quinta-feira, 2 de maio de 2013
GRAVE - «Governo paga salários com dinheiro da droga»
A Confederação-geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB) alertou para que o Governo de transição possa estar a utilizar dinheiro proveniente de tráfico de droga para o pagamento de salários aos funcionários públicos. Numa mensagem alusiva ao 1º de Maio, dia do trabalhador, esta central sindical classificou a situação como grave e disse que não pode ser aceite.
«A CGSI-GB não pode e nem deve abster-se dos problemas que nos últimos dias assolam o país, sobretudo quando se ventila que os salários pagos são fruto do narcotráfico. É muito grave e não podemos aceitar que o dinheiro da droga seja utilizado para nos pagar salários ao final do mês», lê-se na mensagem. A CGSI-GB exigiu uma explicação clara e plausível por parte do Governo de transição, em relação aos «salários-drogas» da administração pública guineense.
Sobre o poder compra do trabalhador, a organização sublinhou que o Governo de transição nada fez para evitar a subida de preços dos produtos de primeira necessidade, o que fez com que o funcionário público ficasse em situação de «penúria». Sobre a lei de Orçamento Geral do Estado, recentemente aprovado pelo Governo de transição, a CGSI-GB disse que o assunto não é do conhecimento do Conselho Permanente de Concertação Social. A confederação felicitou a determinação das organizações sindicais na luta e reivindicação dos seus direitos junto dos patronatos. PNN
FMI está em Bissau para fazer...nada!
O Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou hoje a segunda missão à Guiné-Bissau após o golpe de Estado de abril de 2012, no âmbito da qual vai fazer uma análise exaustiva da situação económica e financeira, anunciou a Lusa. A situação no país "não está muito saudável", tendo em conta a suspensão das ajudas dos doadores internacionais na sequência do golpe de Estado, reconheceu hoje o ministro das Finanças do Governo de transição, Abubacar Demba Dahaba. O ministro reuniu-se esta manhã com a delegação do FMI, altura em que disse esperar que com a abertura da comunidade financeira internacional o país possa vir de novo a beneficiar de apoios.
"Há muitos projectos bloqueados desde 12 de abril mas há um esforço, o processo já está no caminho e penso que vamos ultrapassar rapidamente as dificuldades", disse, lembrando que também o Banco Mundial retomou os projectos que tinha em curso na Guiné-Bissau. A missão do FMI é chefiada por Mauricio Villafuerte, que já tinha estado em Bissau em Fevereiro deste ano. Villafuerte remeteu para o final da visita mais declarações, afirmando apenas que a missão que hoje começa é "mais formal" do que a de Fevereiro e destina-se a preparar o relatório anual que será apresentado ao FMI em Washington.
Após a missão de Fevereiro o Fundo Monetário Internacional emitiu um comunicado no qual dizia esperar que a economia da Guiné-Bissau recupere este ano, depois de uma queda no ano passado, graças à "retoma da produção e exportação do caju" (principal produto do país). "A actividade económica foi afectada adversamente pela queda acentuada nos volumes de exportação e preço da castanha de caju, e pela diminuição da assistência dos doadores na sequência do golpe de Estado", dizia o comunicado. E acrescentava: "embora a situação continue difícil devido às incertezas políticas existentes", espera-se que "a economia recupere em 2013" pela retoma da produção e exportação do caju. LUSA
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Borgonha mas mortu
O 'encarregado de negócios' da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, 'Noni' Vieira, parece vidrado na embaixada... Foi-lhe dito, por carta, que devia regressar a Bissau. A missão que lhe fora confiada, era complexa, era muita areia para a sua camioneta. Assim, ele falhara. Por outras palavras e sem rodeios: o 'Noni' não serviu com competência. Estávamos no dia 28 de março quando o carteiro tocou. Tinha, por assim dizer, o destino de 'Noni' nas suas mãos. A correspondência foi registada e seguiu friamente rumo ao seu destinatário.
Mas a verdade é que o 'Noni' já não manda nada (nunca mandou) na embaixada. Contudo, todos os dias vai à rua de Alcolena, ali junto ao estádio do Belenenses. Mantém o carro com matrícula diplomática (ainda que esteja cá, em Lisboa, como um imigrante sem papel) e o motorista. E não descarta a menina dos seus olhos: o gabinete. "Tem pedido que lhe paguem três meses de salário", conta uma fonte ao DC. Ainda que tenha feito...nada. E então, senhor conselheiro - e os objectivos, pá?!. Também sonha com o justíssimo bilhete de avião. Por este andar, acho que o 'Nóni' envelhecerá por cá...a engordar o currículum, claro!
