quinta-feira, 9 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Um télélé de 400.000 Fcfa
...É isso mesmo que leram. Um director-geral de um organismo estatal, aproveitando-se da publicidade feita por uma empresa privada de telecomunicações ao seu organismo - portanto, um oportunista! - lá foi, em pessoa, reclamar o pagamento de 700.000 Fcfa (valor total dos 'spots').
Não conseguindo os seus intentos, desta vez preferiu telefonar: «A dívida pode ser paga em telemóvel?». Indignada, a empresa acedeu, convidando-o a ir escolher o aparelho. Engravatado, calça presa quase ao pescoço, serviu-se. Com ar de entendido (pensou ele). Toparam-no logo à primeira.
Novamente oportunista - como só os servidores deste projecto de Estado sabem ser, lá se decidiu por um télélé...um topo-de-gama à volta dos 400.000 Fcfa! Uma bagatela para ele, terá pensado. Mas é por causa de bagatelas como estas que temos uma greve geral nas mãos...
Ah, já me 'olvidava': o organismo estatal é a RÁDIO DIFUSÃO NACIONAL; e «ele» 'e o seu Director-geral dos gadgets.
Eu pergunto: Sr. Director-geral, será que esses 400.000 Fcfa pertencem-no, a si, ou ao organismo para o qual dá a cara?. Se os 400.000 Fcfa são seus, peço desculpa; se não...djanti bu bai torna telefone di POVO. AAS
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Obviamente, demitam-no!(*)
Num país minimamente decente, o Sr. Dr., Engº., Professor, Embaixador e prémio Nobel da fantochada, Francisco Fadul – o presidente do PADEC, um partido político nado-morto, não teria sido nomeado para presidente do Tribunal de Contas (TC). Mas isso seria num país decente. O que não é o caso. Fadul daria uma ajuda preciosa à sua biografia, e tranquilizaria o país se parasse de fazer os guineenses de bobos. É caricata a sua iniciativa de culpar tudo e todos; os seus discursos e entrevistas têm tanto de simplório como de patético.
Desorientado, lá vai a caminho de um campo minado, olhando para cima. E ainda bem.
Escapa-me, no entanto, o feito que levou Fadul à glória, a sua especialidade, a sua arte ou o seu, digamos, «distinguo». Pessoas que eu considero razoavelmente informadas, disseram-me que se tornou popular quando se fez passar por «intelectual» num golpe de Estado qualquer (é que já lhes perdi a conta...), dormindo numa sala da central eléctrica de Bissau e dando entrevistas a jornais estrangeiros fazendo figura de coitadinho.
Ora, sem menosprezo para tal tarefa, que certamente acarretará algumas dificuldades, não creio que fosse apenas isso a torná-lo no que é. Indaguei então se você teria feito alguma descoberta notável, conduzido uma guerrilha bem sucedida, apontado novos caminhos para lado nenhum, interpretado algo de sublime, criado uma obra inigualável, marcado o golo da vitória frente ao Senegal numa das edições da Taça Amílcar Cabral ou, pelo menos, escrito a letra «Baliera Disnortia» da orquestra Super Mama Djombo. Asseguram-me que nada disso você fez.
Creio, pois, que outras qualidades terá, além destas, e é delas que quero ter notícias, caso você se dê ao incómodo de contactar este seu admirador (embora não saiba por que admirá-lo). A democracia, sr. Presidente do PADEC e/ou do Tribunal de Contas, define-se pelas liberdades que assegura aos cidadãos e pelos limites que impões aos que exercem o poder de Estado. Se esses limites se tornarem imprecisos, torna-se precária a garantia de que esses poderes não serão usados por capricho pessoal contra os cidadãos. Ou contra o próprio Estado. Tal e qual como faz Fadul.
Num país com mais de 1 milhão e meio de pobres, esperava-se mais do «fiel da balança do Estado». É indizível a sensação de impotência e perplexidade que invade a imaginação dos guineenses diante do que deveria Francisco Fadul fazer – e não faz. A Economia de um Estado nunca se solidificará deixando os corruptos (e corruptores) de fora. É notório e incessante o ataque aos cofres públicos. O roubo indirecto ao Estado guineense tem de acabar para que possamos progredir.
PS – Sr. Dr., Engº., Professor, embaixador e prémio Nobel da fantochada: se, como diz, gosta mesmo do seu país, faça um favor à Guiné-Bissau e escolha: ou o PADEC ou o Tribunal de Contas. Os dois é que não!
