segunda-feira, 18 de junho de 2012
Missang vs Nigéria + Senegal
"Caro Aly,
Nao sou a favor do carlos gomes jr ( cadogo) ou outro partido, mais sim a favor da legalidade se bem que nao sou nenhum jurista, mas nos ca o povo e quem mais ordena ou deveria ser.
O que se passa no nosso pais e triste, os que deveriam estar no campo a lavrar entraram na cidade e ocuparam os oficios publicos, continuam a ferir um povo que nunca gozou propriamente das suas liberdades. Mas deviam lembrar tudo tem inicio e fim, se nao vejamos onde estao os maiores ditadores e criminosos do seculo? Uns morreram outros no T.P.I, mais os nossos nao irao fuzir a regra, ca se faz ca se paga.
Feito a introducao a cima agora vou ao titulo inicial, na minha opiniaol se os cargos publicos fossem ocupados livremente pelos nossos quadros competentes, a nossa guine nao seria usada pelos interesses sub regionais e economicos.
O que actualmente se passa e pura e simplesmente o jogo duplo do senegal e da nigeria, o primeiro nao lhe interessa a construcao do porto de aguas profundas de Buba, que lhe retiraria os ganhos economicos que recebe a favor do Mali como se sabe os desenbarques dos contemtores do Mali sao feitos atravez do senegal, por outro lado a Nigeria nao via com bons olhos a presenca dos militares do grande africano ou com um potencial de ser grande africano (Angola).
com tudo acima mensionado agora faco perguntas:
Qual e a coperacao sul/sul que investe 500.000.000 usd num pais coturbado?
Quem dava comida as nossas FA?
Quem abriu linha de creditos para o nosso pais?
Quem comecou a remodelar as casernas das nossas FA?
Quanto custou o material belico que regressou a Angola? que depois da formacao ficaria para as nossas FA.
Como guineense espero que a organizacao onde esta enserida a guine bissau faca o melhor.
obrigado, abri udju (abra os olhos)
Baldé M."
domingo, 17 de junho de 2012
Um antes e outro depois
"Caro Aly Silva:
Antes de mais, os meus agradecimentos pelas informações que nos vai fornecendo acerca do que se vai passando e dizendo a respeito da "nossa" Guiné-Bissau.
Mas, depois do que se tem passado ao longo destes quase quarenta anos após a proclamação da independência (que, na prática, nunca existiu) e até analisando o que se sabe que já acontecia antes, gostava de lhe sugerir - e perdoe se com isto o ofendo no seu orgulho patriótico - que, com os seus conterrâneos mais esclarecidos, mas não “partidarizados”, se deixassem de complexos e, depois de um debate participado, pedissem humildemente à CPLP que, de maneira concertada e aceite, organizasse, empossasse e supervisionasse um governo (temporário) que nesse País iniciasse uma limpeza que tinha de começar pela extinção de um exército de generais analfabetos, gananciosos, corruptos e narcotraficantes e abrisse caminho para um futuro, esse sim, de independência harmoniosa dos vários povos dessa terra, depois de lhes ter acudido nas presentes necessidades e lhes ter proporcionado educação para o esclarecimento.
Porque:
- Afinal, de quem tem sido a culpa de tantas mortes e má governação?
- Não tem sido o PAIGC, o partido maioritário, que tem estado no governo quase todo o tempo?
- Para que tem servido, para além de se ter ido auto-decapitando?
- E o povo?
Pois é, como tinha avisado o falecido Samora Machel, foram-se matando uns aos outros e poucos restarão. Mas o pior é que as imitações têm sido piores que os originais, para desgraça da vossa gente. E, passado este tempo todo e das circunstâncias em que decorreu, vêem estes barrigudos (até nisso são maus militares) dizer que o colonizador - que, afinal, não colonizou nada - está com apetite de voltar. Perdoai-lhes Senhor!...
E perguntem ao povo, depois de o esclarecer, de quem tem mais razão de queixa. Porque o que se tem visto é que os adversários do meu tempo aí, que nos combatiam, têm vindo cá pedir asilo. E alguns, depois do que tinham prometido, talvez nem merecessem a compaixão manifestada.
