... É tempo dos cidadão começarem atacar de frente os actos descricionários da administração pública que lesam os vossos/nossos direitos . Pois a ser verdade este caso que aqui descreve o nosso amigo,  Serifo Djalo, aconselho/  desafio as ONGs e os/as  cidadãos em geral  a  impugnar judicialmente este acto dos serviços do notariado. Chega de banditismo e terrorismo de Estado. Chega de abusos contra cidadãos indefesos. Afinal até quando viveremos sob a opressão de um Estado sem sensibilidade para acções positivas em prol do seu povo mas que só tem servido para usar e abusar  de seus cidadãos onde mesmo as CRIANÇAS não escapam ?  Que tristeza ...
 
Assinado:
Nhara Sikidu"

Roberto Cacheu


Por estes dias, chegam-me vários textos sobre o que as pessoas pensam do 'caso' Roberto Ferreira Cacheu. Assim, o editor dste blog quer alertar para o seguinte:

Não voltarei a publicar - salvo uma comunicação oficial - nenhum texto pró, ou a favor, das várias teorias, algumas de conspiração, sobre este caso que eu considero tão sério, mas tão sério que alguns textos que recebo fazem-me crer que andamos a brincar com a vida humana e o sofrimento alheio.

Continuo a aguardar um explicação cabal e concreta da parte de quem tem de a dar. AAS

E as crianças, senhor?



"Bom dia, Aly,
 
Quer alguem queira, ou não, o senhor é um dos melhores filhos da Guiné-Bissau. Obrigado.
 
Agora, no notário da identificação civil de Bissau, os funcionários desta casa criaram uma rede para roubar dinheiro aos cidadãos, alegando que todas as CÉDULAS PESSOAIS feitas no ano 2000 não são VÁLIADS. Nisto, refere-se a campanha de registo de crianças financiadas pela UNICEF neste mesmo ano. Dão como justificação o facto de os referidos livros estarem cheio de borões e por isso o DG do registo civil decidiu que todos as crianças registadas durante a campanha do ano 2000 devem pedir uma nova cédula. O mais caricato ainda é que todas as informações da antiga cédula deve ser copiada para a nova cédula.
 
TODOS OS LIVROS DE REGISTO DA CAMPANHA DE 2000 ESTÃO COM BORÕES.
 
TUDO ISTO É... A TRANSIÇÃO.
 
A luta continua.

Serifo Djalo"

Adeus, florestas


Desde o golpe de estado de 12 de Abril, até à presente data, os nossos vizinhos da Guine Conakri, da Gâmbia e do Senegal, apropveitam-se do descontrolo total em que se encontra o nosso país, para delapidar as nossas riquesas florestais.

A guarda nacional descobriu, nas zonas no interior do país, individuos provenientes dos paises vizinhos, a derrubaram centenas de árvores. Eles entram para o nosso território com dezenas de motoserras, geradores para a iluminação nocturna e tractores para carregar os troncos em camiões. Eles têm homens e meios que lhes permite trabalhar vinte e quatro horas por dia, trabalhando durante o dia no abate das árvores, e à noite retiram os troncos em camiões, para fora do nosso território em direcção aos seus países. AAS

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hillary Clinton: "Economia da Guiné-Bissau está a entrar em colapso e tráfico de droga aumentou"


A secretária de Estado dos EUA afirmou hoje (quarta-feira) que o Senegal prova que a democracia pode "florescer em África", enquanto a vizinha Guiné-Bissau permanece instável politicamente, com a economia "a colapsar" e o tráfico de droga a crescer.    

No início de uma viagem de onze dias ao continente africano, Hillary Clinton visitou um centro de saúde e discursou na universidade Cheikh Anta, em Dakar (capital senegalesa), após um encontro, à porta fechada, com o Presidente Macky Sall, que venceu as eleições de Março, afastando Abdoulaye Wade, no poder há doze anos e que procurava um terceiro mandato. "Os americanos admiram o Senegal como um dos poucos países de África do Oeste que nunca teve golpes militares", disse Clinton, num discurso proferido na universidade, citado pela agência AP.  

Mas a estabilidade do Senegal não tem florescido da mesma forma nos seus vizinhos mais próximos, Guiné-Bissau e Mali. Na Guiné-Bissau, onde nenhum presidente eleito levou o mandato até ao fim, a economia "está a colapsar" e o tráfico de droga a crescer, lamentou Clinton. Já o Mali, após uma era de estabilidade democrática, foi abalado por um golpe de Estado em Março, vivendo uma situação indefinida desde então, acrescentou.   