(*) Escreva-me, Sr. Francisco Fadul: aaly_silva@hotmail.com
domingo, 5 de outubro de 2008
Ai, nós...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
A Questão Militar (*)
Mas por muitas razões que tenham, o lugar dos militares não é, em definitivo, nas ruas. Ser militar não é só uma «opção de vida»; é também a aceitação de um estatuto especial. Significa, assim, aceitar restrições de direitos, determinadas por lei aprovada pelo poder político democrático, e também uma estrutura de comando que, teoricamente, terá os mecanismos necessários para zelar por todos os seus interesses. Cabe aos militares, além disso, o papel de garante último da Constituição, não sendo, por isso, admissível que desrespeitem as leis da República.
Mais importante ainda: Ser militar significa também - tem forçosamente de significar – abdicar de qualquer tipo de demonstração de poder corporativo, porque nunca se poderá admitir que o poder de que os militares estão investidos, o das armas, possa de alguma maneira ser usado como ameaça contra a colectividade ou os seus representantes.
Como seria bom, além de prudente, que os vários Governos tivessem sido menos arrogantes na convicção das suas reformas. Não é cedendo onde não deve, mas sendo justo. Não é ter pressa, mas ter cuidado. Só assim se torna legítimo criticar e apontar o dedo aos militares...
Sr. Procurador-Geral da República,
Tenho ouvido, com bastante preocupação, as suas intervenções. Conferências de imprensa prenhes de frases feitas, um piscar de olho aqui, uma guerrinha ali. As suas competências em termos da Lei, senhor Procurador, são limitadas. E não lhe conferem, que eu saiba, o direito a falar sobre a «falta de pagamento de salários na Função Pública», bem como a fazer visitas a obras públicas em curso. Em suma: o senhor anda a disparar para o ar. Em política, há um nome para isto: show-off. E que mal lhe fica, senhor Procurador! De show-off está o comum do guineense farto! E ainda assim nem dá sequer para matar a fome. Queremos acção, senhor Procurador!
Porém, as suas competências obrigam-no, isso sim, a estar atento aos que mal fazem o País.
Devia preocupar-se em ouvir aquelas pessoas que nunca tiveram nada na vida (nem trabalhando que nem um condenado e ganhando como um rei), e hoje são reis e senhores deste país esventrado e condenado, exibindo fortunas em carros de alta cilindrada (a maior parte deles roubados na Europa). Devia estar atento à construção de casarões sumptuosos (embora com arquitecturas duvidosas...) que estão a nascer como cogumelos. Isso, sim, faz parte da competência de um Procurador-Geral da República.
Pelos vistos, não de si. Faça um favor ao País: Páre com o show-off e mostre trabalho. Mande chamar os bandidos, investigue, entregue ao Ministério Público para que se faça Justiça. Os guineenses ficar-lhe-iam eternamente gratos. Senhor Procurador: já lhe ocorreu que, um dia, possa ser acusado de ter sido conivente com tudo isto? O desfecho natural e inevitável será o impeachment por prevaricação – crime no qual uma autoridade incorre quando deixa de fazer o que a lei prevê – no caso em concreto, investigar.
António Aly Silva
(*) TEXTO PUBLICADO NO JORNAL «DIÁRIO DE BISSAU», EDIÇÃO de 01/10/2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Há coisas que não controlo
domingo, 28 de setembro de 2008
Irresponsabilidades aprovadas
E o que descobriram? Bom, os investigadores do Serviço Central para Repressão da Grande Delinquência Financeira (OCRGDF) realizaram um belo levantamento.
- Os N´Guesso também não escapam. Assim, descobriu-se que 16 membros desta família são os felizes proprietários de 111 contas bancárias em França.
Mas perante todas estas evidências, o Ministério Público da França (MP) desdramatiza: «Nada demonstra que o património venha de desvios de fundos públicos». O Tracfin (organismo anti-branqueamento de Bercy, sede do ministério francês das Finanças), escreveu ao MP a propósito dos dirigentes guineenses: «Os fluxos são susceptíveis de traduzir o branqueamento de algum desvio de fundos públicos».
