domingo, 18 de março de 2012
EPA 2012 - Resultados parciais
Escola '19 de Stembro'
Serifo Nhamadjo - 40
Carlos Gomes Jr - 148
Henrique Rosa - 48
Koumba Yala - 67
UDIB (2 mesas)
Mesa 1
Serifo Nhamadjo - 46
Carlos Gomes Jr - 112
Henrique Rosa - 22
Koumba Yala - 23
Mesa 2
Serifo Nhamadjo - 59
Carlos Gomes Jr - 135
Henrique Rosa - 25
Koumba Yala - 42
---
Achada (Tchada), 2 mesas
Mesa 1
Serifo Nhamadjo - 14
Carlos Gomes Jr - 104
Henrique Rosa - 13
Koumba Yala - 37
Mesa 2
Serifo Nhamadjo - 17
Carlos Gomes Jr - 95
Henrique Rosa - 13
Koumba Yala - 20
Serifo Nhamadjo - 40
Carlos Gomes Jr - 148
Henrique Rosa - 48
Koumba Yala - 67
UDIB (2 mesas)
Mesa 1
Serifo Nhamadjo - 46
Carlos Gomes Jr - 112
Henrique Rosa - 22
Koumba Yala - 23
Mesa 2
Serifo Nhamadjo - 59
Carlos Gomes Jr - 135
Henrique Rosa - 25
Koumba Yala - 42
---
Achada (Tchada), 2 mesas
Mesa 1
Serifo Nhamadjo - 14
Carlos Gomes Jr - 104
Henrique Rosa - 13
Koumba Yala - 37
Mesa 2
Serifo Nhamadjo - 17
Carlos Gomes Jr - 95
Henrique Rosa - 13
Koumba Yala - 20
EPA 2012 - Dia D: Resultados parciais
Círculo eleitoral 24
Sector 10
Distrito Eleitoral 28
Mesa de assembleia de voto 01
Resultados/votos
Carlos Gomes Jr - 101
Henrique Rosa - 31
Serifo Nhamadjo - 29
Koumba Yala - 6
Baciro Dja - 1
Luis Nancassa - 1
Afonso Té - 0
Serifo Baldé - 0
Vicente Fenandes - 0
Ibraima Djaló - 0
-------------------
Círculo Eleitoral 24
Sector 10
Distrito Eleitoral 28
Mesa de assembleia de voto 2
Baciro Dja - 4
Setifo Nhamadjo - 20
Vicente Fernandes - 3
Serifo Baldé - 0
Carlos Gomes Jr - 109
Ibraima Djalo - 0
Henrique Rosa - 19
Luis Nancassa - 0
Koumba Yala - 8
Afonso Té - 0
Sector 10
Distrito Eleitoral 28
Mesa de assembleia de voto 01
Resultados/votos
Carlos Gomes Jr - 101
Henrique Rosa - 31
Serifo Nhamadjo - 29
Koumba Yala - 6
Baciro Dja - 1
Luis Nancassa - 1
Afonso Té - 0
Serifo Baldé - 0
Vicente Fenandes - 0
Ibraima Djaló - 0
-------------------
Círculo Eleitoral 24
Sector 10
Distrito Eleitoral 28
Mesa de assembleia de voto 2
Baciro Dja - 4
Setifo Nhamadjo - 20
Vicente Fernandes - 3
Serifo Baldé - 0
Carlos Gomes Jr - 109
Ibraima Djalo - 0
Henrique Rosa - 19
Luis Nancassa - 0
Koumba Yala - 8
Afonso Té - 0
EPA 2012: Para a CPLP, "não há reclamações de relevo"
Em declarações aos jornalistas, Armindo Maurício admitiu que teve informações de candidaturas sobre alegadas fraudes, mas que as mesmas não foram "precisas e concretas", pelo que aguarda mais informação. "Há algumas questões relacionadas com os cartões (de eleitor), há de facto nalgumas zonas, mas não podemos constatar quantas, mas parece que não são muitas porque as pessoas que colocam o problema não dizem quantas são", disse o chefe da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Sobre o assunto, o cabo-verdiano Armindo Maurício precisou que o problema se prende eventualmente na "não existência de alguns cartões de eleitores, que poderão não ter sido distribuídos, apesar de a CNE (Comissão Nacional de Eleições) afirmar que foram todos distribuídos".
"A questão do registo dos cadernos está normal, até agora não vimos qualquer reclamação sobre registo das pessoas nos cadernos", disse. Armindo Maurício disse que a missão da CPLP falou com organizações não-governamentais, chefias militares e outras missões de observadores. Todos os observadores constataram "que o clima é tranquilo, está pacífico, os cidadãos estão descontraídos".
"Desde a manhã estamos em Bissau, já percorremos várias mesas de voto, assistimos à abertura de algumas mesas e constatamos um bom nível de organização a nível da CNE em termos de as mesas estarem todas preparadas à hora, com os membros a postos, com todo o material, e também já com gente em fila para poder votar", disse. O responsável disse que a missão da CPLP falou com representantes das "candidaturas com maior peso" nas mesas e constatou "que tudo está a decorrer num clima normal" e que "não há reclamações de relevo nem protestos".
O candidato Henrique Rosa disse, após votar, que havia fraudes, mas não explicou que tipo, nem onde. A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais antecipadas após a morte do presidente eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá, em janeiro. Perto de 600 mil guineenses são chamados a escolher o novo presidente entre nove candidatos. JN
"A questão do registo dos cadernos está normal, até agora não vimos qualquer reclamação sobre registo das pessoas nos cadernos", disse. Armindo Maurício disse que a missão da CPLP falou com organizações não-governamentais, chefias militares e outras missões de observadores. Todos os observadores constataram "que o clima é tranquilo, está pacífico, os cidadãos estão descontraídos".
"Desde a manhã estamos em Bissau, já percorremos várias mesas de voto, assistimos à abertura de algumas mesas e constatamos um bom nível de organização a nível da CNE em termos de as mesas estarem todas preparadas à hora, com os membros a postos, com todo o material, e também já com gente em fila para poder votar", disse. O responsável disse que a missão da CPLP falou com representantes das "candidaturas com maior peso" nas mesas e constatou "que tudo está a decorrer num clima normal" e que "não há reclamações de relevo nem protestos".
O candidato Henrique Rosa disse, após votar, que havia fraudes, mas não explicou que tipo, nem onde. A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais antecipadas após a morte do presidente eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá, em janeiro. Perto de 600 mil guineenses são chamados a escolher o novo presidente entre nove candidatos. JN
EPA 2012: Falta de cabines de voto? "Não é grave", diz o presidente da CNE, Desejado Lima da Costa
Eleições na Guiné-Bissau
Foto: RT
Eleitores guineenses estão a questionar a ausência de cabines de voto no escrutínio que decorre, este domingo, na Guiné-Bissau para a escolha do novo Presidente da República. Porém, o presidente da Comissão Nacional de Eleições desdramatizou a questão.
Desejado Lima da Costa, que falou aos jornalistas depois de votar, afirmou que em certas zonas da região de Bissau os eleitores estão a reclamar a falta de cabines de voto, algo que a Agência Lusa também constatou, com os responsáveis das mesas a terem improvisado locais para os eleitores votarem.
«Há situações em Bissau em que se questiona a falta de cabine de voto. É uma situação normal. Queremos tranquilizar os eleitores. Em certas zonas foram improvisadas cabines de voto. O que é que uma cabine de voto? É um espaço que veda, que dá ao eleitor a tranquilidade para que ele sozinho possa exercer, em segredo, o seu direito de voto. Isso pode ser improvisado», disse.
Lima da Costa disse que nos outros países de África também é normal serem improvisadas cabines de voto. «Fui observador eleitoral na Guiné-Conacri, também lá vi essa situação em que foram improvisadas cabines de voto e resolveu-se a questão sem problemas. Não dramatizemos essa situação. Tirando isso, todas as condições estão criadas», sublinhou o presidente da CNE.
Foto: RT
Eleitores guineenses estão a questionar a ausência de cabines de voto no escrutínio que decorre, este domingo, na Guiné-Bissau para a escolha do novo Presidente da República. Porém, o presidente da Comissão Nacional de Eleições desdramatizou a questão.
Desejado Lima da Costa, que falou aos jornalistas depois de votar, afirmou que em certas zonas da região de Bissau os eleitores estão a reclamar a falta de cabines de voto, algo que a Agência Lusa também constatou, com os responsáveis das mesas a terem improvisado locais para os eleitores votarem.
«Há situações em Bissau em que se questiona a falta de cabine de voto. É uma situação normal. Queremos tranquilizar os eleitores. Em certas zonas foram improvisadas cabines de voto. O que é que uma cabine de voto? É um espaço que veda, que dá ao eleitor a tranquilidade para que ele sozinho possa exercer, em segredo, o seu direito de voto. Isso pode ser improvisado», disse.
Lima da Costa disse que nos outros países de África também é normal serem improvisadas cabines de voto. «Fui observador eleitoral na Guiné-Conacri, também lá vi essa situação em que foram improvisadas cabines de voto e resolveu-se a questão sem problemas. Não dramatizemos essa situação. Tirando isso, todas as condições estão criadas», sublinhou o presidente da CNE.
EPA 2012: os candidatos e o local onde votarão
Raimundo Pereira, PR interino 09h
Maria do Céu S. Monteiro, 9:45h
Desejado Lima da Costa, 9:25h
Baciro Dja, 10:05h
Manuel Serifo Nhamadjo, 10:25h
Vicente Fernandes, 10:45h
Serifo Baldé, 11:05h
Carlos Gomes Jr, 11:25h
Henrique Pereira Rosa, 11:45h
Luis Nancassa, 12:05hkoumba Yalá, 12:25h
Afonso Té, 12:45h
AAS
Maria do Céu S. Monteiro, 9:45h
Desejado Lima da Costa, 9:25h
Baciro Dja, 10:05h
Manuel Serifo Nhamadjo, 10:25h
Vicente Fernandes, 10:45h
Serifo Baldé, 11:05h
Carlos Gomes Jr, 11:25h
Henrique Pereira Rosa, 11:45h
Luis Nancassa, 12:05hkoumba Yalá, 12:25h
Afonso Té, 12:45h
AAS
sábado, 17 de março de 2012
A marca angolana
A presença de Angola é cada vez mais forte na economia portuguesa. Saiba quem são os investidores, o que já dominam e o que ainda querem comprar
Hélder Oliveira / Who
Conquistas
BCP - Esta é a grande bandeira dos capitais angolanos em Portugal. A Sonangol, que controla 11,57% do capital, o que lhe confere o estatuto de maior acionista do banco, ditou as regras em todas as alterações recentes da estrutura da instituição. Escolheu o modelo administrativo e as pessoas que integram o conselho de administração.
Construtora do Tâmega - A Finertec, do empresário angolano António Maurício, controla a maioria do capital desta construtora. Primeiro, foram adquiridos 38% do capital e, depois, foi lançada uma OPA sobre as restantes ações. António Maurício já admitiu que, quando entraram na empresa, esta estava na falência técnica, sem dinheiro para pagar aos funcionários e aos trabalhadores.
COBA - É a maior empresa de engenharia e consultoria em construção e obras públicas. Com uma faturação de 30 milhões de euros, era controlada por 70 quadros, que compraram a COBA em 2007, através de um MBO - Management Buy Out, que significa a compra de uma empresa pela sua equipa de gestão. No ano passado, um consórcio angolano adquiriu 70% do capital, ficando a dominar a consultora. Os angolanos mantiveram os quadros na gestão e criaram a figura de chairman, que foi atribuída ao angolano Lopo do Nascimento.