Convivi com muitos valentes Homens guineenses que diziam abertamente na messe de oficiais e sargentos no Batalhão de Comandos, em Brá, que, se o PAIGC não fosse dominado por cabo-verdeanos, combateriam contra nós. E depois o senhor Luís Cabral – ao contrário do que havia prometido – permitiu que o Conselho de Estado os mandasse fuzilar, por terem colaborado com o opressor, que depois lhe deu guarida a ele.
Afinal, eles lá saberiam com quem lidavam. Este passou cá uma velhice sossegada e alguns deles só cá têm familiares saudosos ou os nomes no monumento aos mortos em Belém. Talvez tivessem servido para ajudar a fazer um verdadeiro exército, já que tinham alguma formação e muita disciplina e não um bando de assassinos, que nem a língua oficial do País sabem falar e só dominam, isso sim, a linguagem das armas. E depois arranjam um espantalho para presidente que, como nos diz hoje no blogue, os deixa presidir ao conselho de ministros e lhe exige um milhão. Só visto…
Bom, vai longa a minha dissertação que não valerá o tempo que vai perder a lê-la. Espero, uma vez mais, não o ter ofendido. Dê-lhe o destino adequado à importância que lhe atribuir e receba os mais calorosos cumprimentos pelo seu trabalho em prol do seu País.
Obrigado!
Ramiro J."
Angola - Antes de a criticar, é preciso compreendê-la
"Prezado Aly,
Sou caboverdeana, vivo em Angola país que amo e que me deu a chance de crescer como pessoa e como mulher de negócios. Leio freqüentemente o seu blog que considero ser uma lufada de ar fresco num cenário kakfiano em que a GB se tornou.
À distância, pelo que capto nos media, sinto que o seu país que se perdeu acima de tudo por não ter encontrado um líder (porque não uma líder) capaz de levar o barco a bom porto. Acho que a Guiné tem gente tão capaz (muitos amigos meus) e intelectuais como você que gostam de GGMarques, de Tolstoi (visitei a Casa-Museu em Moscovo) que todos juntos qual Fénix a faríam renascer das cinzas e exorcisar esses demónios que encrustaram-se na sua alma.
Acho que esse exercicío, passaría por uma catarse colectiva, algo como uma Comissão da Reconciliação e da Verdade como a África do Sul fez e agora o Brasil, num tributo para com as vitimas da ditadura está a levar a cabo. Como blogger e como representante de um grupo de pressão......não dá para sugerir? Tente ajudar o seu país a romper esse ciclo de dor, de tantas mortes inutéis e injustificadas, de tanta impunidade.
A vida política da nossa querida Guiné parece uma daquelas soap operas mexicanas, que aliviam o tédio de donas de casa que lêem pouco....hoje um apoia este, amanhã o porta voz aborrece-se com o cicrano....a criatura insurge-se contra o criador enfim ......e a procissão ainda ai no adro.....Rs......
Quanto a Angola, antes de a criticar, é preciso compreende-la, a sua grandeza, a sua generosidade, a sua vontade de protagonismo (e porque não, ela vai ultrapassar a Nigéria logo q o campo Pazflor do Bloco 17 resolva uns problemas operacionais e vai ser o maior produtor de petroleo de Africa) num contexto em que a geopolitica não ajuda (a sub região em que a GB se insere com a França os seus tentáculos sempre atentos). É preciso entender que com os recursos que ela tem, o seu crescimento ela não tem necessidade de fazer uma incursão na GB para tutelar ou locupletar-se de eventuais riquezas da Guiné. Do fundo do coração acho que as Forças Armadas teríam muito a ganhar com essa cooperação. Num mundo em crise , não é inteligente nem estratégico perder um aliado como Angola.
Continue com essa força e essa coragem a cumprir a sua missão de informar.
Abraço
Isabel"
Dia da Criança Africana: Mensagem do Presidente da República de Cabo Verde
Celebramos hoje, 16 de Junho, o dia da criança africana, ocasião simbólica importante para, em primeiro lugar, manifestar nosso afecto e respeito a todos os meninos e meninas que, de forma ímpar, expressam, em seus olhares e sorrisos, a força, a esperança e a confiança no futuro deste continente tão belo e diverso, e tão cheio de potencialidades e de desafios para as gerações presentes e vindouras.