Outro que foi nomeado 'ex-conselheiro' de negócios, mas em Paris, foi o Dino...as três ou mais tentativas para tomar a embaixada de assalto, deram em nada. Os guineenses toparam-no. E montaram até guarda à embaixada. E um dia chamaram mesmo a polícia francesa. Estes, claro, não podiam entrar na embaixada mas foram convidados a fazê-lo. Então, lá mimaram o assustado do Dino e levaram-no para fora. E disseram-lhe: "Amigo, você agora está em território francês". A mensagem passou e Dino conformou-se. Ma n'fala, lebsimenti tem na mundo... Humilhado, Dino foi sensato: fez as malas e voltou para casa - e fez muito bem. Dino regressou a Bissau há cerca de um mês. E por lá anda, aos papéis... AAS
Unilab 'é' guineense
A Guiné-Bissau foi o país com mais alunos aprovados (78) nos exames de admissão à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), que oferecia 192 vagas para naturais de outros países de língua portuguesa. Por ordem decrescente, seguem-se os alunos de Cabo Verde (17), Angola (oito), Timor-Leste (cinco), Moçambique (dois) e São Tomé e Príncipe (dois).
O curso com mais candidatos aprovados foi o de Bacharelato em Humanidades (24 alunos), seguindo-se Administração Pública (20), Enfermagem (18), Engenharia de Energias (18), Agronomia (16), Ciências da Natureza e Matemática (10), Letras (6). Ao todo, apenas 112 candidatos foram aprovados para usufruir das 192 vagas para estrangeiros. No último ano lectivo, esta universidade foi frequentada por 800 alunos brasileiros e outros 200 originários dos restantes países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No que se refere a alunos brasileiros, a UNILAB pôs este ano em vigor a nova “lei de cotas”, que obriga a uma reserva de vagas para candidatos oriundos de escolas públicas, com renda familiar ‘per capita’ igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e autodeclarados pretos, partos ou indígenas A UNILAB é uma instituição de ensino superior pública, com sede em Redenção, a primeira cidade brasileira a abolir a escravatura. Tem como objectivo formar recursos humanos para desenvolver a integração entre o Brasil e os restantes membros da CPLP.
Guiné-Bissau: Taciana Lima conquista 1ª medalha de ouro
Taciana Lima Baldé, uma judoca nascida no Brasil mas que é cidadã da Guiné-Bissau, arrecadou, em Maputo, a primeira medalha de ouro do país e da África a Sul do Sara, no Campeonato Africano de Judo, na categoria de ligeiro (menos de 48 quilos). Agora, sonha continuar a competir pelo país africano e chegar até aos Jogos Olímpicos de 2016, que se irão realizar no Brasil. Taciana Lima, a judoca de 29 anos, criada pela mãe e pelo padrasto, nunca conheceu o pai até que em 2007, a mãe lhe deu o nome do progenitor, Oscar Suca Baldé. Depois de algumas pesquisas, ela descobriu que o pai era o ministro das Pescas da Guiné-Bissau e resolveu entrar em contacto com ele.
Conheceram-se pessoalmente cinco anos depois e ela optou pela nacionalidade guineense. Com o sonho de competir num Mundial ou nos Jogos Olímpicos, Taciana teria essa tarefa dificultada no Brasil, pela sua adversária directa, Sara Menezes, que a derrotou na qualificação para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2007. Neste momento em 31.º lugar no ranking mundial, a judoca tinha consciência que o Campeonato Africano funcionaria como uma boa rampa de lançamento para chegar ao Mundial no Brasil e às Olimpíadas.
Foi em Maputo que disputou a sua primeira competição como guineense, conseguindo ficar no primeiro lugar do pódio, depois de ter derrotado a bicampeã do torneio, a tunisina Hela Ayari, e a angolana Sabrina Saidi, na final. Pela primeira vez, um país da África a Sul do Sara uma campeã na categoria de ligeiro. Taciana Lima está já qualificada para o Mundial, que se realiza em Setembro, no Rio de Janeiro. Quanto aos Jogos Olímpicos, ainda terá de continuar a competir e a somar pontos com o seu quimono da Guiné-Bissau e o seu novo nome, Taciana Lima Baldé. LusoMonitor
Reencontro com o pai ditou destino de judoca brasileira
Após reencontrar o pai, judoca troca o Brasil por Guiné-Bissau e conquista o título africano? Poderia ser o enredo de um filme, mas a história é real. Quase dois anos após ser flagrada no exame antidoping, a judoca Taciana Lima, uma antiga promessa do esporte nacional, voltou a subir no lugar mais alto do pódio. Não pela Seleção Brasileira, mas sim defendendo as cores de Guiné-Bissau, um país africano sem qualquer tradição no esporte, no Campeonato Africano em Moçambique.