BPN - O Banco BIC Angola foi o concorrente escolhido no processo de reprivatização do Banco Português de Negócios. A operação ainda não está concluída, mas tudo indica que esta instituição financeira vai ficar nas mãos de um banco 25% de cujo capital é controlado por Isabel dos Santos e que junta, ainda, vários quadros bancários angolanos na sua estrutura accionista.
'Sol' - O semanário é totalmente controlado pela Newshold, que detém 96,96% do capital da empresa que o jornal.
Tobis - Foi a mais recente das aquisições feitas por angolanos em Portugal. O comprador é a Filmdrehtsich Unipessoal, empresa que pagou 4 milhões de euros pelos estúdios do Lumiar. O arquivo - que inclui, entre outros, o acervo da Guerra Colonial - foi retirado da Tobis antes de esta operação estar concluída, e classificado como património nacional.
Principais figuras
José Eduardo dos Santos - É o ponto de partida de todos os investimentos angolanos em Portugal. Em Angola, diz-se que nenhum investimento é feito sem o aval do Presidente. No entanto, outras vozes garantem que muitos dos seus antigos "generais" estão a ganhar poder financeiro para cortarem o "cordão umbilical" que os une ao Chefe de Estado.
Isabel dos Santos - A filha mais velha do Presidente está envolvida nalguns dos mais importantes negócios em Portugal. ZON e BPI são as maiores apostas. Mas os seus investimentos não se ficam por aqui. Isabel dos Santos tem, ainda, largos milhões aplicados em terrenos e imóveis, no nosso país.
Manuel Vicente - Apontado como o sucessor de José Eduardo dos Santos, o ex-presidente da Sonangol desenvolveu a estratégia para liderar o BCP e está por detrás das conversações para reforçar o investimento na Galp. No mês passado, José Eduardo dos Santos chamou-o para o Governo angolano, uma ação que muitos consideram um tirocínio até assumir a presidência da República.
Carlos Silva - É o número dois da nova estrutura administrativa do BCP. É presidente do Banco Privado Atlântico, com sede em Luanda. Advogado de formação, esteve ligado ao licenciamento do primeiro banco português no país. É ele que lidera a InterOceânico, uma empresa que resulta de uma parceria entre empresários angolanos (Sonangol e Global Pactum) e portugueses (Hipólito Pires, Francisco Balsemão e Manuel Nabeiro, entre outros) com um capital de 75 milhões de euros e que pretende investir em oportunidades de negócio em Portugal, Angola, Brasil e China.
António Maurício - É um dos homens próximos de José Eduardo dos Santos. Ocupou vários cargos ao longo da sua carreira profissional. Hoje, preside à Construtora do Tâmega. É membro do Conselho de Curadores da Fundação Eduardo dos Santos, há cerca de 16 anos, e administrador da cimenteira Nova Cimangola, há cerca de 18 anos.
Os alvos
Galp - A Sonangol admitiu esta semana que está a negociar com a ENI a compra de 16,6% do capital da Galp, ou seja, metade da posição detida pelos italianos. Se esta operação avançar, a petrolífera angolana torna-se o maior acionista da Galp, pois já controla 45% da Amorim Energia que, por sua vez, tem uma posição de 33,4% na Galp.
ZON - Isabel dos Santos é a segunda maior acionista, logo a seguir à Caixa Geral de Depósitos, que será obrigada a alienar a sua posição, em breve. A filha do Presidente angolano é uma das principais candidatas à compra da posição do banco estatal. Com a recente desblindagem dos estatutos (que limitavam os direitos de voto a 10% do capital, independentemente do acionista controlar uma posição maior) a empresária tem caminho aberto para chegar a uma posição de controlo.
Cofina - A Newshold tem uma posição qualificada de 15,08% da Cofina, mas admite-se no mercado que a empresa, com sede no Panamá e controlada por capitais angolanos, já está na posse de cerca de 22% da editora de títulos como o Correio da Manhã, Record, Sábado e Jornal de Negócios.
Impresa - A Newshold já conseguiu uma posição não qualificada de 1,7% no grupo da SIC, Expresso, Visão e Caras, entre outros títulos. Os angolanos estão, ainda, a tentar negociar a compra da participação de 23% que a Ongoing detém na Impresa, o que lhes permitiria assumir quase 25% do capital do grupo.
Hélder Oliveira / Who
Conquistas
BCP - Esta é a grande bandeira dos capitais angolanos em Portugal. A Sonangol, que controla 11,57% do capital, o que lhe confere o estatuto de maior acionista do banco, ditou as regras em todas as alterações recentes da estrutura da instituição. Escolheu o modelo administrativo e as pessoas que integram o conselho de administração.
Construtora do Tâmega - A Finertec, do empresário angolano António Maurício, controla a maioria do capital desta construtora. Primeiro, foram adquiridos 38% do capital e, depois, foi lançada uma OPA sobre as restantes ações. António Maurício já admitiu que, quando entraram na empresa, esta estava na falência técnica, sem dinheiro para pagar aos funcionários e aos trabalhadores.
COBA - É a maior empresa de engenharia e consultoria em construção e obras públicas. Com uma faturação de 30 milhões de euros, era controlada por 70 quadros, que compraram a COBA em 2007, através de um MBO - Management Buy Out, que significa a compra de uma empresa pela sua equipa de gestão. No ano passado, um consórcio angolano adquiriu 70% do capital, ficando a dominar a consultora. Os angolanos mantiveram os quadros na gestão e criaram a figura de chairman, que foi atribuída ao angolano Lopo do Nascimento.
BPN - O Banco BIC Angola foi o concorrente escolhido no processo de reprivatização do Banco Português de Negócios. A operação ainda não está concluída, mas tudo indica que esta instituição financeira vai ficar nas mãos de um banco 25% de cujo capital é controlado por Isabel dos Santos e que junta, ainda, vários quadros bancários angolanos na sua estrutura accionista.
'Sol' - O semanário é totalmente controlado pela Newshold, que detém 96,96% do capital da empresa que o jornal.
Tobis - Foi a mais recente das aquisições feitas por angolanos em Portugal. O comprador é a Filmdrehtsich Unipessoal, empresa que pagou 4 milhões de euros pelos estúdios do Lumiar. O arquivo - que inclui, entre outros, o acervo da Guerra Colonial - foi retirado da Tobis antes de esta operação estar concluída, e classificado como património nacional.
Principais figuras
José Eduardo dos Santos - É o ponto de partida de todos os investimentos angolanos em Portugal. Em Angola, diz-se que nenhum investimento é feito sem o aval do Presidente. No entanto, outras vozes garantem que muitos dos seus antigos "generais" estão a ganhar poder financeiro para cortarem o "cordão umbilical" que os une ao Chefe de Estado.
Isabel dos Santos - A filha mais velha do Presidente está envolvida nalguns dos mais importantes negócios em Portugal. ZON e BPI são as maiores apostas. Mas os seus investimentos não se ficam por aqui. Isabel dos Santos tem, ainda, largos milhões aplicados em terrenos e imóveis, no nosso país.
Manuel Vicente - Apontado como o sucessor de José Eduardo dos Santos, o ex-presidente da Sonangol desenvolveu a estratégia para liderar o BCP e está por detrás das conversações para reforçar o investimento na Galp. No mês passado, José Eduardo dos Santos chamou-o para o Governo angolano, uma ação que muitos consideram um tirocínio até assumir a presidência da República.
Carlos Silva - É o número dois da nova estrutura administrativa do BCP. É presidente do Banco Privado Atlântico, com sede em Luanda. Advogado de formação, esteve ligado ao licenciamento do primeiro banco português no país. É ele que lidera a InterOceânico, uma empresa que resulta de uma parceria entre empresários angolanos (Sonangol e Global Pactum) e portugueses (Hipólito Pires, Francisco Balsemão e Manuel Nabeiro, entre outros) com um capital de 75 milhões de euros e que pretende investir em oportunidades de negócio em Portugal, Angola, Brasil e China.
António Maurício - É um dos homens próximos de José Eduardo dos Santos. Ocupou vários cargos ao longo da sua carreira profissional. Hoje, preside à Construtora do Tâmega. É membro do Conselho de Curadores da Fundação Eduardo dos Santos, há cerca de 16 anos, e administrador da cimenteira Nova Cimangola, há cerca de 18 anos.
Os alvos
Galp - A Sonangol admitiu esta semana que está a negociar com a ENI a compra de 16,6% do capital da Galp, ou seja, metade da posição detida pelos italianos. Se esta operação avançar, a petrolífera angolana torna-se o maior acionista da Galp, pois já controla 45% da Amorim Energia que, por sua vez, tem uma posição de 33,4% na Galp.
ZON - Isabel dos Santos é a segunda maior acionista, logo a seguir à Caixa Geral de Depósitos, que será obrigada a alienar a sua posição, em breve. A filha do Presidente angolano é uma das principais candidatas à compra da posição do banco estatal. Com a recente desblindagem dos estatutos (que limitavam os direitos de voto a 10% do capital, independentemente do acionista controlar uma posição maior) a empresária tem caminho aberto para chegar a uma posição de controlo.
Cofina - A Newshold tem uma posição qualificada de 15,08% da Cofina, mas admite-se no mercado que a empresa, com sede no Panamá e controlada por capitais angolanos, já está na posse de cerca de 22% da editora de títulos como o Correio da Manhã, Record, Sábado e Jornal de Negócios.
Impresa - A Newshold já conseguiu uma posição não qualificada de 1,7% no grupo da SIC, Expresso, Visão e Caras, entre outros títulos. Os angolanos estão, ainda, a tentar negociar a compra da participação de 23% que a Ongoing detém na Impresa, o que lhes permitiria assumir quase 25% do capital do grupo.
sexta-feira, 16 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
Votar para escolher
Cerca de 570 mil eleitores guineenses estão convocados às urnas no próximo domingo para escolher o sucessor do malogrado presidente Malam Bacai Sanhá, que morreu no passado dia 9 de janeiro, em Paris, França. Esta é uma eleição-chave para um país marcado pela violência e pela instabilidade, apesar de alguns progressos. A campanha que encerra amnhã, sexta-feira, decorreu até agora sem incidentes de maior, e com uma surpreendente mobilização de recursos para um país dito pobre.
A Guiné-Bissau - onde nenhum presidente eleito depois de 2000 concluiu o seu mandato - busca aproveitar melhor as suas águas com riquíssimo caudal pesqueiro, e o seu subsolo com abundantes recursos minerais e petrolíferos ainda não explorados. Contudo, o país sofre com a actividade de traficantes de drogas, que utilizam o território como uma zona de trânsito entre a América do Sul e a Europa.
Nove candidatos (seriam dez, não fosse a desistência de Ibraima Afa Djaló; teriam sido catorze se o Supremo Tribunal de Justiça não tivesse barrado quatro candidaturas) estão na disputa para dirigir esta ex-colônia portuguesa da África Ocidental de mais de 1,6 milhões de habitantes que se tornou independente em 1974, depois de uma difícil luta armada de onze anos e que conheceu posteriormente vários golpes de Estado e diversos tipos de violência.
Os favoritos são o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, de 62 anos e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e o ex-presidente Kumba Yala, de 59 anos e que tem o apoio do Partido da Renovação Social (PRS, na oposição). Mas também há que contar com Henrique Rosa (foi Presidente da República de Transição) e com Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC descontente com o processo que consagrou Carlos Gomes Jr no Comité Central).