Aliás, o próprio Senado americano acusa a família Bongo de beneficiar directamente de 8,5 por cento do orçamento do Gabão – que é de 69 milhões de euros anuais – mas sem que o «subsídio presidencial» figure nas contas do Estado.
SINTOMÁTICO: No mês passado, depois de uma audiência com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o congolês Sassou N’Guesso trovejava na presença dos jornalistas: «Todos os líderes do mundo têm castelos e palácios, sejam eles do Golfo, da Europa ou de África». Pela primeira vez, senhor N’Guesso, estamos de acordo.
CONCLUSÃO: É verdade que existe uma certa resistência, na Europa, em investigar os clãs africanos. Mas como a esperança e a sogra são as últimas a morrer, um dia, todo o património terá de ser restituído aos cidadãos. É que tudo isto é muito foleiro, pá! AAS
sábado, 27 de setembro de 2008
Para Lisboa...com pó!
Entretanto, outras autoridades que actuam no aeroporto guineense detiveram um outro indivíduo que tentava também levar para Lisboa uma quantidade de cocaína. O sujeito foi detido e os responsáveis pela detenção terão distribuido a droga entre si.
O homem, que inicialmente transportava as bolotas, está detido e aguarda julgamento, à semelhança dos agentes da Polícia Judiciária. Coisa nossas, só nossas, muito nossas... AAS
O 'Magalhães' já atracou em Bissau
Os Miseráveis, o livro de Victor Hugo.
Os Miseráveis, telenovela brasileira de 1958.
Os Miseráveis, telenovela brasileira de 1967.
Os Miseráveis, filme de 1935 com Charles Laughton.
Os Miseráveis, filme de 1982 com Lino Ventura.
Os Miseráveis, filme de Claude Lelouch (1995).
Os Miseráveis, filme de 1998 com Claire Danes.
Os Miseráveis, minissérie de 2000.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Vergonha
Mas nós é que temos sido, com algum orgulho, os profetas da nossa própria desgraça.
Comemoramos (que motivos temos nós para comemorar?) no dia 24 de Setembro, 35 anos de independência, e apresentamos agora ao mundo conquistas que nenhum guineense quer ver, e estatísticas vergonhosas à vista de todos:
- 7000 casos de cólera que mataram cerca de 200 pessoas (podemos ser pobres, mas que raio, não precisamos ser – também - porcos);
- Somos o País do mundo com mais analfabetos funcionais (por isso é que nada funciona neste País, e estamos assim e assim continuaremos);
- A traficar droga ou a dar cobertura aos narco-traficantes, não há ninguém melhor do que nós.
Em suma, ainda não aprendemos que um País é um País e é assim, País, que deveria ser. Não basta apregoar ao mundo que temos um país, é preciso também provar ao mundo que merecemos tê-lo, e conservá-lo. AAS
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
É só escolher, cambada!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Para grandes males, pequenos remédios...
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
PAIGC e a eterna teia de interesses
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Humor em democracia é saudável
O Presidente da República, 'Nino' Vieira, na televisão:
«Em bissau, às vezes, não temos luz».
Eu cá acho que o «não» está a mais. Estarão de acordo, ou não? Apitem. AAS
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Rói-te de inveja, Kim Jong-il
Portanto, a medalha de ouro e a de prata olímpicas vão para o Zimbabué, enquanto que Angola fica com a de bronze. É que a exemplo dos Jogos Olímpicos, o que importa mesmo é participar... AAS
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Será em 2009, estúpidos
domingo, 31 de agosto de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Vai uma aposta?
O jogo consiste em acertar, não é assim? Então a pergunta é:
Será que o embaixador de Portugal vai expulsar alguém se houver uma recepção em honra do secretário de Estado João Cravinho?
Estão abertas as apostas.
Afrotostões. A criar pobres a cada minuto.
O Aly já está em Bissau, para desespero de muitos.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Até que lhes arda o cú na Praça do Império*
A máquina da democracia resulta da combinação da separação dos poderes, com o primado da lei e os mecanismos de representação, e todos estes mecanismos necessitam de um tempo e de um espaço que a virtualidade do real perturba e nega constantemente – e nós vamos a caminho dos 40 anos de independência...
Já não somos macacos, é certo, mas talvez ainda não sejamos completamente humanos. Pois então, que venha algo de mau, muito mau mesmo, e que se acabe de vez com esta merda.