Com esses fatos, muitos cineastas já poderiam criar um documentário ou um longa-metragem. Mas a história não acaba por aí. Aos 29 anos, Taciana, que luta na categoria até 48kg, decidiu se naturalizar pelo país africano após conhecer o pai, Óscar Suca Baldé. Sem saber quem ele era até 2007, o primeiro encontro só ocorreu no fim do ano passado quando a judoca passou o Ano Novo com ele no continente africano.
– Meu pai é de Guiné. Ele estudou no Brasil durante a universidade e conheceu minha mãe. Mas quando acabou o curso, teve de voltar e eles perderam contato. Na época, ele sabia que ela estava grávida. Nasci em Pernambuco e vim para o Rio Grande do Sul muito nova. Sempre soube que ele não era brasileiro, mas nunca tinha perguntado muito – afirmou Taciana.
Brasileira Taciana Lima sobe no pódio defendendo Guiné Bissau
– Em 2007, perdi uma seletiva para a Olimpíada e me deu o estalo de procurá-lo. Deu que ele era Secretário de Estado das Pescas e dos Recursos Haliêuticos. Liguei no consulado em Campinas e, no dia seguinte, ele me ligou. No fim de 2012, no Ano Novo, foi a primeira vez que a gente se encontrou – completou.
Treinando na Sogipa, no Rio Grande do Sul, formada em Educação Física e estudante de Design de Moda, Taciana decidiu trocar de país para ter mais oportunidades. E não se arrependeu da escolha.
A lutadora se naturalizou rapidamente e teve a liberação da Confederação Brasileira de Judô. Logo na primeira competição, no Africano em abril, levou o ouro. Mas a realidade em Guiné-Bissau é outra. A atleta chegou à competição sozinha, fez sua inscrição e ainda teve de ser sua própria técnica. E entrou para a história do país. Taciana segue morando no Brasil e agora a meta é disputar o Mundial no Rio de Janeiro, no fim de agosto, e a Olimpíada de 2016. Mas tudo representando Guiné-Bissau.
ENTREVISTA COM TACIANA LIMA:
LANCE!Net: Como foi disputar o Campeonato Africano de judô neste mês?
Taciana Lima: O campeonato foi muito bom. Fiz três lutas e ganhei todas por ippon. Foi minha primeira competição por Guiné. Decidi me naturalizar no fim de fevereiro, começo de março. Foi tudo muito rápido. No início, muita gente não entendeu. Quando cheguei, foi uma surpresa, todos me olhavam. Foi muito diferente, nem sei como descrever. Guiné-Bissau não tem judô. Na final, o ginásio inteiro aplaudiu de pé.
L!Net: Você só se encontrou com seu pai pela primeira vez no fim do ano passado. Como foi isso?
TL: Passei o Ano Novo no Senegal com meus irmãos e ele. Depois, fiquei sete dias em Guiné. Tive a oportunidade de conhecer o presidente, a estrutura do país.
L!Net: Qual o motivo de decidir defender Guiné e não mais o Brasil?
TL: Decidi defender Guiné por causa da cultura esportiva do país. Lá, isso não existe. Posso conseguir criar isso, mostrar o judô para eles. As pessoas nem sabem da existência do esporte. Além disso, no Brasil é muito concorrido para participar da Olimpíada. Como tenho conseguido bons resultados nas competições, vai ser melhor para mim.
L!Net: Como foi a reação do seu pai ao saber da sua conquista?
TL: Ele foi a primeira pessoa para quem eu liguei após a competição. Ele ficou muito feliz. Até hoje, essa conquista está repercutindo. Recebi telefonema de uma rádio, mandei o vídeo do pódio, passou na televisão... Ainda não tenho tanta noção de como foi a repercussão.
A ANÁLISE DE NEY WILSON, COORDENADOR DA SELEÇÃO BRASIELIRA DE JUDÔ:
"Foi algo que partiu da Taciana. Ela nos procurou por causa do pai, dizendo que havia a chance lutar por Guiné. Colocamos a situação. Ela não está entre as três primeiras atletas do Brasil na categoria, mas é uma grande judoca. Mas, desta forma, é uma chance de ela pontuar e conseguir ir à Olimpíada. Lá, ela terá uma concorrência menor do que no nosso continente. Nos correspondemos com o Comitê Olímpico do país e criamos todas as facilidades. Com a Camila Minakawa (outra judoca brasileira, que está competindo atualmente por Israel), aconteceu a mesma situação, um pouco antes da Taciana."