"As velhas formas de governar já não são aceitáveis. É tempo de os líderes aceitarem ser responsabilizados, tratarem os seus povos com dignidade, respeitarem os seus direitos e proporcionarem oportunidades económicas", defendeu a secretária de Estado, alertando: "Se não o fizerem, está na altura de saírem". Elogiando a reposição da ordem constitucional em países africanos como o Níger e a Guiné-Conakry, ambos afectados anteriormente por golpes de Estado, Clinton salientou, porém, que a democracia ainda está ameaçada em demasiados países.  

Hillary Clinton, que esteve de visita ao Senegal pela primeira vez em 1997, efectua um périplo em África no quadro da estratégia do Presidente Barack Obama para o continente: promover o desenvolvimento; apoiar o crescimento, o comércio e o investimento; patrocinar a paz e a segurança; e fortalecer as instituições democráticas. Hillary Clinton deixará Dakar na quinta-feira, em direcção à mais nova nação do mundo, o Sudão do Sul, que festejou no dia 09 de Julho o seu primeiro ano de independência. A seguir visitará o Uganda, apesar da presença do vírus Ébola na capital do país, Kampala. O Quénia, a Somália, o Malawi, África do Sul e o Ghana também constam desta digressão  de Clinton por África. AngolaPress

Apanhado com droga no aeroporto: Aqui, nem pó!



Um homem estrangeiro foi detido no aeroporto de Lisboa quando tentava embarcar, com destino à Guiné Bissau, com 1,2 quilos de cocaína dissimulada no corpo. De acordo com a PSP, o homem de 27 anos foi detido, na terça-feira, às 13.00 horas, através da Divisão de Segurança Aeroportuária. O suspeito foi intercetado e detido com 1,2 quilos de cocaína envolta nos tornozelos e pernas. O homem vai ser presente a tribunal, esta quarta-feira, para primeiro interrogatório judicial. JN

ALGUNS PERCUSOS E VERDADES SOBRE ROBERTO FERREIRA CACHEU


FONTE

Ilegal


 
O Povo da Guiné-Bissau tem assistido a uma teimosa corrente de intervenções a querer incutir na nossa mentalidade que o Presidente de Transição, Serifo Nhamadjo está no cargo pela Via Constitucional.
 
Ora bem, os observadores mais atentos deverão estar de acordo com as duas reflexões antagónicas que vou desenvolver a seguir:
 
Antes porém, vou transcrever o que o Art. 71º da nossa Constituição de República recomenda:

1 - Em caso de ausência para o estrangeiro ou impedimento temporário, o Presidente da República será substituído interinamente pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular.
 
2 - Em caso de morte ou impedimento definitivo do Presidente da República, assumirá as funções o Presidente da Assembleia Nacional Popular ou, no impedimento deste, o seu substituto até tomada de posse do novo Presidente eleito.
 
3 - O novo Presidente será eleito no prazo de 60 dias.
 
4 - O Presidente da República Interino não pode, em caso algum, exercer as atribuições previstas nas alíneas g), i), m), n), o), s), v) e x) do artigo 68° e ainda nas alíneas a), b) e c) do nº 1 do artigo 69° da Constituição.
 
5 - A competência prevista na alínea J) do artigo 68° só poderá ser exercida pelo Presidente da República interino para cumprimento no nº 3 do presente artigo.
 
AS REFLEXÕES:
 
i) DO PONTO DE VISTA DE GOLPE DE ESTADO
Apesar do Acto (Golpe de Estado) tratar-se de um Crime Público e mesmo que quisermos considerar como facto consumado e tivermos a procura de uma solução constitucional para o problema, jamais o Serifo Nhamadjo deveria ser nomeado Presidente da República, pois na altura do Golpe de Estado quem exercia o cargo de Presidente da Assembleia era o SORI DJALÔ.
N.B.: SERIFO substituiu RAIMUNDO na Presidência da ANP e SORI substituiu SERIFO no mesmo cargo porque estava impedido de exercê-lo pelo facto de se apresentar como Candidato as Eleições Presidenciais.
 
ii) DO PONTO DE VISTA CONSTITUCIONAL
Em nenhum instante a nossa Constituição da República prevê na presidência da república a figura de PRESIDENTE DE TRANSIÇÃO.
Apenas são considerados DOIS PRESIDENTES (o ELEITO e o INTERINO).
 