Diversos partidos da oposição questionaram a candidatura de Carlos Gomes Jr - três juízes do STJ votaram contra, três a favor sendo que a presidente do STJ, Maria do Céu Siva Monteiro, desempatou, dando o seu aval a Cadogo Jr). Carlos Gomes Jr ocupou o cargo de primeiro-ministro até fevereiro, por supostamente ter iniciado a sua campanha antes de renunciar ao cargo, ferindo claramente a Constituição. Carlos Gomes Jr também é acusado de ter usado meios estatais para garantir uma vitória na primeir fota. O opositor Braima Alfa Djalo, que se retirou da campanha, denunciou que havia "uma fraude em marcha".
Por a escoha não ter sido unânime dentro do próprio partido de que é presidente, dois dos seus colegas do PAIGC decidiram apresentar-se como independentes: Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e o jvem Baciro Dja, ministro da Defesa. Quanto a Koumba Yala, foi eleito presidente em janeiro de 2000 com um mandato de cinco anos, mas o seu governo foi marcado pela instabilidade até que finalmente foi derrubado por um golpe de Estado militar, em 2003. Fracassaram as duas tentativas para voltar ao poder em 2005 e 2009. Em 2012, como será. Veremos.
Henrique Rosa, de 66 anos, foi presidente de transição de 2003 (mercê do golpe que depôs Koumba Yalá) a 2005. Aprezenta-se como independente, mas está a trabalhar de maneira a fundar um mvimento político. A opinião geral (nas últimas eleições, ganhou mesmo em Bissau, Biombo) é que poderá alcançar um bom resultado no próximo domingo. Graças a ele, o país conseguiu restabelecer o diálogo com a comunidade internacional, algo que Koumba não dava prioridade.
Malam Bacai Sanhã deu o mote. "A Guiné-Bissau começou um novo ciclo econômico marcado por uma anulação da sua dívida externa de mais de mil milhões de dólares e pela adopção de uma estratégia de desenvolvimento econômico", constatou em dezembro passado o Fundo Monetário Internacional (FMI), para votar a ser rexonfirmado pela missão de há uma semana atrás. Malam Bacai Sanha também foi saudado como o artífice de uma relativa estabilidade política que permitiu superar os sobressaltos maiores: uma guerra entre chefes militares em abril de 2010 e um ataque de militares contra outros, apresentado como uma tentativa de golpe de Estado em dezembro 2011.
Políticos locais e interlocutores do país, incluindo a ONU, multiplicam agora os pedidos de calma e a continuidade pacífica da campanha eleitoral. No fim deste ano (novembro) o país terá também eleições legislativas. As eleições presidenciais de domingo serão supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da CPLP, do Parlamento Britânico, entre outros. AAS com Agências
A Guiné-Bissau - onde nenhum presidente eleito depois de 2000 concluiu o seu mandato - busca aproveitar melhor as suas águas com riquíssimo caudal pesqueiro, e o seu subsolo com abundantes recursos minerais e petrolíferos ainda não explorados. Contudo, o país sofre com a actividade de traficantes de drogas, que utilizam o território como uma zona de trânsito entre a América do Sul e a Europa.
Nove candidatos (seriam dez, não fosse a desistência de Ibraima Afa Djaló; teriam sido catorze se o Supremo Tribunal de Justiça não tivesse barrado quatro candidaturas) estão na disputa para dirigir esta ex-colônia portuguesa da África Ocidental de mais de 1,6 milhões de habitantes que se tornou independente em 1974, depois de uma difícil luta armada de onze anos e que conheceu posteriormente vários golpes de Estado e diversos tipos de violência.
Os favoritos são o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, de 62 anos e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e o ex-presidente Kumba Yala, de 59 anos e que tem o apoio do Partido da Renovação Social (PRS, na oposição). Mas também há que contar com Henrique Rosa (foi Presidente da República de Transição) e com Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC descontente com o processo que consagrou Carlos Gomes Jr no Comité Central).
Diversos partidos da oposição questionaram a candidatura de Carlos Gomes Jr - três juízes do STJ votaram contra, três a favor sendo que a presidente do STJ, Maria do Céu Siva Monteiro, desempatou, dando o seu aval a Cadogo Jr). Carlos Gomes Jr ocupou o cargo de primeiro-ministro até fevereiro, por supostamente ter iniciado a sua campanha antes de renunciar ao cargo, ferindo claramente a Constituição. Carlos Gomes Jr também é acusado de ter usado meios estatais para garantir uma vitória na primeir fota. O opositor Braima Alfa Djalo, que se retirou da campanha, denunciou que havia "uma fraude em marcha".
Por a escoha não ter sido unânime dentro do próprio partido de que é presidente, dois dos seus colegas do PAIGC decidiram apresentar-se como independentes: Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e o jvem Baciro Dja, ministro da Defesa. Quanto a Koumba Yala, foi eleito presidente em janeiro de 2000 com um mandato de cinco anos, mas o seu governo foi marcado pela instabilidade até que finalmente foi derrubado por um golpe de Estado militar, em 2003. Fracassaram as duas tentativas para voltar ao poder em 2005 e 2009. Em 2012, como será. Veremos.
Henrique Rosa, de 66 anos, foi presidente de transição de 2003 (mercê do golpe que depôs Koumba Yalá) a 2005. Aprezenta-se como independente, mas está a trabalhar de maneira a fundar um mvimento político. A opinião geral (nas últimas eleições, ganhou mesmo em Bissau, Biombo) é que poderá alcançar um bom resultado no próximo domingo. Graças a ele, o país conseguiu restabelecer o diálogo com a comunidade internacional, algo que Koumba não dava prioridade.
Malam Bacai Sanhã deu o mote. "A Guiné-Bissau começou um novo ciclo econômico marcado por uma anulação da sua dívida externa de mais de mil milhões de dólares e pela adopção de uma estratégia de desenvolvimento econômico", constatou em dezembro passado o Fundo Monetário Internacional (FMI), para votar a ser rexonfirmado pela missão de há uma semana atrás. Malam Bacai Sanha também foi saudado como o artífice de uma relativa estabilidade política que permitiu superar os sobressaltos maiores: uma guerra entre chefes militares em abril de 2010 e um ataque de militares contra outros, apresentado como uma tentativa de golpe de Estado em dezembro 2011.
Políticos locais e interlocutores do país, incluindo a ONU, multiplicam agora os pedidos de calma e a continuidade pacífica da campanha eleitoral. No fim deste ano (novembro) o país terá também eleições legislativas. As eleições presidenciais de domingo serão supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da CPLP, do Parlamento Britânico, entre outros. AAS com Agências
EPA 2012: Afonso Té, candidato independente, dará prioridade à agricultura
15-03-2012 13:02
Guiné-Bissau/Eleições
Agricultura e remodelação do Estado nas prioridades de Afonso Afonso Té, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de domingo, iria procurar que se desenvolvesse a agricultura se fosse eleito, e faria uma remodelação completa e profunda do aparelho do Estado. "Faria", porque Afonso Té reconhece que não será eleito, embora acrescente, em declarações à Lusa, que a sua candidatura "pode ir longe". A campanha, diz, decorreu como a concebeu. "Não é de grandes espectáculos, é de sensibilização porta a porta, de trabalho de formiga, com alguns grandes comícios".
Trata-se de uma estratégia, garante, que está a dar resultados. Mas "há outra vitória que já conseguiu": fui dos primeiros a dizer que não faria campanha baseada em insultos mas sim em propostas concretas para a população, do que faria se fosse eleito. E acho que os outros candidatos estão a seguir os meus passos. Não vejo sessões longas de insultos que se verificaram noutras eleições e sinto-me realizado porque marquei uma diferença.
Ainda que não seja eleito Presidente, nada o impede de se revoltar contra o facto de haver crianças que andam quilómetros para ir à escola e que não têm nada para comer, algo que também tentaria resolver. Em acção de campanha na região de Bafatá e Gabu, o candidato elege esse tema, a Educação, como uma das prioridades. "É preciso repensar a Educação. Se um menino vai para outro país, ao fim de seis meses está a falar correctamente a língua desse país. Aqui estuda até ao 12.º ano e não sabe falar português. O que é que está mal? Alguma coisa está mal", diz a uma pequena e atenta plateia, à beira da estrada que liga Bafatá a Gabu, a centena e meia de quilómetros de Bissau.
Mas não só a Educação. "A minha prioridade é para as mulheres e para a juventude, os que mais sofrem. Se nós sofremos, eles sofrem duas vezes, porque não têm comida nem têm emprego". De resto fala de temas que todos os outros candidatos também falam, como a necessidade de mais e melhores escolas, uma melhor administração, mais saneamento e água potável, melhor justiça.
Temas na verdade que são do pelouro do Governo. Mas todos os candidatos têm, na campanha que sexta-feira termina, feito promessas sobre assuntos que não são da competência de um Presidente. E criticas a outros candidatos Afonso Té não as fez. Excepto uma, a Botché Candé, ministro do Comércio e muito activo na campanha do até agora Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. "Como é que um lutador de feira do mercado é eleito o melhor ministro?"
Guiné-Bissau/Eleições
Agricultura e remodelação do Estado nas prioridades de Afonso Afonso Té, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de domingo, iria procurar que se desenvolvesse a agricultura se fosse eleito, e faria uma remodelação completa e profunda do aparelho do Estado. "Faria", porque Afonso Té reconhece que não será eleito, embora acrescente, em declarações à Lusa, que a sua candidatura "pode ir longe". A campanha, diz, decorreu como a concebeu. "Não é de grandes espectáculos, é de sensibilização porta a porta, de trabalho de formiga, com alguns grandes comícios".
Trata-se de uma estratégia, garante, que está a dar resultados. Mas "há outra vitória que já conseguiu": fui dos primeiros a dizer que não faria campanha baseada em insultos mas sim em propostas concretas para a população, do que faria se fosse eleito. E acho que os outros candidatos estão a seguir os meus passos. Não vejo sessões longas de insultos que se verificaram noutras eleições e sinto-me realizado porque marquei uma diferença.
Ainda que não seja eleito Presidente, nada o impede de se revoltar contra o facto de haver crianças que andam quilómetros para ir à escola e que não têm nada para comer, algo que também tentaria resolver. Em acção de campanha na região de Bafatá e Gabu, o candidato elege esse tema, a Educação, como uma das prioridades. "É preciso repensar a Educação. Se um menino vai para outro país, ao fim de seis meses está a falar correctamente a língua desse país. Aqui estuda até ao 12.º ano e não sabe falar português. O que é que está mal? Alguma coisa está mal", diz a uma pequena e atenta plateia, à beira da estrada que liga Bafatá a Gabu, a centena e meia de quilómetros de Bissau.
Mas não só a Educação. "A minha prioridade é para as mulheres e para a juventude, os que mais sofrem. Se nós sofremos, eles sofrem duas vezes, porque não têm comida nem têm emprego". De resto fala de temas que todos os outros candidatos também falam, como a necessidade de mais e melhores escolas, uma melhor administração, mais saneamento e água potável, melhor justiça.
Temas na verdade que são do pelouro do Governo. Mas todos os candidatos têm, na campanha que sexta-feira termina, feito promessas sobre assuntos que não são da competência de um Presidente. E criticas a outros candidatos Afonso Té não as fez. Excepto uma, a Botché Candé, ministro do Comércio e muito activo na campanha do até agora Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. "Como é que um lutador de feira do mercado é eleito o melhor ministro?"
Abel Chivukuvuku CASA com Angola
(Jornal de Angola, 15/Mar/2012)
Abel Epalanga Chivukuvuku renunciou ao seu partido de origem, a UNITA onde militou durante 38 anos alguns dos quais, como figura carismática, e, segundo ele, “com mágoa, mas sobretudo com muita determinação, [viu-se] forçado, conscientemente, a ter de trilhar um novo caminho”.