(*) Fazer um voto destes pode não ser um apontamento de fina elegância literária, mas é por certo um exemplo da ancestral sabedoria popular e, quem sabe?, talvez o mais eficaz remédio contra a proverbial memória curta dos governos e a ausência de prevenção para outros crimes e desmandos que se seguirão. AAS
Não tens colhões, cabrão!
Convém esclarecer desde já que desconhecia por completo que o dono do bar era o famigerado e hoje acossado «José Américo» Bubo na Tchuto. Adiante.
A conversa começou na vida militar e, logo a seguir, descambou para a política. Dizia o Bubo: «Eu não me chame Bubo Na Tchuto se ‘Nino’ Vieira não vencer as eleições presidenciais! Até dei a um dos meus filhos o nome ‘Kabi’». Retorqui: «Não sei se vai ganhar». Aquilo não caiu bem entre os muitos presentes que, ou queriam cair nas boas graças do CEMA, ou então tinham medo da criatura. Conversa vai, conversa vem, puxa daqui, enrola dali, os meus amigos lá tentaram sacar-me da enrolada, mas deu em nada. Ele quer guerra? Então, vai ter guerra!
Até que, Bubo saiu-se com esta frase e sem que ninguém estivesse à espera: «Abô, n’na matau!». Fez-se um silêncio sepulcral. Éramos uns vinte sentados nas mesas, em pleno passeio, descontraídos a beber cerveja gelada pelo gargalo da garrafa. «Aly, vai-te embora», «Aly, é melhor evitares» e coisa e tal.
Mas não sairia dali sem deixar o troco ao Bubo: «A mim, não me matas nem podes matar! Que isto fique claro: eu não lhe devo nada nem tenho medo de si». Acto contínuo, levantei-me e abandonei o local. Pois é, camaradas, é o que dá juntar-se aos porcos: come-se farelo. Mas, lá está: só come quem quer.
A partir desse dia, confesso, passei a provocar o Bubo: fazia sempre questão em estar onde ele estaria. Um dia, deu-se um feliz acaso: Passeava de carro com um amigo que era membro do governo. Na zona dos Coqueiros, uma voz grita. O carro pára. E de dentro do jipe sai o Bubo. Camisa branca, suja pelo colarinho e pela manga. Tresandava a bebida. Vinha de um cocktail oficial. O meu amigo sai do carro e eu também, pese embora me tivesse advertido que ficasse dentro do veículo. Mas não. Saí e estendi a mão direita. Ele virou a cara e continuou a falar sem me encarar e nem ao seu interlocutor...
Esse sacana nunca foi capaz de me encarar, quanto mais cumprimentar-me. Não tinha colhões! AAS
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Parece que o Brito está sozinho...
"Os filhos da Guiné precisam entender-se. Sentarem-se à mesma mesa e dizerem o que é que não vai bem", defendeu Brito Sozinho. "Temos vindo a seguir a situação. À primeira vista, pode-se dizer que é má. Este país não precisa de indivíduos que queiram fazer golpes de Estado. Precisa de filhos da Guiné, da própria Guiné, que contribuam para o desenvolvimento do país", defendeu Brito Sozinho.
"Hoje em dia, já não se pode falar em golpe de Estado, sobretudo em África", continente que, disse, deve preocupar-se sim com o seu desenvolvimento. A Guiné-Bissau "tem potencialidades", comentou Brito Sozinho. Angola é um dos potenciais parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Pergunta inconveniente
sábado, 9 de agosto de 2008
Novo governo guineense empossado hoje
O novo executivo é composto, maioritariamente, por figuras leais ou próximas do Presidente 'Nino' Vieira e homens do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Vários nomes do anterior Governo mantiveram as suas pastas, como são os casos de Maria da Conceição Nobre Cabral, que permanece na pasta dos Negócios Estrangeiros, Carmelita Pires que preserva o cargo de ministra da Justiça, Issuf Sanha nas Finanças, Marciano Barbeiro, na Defesa e Soares Sambu, Recursos Naturais e Ambiente.
A novidade é a entrada de Cipriano Cassamá, antigo líder parlamentar do PAIGC, para o cargo de ministro da Administração Interna, organismo que se encarrega das questões eleitorais e que tem merecido muita polémica no país.
Algumas figuras ligadas às outras forças políticas também foram chamadas para o governo que, em princípio, terá a duração de pouco mais de três meses e com a tarefa de preparar e realizar as eleições legislativas previstas para o dia 16 de Novembro.