Ora bem, sendo o SERIFO NHAMADJO Presidente de Transição, jamais a sua nomeação poderia ser sustentada pela Substância Constitucional, porque o espírito do Artigo 71º contempla apenas a Substituição INTERINA e nunca uma Situação TRANSITÓRIA, como forma de desencorajar qualquer tipo de tentativa de Golpes.
Pode e foi nomeado Presidente de Transição, como poderia ter sido EU ou qualquer outro Cidadão, mas que não venham inventar arranjos constitucionais proibidos pela lei, até porque os poderes que lhe é atribuído são peremptoriamente vetados pelo mesmo Artigo que invocam.
 
CONCLUSÃO

SERIFO NHAMADJO não está no Cargo pela inerência de função conforme tem badalado, está lá sim, mas como resultado de um ACTO GOLPISTA.
 
Por: RP

Guiné-Bissau no coração: Debate-se no domingo, em Lisboa


A comunidade guineense em Portugal promove no domingo, em Lisboa, um encontro para debater a situação na Guiné-Bissau após o golpe militar de 12 de Abril, iniciativa que, segundo a organização, contará com a presença dos governantes depostos, anunciou a Lusa.    

No encontro, que se realiza na Aula Magna, participam ainda elementos da Frenagolpe (coligação de partidos e organizações sociais que contestam o golpe de Estado), disse à agência Lusa José Alage Baldé, coordenador do recém-criado Fórum da Diáspora para o Diálogo e Desenvolvimento da Guiné-Bissau.  

"O nosso objectivo é congregar toda a comunidade na diáspora para, através do diálogo, sermos interlocutores na resolução dos diferentes e sucessivos problemas que vão assolando a nossa terra. Como elementos da Frenagolpe estão em Portugal, resolvemos promover um encontro com a comunidade guineense para falarmos com eles", explicou José Baldé.    

Considerando que por "estarem no terreno", os elementos da Frenagolpe são os "interlocutores por excelência" para responder às perguntas da comunidade, José Baldé defendeu a oportunidade da realização deste encontro, para o qual foram convidados elementos das comunidades guineenses de França, Espanha,Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Inglaterra e Cabo Verde.    

"Temos ideias comuns e queremos paz e democracia para a Guiné-Bissau, por isso o nosso objectivo fundamental é, através do diálogo, conseguir a paz para a Guiné-Bissau", sublinhou. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indica no seu relatório estatístico de 2010 que no país residem legalmente 19.817 cidadãos guineenses, mas fontes da comunidade estimam que vivam em Portugal entre 35 mil a 40 mil guineenses. LUSA

Carlos Gomes Jr., e Durão Barroso: Encontro em Lisboa


O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, reúne-se hoje em Lisboa com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse à agência Lusa o político guineense. Carlos Gomes Júnior, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), encontra-se desde domingo na Cidade da Praia, nada adiantou sobre o local, hora e conteúdo do encontro.

O dirigente guineense, participou na Cidade da Praia na reunião do Comité África da Internacional Socialista (IS), na qualidade de presidente do PAIGC. Carlos Gomes Júnior foi afastado do poder no golpe de Estado de 12 de abril, a meio do processo eleitoral das presidenciais, tendo sido o candidato mais votado na primeira volta. LUSA

terça-feira, 31 de julho de 2012

Filhos em tronos de ouro


 
Os filhos dos chefes estão sentados sobre tronos de ouro. François Mitterand dera o exemplo nomeando o seu filho Jean-Christophe como conselheiro no Elysée. Hoje, raros são os filhos de um chefe de estado africano que não aproveita do seu estatuto do seu pai para beneficiar de uma situação de ganhos ou de trampolim presidencial. Frequentemente chamados a exercer funções oficiais no coração do palacio, eles acumulam esses postos com negocios florescentes e altamente rentaveis, o tempo de um mandato de muitos anos, senão de toda uma vida. Inquérito.

Nepotismo Oeste Africano. Mesmo se ele vem de começar a travessia do deserto apos o falhanço da tentativa de conquista pelo seu pai Abdoulaye Wade, do terceiro mandato presidencial em março no Senegal, Karim Wade pôs, estes ultimos anos, a sua função de «super ministro» à proveito para ganhar influências. Ele ambiciona neste momento a liderança do Partido Democratico Senegales (PDS) na perspectiva das presidenciais de 2017. Por sua parte, o filho unico de Alpha Condé saboreia os frutos açucarados do poder depois da instalação de seu pai na Sékoutoureya no ano de 2010.