Desde ontem emerge na cena política angolana uma nova organização (coligação?) política que poderá ter alguma palavra na cena estadística nacional.
Chivukuvulu, visando a presidência da República, vai liderar a CASA – Convergência Ampla de Salvação Nacional, que parece já ter ganho o apoio de outras organizações partidárias menores que pensam ver na CASA o caminho para uma maior harmonização partidária aquela que, só assim se entende o afastamento de Chivukuvuku da UNITA, esta não parece conseguir – e nem tentar – fazê-lo.
Paradoxalmente ou não a edição de hoje do Jornal de Angola no seu habitual e, por vezes, bem sagaz cartune, dá-nos uma ideia daquilo que os partidários do MPLA já sentem da presença de Chivukuvuku, ou seja, temem os efeitos políticos da sua nova formação partidária.
Vamos ver se, de uma vez, tal como já se sente com a presença do Bloco Democrático, a vida política e partidária e o actual Estadão (roubei este termo ao politólogo José Adelino Maltez e que também aqui se aplica e bem) tem o abanão que se deseja. Ou como diz o meu amigo Orlando Castro quando recorda, e bem, que Angola merece sempre o melhor; e aí defende que Chivukuvuku representa uma pedrada no charco, pelo que está nas mãos dos angolanos analisar bem todas as novas vertentes em perspectiva.
No entanto, e até às eleições muita coisa poderá ainda ocorrer, nomeadamente, as forças democráticas – as verdadeiras forças democráticas – se unirem a favor do único bem comum que não o ego pessoal: Angola. Têm alguns meses, poucos, para ponderarem…
Abel Epalanga Chivukuvuku renunciou ao seu partido de origem, a UNITA onde militou durante 38 anos alguns dos quais, como figura carismática, e, segundo ele, “com mágoa, mas sobretudo com muita determinação, [viu-se] forçado, conscientemente, a ter de trilhar um novo caminho”.
Desde ontem emerge na cena política angolana uma nova organização (coligação?) política que poderá ter alguma palavra na cena estadística nacional.
Chivukuvulu, visando a presidência da República, vai liderar a CASA – Convergência Ampla de Salvação Nacional, que parece já ter ganho o apoio de outras organizações partidárias menores que pensam ver na CASA o caminho para uma maior harmonização partidária aquela que, só assim se entende o afastamento de Chivukuvuku da UNITA, esta não parece conseguir – e nem tentar – fazê-lo.
Paradoxalmente ou não a edição de hoje do Jornal de Angola no seu habitual e, por vezes, bem sagaz cartune, dá-nos uma ideia daquilo que os partidários do MPLA já sentem da presença de Chivukuvuku, ou seja, temem os efeitos políticos da sua nova formação partidária.
Vamos ver se, de uma vez, tal como já se sente com a presença do Bloco Democrático, a vida política e partidária e o actual Estadão (roubei este termo ao politólogo José Adelino Maltez e que também aqui se aplica e bem) tem o abanão que se deseja. Ou como diz o meu amigo Orlando Castro quando recorda, e bem, que Angola merece sempre o melhor; e aí defende que Chivukuvuku representa uma pedrada no charco, pelo que está nas mãos dos angolanos analisar bem todas as novas vertentes em perspectiva.
No entanto, e até às eleições muita coisa poderá ainda ocorrer, nomeadamente, as forças democráticas – as verdadeiras forças democráticas – se unirem a favor do único bem comum que não o ego pessoal: Angola. Têm alguns meses, poucos, para ponderarem…
quarta-feira, 14 de março de 2012
EPA 2012: Ministro do Interior diz que o Governo "não vai tolerar actos de vandalismo" no dia das eleições, e garante que "patrulhas conjuntas de polícias e militares estarão no terreno". Fernando Gomes falava depois de uma audiência com representantes da embaixada dos EUA (Dakar) que se dizem "preocupados com a segurança no dia das eleições". AAS
Ban Ki-Moon pede ajuda a Paulo portas na continuação dos apoios à Guiné-Bissau
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a continuação do apoio de Portugal ao processo de reformas e consolidação da paz na Guiné-Bissau.
Segundo nota hoje divulgada pelo gabinete de Ban Ki-moon, o pedido foi expresso durante um encontro entre ambos na segunda-feira, nas Nações Unidas, depois de o chefe da diplomacia de Portugal ter feito uma intervenção no Conselho de Segurança sobre a situação no Médio Oriente, e em particular a Síria, crise também discutida entre ambos.
Ban Ki-moon "expressou o apreço pelo antigo apoio a Timor-Leste e às sucessivas missões da ONU" no país lusófono, refere a nota. O secretário-geral da ONU também "encorajou Portugal a continuar o seu envolvimento no apoio à agenda de reformas e de consolidação da paz na Guiné-Bissau".
A ONU tem um escritório na Guiné-Bissau e uma missão cessante em Timor-Leste e ambos os países vão realizar eleições em 2012. Outro ponto discutido entre ambos foi a recente visita do secretário-geral da ONU a Angola. Nas Nações Unidas, Portas também se encontrou na segunda-feira com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
No Conselho de Segurança, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que a iniciativa da ONU e Liga Árabe para a Síria, liderada Koffi Annan, é a "última oportunidade" para impedir uma guerra civil. Numa altura em que decorrem consultas sobre um novo projeto de resolução, depois dos dois vetos da Rússia e da China, Portas apelou ainda a um apoio "público e total" dos 15 países membros do Conselho de Segurança a esta iniciativa. RTP
EPA 2012/Portalangop: Carlos Gomes Júnior diz que se candidatou "para evitar que as forças do mal derrubem o Governo do PAIGC"
O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou terça-feira que decidiu candidatar-se a Presidente do país para evitar que "as forças do mal" derrubem o Governo do PAIGC, de que é líder.
Num comício popular em Bissorã, a cerca de uma centena de quilómetros de Bissau, Gomes Júnior disse que se o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) não apresentasse "um candidato forte" nas eleições presidenciais antecipadas de domingo, a primeira acção do chefe de Estado que fosse eleito seria "correr com o Governo do PAIGC".
"Se falharmos e elegermos um Presidente que não seja do PAIGC, qual será a sua primeira medida? É correr com o Governo do PAIGC. É por isso que todas as forças do mal estão juntas para derrotar o candidato do PAIGC. Mas isso não vai acontecer", afirmou um Carlos Gomes Júnior, confiante na sua vitória no domingo.
A convicção de que vai ser eleito Presidente da Guiné-Bissau é tanta que Carlos Gomes Júnior até já vai remetendo os pedidos dos populares, que o abordaram ao longo da viagem entre Bissau e Canchungo, para Adiatu Djalo, que, disse, "vai ser Primeira-ministra a partir do dia 18". Adiatu Djalo, actual ministra da presidência do Conselho de Ministros é a directora da campanha de Carlos Gomes Júnior, mas será ela quem vai dar vazão aos pedidos da escola que os jovens de Bissorã e de Canchungo fizeram à Gomes Júnior, pedidos de centros de saúde e de cooperativas agrícolas. Os mais velhos pedem apenas que haja paz no país e mais estradas.
Normalmente os comícios são feitos na parte da tarde. Mas hoje não foi assim. Carlos Gomes Júnior, que esteve em Bissorã, Cacheu, Calequisse e Canchungo falou para os seus apoiantes a meio do dia, quando fazia um calor tórrido. Com o sol, muitos aproveitavam as bandeirinhas para tapar a cabeça. Bissorã foi a localidade onde falou mais. Com música alta a misturar-se com as suas palavras, lá conseguiu responder aos pedidos do povo. Mais uma vez explicou que a governação do país será pacífica com ele na presidência e Adiatu no Governo.
"Depois do dia 18 deixo de ser Primeiro-ministro. É a camarada Adiatu Djalo Nandigna que vai passar a ser chefe do Governo. É uma homenagem que faço às mulheres trabalhadoras deste país. Penso que nada vai mudar. Porque, estando eu na Presidência e a Adiatu como chefe do Governo, é o programa do PAIGC que vai continuar", destacou. Ainda em Bissorã, Carlos Gomes Júnior apelidou os adversários de "milhafres que querem pegar no pé" do 'Cadogo' (nome por que é conhecido), mas garantiu que "não terão hipótese, porque serão pisados", levando a plateia ao rubro pelo gesto que fez com os pés.
Em Cacheu, cidade conhecida por ter sido a primeira terra da Guiné onde aportaram os portugueses, Carlos Gomes Júnior foi recebido em festa. Cacheu é a terra natal da sua mulher, Salomé Gomes. Aí, Gomes Júnior viu os jovens a dançar ao som da música tradicional e teve apenas pouco tempo para um encontro fugaz com os anciões, aos quais recomendou que orientem os mais novos para que votem nele. À Calequisse foram apenas os elementos da direcção da campanha. Os jornalistas foram encaminhados para Canchungo, onde depois ia ter lugar mais um comício.
Em Canchungo, 'Cadogo' viu o povo a dançar, sobretudo mulheres trajadas com panos tradicionais da etnia manjaca, e t-shirts com o seu rosto. Repetiu as mesmas palavras já ditas nas outras localidades e reforçou a ideia de que votando nele é garantir que Adiatu Djalo vá ser Primeira-ministra. O povo de Canchungo gostou de ouvir. Adiatu Djaló é natural de Canchungo.
Conta-se que nos últimos três dias Canchungo tem vindo a ser ornamentada, com muita juventude nas ruas, muita bandeira do PAIGC, muita música, para acolher aquela que pode vir a ser a primeira mulher a chefiar um governo na Guiné-Bissau. Se Carlos Gomes Júnior foi eleito Presidente.
EPA 2012: PRS acusa Governo de "banalizar processo eleitoral"
A Directoria da campanha de Koumba Yalà acusou o Governo, através do Ministério da Administração Territorial, e a CNE, de banalizarem o actual processo eleitoral em curso no país, denunciando ainda uma alegada tentativa de fraude para 18 de Março.
Em conferência de imprensa, Artur Sanhá, director nacional da campanha, justificou dizendo que alegadamente deve haver «urnas misturadas» e com diferentes cores e tamanhos para estas eleições. E critica a distribuição dos materiais de voto: "Quando os materiais chegaram, provenientes de Portugal, foram levados e guardados nas instalações da CNE. Os mandatários de Koumba Yalà de Serifo Nhamadjo, de Baciro Dja e de Afonso Té é que reclamaram as garantias de segurança".
Neste encontro com a imprensa, Artur Sanha lançou críticas ao candidato do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, que acusa de querer ganhar na primeira volta, o que, no seu entender, é uma fraude. Em relação à emissão da segunda via do cartão de eleitoral, Artur Sanhá falou de um alegado movimento descoordenado e mal enquadrado de brigadas junto dos seus distritos eleitorais, relativamente à imperfeição na emissão dos documentos, justificando que alguns destes não têm numeração nem anotação de segunda via.
Artur Sanhá citou nomes de algumas pessoas apanhadas em Catió, sul do país, em Gabú, leste, e em Bissau, que alegadamente foram vistas a seleccionar e a transcrever dados de cartões de eleitor. Perante estes factos, Artur Sanhá concluiu que o processo de emissão de segunda via de cartões de eleitor não é viável, transparente e serve apenas para "vender galinhas em Ziguinchor e em Bissau".
Em conferência de imprensa, Artur Sanhá, director nacional da campanha, justificou dizendo que alegadamente deve haver «urnas misturadas» e com diferentes cores e tamanhos para estas eleições. E critica a distribuição dos materiais de voto: "Quando os materiais chegaram, provenientes de Portugal, foram levados e guardados nas instalações da CNE. Os mandatários de Koumba Yalà de Serifo Nhamadjo, de Baciro Dja e de Afonso Té é que reclamaram as garantias de segurança".