A capacidade que existe nestes pequenos cidadãos de transformar o mundo e de fazê-lo muito mais gracioso e agradável à vida foi, aliás, de modo exemplar, retratada na música “Os meninos do Huambo”: eles “dividem a chuva miudinha pelo milho, multiplicam o vento pelo mar, soltam ao céu as estrelas já escritas, constelações que brilham sempre sem parar.”
A efeméride, no entanto, não se presta apenas ao regozijo. Só poderia fazê-lo se hoje em África todas as crianças tivessem preservado o seu direito a crescer num ambiente saudável, com protecção especial e todas as facilidades e oportunidades para se desenvolverem plenamente, com liberdade e dignidade, conforme os princípios da Declaração dos Direitos das Crianças. Infelizmente, tais princípios e os direitos das crianças consagrados em importantes documentos internacionais - como o direito à vida, à liberdade, a obrigações dos pais, da sociedade e do Estado em relação à sua protecção -, ainda estão longe de serem alcançados. Por este motivo, esta data tem se caracterizado, desde a sua fixação, como um acto igualmente político.
O 16 de Junho, além de enaltecer as crianças de toda a África deve favorecer um conjunto articulado de esforços que, oriundo de diversos actores sociais, sirva de alerta geral às sociedades e respectivas autoridades para a necessidade de se garantir às crianças um desenvolvimento com harmonia, nos aspectos físico, espiritual, psicológico, moral e social.
O 16 de Junho deste ano de 2012 se propõe a reafirmar, em especial, os direitos daquelas crianças que, dentre as demais, necessita de um olhar distinto – as crianças com deficiência. Estas, sabemo-lo, demandam condições que garantam sua dignidade, promovam sua autoconfiança e a sua participação activa na comunidade, conforme explicitamente estabelecido no artigo 13 da Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-estar das Crianças. Todos os Estados signatários deste documento devem, assim, tudo fazerem para assegurar às crianças com deficiência e a seus respectivos responsáveis a assistência necessária e apropriada à sua condição.
Cabo Verde é considerado o país da sub-região africana que mais respeita os direitos da criança. A nossa Constituição é clara em relação aos direitos das crianças e ao dever das famílias e do Estado em garanti-los e, brevemente, o país terá um Estatuto da Criança e do Adolescente. Tais instrumentos consubstanciam um quadro legal e político extremamente positivo. Todavia, há um longo caminho a percorrer para que tais direitos sejam totalmente efectivados.
Para a garantia dos direitos das nossas crianças serão necessárias políticas verdadeiramente capazes de combater os problemas de carácter social, com enfoque no combate à pobreza das famílias, com impacto directo nas crianças. Questões particulares carecem de atenção especial, como a gravidez indesejada que atinge cerca de 15% de adolescentes; o abandono escolar; o envolvimento de crianças e adolescentes com a violência e com as drogas; o abuso e as agressões sexuais contra as crianças, e, em especial, a condição diferente da criança portadora de deficiência.
Apraz-nos registar que um número crescente de organizações da sociedade civil tem-se dedicado à protecção e promoção dos direitos das crianças com deficiência e aproveitamos a oportunidade para expressar o nosso profundo reconhecimento por essa entrega solidária. Exortamos essas organizações, as entidades publicas com particulares responsabilidades na matéria e os cidadãos em geral a reforçarem a sua contribuição a esta causa, cabo-verdiana, africana e mundial, para que cada criança, com deficiência ou não, tenha, como dizia o poeta “ um sorriso na corp inter”.
Apelamos, em síntese, a um olhar solidário e a uma forte consciência dos deveres dos poderes públicos e da cidadania nesta matéria, num mundo onde as crianças são o presente e continuam, sim, a ser a nossa esperança no futuro.
