sexta-feira, 13 de maio de 2016
Situação na Guiné-Bissau preocupa Portugal
Portugal acompanha com preocupação a situação na Guiné-Bissau, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) em comunicado divulgado esta quinta-feira.
“O Governo Português tem seguido com preocupação, e em estreita articulação com os seus parceiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, da União Europeia, das Nações Unidas, e também em concertação com a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, o agravamento da situação de crise institucional na Guiné-Bissau e lamenta que, pela segunda vez no espaço de menos de um ano, não tenha sido possível ao Governo levar a cabo o seu mandato”, refere a nota.
“Portugal mantém-se solidário com o povo guineense, sublinhando a necessidade imperiosa de ser restabelecido o diálogo entre os diferentes actores políticos, num espírito de compromisso e vontade empenhada, e dentro dos princípios em relação aos quais ninguém pode transigir”, prossegue o comunicado. O Palácio das Necessidades refere-se, explicitamente, à defesa da paz e segurança, ao respeito pela ordem constitucional e pelo Estado de Direito, e ao desenvolvimento do país e o bem-estar dos guineenses.
Pelo que o MNE refere ser urgente “consolidar os progressos conseguidos após as eleições de 2014, que geraram fortes expectativas em todos os sectores da sociedade guineense e na comunidade internacional, e ultrapassar o presente clima de desconfiança e incerteza, que veio pôr em risco as perspectivas de desenvolvimento que se abriam para o país”.
PROJECTOS DE COOPERAÇÃO EM RISCO
A ausência de estabilidade política "suscita dúvidas sobre a exequibilidade dos projectos de cooperação com a Guiné-Bissau, bem como a prossecução das reformas do país há muito identificadas como necessárias pela comunidade internacional". Na nota, o Governo de Lisboa afirma, ainda, esperar que a evolução política na Guiné-Bissau "não faça perigar a aplicação do Programa Estratégico de Cooperação".
A situação na Guiné-Bissau foi, aliás, um dos temas que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, debateu esta quinta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, num encontro e almoço na sede do MNE.
“Não só pelos seus aspectos especificamente relacionados com o país, como também no quadro mais geral da segurança da costa ocidental africana e no golfo da Guiné", precisou Santos Silva após o encontro.
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu esta quinta-feira o Governo liderado pelo veterano Carlos Correia, depois de ter defendido que esta é a única solução para a crise política no país. Lusa