Neste encontro com a imprensa, Artur Sanha lançou críticas ao candidato do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, que acusa de querer ganhar na primeira volta, o que, no seu entender, é uma fraude. Em relação à emissão da segunda via do cartão de eleitoral, Artur Sanhá falou de um alegado movimento descoordenado e mal enquadrado de brigadas junto dos seus distritos eleitorais, relativamente à imperfeição na emissão dos documentos, justificando que alguns destes não têm numeração nem anotação de segunda via.
Artur Sanhá citou nomes de algumas pessoas apanhadas em Catió, sul do país, em Gabú, leste, e em Bissau, que alegadamente foram vistas a seleccionar e a transcrever dados de cartões de eleitor. Perante estes factos, Artur Sanhá concluiu que o processo de emissão de segunda via de cartões de eleitor não é viável, transparente e serve apenas para "vender galinhas em Ziguinchor e em Bissau".
EPA 2012: Henrique Rosa à Lusa: "Sacudir o miserabilismo e beneficiar da riqueza da terra"
Henrique Rosa, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de dia 18, quer um debate sobre a bandeira nacional, porque... é "falta de respeito" a bandeira do país e de um partido serem iguais. "A bandeira é importante, é um símbolo, mas a nossa bandeira é uma onde há um símbolo de um partido escrito, um candidato escrito. Afinal é a bandeira nacional, de um partido ou de um candidato?", questionou num comício em Mansoa, arredores de Bissau.
E acrescentou: eu não quero a nossa bandeira assim, nós queremos uma bandeira nacional. Temos de fazer uma opção clara, ou o PAIGC (partido que lutou contra o colonialismo e que está hoje no poder, apoiando o candidato Carlos Gomes Júnior) fica com a bandeira e arranjamos outra ou eles arranjam outra bandeira. Para Henrique Rosa, é uma "falta de respeito" e "não é possível homens que querem ser presidentes tratarem assim um símbolo nacional".
Henrique Rosa fez hoje contactos com populações da região de Mansoa, onde ao fim da tarde fez um comício no qual lembrou as regiões por onde andou na primeira semana de campanha. "Temos andado de tabanca em tabanca (lugares), setor a setor, para ouvir o povo onde ele está, o que lhe falta, o que deseja", porque "quero ser o Presidente da Guiné-Bissau, de todos os guineenses, e para ser Presidente tenho de saber como é que o povo vive, quais as suas dificuldades e canseiras", disse.
E depois contou que viu mulheres grávidas a serem levadas em carros de burro para o hospital, que viu uma mulher a quem lhe morreu o filho porque não passou nenhuma canoa na ilha onde vive que a levasse para um hospital. "Esta é a Guiné que temos", disse. "Se gostamos da Guiné-Bissau, do povo da Guiné-Bissau, e se há muitas coisas que podemos resolver, em vez de comprarmos um carro podemos resolver. Podemos dar escola aos nossos meninos, dar boas condições para os hospitais, podemos fazer muitas coisas", afirmou Henrique Rosa no comício, perante uma assistência atenta e muito jovem.
E foi para os jovens que falou depois, dizendo que os vê por todo o país e que se pergunta que futuro terão. São rostos bonitos, com força, com energia, com sonhos, "mas que podem fazer? Que oportunidades lhes são dadas se não há formação? Quando os mais velhos morrerem a quem entregar a Guiné se não preparamos as pessoas?", perguntou. Num país, disse, onde todos os dias se noticiam milhões que são dados ao governo e que continua "terra do fim do mundo", é preciso mudar, "sacudir o miserabilismo" e beneficiar da riqueza da terra. E a oportunidade, acrescentou, está no dia 18, o único dia em que o povo tem o poder.
FP/LUSA
Ter estilo próprio sempre causou polémica...
Sei o momento crítico por que passa a Guiné-Bissau. Sei, e sei ainda mais. Que há gente interessada em armar confusão no dia 18, dia das eleições. Não vou lançar lenha para uma fogueira que, anos depois, ainda arde. Não serei eu a dar o tiro de partida para a confusão. Não contem comigo para isso. Tenho a noção do perigo que estas eleições representam. Tenho visto, tenho ouvido, tenho lido. Meço bem as palavras, as críticas. Para mim, os candidatos estão todos em pé de igualdade, e, ganhe quem ganhar, não ganhará por mim.
Sei muito bem para onde caminho, conheço todas as pedrinhas que os meus pés pisam. Se alguém reparar num 'apoio' do meu blogue a uma candidato em particular, chamem-me à razão mas não me acusem sem fundamento, sem provas. Todos os candidatos que enviaram fotografias e textos, eu publiquei - Serifo Nhamdjo, Henrique Rosa, Carlos Gomes Jr., Baciro Dja. Não privilegiei um candidato em detrimento de outro. Nunca o farei. Tenho noção de Estado. Sei do que a Guiné-Bissau não precisa.
Que isto fique bem claro: Se no próximo dia 18 de março, um voto for realmente 'um voto', então não contabilizarão o meu. Alguém, seja quem for, não será o 'meu' Presidente. Contudo, e isto é para quem lê o blogue, uma coisa é certa: depois de contados os votos e a Comissão Nacional de Eleições se pronunciar, dir-vos-ei se o blogue Ditadura do Consenso continua. Ou não. Estou fartérrimo. De mentiras, de boatos, e, sobretudo de inveja. António Aly Silva
Sei muito bem para onde caminho, conheço todas as pedrinhas que os meus pés pisam. Se alguém reparar num 'apoio' do meu blogue a uma candidato em particular, chamem-me à razão mas não me acusem sem fundamento, sem provas. Todos os candidatos que enviaram fotografias e textos, eu publiquei - Serifo Nhamdjo, Henrique Rosa, Carlos Gomes Jr., Baciro Dja. Não privilegiei um candidato em detrimento de outro. Nunca o farei. Tenho noção de Estado. Sei do que a Guiné-Bissau não precisa.
Que isto fique bem claro: Se no próximo dia 18 de março, um voto for realmente 'um voto', então não contabilizarão o meu. Alguém, seja quem for, não será o 'meu' Presidente. Contudo, e isto é para quem lê o blogue, uma coisa é certa: depois de contados os votos e a Comissão Nacional de Eleições se pronunciar, dir-vos-ei se o blogue Ditadura do Consenso continua. Ou não. Estou fartérrimo. De mentiras, de boatos, e, sobretudo de inveja. António Aly Silva
EPA 2012: Serifo Nhamadjo - "Para alguns candidatos, estas eleições são uma questão de vida ou morte.
"Para alguns candidatos, estas eleições são uma questão de vida ou morte. O meu entendimento é de que muitos não são democratas, porque se perderem as eleições isso será um suicídio político para eles. Numa disputa há sempr...e que contar com a vitória e a derrota mas o comportamento de certos candidatos, em especial alguns, não tem essa cultura. Viveram sempre como todo-poderosos, que não admitem ideais contrárias". A Guiné-Bissau é um país com "muita impunidade e muita corrupção" e muitos dos agentes do Estado são corruptos, diz Serifo Nhamadjo, candidato a Presidente da República nas eleições de domingo.
Em entrevista à Agência Lusa, o candidato fala da corrupção mas também da falta de democracia, de candidatos que se sentem todo-poderosos e da necessidade de dotar a Justiça de meios. Se for eleito, a prioridade é "reconciliar a família guineense".
"A Guiné-Bissau tem sido catalogada de país desorganizado, sem esperança, com conflitos. A minha atenção vai ser simplesmente chamar à razão todos os guineenses, à volta de uma mesa. Buscar o entendimento necessário, que deve presidir todos os actos, o
entendimento, a reconciliação da família guineense, para projectarmos juntos o desenvolvimento almejado", diz à Lusa.
É que, justifica, só com o entendimento se poderá desenvolver outras áreas da vida nacional. "Para mim, a reconciliação deve de ser a base de tudo, para que a paz e a tranquilidade possam reinar neste país".
Serifo Nhamadjo, um dirigente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), candidata-se contra as orientações do partido, que apoia Carlos Gomes Júnior, até agora Primeiro-ministro. O candidato tem criticado duramente a candidatura de Carlos Gomes Júnior e diz-se o verdadeiro seguidor das ideias de Malam Bacai Sanhá, o Presidente eleito em 2009 que morreu de doença em Janeiro passado. Na altura, Nhamadjo estava a preparar, segundo orientações do Presidente, uma "conferência de reconciliação nacional".
A questão da conferência, disse à Lusa, não morreu com Malam Bacai Sanhá. "Uma das motivações da minha candidatura é essa, é levar avante essa ideia, que eu acho que é brilhante, fundamental neste país. A reconciliação é um imperativo nacional e como sei que vou ser eleito, essa conferência terá lugar". Serifo Nhamadjo elege como prioridades também os jovens e a justiça, neste caso para que tenha uma independência real. Porque "não basta nomear um determinado responsável e dar um edifício para dizer que está tudo bem. É preciso dar condições materiais e financeiras para poderem materializar os objectivos".
Também a reforma das Forças Armadas, um projecto em curso, é necessária, mas desde que inclusiva e com a participação de todos os envolvidos no processo, nota Serifo Nhamadjo. E acrescenta: "não é fazer uma reforma imposta, teoricamente tratada num gabinete e imposta às pessoas". No seu discurso nota-se quase sempre uma crítica ao actual estado de coisas e ao Governo de Carlos Gomes Júnior, companheiro de partido até há poucos dias, embora sempre se esquive a citar nomes.
"Para alguns candidatos, estas eleições são uma questão de vida ou morte. O meu entendimento é de que muitos não são democratas, porque se perderem as eleições isso será um suicídio político para eles. Numa disputa há sempre que contar com a vitória e a derrota mas o comportamento de certos candidatos, em especial alguns, não tem essa cultura. Viveram sempre como todo-poderosos, que não admitem ideais contrárias", diz. E fala de uma impunidade na sociedade guineense "sobejamente conhecida", dos muitos agentes do Estado que são corruptos.
Mas não foi ele até agora um dirigente partidário, um vice-presidente da Assembleia Nacional? O que fez para acabar com a situação? Por que não denunciou? Serifo Nhamadjo responde assim: "contacte a Inspecção Superior contra a Corrupção, o Tribunal de Contas, a Procuradoria-Geral da República, vai encontrar processos infindáveis que não tiveram seguimento. De várias denúncias, pessoais e de vários outros cidadãos". LUSA
terça-feira, 13 de março de 2012
EPA 2012: CEDEAO envia 80 observadores, chefiado pelo ex-presidente do Níger. António Russo Dias, já não chefiará a delegação da CPLP por ter sido embaixador de Portugal na Guiné-Bissau - será "incompatível" (mas está cá o David Stephen, pelas mesmas razões, e que já foi representante do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, na Guiné-Bissau...). Por seu lado, a CNE diz ter "tudo pronto" para a ida às urnas do próximo domingo. 'Sexta-feira, todas as CRE's receberão os materiais eleitorais' - garantiu o seu secretário-executivo. AAS
segunda-feira, 12 de março de 2012
Bubo Na Tchuto foi apanhado com o telemóvel na cueca!
O almirante Bubo Na Tchuto, detido desde 26 de dezembro de 2011, no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau, na primeira visita que recebeu da Liga dos Direitos Humanos, exigiu uma única condição: ser visto por um médico. Há cerca de três semanas, foi-lhe feita essa vontade. Uma carrinha com homens bem armados, escoltou o acossado almirante até ao hospital da Força Aérea, em Bissau, onde o esperava uma equipa de dois médicos. E foi ali, numa sala húmida, que o caricato que vão ler a seguir aconteceu.