Jorge Carlos Fonseca
Presidente da República
Bissau
“Venham daí esses ossos!”. Cruzamo-nos, por acaso, ia eu a atravessar a rua em direcção à fortaleza da Amura. Abraçamo-nos e depois afastou-se. «Olha só para ti, estás um homem!». Este meu amigo costumava parar no bar «Escondidinho» – que fica na esquina da escola «Marques Palmeirim». Chegava de sorriso aberto, ao final da tarde, depois de grandes caminhadas pelo dia e depois de noites que só ele sabia viver. «Já estou de abalada», dizia isso sem ressentimentos nem temor. Aliás, começou a dizer isto – contaram-me – ia nos quarenta. Durou mais vinte e um; depois, sossegadamente, cerrou as persianas feitas de colmo e foi embora.
E adorava falar de mulheres - «Na minha idade é que era, vocês hoje vão para a cama por tudo e por nada». E tinha razão. Estamos sempre a ir para a cama; de manhã, à tarde e à noite. Pela primeira vez ouvi-o falar da violência da terra, dos ardores do sexo e de gente que se maltratava por um corpo quente de mulher. De gente que ele viu matar por um desvio de águas ou pela aleivosia de um dito mal interpretado. O meu amigo não era de percorrer tabernas, não. O «Escondidinho» enchia-lhe todas as medidas. Bebia o seu tinto, conversava, rindo de riso breve, ouvindo histórias. Histórias como aquelas que ele próprio contava, bem entendido; e contava-as numa toada lenta e despedida de deselegâncias.
Porém, vivia sempre o seu tempo. Nesse encontro, dois anos antes da sua morte, lembramos muitas coisas. Contou-me que enviuvara há cinco anos. A mulher morreu na sala de operações, em pleno parto, por falha de electricidade. «Ninguém contava com aquilo, foi terrível». Fez-se um silêncio sepulcral. Não consegui olhá-lo olhos nos olhos. Senti-me enfraquecido e a desfalecer e culpado por não saber o que dizer para confortá-lo. «Pelo menos ainda temos o ‘Escondidinho’» - disse-lhe. E fomos entrando. Voltou a desabafar. «Os amigos morreram todos; o Ucha, o Fernandinho...O último foi o teu pai» – disse-me. O meu pai morrera nesse ano, mais precisamente.
Fiquei então a saber aquilo que anos a fio me apoquentava: ou seja, o que este meu amigo procurava no «Escondidinho»: Letrado, ele procurava apenas a ração de afecto, os gomos de ternura que, confirmou-mo um dia, só a sua pacata e recôndita aldeia lhe poderia realmente oferecer. Bebíamos, de vez por outra mais do que manda a lei do equilíbrio; e, sobretudo conversávamos muito. E nós ouvíamo-lo muitíssimo. Ele percebera que perdera o tom da época; que a sua época era outra e que sobre essa época outra escrevera tudo quanto tinha de escrever. Porém manteve-se interessado. Lia o que os outros escreviam.
Certa tarde – contou-me o senhor Zé do «Escondidinho» - decidiu que chegara a hora de regressar à sua aldeia. E eles iam lá, vê-lo e conversá-lo. «Bebíamos agora um pouco e devagar». O meu amigo, sábio e antigo, quedava-se agora no batente da porta, no silêncio da tarde, no silêncio de todas as tardes. «Já nem havia palavra, aliás», sussurrou-me o senhor Zé. Depois, confidenciou-me, «ergueu-se e, pausadamente, atravessou os umbrais da eternidade».
António Aly Silva
Jornalista
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Sob pressão
O presidente de Cabo Verde manteve hoje (sexta-feira) a pressão sobre o regresso à normalidade democrática na Guiné-Bissau e manifestou-se favorável à adesão da Guiné - Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Jorge Carlos Fonseca, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia, salientou que os encontros oficiais que manteve com as autoridades portuguesas em Lisboa, durante a visita de Estado de segunda e terça-feira, reforçaram a ideia defendida por Cabo Verde na busca de uma solução que passe sobretudo pelas Nações Unidas.