CERCO: AFRICOM implantou a "Força de Reacção Rápida" na Espanha, apontada aos países da África Ocidental. No início de abril, os Estados Unidos da América e o Governo espanhol concordaram que os EUA podem ter uma força de ataque de "reacção rápida" na base aérea de Moron. A força é composta por 500 fuzileiros navais e 8 aeronaves, que serão usadas para responder aos países localizados na costa ocidental africana. AAS
terça-feira, 30 de abril de 2013
Remodelação para inglês ver...
Vem aí a tão propalada remodelação governamental, apelidada de governo de inclusão. Informações recolhidas pelo ditadura do consenso, dão conta que o PAIGC, que se deixou arrastar para esse lamaçal inconstitucional, pode não ficar com nenhuma pasta sonante - Segurança, Finanças, Economia. A única pasta de relevo que poderão ocupar é a dos Negócios Estrangeiros.
De regresso está o ministério da Mulher, Solidariedade e Luta Contra a Pobreza (para, presumo eu!, fabricar ainda mais pobres. As pastas da Defesa, Justiça e Economia não serão sequer mexidas. Fernando Vaz pode estar de saída, devido a pressões dentro do próprio 'governo ilegítimo da CEDEAO', mas, por outro lado, a nossa fonte reconhece haver uma "grande pressão" por parte do CEMGFA, António Indjai, para que o seu menino de coro continue... AAS
Espanha prende guineense "senhor da droga"
Guineense LITO NÁNIA preso em Espanha com 43 kilos de heroína. Lito 'Nánia' foi preso no Inicio do ano, mas só a 15 de março a polícia espanhola divulgou os pormenores à imprensa. AAS
Daqui não saio, daqui ninguém me tira
No dia 28 de março do corrente ano, o 'encarregado de negócios' da embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, 'Noni' Vieira, recebeu uma carta do ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Motivo: a missão que lhe tinha sido confiado, acabou. Mais. Deve regressar à base. Devia!!! Pois 'Noni' fitcha pó di kurpu na sol de Lisboa... e não há maneira de desamparar a loja.
Desde que chegou a Lisboa, há já uns bons mesinhos, que 'Noni' tem andado por aí... Portugal não o chamou para a entrega das cartas (o governo português não reconhece o poder instituído em Bissau desde o golpe de Estado de 2012), não goza de imunidade, não é convidado para nada que seja oficial, nem por outras embaixadas ou representações diplomáticas na agitada Lisboa.
Numa palavra: 'Noni' Vieira foi completamente marginalizado por não ter conseguido desatar o nó sufocante que se aperta cada vez mais sobre os golpistas (mas alguém conseguiria?!)... Para a história ficará certamente a tal reunião em que 45 minutos dos 60 que durou a reunião foram passados a ouvir o seu curriculum...ah, e deixa uma embaixada ainda mais escancarada. AAS
Cajú: Boicote ameaça taxa
A Associação dos importadores e exportadores da Guiné-Bissau ameaçou, domingo de boicotar a campanha de comercialização da castanha de caju de 2013, o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, se uma taxa adoptada em 2011 não seja suprimida. O seu presidente, Mamadu Yéro Djamanca, que se dirigia à imprensa, exigiu que o governo de transição suspenda a colecta dessa taxa instituida pelo governo deposto de Carlos Gomes Junior, que é de 50 FCFA por kilograma de castanha de caju exportado. Essa taxa devia permitir a promoção e o favorecimento da indistrialização dos produtos agricolas nacionais, segundo a antiga equipa governamental. Para M. Y. Djamanca, a supressão desta taxa permiteria aos exportadores de disporem de capacidades financeiras para a compra e exportação da castanha de caju. Em 2012, a Guiné-Bissau exportou 120.000 toneladas de castanha de caju, isto é, menos que os 174.000 toneladas de 2011.