Estamos a falar 'do' prisioneiro, não de um prisioneiro qualquer. Pois bem. O médico que recebeu o almirante para a consulta foi bastante prestável para o paciente Na Tchuto, disse uma fote do DC. Os militares, sempre armados, acompanharam-no até a essa sala sem nunca o perderem de vista. Assim que o Bubo levantava um pé, a bota omnipresente da tropa apagava-lhe o rasto. Pois bem...
A conversa com o médico ia avançada quando o médico pediu ao almirante que se despisse. E foi ali que o impensável aconteceu, deixando todos de boca aberta. Toca um telemóvel, mas ninguém atende. E o telefone continuava a tocar insistentemente, seria 'uma melodia vibrante', no dizer da mesma fonte. Então, um militar aproximou-se...o telefone tocava, tocava, mas... estava na cueca do almirante!!! Ou seja, quando o foram buscar na cela, Bubo estava ao telefone e assim que ouviu passos, nem teve tempo de o desligar...E enfiou-o na cueca!
Tal e qual, meus caros. O que aconteceu depois? O militar, com toda a calma tirou o telemóvel ao Bubo, desligou-o e guardou-o no bolso da farda. A consulta, que era para ser...foi chão que deu uvas! Agarraram no infeliz do Bubo Na Tchuto, enfiaram-no na carrinha e voltaram a fazer-se à estrada, a caminho de Mansoa. Lá chegados, não foi difícil chegar ao homem que forneceu o aparelho na cela ao almirante Na Tchuto. O resto foi expedito. O militar em causa foi rapidamente transferido para o Sul.
Mas o que se passou a seguir tem também a sua piada. Assim que se viu na posse do telemóvel (um aparelho da Nokia), a contra-inteligência militar pôs-se então em campo. Assentaram todos os números - chamadas feitas, recebidas, e as não atendidas. Depois, de um outro número, ligavam. "Alô, então você andou a falar com o prisioneiro Bubo Na Tchuto?". Claro que o interlocutor jurará que não, que nem sequer sabe quem é o Bubo Na Tchuto. Então, desculpam-se, dizem que foi um erro, uma linha cruzada e coisa e tal. Coisas que acontecem...
E chega a parte bonita. Esse alguém que a tropa acabou de ligar, numa atitude com tudo de impensável, talvez fruto do pânico que é ser abordado pelos militares, e sobretudo sem saber que esse telemóvel já nã se encontra na posse do Bubo, liga rapidamete para o almirante. "Estou, almirante? Aguém telefonou-me agora a perguntar se eu tinha falado contigo. Como é que pode ser?" - pergunta com a voz a tremer, completamente assustado. Do outro lado, a contra-inteligência ri-se. Está tudo gravado. E respondem: "Então você não tinha dito que não tinha falado com o Bubo...". Do outro lado, alguém está seguramente a tremer que nem uma vara verde, e a fazer contas à vida. Sabe bem que tropa já o tem na mira. E que o vai apanhar um dia destes... AAS
Estamos a falar 'do' prisioneiro, não de um prisioneiro qualquer. Pois bem. O médico que recebeu o almirante para a consulta foi bastante prestável para o paciente Na Tchuto, disse uma fote do DC. Os militares, sempre armados, acompanharam-no até a essa sala sem nunca o perderem de vista. Assim que o Bubo levantava um pé, a bota omnipresente da tropa apagava-lhe o rasto. Pois bem...
A conversa com o médico ia avançada quando o médico pediu ao almirante que se despisse. E foi ali que o impensável aconteceu, deixando todos de boca aberta. Toca um telemóvel, mas ninguém atende. E o telefone continuava a tocar insistentemente, seria 'uma melodia vibrante', no dizer da mesma fonte. Então, um militar aproximou-se...o telefone tocava, tocava, mas... estava na cueca do almirante!!! Ou seja, quando o foram buscar na cela, Bubo estava ao telefone e assim que ouviu passos, nem teve tempo de o desligar...E enfiou-o na cueca!
Tal e qual, meus caros. O que aconteceu depois? O militar, com toda a calma tirou o telemóvel ao Bubo, desligou-o e guardou-o no bolso da farda. A consulta, que era para ser...foi chão que deu uvas! Agarraram no infeliz do Bubo Na Tchuto, enfiaram-no na carrinha e voltaram a fazer-se à estrada, a caminho de Mansoa. Lá chegados, não foi difícil chegar ao homem que forneceu o aparelho na cela ao almirante Na Tchuto. O resto foi expedito. O militar em causa foi rapidamente transferido para o Sul.
Mas o que se passou a seguir tem também a sua piada. Assim que se viu na posse do telemóvel (um aparelho da Nokia), a contra-inteligência militar pôs-se então em campo. Assentaram todos os números - chamadas feitas, recebidas, e as não atendidas. Depois, de um outro número, ligavam. "Alô, então você andou a falar com o prisioneiro Bubo Na Tchuto?". Claro que o interlocutor jurará que não, que nem sequer sabe quem é o Bubo Na Tchuto. Então, desculpam-se, dizem que foi um erro, uma linha cruzada e coisa e tal. Coisas que acontecem...
E chega a parte bonita. Esse alguém que a tropa acabou de ligar, numa atitude com tudo de impensável, talvez fruto do pânico que é ser abordado pelos militares, e sobretudo sem saber que esse telemóvel já nã se encontra na posse do Bubo, liga rapidamete para o almirante. "Estou, almirante? Aguém telefonou-me agora a perguntar se eu tinha falado contigo. Como é que pode ser?" - pergunta com a voz a tremer, completamente assustado. Do outro lado, a contra-inteligência ri-se. Está tudo gravado. E respondem: "Então você não tinha dito que não tinha falado com o Bubo...". Do outro lado, alguém está seguramente a tremer que nem uma vara verde, e a fazer contas à vida. Sabe bem que tropa já o tem na mira. E que o vai apanhar um dia destes... AAS
domingo, 11 de março de 2012
Um mau exemplo
Botché Candé, o ministro da Economia há mais tempo no cargo neste País, foi 'inaugurar' a obra de terraplanagem da estrada que liga Ponta Nova a Geba, na região de Bafatá. Um oportunismo obviamente condenável, ainda que essa via estivesse intransitável há mais de 10 anos. A televisão da Guiné-Bissau até apareceu para cobrir o 'evento', em plena época de campanha eleitoral, influenciando o eleitorado e ganhando, assim, mais votos. AAS
EPA 2012: Bafatá e Gabú, a ferro e fogo
Bafatá e Gabú, são o coração destas eleições presidenciais antecipadas - mas para dois candidatos apenas: Carlos Gomes Júnior (PAIGC) e Manuel Serifo Nhamadjo, um dissidente desse mesmo partido. O primeiro a realizar um comício no Leste, nesta campanha, foi Cadogo Jr. Um mar de gente acorreu ao local. Assim que saiu, Serifo Nhamadjo entrou. Outro mar de gente, contaram-me. Tanto em Bafatá como no Gabú.
Mas, perguntam e bem, porquê esta histeria total apenas em Bafatá e Gabú - e não em todo o País? Dezenas de pesos-pesados de uma e de outra candidatura fixaram residência nestas duas cidades desde o primeiro dia da campanha eleitoral. Pelo menos numa coisa estas duas candidaturas são iguais: são uns mãos largas. Perfeitos Robbin dos Bosques à nova moda: roubar os pobres...para voltar a dar aos pobres. Nem uma ONG, aposto, tinha sequer pensado nesta nova forma de 'ajuda ao desenvolvimento'...
As duas candidaturas tanto 'oferecem' chapas de zinco, arroz, açúcar, tudo que possa influenciar alguém a votar no seu candidato, como também têm para 'oferta' bicicletas, motocicletas e mesmo carrinhas de caixa aberta, chinesas. Tem sido uma festa. Caravanas de carros novos e usados (todos sem matrículas, portanto não legalizadas...), atravessam avenidas e ruas interas, buzinam, violam regras de trânsito, fazem o que lhes der na real gana. Não se vê um polícia para amostra.
E Bafatá e Gabú lá continuam. A temperatura está alta. Gabú e Bafatá continuam pejada de 'enviados especiais' com todo o tipo de promessas que, sabem, ninguém irá cumprir. E de lá sairão apenas no dia 19, quando na véspera tiverem acompanhado toda a votação, vigiarem a recolha das urnas, contado os votos e assinado as actas-síntese. Então, via telemóvel, informarão o seu núcleo duro, instalados nas sedes nacionais de candidatura, em Bissau, o número de votos obtido.
E por volta das 21/22 horas, timidamente, ouvir-se-à uma ou outra buzinadela prolongada, ver-se-ão bandeiras ao vento. Algumas candidaturas chamarão a imprensa para dizer de sua justiça - uns para aparecer apenas, outras para adiantar números que conhecem, e portanto com alguma credibilidade. Mas só quando a Comissão Nacional de Eleições se pronunciar, provisoriamente, é que um candidato (ou alguém por ele) deverá pronunciar-se. Ou não?
António Aly Silva
Mas, perguntam e bem, porquê esta histeria total apenas em Bafatá e Gabú - e não em todo o País? Dezenas de pesos-pesados de uma e de outra candidatura fixaram residência nestas duas cidades desde o primeiro dia da campanha eleitoral. Pelo menos numa coisa estas duas candidaturas são iguais: são uns mãos largas. Perfeitos Robbin dos Bosques à nova moda: roubar os pobres...para voltar a dar aos pobres. Nem uma ONG, aposto, tinha sequer pensado nesta nova forma de 'ajuda ao desenvolvimento'...
As duas candidaturas tanto 'oferecem' chapas de zinco, arroz, açúcar, tudo que possa influenciar alguém a votar no seu candidato, como também têm para 'oferta' bicicletas, motocicletas e mesmo carrinhas de caixa aberta, chinesas. Tem sido uma festa. Caravanas de carros novos e usados (todos sem matrículas, portanto não legalizadas...), atravessam avenidas e ruas interas, buzinam, violam regras de trânsito, fazem o que lhes der na real gana. Não se vê um polícia para amostra.
E Bafatá e Gabú lá continuam. A temperatura está alta. Gabú e Bafatá continuam pejada de 'enviados especiais' com todo o tipo de promessas que, sabem, ninguém irá cumprir. E de lá sairão apenas no dia 19, quando na véspera tiverem acompanhado toda a votação, vigiarem a recolha das urnas, contado os votos e assinado as actas-síntese. Então, via telemóvel, informarão o seu núcleo duro, instalados nas sedes nacionais de candidatura, em Bissau, o número de votos obtido.
E por volta das 21/22 horas, timidamente, ouvir-se-à uma ou outra buzinadela prolongada, ver-se-ão bandeiras ao vento. Algumas candidaturas chamarão a imprensa para dizer de sua justiça - uns para aparecer apenas, outras para adiantar números que conhecem, e portanto com alguma credibilidade. Mas só quando a Comissão Nacional de Eleições se pronunciar, provisoriamente, é que um candidato (ou alguém por ele) deverá pronunciar-se. Ou não?
António Aly Silva
sábado, 10 de março de 2012
Valentine Strasser:
Por: Tânia Pereirinha/SÁBADO
Chamaram-lhe Operation Daybreak. No dia 29 de Abril de 1992, seis jovens oficiais invadiram o gabinete do Presidente Joseph Momoh, no centro da capital da Serra Leoa, depois o Lodge Presidencial, no outro lado de Freetown. Encontraram o Chefe de Estado, que consideravam incapaz de acabar com a guerra civil que durava há já um ano, escondido na casa de banho, de roupão. Meteram-no num helicóptero e levaram-no para o exílio, na Guiné Conacri.