"A solução tem de passar pelo respeito pela ordem constitucional. É evidente que a segunda volta das eleições presidenciais não é exequível já. Tem de haver soluções realistas e pragmáticas, que passem pelo Conselho de Segurança da ONU e que vinculem a União Africana (UA) e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", frisou. Ao salientar que a situação na Guiné-Bissau, afectada por um golpe de Estado a 12 de Abril e cujo Comando Militar se mantém no poder, "continua a ser muito plástica", Jorge Carlos Fonseca referiu que a posição portuguesa, "no essencial", não difere da de Cabo Verde.
O presidente cabo-verdiano salientou que as posições dos dois países saíram reforçadas depois de encontros com o presidente, Primeiro-ministro e outras personalidades políticas de Portugal, bem como na reunião que manteve em Lisboa com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, cujo teor não adiantou. Sobre a eventual adesão da Guiné Equatorial à CPLP, Jorge Calos Fonseca indicou que a cimeira de Maputo, em Julho próximo, irá analisar o "roteiro de requisitos" que as autoridades de Malabo acederam em cumprir há dois anos e que, mediante a análise, se decidirá pela entrada ou por conceder "mais tempo".
"Obviamente que a Guiné - Equatorial não é uma democracia perfeita. Vamos aguardar pelo relatório", disse, admitindo que, por causa do petróleo, a adesão do país centro -africano "é apetecível" para os interesses económicos dos "oito". A 20 de Fevereiro, o Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que a posição oficial da Cidade da Praia passa por apoiar a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, mas desde que Malabo cumpra os pressupostos estatutários da organização, definidos na cimeira de Luanda. O presidente da Guiné - Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, está no poder desde 1979. AngolaPress
LUTA NOSSA DE CADA DIA
“Há 10 anos nós éramos fulas, manjacos, mandingas, balantas, pepéis e outros... Somos agora uma nação de guineenses, unidade dos cabo-verdianos, unidade entre a Guiné e Cabo Verde, unidade dos nacionalistas das colônias portuguesas, unidade dos povos africanos, unidade das forças anti-imperialistas, tudo isso para melhor lutar contra o inimigo comum, o colonialismo, a dominação imperialista e contra as próprias fraquezas. Unidade e luta significa que para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também é preciso lutar. E isso significa que, mesmo entre nós, lutamos”
Amílcar Cabral
A tentativa de construção de uma Pátria tribalizada almejada por alguns guineenses que não pensam uma Guiné-Bissau Plural, respeitando a sua diversidade étnica e religiosa vai na contramão de sonho de Amílcar Cabral e de outros heróis que lutaram pela nossa Independência. Amílcar Cabral, ao proferir a frase acima em Havana, na década de 70 do século passado dirigia um chamado a todos (as) nós, Papel, Balanta, Felupe, Nalu, etc, que urgia pensar e construir uma NAÇÃO de todos (as) os (as) GUINEENSES e que a construção de uma Nação exige sacrifício e luta.
Dito de outra forma, Building Nation, é um processo de abnegação da minha identidade étnica para que o sentimento de nação, ou melhor, de patriotismo possa se manifestar, aceitando o outro, o meu irmão com as suas diferenças culturais, linguísticas, PA NÓ PUDI CUMÉ TUDU NA UM CABASS. Infelizmente, nossa pátria a(r)mada tem sofrido desde a proclamação da sua independência, 1973, uma triste tentativa de tribalização de acontecimentos, que muitos deles em nada dignificam uma Pátria Unida que todos nós almejamos.
Neste texto “anárquico”, quero deixar bem claro que a Guiné-Bissau não é um País que vive de conflitos tribais, nem tão pouco religiosos, portanto não vamos tentar dividir o País em mais de vinte e cinco pedaços (creio que este é número aproximado de etnias da Guiné-Bissau). Os conflitos vividos na Guiné-Bissau, sejam eles armados ou simbólicos são de viés políticos e não tribais, da forma que alguns têm tentado sustentar.
Apesar de eu ser definitivamente contra golpes, contra a tomada de poder por vias não democráticas isto não significa que tenho que dizer que algum grupo étnico é pior que o meu, ou que o meu grupo étnico é melhor que do meu vizinho. Antes de atirarmos as pedras olhemos primeiro para o lado. Quem sabe atingimos um amigo, uma namorada ou um namorado que nada tem a ver com as atitudes do seu patrício.