Por outro, ele preconiza que o Fundo de promoção da industrialização agricola, criada em 2012 e que tinha a gerado 30 milhões de dolares, seja concedida alocado aos intermediarios para salvar a campanha da castanha de caju. Estes fundos é gerido pelo Governo e a Camara de Comércio, da Industria e Serviços. O governo de transição decidiu este ano de manter todos as taxas ligadas a comercialização da castanha, mas sem fixar o preço de referência ao quilo. A India é o mais importante comprador de castanha de caju da Guiné- Bissau, com mais de 80% das importações. Xinhuanet
Cabo Verde deve evitar polémicas com a Guiné-Bissau - académico
O académico cabo-verdiano Corsino Tolentino defendeu hoje (terça-feira) que Cabo Verde "não deve envolver-se em polémicas evitáveis", ao comentar as críticas da Guiné-Bissau ao comportamento das autoridades da Cidade da Praia no conflito político-militar guineense. Entrevistado pela agência Inforpress, citadado pela LUSA, o também antigo director geral da Fundação Calouste Gulbenkian defendeu que Cabo Verde deve acompanhar "com cautela" a crise guineense, desencadeada com o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. "Creio que devemos acompanhar este assunto com muita cautela e qualquer posição pública deve ser devidamente ponderada, porque, neste momento, pode ter desenvolvimentos imprevisíveis", opinou Corsino Tolentino, "histórico" do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001).
Em causa está a operação levada a cabo a 04 deste mês pelo Departamento Anti-Droga (DEA) dos Estados Unidos para a detenção do antigo chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, acusado pelos norte-americanos de ligações ao narcotráfico e tráfico de armas. Para as autoridades da transição guineense, a detenção de Bubo Na Tchuto ocorreu, não em águas internacionais, mas nas guineenses, tendo contado com o apoio de elementos cabo-verdianos, que permitiram, depois, que o antigo CEMA fosse transportado para os Estados Unidos a partir da ilha cabo-verdiana do Sal. O Governo de transição guineense acusou ainda as autoridades cabo-verdianas de envolvimento no tráfico de armas para os rebeldes da guerrilha senegalesa - Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) que luta pela secessão da província do sul do Senegal e fronteira à Guiné-Bissau.
Na resposta, a 23 deste mês, um dia depois das críticas, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que as acusações "não são credíveis". "Não estamos a brincar aos Governos e não comento declarações desta natureza. Desvalorizo-as completamente. Não têm nenhum significado ou credibilidade para o Governo de Cabo Verde. Não comento as declarações de governantes da Guiné-Bissau em relação a essas matérias", afirmou José Maria Neves. Hoje, Corsino Tolentino indicou que as acusações do Governo de transição guineense revelam "falta de sabedoria política", salientando que se está à procura de um "bode expiatório" para um caso "muito delicado e muito concreto", o da afirmação de um Estado de direito na Guiné-Bissau. Comentando a detenção de Bubo Na Tchuto, Corsino Tolentino disse que a situação "está longe de ser líquida", uma vez que o caso não esteve a coberto de um "mandado de um tribunal internacional devidamente legitimado".
Pessoalmente, disse que gostaria que os cabo-verdianos não entrassem no que considera ser "um jogo", que pode prejudicar tanto Cabo Verde como a Guiné-Bissau e a região em que os dois países estão integrados. Segundo o analista, Cabo Verde "foi envolvido ou deixou-se envolver" no caso da detenção de Bubo Na Tchuto. Instado sobre que papel pode o arquipélago desempenhar numa solução para a crise guineense, Corsino Tolentino sublinhou que, apesar do passado histórico que liga os dois países, não vale a pena basear-se nesses pressupostos para se justificar qualquer tomada de posição por parte de Cabo Verde sobre os assuntos da Guiné-Bissau. "O passado histórico entre os dois países é diverso", alegou, acrescentando que houve "muito de positivo", mas também "muito de negativo".
Parlamento acorda - Eleições em novembro
Políticos e outros responsáveis da Guiné-Bissau concordaram hoje no parlamento que as eleições gerais devem ser em novembro e que o período de transição deverá terminar a 31 de dezembro. As propostas foram aprovadas pelos presentes numa reunião no parlamento (políticos, chefias militares, chefes religiosos e lideres sindicais) e resultaram de um consenso sobre o novo modelo para o período de transição em curso na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado militar. Além da realização de eleições gerais em novembro, em data a ser marcada pelo Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, as partes concordaram também na formação de um novo Governo "mais inclusivo" e ainda na eleição de um novo presidente da Comissão Nacional de Eleições, cujo nome deve ser indicado pelo Conselho Superior de Magistratura Judicial. LUSA
Bim nô bai
Sondagem DC
PERGUNTA: Quem é que os EUA levam a seguir?
- António Indjai - 141 (84%)
- Serifo Nhamadjo - 33 (19%)
- Kumba Yalá - 70 (42%)
- Fernando Vaz - 44 (26%)
NOTA: Por esta andar, o 'porta-CEDEAO' só vai no fim...mas, irá?! AAS
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