Estava dado o golpe de Estado. Dos seis insurrectos, Valentine Strasser era o que tinha a maior patente (capitão), o que falava melhor inglês (o que não quer dizer que dominasse o idioma) e o mais facilmente manipulável, segundo alguns analistas. Para a história ficou como o Chefe de Estado mais jovem do mundo. Filho de um professor e de uma pequena empresária, Valentine Esegragbo Melvin Strasser chegou ao poder três dias depois de fazer 25 anos. E lá ficou até aos 29, idade com que foi metido à força num helicóptero com destino à Guiné Conacri.
Duas décadas depois, aos 45 anos, vive novamente em Freetown. Não no imponente Kabasa Lodge, para onde se mudou depois do golpe de Estado, mas na casa da mãe, num subúrbio pobre da capital. Passa os dias de calções, em tronco nu, no alpendre à beira da estrada, muitas vezes de garrafa de gin na mão. Não tem trabalho, recebe uma pensão do Governo, de 200 mil leones por mês – 34 euros. Nem para comprar um telemóvel tem dinheiro. Mas já foi pior: até há alguns meses só tinha direito a 11 euros. A pensão é, talvez, a única coisa que lhe resta dos anos que passou a governar o país, com sucessivos confrontos entre o exército e a Frente Unida Revolucionária (RUF). A guerra acabou em 2002.
Chegou a ordenar a execução de 29 pessoas, suspeitas de um golpe de Estado – que nunca aconteceu–, contra o seu governo. Foram todas consideradas inocentes, anos mais tarde. Mas Valentine nunca se arrependeu. “Vai-te f...! No Texas matam pessoas todos os dias!”, respondeu ao repórter da revista britânica New Statesman, quando questionado sobre as mortes. Também não admite que foi deposto em Janeiro de 1996. Diz que simplesmente se retirou depois de os seus 10 anos de serviço militar obrigatório terem terminado
Ainda foi admitido na Universidade de Warwick, no Reino Unido, para completar os estudos secundários e licenciar-se em Direito. Mas acabou por ser obrigado a fugir, depois de a sua cara começar a aparecer nos jornais, onde era apelidado de Antigo Ditador.
REVISTA 'SÁBADO'
Carlos Gomes Júnior, candidato do PAIGC, em entrevista ao semanário português 'Sol'
A uma semana das presidenciais antecipadas, o ex-primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior fala ao SOL. O líder do PAIGC admite que Bissau tem um défice de imagem, mas fala em estabilidade e crescimento. Aos 62 anos, Carlos Gomes Júnior deixa a chefia do Governo e é o candidato do partido do poder nas eleições presidenciais de 18 de Março, antecipadas após a morte a 9 de Janeiro do chefe de Estado Malam Bacai Sanhá.
As presidenciais de 18 de Março podem também ser vistas como um referendo ao seu legado enquanto primeiro-ministro. Sente-se confortável com isso?
Não penso que estas eleições possam servir para julgar a minha actuação enquanto primeiro-ministro. Mas, se o eleitorado assim o entender, estou confortável com o legado que deixo enquanto primeiro-ministro. Apesar de alguns incidentes menores, como os ocorridos no final do ano passado, hoje a Guiné-Bissau vive um período de paz e estabilidade, reconhecido aliás não apenas pelos guineenses, mas também por diversas instituições internacionais.
As greves na administração pública repetem-se, e em Dezembro o país voltou a viver momentos de agitação militar. A Guiné-Bissau está hoje melhor do que quando a encontrou?
A Guiné-Bissau está hoje um país melhor, embora muito exista ainda para fazer. O meu Governo investiu muito na função social do Estado. Existiram aumentos salariais e registou-se uma subida do salário mínimo nacional. Existe hoje em dia um maior controlo da despesa pública, e o esforço que o País está a fazer é reconhecido pelas instituições internacionais. Repare, em quatro anos passamos de um crescimento negativo de - 2,8% para um crescimento positivo que oscila entre os 4,5% e os 5,2%. Tudo isso foi feito com muito esforço de todos. A agitação de que fala é residual e decorre de algo que temos vindo a resolver aos poucos. Queremos fazer uma reforma condigna da Segurança e das Forças Armadas que possa valorizar os nossos militares e dignificá-los enquanto pilar essencial da nossa sociedade, do nosso País e da nossa independência.
Pretende abandonar por completo a actividade executiva ou poderá a Guiné-Bissau vir a ter um Governo de iniciativa presidencial?
Eu acredito e defendo a separação de poderes. E embora o partido seja o mesmo (PAIGC), a chefia do Governo estará nas mãos de uma pessoa muito competente, em quem deposito toda a minha confiança. Claro está que isso facilita o diálogo entre as instituições e eu enquanto chefe de Estado estarei atento, colaborante e dialogante, mas é ao Governo que compete governar. O meu papel como primeiro-ministro acabou e entendi que posso ser muito mais útil ao meu país na Presidência da República. É também por isso que me candidato.
Quem gostaria de ver suceder-lhe na chefia do Governo?
A escolha caberá aos meus camaradas do partido e os seus militantes. Como lhe referi, defendo a separação de poderes e quando for eleito chefe de Estado deixarei igualmente a liderança do PAIGC. O partido tem quadros competentes, com experiência, e o passado tem mostrado que, quando a hora chega, sabem não apenas escolher o melhor mas rodearem-se dos melhores. Não estou preocupado com a minha sucessão, estou optimista com o futuro do meu país.
Quais as suas prioridades para a Presidência?
Quero, acima de tudo, contribuir como elemento agregador e pacificador do meu povo. Serei o seu primeiro representante, no país e no exterior. Sei que a imagem externa da Guiné-Bissau reflecte uma realidade que não é a mais exacta e correcta. Os guineenses vivem tempos difíceis – um pouco como acontece em todo o mundo, incluindo Portugal – mas acredito que a nossa vontade como Povo vai superar os desafios que enfrentamos. Todos somos chamados a esta tarefa e eu, enquanto Presidente da República, tudo farei para que amanhã o meu povo possa viver melhor.
A oposição afirma que a sua candidatura é inconstitucional pelo facto de um primeiro-ministro não poder ser demitido por um Presidente interino, nem por poder alguém acumular os cargos de primeiro-ministro e Presidente. Como responde?
Essa é uma falsa polémica e uma falsa questão que está a ser trazida por alguns elementos da oposição para tentar incendiar a campanha e confundir o povo. O acesso de qualquer guineense ao mais alto cargo do país é constitucionalmente garantido. Irónico seria se isso não fosse permitido a alguém que ocupava até há pouco tempo a chefia do Governo. As instituições nacionais competentes já se pronunciaram pela legalidade da minha candidatura e até mesmo reputados constitucionalistas internacionais – como o Dr. Jorge Miranda – confirmaram a legalidade da minha candidatura. Estou sereno e confiante e sei que isto também não passa de manobras de alguma oposição, porque sabem que o PAIGC e eu próprio estamos em condições de vencer e logo à primeira volta.
Dados os conhecidos problemas com a actualização dos cadernos eleitorais, acredita estarem reunidas condições para uma eleição livre e justa?
Nesse aspecto, nós estamos à vontade. Fomos a primeira força política a apelar para que o prazo dos 60 dias fosse alargado para permitir que os cadernos eleitorais fossem actualizados e que fossem registados os novos eleitores. Será uma eleição livre e justa, com vários observadores internacionais a atestá-la, algo que sempre defendemos. Queremos olhar a Guiné-Bissau para o futuro e não estar presos ao passado. A 18 de Março há uma nova oportunidade para o país e para o seu povo e sabemos que esta não irá ser desperdiçada.
Dispõe de sondagens? A eleição poderá ficar resolvida à primeira volta?
Estamos muito confiantes que a 18 de Março a maioria dos eleitores vai escolher o PAIGC como força política mais votada e eleger-me como Presidente da República. As pessoas conhecem-me, conhecem o meu trabalho e a minha obra e os eleitores sabem que Carlos Gomes Júnior é o único candidato que lhes oferece a certeza de um futuro melhor.
Que palavras merecem os seus mais directos rivais Kumba Yalá, Henrique Rosa e Serifo Nhamadjo?
Eu respeito todos os candidatos. Quero fazer uma campanha pela positiva e estou a fazer essa campanha. Não entro em polémicas estéreis, mesmo quando criadas pelos meus adversários.
O país ainda não alcançou a desejada estabilidade. Como conta promovê-la na Presidência?
O poeta costuma dizer que o caminho faz-se caminhando. Hoje estamos melhores que ontem e amanhã estaremos melhores que hoje. Acredito que estas eleições serão determinantes, não apenas ao nível nacional mas também junto da comunidade internacional, para mostrar que a Guiné-Bissau caminha na senda do sucesso. E com o sucesso vem a estabilidade e a paz que todos queremos e desejamos.
Qual a sua relação actual com o CEMGFA António Indjai?
É uma relação cordial e de respeito.
Que balanço faz da colaboração angolana? Pretende vê-la reforçada?
Angola tem sido um bom amigo da Guiné-Bissau e esperamos e contamos com a sua leal colaboração. Sentimos que somos parceiros, unidos por um passado comum e com um futuro onde os dois, preservando as suas independências enquanto países, podem continuar a trabalhar nos vários domínios que até aqui temos desenvolvido. Queremos reforçar a cooperação internacional, não apenas com Angola, mas com todos os estados com os quais nos sentimos próximos e onde percebemos que os nossos objectivos são comuns.
Como é público, a Guiné-Bissau é hoje vista como um narcoestado por vários observadores externos. O que está a ser feito para alterar esta situação e que contributo conta prestar na Presidência?
A Guiné-Bissau tem desenvolvido um intenso combate a este flagelo e temos contado com o apoio das organizações internacionais. Temos determinação e temos vontade e o Governo que liderei deu um sinal claro nesse combate. Mas temos a consciência que estamos a lidar com um inimigo poderoso e sabemos que este não é um combate que vencemos sozinhos. Mas acredito que a comunidade internacional irá ajudar-nos a combater este flagelo.
Como se consegue ‘vender’ uma Guiné-Bissau com défice de imagem aos investidores estrangeiros?
Penso que aqui há duas palavra-chave: credibilidade e estabilidade política. Temos feito um esforço no sentido de consolidar as contas públicas e esse esforço tem tido resultados práticos e é reconhecido pelas instituições internacionais. Acredito que é uma questão de tempo até que novos investidores internacionais vejam que a Guiné-Bissau é um país de futuro e onde vale a pena investir.
Quais os grandes vectores para o desenvolvimento do país?
Continuamos a apostar na agricultura e nas pescas, que garantem a subsistência de inúmeras famílias guineenses. Mas não só. Acreditamos que o investimento estrangeiro será benéfico para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Há muito para fazer no país e estamos dispostos a arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto com quem queira investir e apostar no futuro da Guiné-Bissau. Acreditamos que, com a estabilidade política e social, virão novas oportunidades de desenvolvimento.
Quais os maiores desafios?
Acima de tudo, acho que o maior desafio é o da estabilidade política e social no país. Assim que esta seja uma realidade que também seja percebida lá fora, da mesma forma que já é vivida e sentida pelos guineenses, acredito que a Guiné-Bissau se irá levantar. Temos o turismo para desenvolver, por exemplo, com o arquipélago dos Bijagós a ser um verdadeiro diamante em bruto para ser explorado. Outra das apostas vai ser o sector minério.