Conterrâneos, parece-me que a nossa querida África está a servir hoje de palco de teatro da III Guerra Mundial, que se configura em lutas de interesses políticos e econômicos das antigas metrópoles e outras potências que estão a surgir. Cabe a nós, principalmente que tivemos a oportunidade de possuir formações acadêmicas abraçarmos a nossa terra e reverter as relações de ontem e de hoje.
Os nossos irmãos que ainda em naufrágios no mediterrâneo tentando alcançar o Velho Continente não merecem o tamanho sacrifício e nem a África essa humilhação. Não podemos continuar a ser periferias e nem tão pouco quintal de quem quer que seja. Olhemos com nossos próprios, pensemos com a nossa própria cabeça e andemos com as nossas próprias pernas. Tudo se faz com a Justiça, Reconciliação e acima de tudo uma limpeza nas Instâncias Superiores do Estado. Nós não podemos continuar a ser reféns daqueles que deveriam servir ao Estado, mas que passam a servir os interesses dos inimigos do nosso POVO.
João Paulo Pinto Có
Graduado em História e Mestre em Antropologia Social.
ATENÇÃO
Contactado o Hospital Simão Mendes, garantem que "nada têm a ver com o mais recente pedido de ajuda", embora "não descartem qualquer tipo de apoio".
Assim, quem quiser ajudar o HNSM, contacte primeiro estas pessoas:
- Fodé Sanha - (+245) 6611995
- Johannes Mooij - (+245) 6849609
Muito obrigados. AAS
Desejado Lima da Costa 'convidado' a retomar funções
O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, foi 'convidado' pelo chefe de Estado de transição, Serifo Nhamadjo, a retomar as suas funções. Lima da Costa, que falava a imprensa a saída de uma audiência com Serifo Nhamadjo, disse ter sido convidado a retomar as funções, depois de ter sido impedido de o fazer por soldados na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril. "A CNE está a trabalhar a meio gás porque não tem presidente, não tem interlocutor, eu disse isso ao Presidente, aliás foi essa a preocupação do Presidente da República, arranjar um interlocutor que possa iniciar o diálogo com a comunidade internacional com vista aos próximos actos eleitorais", disse Lima da Costa.
"É preciso preparar a CNE, criar as condições operacionais para este período transitório a que se seguirá as eleições para o retorno à normalidade constitucional", acrescentou o presidente da CNE. Desejado Lima da Costa disse estar "em plena liberdade" pelo que vai retomar as suas funções na CNE, onde foi impedido de entrar recentemente por soldados e polícias, sem quaisquer justificações.
Lima da Costa era um dos dirigentes guineenses que se encontravam refugiados na sede da União Europeia em Bissau desde o dia do golpe, de onde saíram volvidos quase 40 dias.
Questionado sobre se é possível realizar a segunda volta das eleições presidenciais, interrompida com o golpe de Estado, o presidente da CNE disse que essa pergunta deve ser respondida pelos políticos.
PAIGC acusa presidente em exercício da ANP de ser uma "força de bloqueio"
Angola Press
PAIGC acusa presidente em exercício do Parlamento de bloquear funcionamento
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, partido que estava no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado, acusou o presidente em exercício do Parlamento de estar a bloquear o normal funcionamento daquele órgão.
Em conferência de imprensa, Rui Diã de Sousa acusou Ibraima Sory Djalo de não pretender acatar as orientações saídas da reunião da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) na qual ficou decidida o agendamento da eleição de uma nova mesa para presidir aos trabalhos parlamentares. Segundo o líder do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, partido maioritário no Parlamento guineense) devem ser eleitos o novo presidente e o novo vice-presidente do órgão, diligências que Sory Djalo recusa que tenham lugar.
"Esta situação é prova inequívoca de falta de vontade política, por parte do actual presidente da mesa (da ANP), na condução do processo de retorno à ordem constitucional no país tal como vem sendo exigido quer no plano nacional quer no plano internacional", referiu Rui Diã de Sousa. A comissão permanente do parlamento guineense esteve reunida esta semana para deliberar sobre a data da próxima sessão plenária do órgão, tendo sido marcada a data de 29 deste mês para o início da sessão, mas não alcançou um consenso sobre os pontos que devem ser debatidos.
