quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Curto-circuito
Caro Aly,
Caso me permitas, gostaria que facilitasses a publicação deste meu comentario apos ouvir a RDP-Africa.
Mantenhas e gloria à tua/nossa luta comum.
G. Lopes de Sá
Estava a ouvir sem grande atenção a RDP-Africa, quando de repente ouvi mencionarem o nome da Guiné-Bissau. Naturalmente reganhei atenção à radio, para escutar atentamente a noticia sobre a minha terra. Escutei atentamente as intervenções espaçadas do Presidente, dito de Transição na Guiné-Bissau e também de Kumba Yala Kobdé Nhanca, lider do PRS, partido que, com a conivência dos militares assaltou o poder democratico na Guiné-Bissau.
Da intervenção dessas duas figuras, constata-se uma dissintonia gritante de pontos de vista quanto a crise na Guiné-Bissau, mostrando um desacerto completo nas respectivas abordagens do mesmo sujeito. Enfim, um curto circuito de ondas de comunicação.
Um, o dito Presidente de Transição imposto pela CEDEAO, esforçando-se aparentemente por vender um discurso de serenidade, de inclusão e de aproximação das partes pela via do dialogo, o outro, o Kumba, com um discurso desencontrado, incongruente, disparatado e sem qualquer senso. Enfim, um autêntico chorrilho de asneiras e palhaçaria, tal como ha muito nos habituou.
Ouvi as duas intervenções, ambas curta de parte a parte é certo, mas acabei a imaginar o cenario surrealista da co-habitação entre essas duas figuras que acabaram frescamente de dar um autêntico espectaculo de um dialogo de surdos. Cada um na sua banda... cada um com a sua sintonia de ondas.
Ouvindo e analizando esse esgrimar no vento de pontos de vista tão dispares, custa-me ainda mais a acreditar sobre esse casamento primiscuo. De tanto imaginar, dei-me a questionar-me, como foi possivel o primeiro aliar-se ao segundo, embarcando de pés e cabeça numa aventura anti-democratica tão vergonhosa contra o Povo da Guiné-Bissau pactuando e participando no Golpe de estado de 12 de abril que interrompeu o processo eleitoral em curso.
A resposta foi simples e, veio dos meus botões : a ganância do poder e a fome de riqueza facil. Porém, como diz um velho ditado Guineense : Si fidju di sim sibiba ta padidu, nhu Serifo kana djunta ba nunca caminho ku kil Santchu di tchépém burmedju.... Gössi nhu miti dédu na kil kau i nhu sinti tchêru.
G. Lopes de Sá
O porta-disparates está famoso
Hoje, na coluna 'Indiscretos' da revista 'Sábado', vem o seguinte:
"O ministro guineense que não precisa de visto"
Fernando Vaz, ministro da Presidência do Conselho de Ministros da Guiné-Bissau, garantiu que o seu país não dará vistos a representantes do Estado português: "Portugal não dá visto a nenhum membro do Governo, de igual forma nós iremos proceder." Esqueceu-se de referir que ele próprio tem autorização de residência em Portugal até 2018 (pelo que não necessita de visto) e que a sua mulher e filhos vivem na região de Lisboa."
Oposição avisa: "Os dias de Yaya Jammeh estão contados"
"Os dias de Yaya Jammeh estão neste momento contados. A partir de hoje, ele tem 24 h para dirigir à la nação e demitir-se”, declarou o jovem lider Conselho Nacional de Transição Gambiano (CNTG), Cheikh Sidya Bayo quando fazia face à imprensa senegalesa, antes de ontem, segunda-feira 12 de Novembro nos Almadies, Dakar.
O jovem lider franco-gambiano Cheikh Sidia Bayo, fortemente protegido por forças especiais senegalesas, mais uma vez deu que falar. Apos um ultimatum de trinta dias dados ao Presidente Jammeh e que expirou no dia 10 de novembro ultimo, segundo ele, a hora de passar à acção chegou. «O CNTG pediu oficialmente, segunda-feira dia 12 de novembre 2012 de que o presidente da Republica da Gambia, Yaya Jammeh, seja indicado como o unico responsavel das perdas humanas ou outras durante a intervenção militar que se ira desencadear para pôr fim a sua ditadura contra o povo gambiano. » indicou Sr Bayo.
Porém, antes de se chegar a esta situação «de confronto» com o regime de Jammeh, o lider do CNTG afirmou ter multiplicado boas intenções ao nivel internacional congratulando-se de que os pedidos de reconhecimento feitos pelo Conselho que dirige, receberam todos «ecos positivos » na sub-região e em Africa em geral.
Com «um terço do exercito gambiano decidido a confrontar-se com Jammeh», Cheikh Sidia Bayo indica que «todos os postos estrategicos do pais foram estudados e o CNTG tem os seus elementos posicionados em todos os locais, aguardando a palavra de ordem». A este nivel, ele pediu o apoio das autoridades senegalesas.
Efectivamente explica ele «enquanto que Jammeh esta no poder, o conflito casamançaise não tera fim». «Yaya Jammeh é um entrave à resolução do conflito casamançaise. E uma evidência» prossegue o Franco-gambiano.