Como tem acompanhado a situação no vizinho Senegal?
O Senegal é um país irmão e tudo o que se passa no Senegal acaba sempre por afectar, directa ou indirectamente, a Guiné-Bissau. Temos boas relações de vizinhança com este país e pertencemos à mesma comunidade (UEMOA, União Económica e Monetária do Oeste Africano e CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e estamos sempre prontos a que tudo se faça para que entre vizinhos tudo corra bem. Acompanhamos com alguma preocupação o acto eleitoral que também decorre no país, mas sabemos que quem quer que seja que os senegaleses escolham será sempre um bom amigo da Guiné-Bissau. E isso para nós é o mais importante.
No quadro da Lusofonia, qual o estado das relações com Cabo Verde, Portugal e Brasil, e quais as expectativas para o futuro próximo?
Temos as melhores relações com os países que referiu e também com os nossos restantes irmãos lusófonos de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e também com Timor-Leste. Acredito que todos juntos somos mais fortes e que o nosso passado e herança comum hoje liga-nos e identifica-nos no mundo. A CPLP está com um dinamismo extraordinário e orgulhamo-nos do trabalho que o guineense Domingos Simões Pereira tem estado a desenvolver. A língua Portuguesa tem força e voz no mundo. Trabalhamos juntos para que o futuro seja melhor e que nos possamos ajudar mutuamente.
Entrevista: Pedro Guerreiro
Jornal 'Sol', Lisboa
As presidenciais de 18 de Março podem também ser vistas como um referendo ao seu legado enquanto primeiro-ministro. Sente-se confortável com isso?
Não penso que estas eleições possam servir para julgar a minha actuação enquanto primeiro-ministro. Mas, se o eleitorado assim o entender, estou confortável com o legado que deixo enquanto primeiro-ministro. Apesar de alguns incidentes menores, como os ocorridos no final do ano passado, hoje a Guiné-Bissau vive um período de paz e estabilidade, reconhecido aliás não apenas pelos guineenses, mas também por diversas instituições internacionais.
As greves na administração pública repetem-se, e em Dezembro o país voltou a viver momentos de agitação militar. A Guiné-Bissau está hoje melhor do que quando a encontrou?
A Guiné-Bissau está hoje um país melhor, embora muito exista ainda para fazer. O meu Governo investiu muito na função social do Estado. Existiram aumentos salariais e registou-se uma subida do salário mínimo nacional. Existe hoje em dia um maior controlo da despesa pública, e o esforço que o País está a fazer é reconhecido pelas instituições internacionais. Repare, em quatro anos passamos de um crescimento negativo de - 2,8% para um crescimento positivo que oscila entre os 4,5% e os 5,2%. Tudo isso foi feito com muito esforço de todos. A agitação de que fala é residual e decorre de algo que temos vindo a resolver aos poucos. Queremos fazer uma reforma condigna da Segurança e das Forças Armadas que possa valorizar os nossos militares e dignificá-los enquanto pilar essencial da nossa sociedade, do nosso País e da nossa independência.
Pretende abandonar por completo a actividade executiva ou poderá a Guiné-Bissau vir a ter um Governo de iniciativa presidencial?
Eu acredito e defendo a separação de poderes. E embora o partido seja o mesmo (PAIGC), a chefia do Governo estará nas mãos de uma pessoa muito competente, em quem deposito toda a minha confiança. Claro está que isso facilita o diálogo entre as instituições e eu enquanto chefe de Estado estarei atento, colaborante e dialogante, mas é ao Governo que compete governar. O meu papel como primeiro-ministro acabou e entendi que posso ser muito mais útil ao meu país na Presidência da República. É também por isso que me candidato.
Quem gostaria de ver suceder-lhe na chefia do Governo?
A escolha caberá aos meus camaradas do partido e os seus militantes. Como lhe referi, defendo a separação de poderes e quando for eleito chefe de Estado deixarei igualmente a liderança do PAIGC. O partido tem quadros competentes, com experiência, e o passado tem mostrado que, quando a hora chega, sabem não apenas escolher o melhor mas rodearem-se dos melhores. Não estou preocupado com a minha sucessão, estou optimista com o futuro do meu país.
Quais as suas prioridades para a Presidência?
Quero, acima de tudo, contribuir como elemento agregador e pacificador do meu povo. Serei o seu primeiro representante, no país e no exterior. Sei que a imagem externa da Guiné-Bissau reflecte uma realidade que não é a mais exacta e correcta. Os guineenses vivem tempos difíceis – um pouco como acontece em todo o mundo, incluindo Portugal – mas acredito que a nossa vontade como Povo vai superar os desafios que enfrentamos. Todos somos chamados a esta tarefa e eu, enquanto Presidente da República, tudo farei para que amanhã o meu povo possa viver melhor.
A oposição afirma que a sua candidatura é inconstitucional pelo facto de um primeiro-ministro não poder ser demitido por um Presidente interino, nem por poder alguém acumular os cargos de primeiro-ministro e Presidente. Como responde?
Essa é uma falsa polémica e uma falsa questão que está a ser trazida por alguns elementos da oposição para tentar incendiar a campanha e confundir o povo. O acesso de qualquer guineense ao mais alto cargo do país é constitucionalmente garantido. Irónico seria se isso não fosse permitido a alguém que ocupava até há pouco tempo a chefia do Governo. As instituições nacionais competentes já se pronunciaram pela legalidade da minha candidatura e até mesmo reputados constitucionalistas internacionais – como o Dr. Jorge Miranda – confirmaram a legalidade da minha candidatura. Estou sereno e confiante e sei que isto também não passa de manobras de alguma oposição, porque sabem que o PAIGC e eu próprio estamos em condições de vencer e logo à primeira volta.
Dados os conhecidos problemas com a actualização dos cadernos eleitorais, acredita estarem reunidas condições para uma eleição livre e justa?
Nesse aspecto, nós estamos à vontade. Fomos a primeira força política a apelar para que o prazo dos 60 dias fosse alargado para permitir que os cadernos eleitorais fossem actualizados e que fossem registados os novos eleitores. Será uma eleição livre e justa, com vários observadores internacionais a atestá-la, algo que sempre defendemos. Queremos olhar a Guiné-Bissau para o futuro e não estar presos ao passado. A 18 de Março há uma nova oportunidade para o país e para o seu povo e sabemos que esta não irá ser desperdiçada.
Dispõe de sondagens? A eleição poderá ficar resolvida à primeira volta?
Estamos muito confiantes que a 18 de Março a maioria dos eleitores vai escolher o PAIGC como força política mais votada e eleger-me como Presidente da República. As pessoas conhecem-me, conhecem o meu trabalho e a minha obra e os eleitores sabem que Carlos Gomes Júnior é o único candidato que lhes oferece a certeza de um futuro melhor.
Que palavras merecem os seus mais directos rivais Kumba Yalá, Henrique Rosa e Serifo Nhamadjo?
Eu respeito todos os candidatos. Quero fazer uma campanha pela positiva e estou a fazer essa campanha. Não entro em polémicas estéreis, mesmo quando criadas pelos meus adversários.
O país ainda não alcançou a desejada estabilidade. Como conta promovê-la na Presidência?
O poeta costuma dizer que o caminho faz-se caminhando. Hoje estamos melhores que ontem e amanhã estaremos melhores que hoje. Acredito que estas eleições serão determinantes, não apenas ao nível nacional mas também junto da comunidade internacional, para mostrar que a Guiné-Bissau caminha na senda do sucesso. E com o sucesso vem a estabilidade e a paz que todos queremos e desejamos.
Qual a sua relação actual com o CEMGFA António Indjai?
É uma relação cordial e de respeito.
Que balanço faz da colaboração angolana? Pretende vê-la reforçada?
Angola tem sido um bom amigo da Guiné-Bissau e esperamos e contamos com a sua leal colaboração. Sentimos que somos parceiros, unidos por um passado comum e com um futuro onde os dois, preservando as suas independências enquanto países, podem continuar a trabalhar nos vários domínios que até aqui temos desenvolvido. Queremos reforçar a cooperação internacional, não apenas com Angola, mas com todos os estados com os quais nos sentimos próximos e onde percebemos que os nossos objectivos são comuns.
Como é público, a Guiné-Bissau é hoje vista como um narcoestado por vários observadores externos. O que está a ser feito para alterar esta situação e que contributo conta prestar na Presidência?
A Guiné-Bissau tem desenvolvido um intenso combate a este flagelo e temos contado com o apoio das organizações internacionais. Temos determinação e temos vontade e o Governo que liderei deu um sinal claro nesse combate. Mas temos a consciência que estamos a lidar com um inimigo poderoso e sabemos que este não é um combate que vencemos sozinhos. Mas acredito que a comunidade internacional irá ajudar-nos a combater este flagelo.
Como se consegue ‘vender’ uma Guiné-Bissau com défice de imagem aos investidores estrangeiros?
Penso que aqui há duas palavra-chave: credibilidade e estabilidade política. Temos feito um esforço no sentido de consolidar as contas públicas e esse esforço tem tido resultados práticos e é reconhecido pelas instituições internacionais. Acredito que é uma questão de tempo até que novos investidores internacionais vejam que a Guiné-Bissau é um país de futuro e onde vale a pena investir.
Quais os grandes vectores para o desenvolvimento do país?
Continuamos a apostar na agricultura e nas pescas, que garantem a subsistência de inúmeras famílias guineenses. Mas não só. Acreditamos que o investimento estrangeiro será benéfico para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Há muito para fazer no país e estamos dispostos a arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto com quem queira investir e apostar no futuro da Guiné-Bissau. Acreditamos que, com a estabilidade política e social, virão novas oportunidades de desenvolvimento.
Quais os maiores desafios?
Acima de tudo, acho que o maior desafio é o da estabilidade política e social no país. Assim que esta seja uma realidade que também seja percebida lá fora, da mesma forma que já é vivida e sentida pelos guineenses, acredito que a Guiné-Bissau se irá levantar. Temos o turismo para desenvolver, por exemplo, com o arquipélago dos Bijagós a ser um verdadeiro diamante em bruto para ser explorado. Outra das apostas vai ser o sector minério.
Como tem acompanhado a situação no vizinho Senegal?
O Senegal é um país irmão e tudo o que se passa no Senegal acaba sempre por afectar, directa ou indirectamente, a Guiné-Bissau. Temos boas relações de vizinhança com este país e pertencemos à mesma comunidade (UEMOA, União Económica e Monetária do Oeste Africano e CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e estamos sempre prontos a que tudo se faça para que entre vizinhos tudo corra bem. Acompanhamos com alguma preocupação o acto eleitoral que também decorre no país, mas sabemos que quem quer que seja que os senegaleses escolham será sempre um bom amigo da Guiné-Bissau. E isso para nós é o mais importante.
No quadro da Lusofonia, qual o estado das relações com Cabo Verde, Portugal e Brasil, e quais as expectativas para o futuro próximo?
Temos as melhores relações com os países que referiu e também com os nossos restantes irmãos lusófonos de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e também com Timor-Leste. Acredito que todos juntos somos mais fortes e que o nosso passado e herança comum hoje liga-nos e identifica-nos no mundo. A CPLP está com um dinamismo extraordinário e orgulhamo-nos do trabalho que o guineense Domingos Simões Pereira tem estado a desenvolver. A língua Portuguesa tem força e voz no mundo. Trabalhamos juntos para que o futuro seja melhor e que nos possamos ajudar mutuamente.
Entrevista: Pedro Guerreiro
Jornal 'Sol', Lisboa
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