"Para o grupo parlamentar do PAIGC, o verdadeiro factor de bloqueio é o actual presidente da mesa da ANP, prova disso foi o impasse registado durante dois dias consecutivos de trabalho da comissão permanente na fixação da ordem do dia para a quarta reunião do presente ano legislativo", destacou ainda Diã de Sousa. Não foi possível à Lusa obter a reacção de Ibraima Sory Djalo, já que este se prepara para viajar hoje (quinta-feira) para o Brasil, onde vai participar numa reunião de parlamentares sobre questões ligadas ao ambiente.
Com o golpe de Estado de 12 de Abril, Raimundo Pereira, que era presidente interino do país, foi substituído na chefia do Estado por Serifo Nhamadjo, um dos vice-presidentes do Parlamento e este, por sua vez, foi substituído no hemiciclo por Ibraima Sory Djalo, também outro vice-presidente (eleito pelo PRS, maior partido da oposição). De acordo com o PAIGC, o regimento do Parlamento diz que a substituição na chefia do Estado é automática o que já não acontece no hemiciclo, onde a lei manda que se faça uma nova eleição da mesa da presidência. AngolaPress
Hospital Simão Mendes URGENTE AJUDA HUMANITÁRIA
Queridos amigos
Peço que divulguem com urgência o seguinte mail, se assim o entenderem.
O Hospital Simão Mendes, em Bissau, Guiné-Bissau está neste momento em apuros com falta de medicação devido ao golpe de estado ocorrido em 12 de abril.
Há doentes cardíacos, considerados mais urgentes, que estão a falecer ou em risco de isso acontecer, por falta de medicação, estando a ser dada prioridade às crianças.
Ontem chegaram 2 crianças e 1 bebé a Portugal, pela ONG, Missão Saúde para a Humanidade, pela qual fui à Guiné-Bissau, e que neste momento estão hospitalizadas no Porto para serem operadas.
O médico do Hospital Simão Mendes que as acompanhou na viagem devido ao seu estado, regressa a Bissau na próxima 3a feira e no próximo sábado, 16 de Junho, de tarde estarei em reunião com ele no Porto.
Hoje telefonaram da Guiné-Bissau solicitando o máximo possível de VARFINE comprimidos e ATARAX em xarope. Lá pura e simplesmente não há.
Falei com o diretor do hospital que me disse que a quantidade de fitinhas ( CoaguChek XS test trips da Roche) que se colocam na máquina depois de picar o dedo para nivelar dosagem de VARFINE (não são as dos diabéticos), existentes neste momento para todo o hospital é 22 fitinhas. Cada caixa destas fitinhas custa mais de 100 €.
Enfim, não vou estender mais porque a quem toca, toca e todos vós já me conhecem bem, há muitos.
ESTE MAIL SERVE PARA SOLICITAR AJUDA A QUEM QUEIRA E POSSA ATÉ AO PRÓXIMO DOMINGO, CONTRUBUIR PARA QUE SE COMPRE O POSSÍVEL E O DR FERNANDO ASSEIEMO POSSA LEVAR NA 3ª PARA BISSAU, AJUDANDO ASSIM OS NOSSOS IRMÃOS NECESSITADOS.
SE PRETENDEREM PODEM CONTRIBUIR, ADQUIRINDO OS MEDICAMENTOS,
Recebam um enorme AGRADECIMENTO do fundo do meu coração e o desejo de que nunca nenhum de nós se possa encontrar nesta situação.
Podem contactar-me se pretenderem fazer de outro modo, transferência bancária com descrição AJUDA GUINÉ para meu NIB: 003501230006307430071 da CGD, outra modalidade que entendam, encontrarem-se comigo, etc, o que vos vier à cabeça.
(se o fizerem por transferência bancária por favor enviem-me mail avisando o montante ou cópia da transferência)
Tel: 965122190 begin_of_the_skype_highlighting 965122190 end_of_the_skype_highlighting begin_of_the_skype_highlighting 965122190 end_of_the_skype_highlighting
NAMASTÊ
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