Apelidado de « Condé Junior », Alpha Mohamed Condé, pouco conhecido dos conakry-guineenses, viu-se nomeado em meados de abril conselheiro na presidência da republica. Uma função que ele acumula com os seus negocios. Proximo dos meios economicos sul africanos, ele recrutou Waymark para a preparação das proximas eleições legislativas. Uma operação muito criticada localmente. Raros são os dominios onde o filhinho do papa, que gere também a agenda e os deslocamentos do seu pai, não tem um direito à palavra, incluindo o sector estratégico das minas.

Dinastia da Africa Central. Sob a influência de sua esposa Constancia, Teodoro Obianga Nguema selou a transição na Guiné Equatorial, designando nos finais de maio ultimo, seu filho Teodorin como segundo Vice Presidente, posto nunca previsto pela constituição. O estatuto acordado pelo «émir » de Malabo a este seu filho imprevisivel explica-se pela sua capacidade de manter o pais sob a influência do «clan Mongomo».

No Congo Brazzaville, o filho mais novo de Denis Sasso Nguesso, Denis Christel, dito « Kiki », responsavel do trading no seio da SNPC, sai da casca para altos voos. Ele acaba de ganhar as legislativas de 15 de julho em Oyo, feudo familiar. Urna a aborratar : 100% dos votos expressos. A sua entrada na Assembleia nacional vai alimentar a sua ambiçéao de prosseguir os traços do seu pai ? Por seu lado, Idriss Deby Itno, inconsolavel apos a morte do herdeiro Brahim em 2007 em França, néao faz menos por Zacharia. A 9 de maio, este foi projectado director de gabinete civil adjunto da presidência, funçéoes que ocupava o seu defunto irmão.

Ele continua paralelamente a dirigir com punho de ferro «Toumai Air Tchad». No palacio de Ndjamena, o tenente-coronel, Nassour Idriss Deby é o chefe de estado maior particular adjunto do seu pai, Daoussa Idriss Deby ocupa-se dos projectos presidenciais, sendo que Adam Idriss Deby gere a intendência do palacio. Quanto a sua irmã Amira Idriss Deby, ela é encarregue do economato e aprovisionamento. Na Republica Centro-Africana, Jean-Françis Bozizé, ministro delegado da presidência encarregado da defesa, prepara-se para enfiar as botas de chefe de estado, porquanto a o coronel Sylvian Ndoutingai, sobrinho de François Bozizé, conhece a amargura da disgraça.

Os filhos nos negocios. Normalmente menos versados aos mitos do poder, certos filhos aproveitam no entanto do estatuto paternal para fazerem fructificar os seus negocios. Em Luanda, Isabel dos Santos, filha unica de Eduardo dos Santos fruto do primeiro casamento com a Azérie Tatiana Kukanova, multiplica as suas tomadas de participações em empresas do sector diamantifero, bancario e das telecomunicações (Unitel, Mstar SA, Banco Internacional de Crédito...) E, não somente em Angola ! Em Brazzaville, Claudia Sasso Ngueso, vulgo «Coco» responsavel da comunicação de seu pai, acaba de ser eleita deputada. Outra filha de Sassou, Ninelle Nguesso, esposa do presidente da camara de Brazzaville Hugues Ngouélondélé, esta à cabeça da sociedade de eventos. Patroa de CSN, Cendrine continua a «Sra Turista e Restauração » do palacio de Brazzaville. Outra filha de choque, Julien Johnson, vulgo « Joujou », dirige a sua empresa de aluguer de aviões onde o unico cliente... é a presidência congolaise!

(Fonte : a Lettre du Continent)

A ONU alerta...



O tráfico de droga na Guiné-Bissau aumentou depois do golpe de Estado de Abril, sendo o país uma das principais plataformas para a entrada de drogas na Europa, alertou nesta terça-feira o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Numa resolução, este órgão com sede em Nova Iorque (EUA) exigiu que a ordem constitucional seja reposta. “Os membros do Conselho de Segurança condenam a interferência contínua dos militares na política e expressam a sua preocupação com os relatórios sobre o aumento do tráfico de droga desde o golpe de 12 de Abril”. Nesse dia, véspera do início da campanha para a segunda volta das presidenciais, os militares atacaram com morteiros e granadas a residência do primeiro-ministro em fim de mandato, Carlos Gomes Júnior, e prenderam o Presidente interino, Raimundo Pereira. Uma junta militar assumiu o poder.