O Partido da Renovação Social (PRS) de Mohammed (Koumba) Ialá contribui para o actual executivo com cinco elementos, o Partido Unido Social Democrata (PUSD) com um, o mesmo do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID) e da coligação Aliança Popular Unida (APU).
Do PRS entraram para o governo Dionísio Cabi (ministro das Obras Públicas), Sola N'Quilin Na Bitchita (ministro do Desenvolvimento Rural), Fernando Gomes (ministro da Solidariedade Social e Luta contra a Pobreza), Carlos Costa (Reforma Administrativa) e Tibna Sambé Na Wana (secretário Estado do Ambiente).
Fernando Gomes, fundador e antigo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, actual líder da coligação Aliança Popular Unida (APU) também vai integrar o executivo ocupando a pasta da Função Pública e Trabalho. AAS c/LUSA
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Bubo protagoniza tentativa de golpe de Estado
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Exílio de Lisboa, 06 de Agosto de 2008
Esta crónica é para vocês, embora seja lida por todos. Não lhe chamo ‘carta aberta’ porque não é uma carta, é um texto personalizado tornado público. Não nos conhecemos, quer dizer, nunca participei em nada que tivesse, directa ou indirectamente, a ver convosco. Nunca me pediram nada nem eu a vocês (embora, só para dar um exemplo, o ministério do Turismo me deva qualquer coisa como 1000 euros...).
Vocês estarão bem da cabeça? Quer-se dizer, vocês raciocinam com a caixa toda? Acaso serão infiltrados entre nós, apenas para nos dar má fama ou nos fazer mal? Será que perceberam ou é preciso que explique direitinho, ilustrando tudo com bonecos para perceberem melhor? São toscos ou fazem-se? São uns tontinhos ou não pescam mesmo nada disto?
Eu era capaz de vos insultar durante horas a fio, e mal recuperasse um pouco de ar voltaria à carga para outro período idêntico de insultos. E tudo com redobrado prazer. Havia de me faltar o vocabulário antes do fôlego, mesmo que chegasse ao extremo de vos mandar à merda e pedir que não voltem.
P.S. - Caro Primeiro-Ministro, Engº. Carlos Correia: dou-lhe um conselho, que vale tanto como os outros: Se somos mesmo, como se diz por aí, a «terra dos mil rios», então chegou a sua oportunidade: dance na água. Faça das fraquezas forças. Se você é um chefe, tem agora (e uma vez mais) a oportunidade de o demonstrar. Eles, os que agora se calam, não prestam para nada e vão tentar demonstrá-lo. Mas isso você já sabia. Eu continuo a acreditar que você é um homem decente, mas talvez seja essa a sua vulnerabilidade. Como sabe, os canalhas safam-se sempre. Faça um favor ao País: não deixe que os canalhas se safem. AAS
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Por cima da queda, o coice!
O Governo caiu... Abaixo o Governo! O presidente da República, ‘Nino’ Vieira, mandou tudo para férias em altura de férias. Até aqui, nada de mal, pois todos temos o direito a férias.
Não há dúvidas de que Carlos Correia foi o melhor Primero-Ministro que a Guiné-Bissau conheceu depois da tragédia que foi o golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980. Porém, os tempos são outros e a Guiné-Bissau mudou. Muito. E como mudou!
Hoje, é preciso injectar sangue novo na Economia e nas outras áreas da governação; não precisamos de alguém que esteja a cair da tripeça. Que mal fizeram os guineenses a Deus Nosso Senhor?
Que tipo de políticos existem na Guiné-Bissau? E Partidos? E que espécie de conselheiros tem o Presidente da República? Ou será que o Presidente da República só ouve uma pessoa em toda a Presidência da República? Se sim, o que lá fazem então os chamados conselheiros? Ou será que não ouve ninguém? Se não, para que tem então conselheiros? A propósito de conselheiros, um disse-me isto: «Só aconselho se, e quando me perguntam»... Não caí de cú porque estava sentado, mas fiquei atrapalhado. Conselheiros...
Carlos Correia teve o seu tempo e hoje, volvidos quase 20 anos, não poderia ser novamente primeiro-ministro. Mas na Guiné-Bissau tudo é possível.
Depois admiram-se se alguém, num dia qualquer, decide pegar na arma e desencadear uma revolta no País.