O CS anunciou que poderá marcar uma cimeira internacional para discutir formas de fazer regressar a democracia ao país onde aumentaram as actividades dos cartéis de droga da América Latina, havendo fortes suspeitas de que há altas patentes militares guineenses envolvidas no negócio de fazer chegar a droga, sobretudo cocaína, à Europa. Em 2010, os Estados Unidos tinham acusado alguns militares, entre eles o antigo contra-almirante que chefiava a Marinha, José Américo Bubbo Na Tchuto, de tráfico de droga.

Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa reúne-se com a comunidade


embaixada encontro

N’KOSAZANA DLAMINI ZUMA: uma abordagem pragmatica da Unidade Africana


Os Africanos definitivamente não se enganaram ao designarem no dia 15 de julho 2012 a candidata Sul Africana, N’Kosazana Dlamini Zuma, à testa da Comissão da União Africana. Efectivamente, fiando-se na nova visão que a antiga esposa do Presidente Jacob Zuma expôs este fim de semana, pode-se dizer que ela tem uma abordagem que pode efectivamente conduzir a uma verdadeira unidade, à qual procura a UA ja la vão mais de meio seculo.

Segundo ela, a coesão do continente africano não se fara somente na base de discursos bonitos e voluntaristas. Ela propõem, uma abordagem que tem o mérito de ser realista e concrecta que, pode de passagem, ajudar na luta contra o fenomeno da pobreza que não é um factor a menosprezar na blocagem do processo de unificação do continente. Pragmatica, a antiga ministra sul-africana dos negocios estrangeiros mete o assento tônico das suas prioridades sobre as infraestructuras, a promoção da paz e a harmonização das legislações. Segundo ela, é mesmo paradoxal de almejar a Unidade Africana, quando praticamente, é impossivel de passar de um pais africano à outro através de uma estrada rodoviaria.

A verdade é que, mesmo ensinando às suas diplomacias respectivas o objectivo da Unidade Africana, os lideres do continente são na verdade estricta e enraizadamente nacionalistas.

Aquando dos grandes rencontros onde se reunem para falar dos desafios e objectivos do continente africano, as crises inter-estados, os egoismos desmedidos e os humores incontrolaveis dos diferentes chefes de estado africanos, invariavelmente têm impedido de debater projectos verdadeiramente integradores para o continente. Muitas vezes, senão sempre, põem de lado os temas mais interessantes e sedutoras, para abordar problemas ditos de « urgência ». A propôsito, gostam de dizer, em jeito de desculpa que, o problema principal foi «ultrapassado» ou que, tal ou qualquer outra crise «se impôs». Entretanto, o NEPAD pode ir dormindo nas prateleiras do esquecimento!

Porém, a verdade é que, aqueles que até agora se sucederam à frente da UA, até podem ter desejado ardentemente a possibilidade da promoção de um desenvolvimento integrador como meio de lutar contra as diferentes crises que desperdiçam tantas energias e recursos, mas eles nunca chegaram ao ponto de materializar esse sonho! Visivelmente, a situação pode mudar com ela que ainda é ministra do interior no seu pais.

Dlamini–Zuma diz querer se apoiar sobre a realização de infraestruturas nomeadamente rodoviarias para conectar os paises africanos, uns com os outros. As infraestructuras rodoviarias, não são mais do que indicadores, porquanto não podemos imaginar os resultados que estes poderão ter, se a mesma abordagem fôr aplicada no que concerne à energia e as telecomunicações, entre outras. No fim de contas, nos poderemos emerger, alcançando uma economia africana integrada e que forçara os africanos, por razões intrinsecas aos seus interesses, a se aproximarem e a se abraçarem.

A nova Presidente da Comissão da UA conta muito para além dessas variantes com um outro elemento da sua visão que é a harmonização das legislações. Ela quer, que as especificidades juridicas não sejam mais um elemento de entrave à Unidade Africana. Uma ideia que, a ser concrectizada faria a felicidade de enumeros homens de negocios africanos e outros, cujas pretensões expansionistas de negocios se esbarram infelizmente nas multiplicidades de codigos juridicos que se encontralm dispersos pelo continente africano.

No que concerne ao terceiro pilar da sua abordagem, a saber a promoção da paz, pode-se dizer que ele podera ser largamente coberta pelos dois primeiros. Parece que, mais uma vez, deve-se ter em conta que, a maior parte dos conflitos registados em Africa, têm uma origem socio-economica devido à pobreza e a precariedade reinante.

Pivi Bilivogui para GuineeConakry.info
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