E para corroborar a suas afirmações, o lider du CNTG sustenta que «Nos temos entre nos especialistas militares, altos oficiais do exercito gambiano e conselheiros estrangeiros. Todos os seus pareceres são concordantes sobre o facto de que Jammeh gere uma ala dissidente do MFDC. E dessa forma que ele utilisa esse conflito para fazer pressão sobre o Senegal ».
Nota: Ter um vizinho meigo como o Senegal da para dormir descansado. Mesmo que seja « bluff » patrocinar tal acto de desistabilização a um pais vizinho e parceiro sub-regional, tal acto é extremamente grave. Esse torculento e mediatico lider do denominado CNTG vive, segundo fontes seguras, às expensas das autoridades senegalesas de quem beneficia de alta protecção, como se ficou provado na citada conferência de imprensa. Ele tem sido a principal fonte de afronta ao regime de Yaya Jammeh o qual tem utilizado o Senegal como sua base de acções de desistabilização contra o regime instalado em Gâmbia, com o qual o Senegal não esconde a sua animosidade.
Porém, para um pais que se arroga de exemplo de democracia em Africa, mas que se apresta a participar em tentativas de detenção de cidadãos estrangeiros por alegado « incitamento à guerra », tais préstimos de boa conduta democratica e de boa vizinhança, não lhes fica nada, mas mesmo, nada bem.
Para se legitimar a dar lições aos outros, é preciso dar antes de mais, exemplos de conduta apropriadas à lição que se pretende dar. AAS
Desagrado
Boa tarde, Aly!
Estive há pouco a ler as publicações no blog e reparei que a minha delineação (sobre Portugal) já não se encontra online! Contudo, estou ciente que o Aly não me deve satisfação nenhuma e nem a qualquer outra pessoa sobre as publicações no blog. Mas fiquei mesmo triste e achei estranho que o Aly resolvesse desfazer-se dessa minha opinião.
No entanto, a consideração que tenho por si não altera minimamente, porque para mim o Aly já é um herói nacional e estou convicto que após a resolução dos actuais problemas do país, será galardoado com um prémio internacional, já para não exagerar e falar do Prémio Nobel da Paz, que bem mereceria!
Entretanto, na minha modesta opinião, acho que o futuro da Guiné-Bissau passa pela profunda renovação, não só nas Forças Armadas, assim como na classe política guineense. E a minha sugestão vai no sentido de solicitar o Aly que incentive os jovens quadros guineenses a encarar seria e activamente a vida política, fazendo parte das máquinas partidárias dos actuais partidos existentes (porque julgo não fazer sentido termos mais partidos políticos e, se vejamos, os canais de comunicação já se encontram todos “tomados”.).
Todavia, a minha sugestão deriva da profunda tristeza que me abala por ver deputados mesquinhos e sem iniciativas relevantes a fazer parte da Assembleia Nacional e a ‘tomar decisões fatais’ para o país!
Portanto, se nos afastarmos todos da política só porque não pretendemos fazer parte de uma organização viciada em ‘corrupção’, isso pode tornar-se fatal para a Guiné-Bissau! Havemos de nos infiltrar nesses partidos políticos, mantendo o nosso carácter e a nossa idoneidade moral, no sentido de os tentarmos renovar com vista a termos políticos competentes e capazes de contribuir, quer como governo quer como oposição, para um futuro sustentável da nossa querida Pátria Amada.
Um bem-haja,
Manuel Ernesto Tavares
O golpe final
O golpe de 12 de abril foi o prêmbulo de uma saga de maquiavelismo e de morte perpetada e levada a cabo por uma minoria em armas contra uma maioria que clama e reclama democracia. A encenação do golpe de 21 de outubro passado, foi outro engrediente do acto da comédia sanguinaria que se esta vivendo actualmente na nossa pobre e desamparada Guiné-Bissau.
Segue-se aos dois acontecimentos acima, a entrevista radiofônica concedida pelo intelecto-golpista, porta voz do Comité Militar, Daba Na Walma em que indicava aos seus apaniguados golpistas qual o caminho e o passo a dar a seguir com vista ao Golpe Final. Publicamente e sem pejo algum, o porta-voz do Comité Militar, instruiu os seus parceiros no golpe de estado, no sentido de se considerar a ANP absoleta para a situação actual que se vive no pais, porquanto, ela é, um «orgão de meras contradições e sem soluções para o pais» e como tal, "devia ser dissolvida e substituida por um Conselho Nacional de Transição". A missa foi dada no momento oportuno, então caberia seguidamente os subditos politicos cumprir as ordens dos mestres da situação.
Assim, um improvisado e inusitado «Forum de partidos politicos» surgiu à ribalta para dar voz e corpo ao plano delineado pelos militares. Esse tal «Forum de Partidos Politicos» cuja primeira emanação surgiu logo apos o golpe de estado, não é, nada mais, nada menos, do que uma fachada de cobertura à militarização politica do pais pelo PRS, a qual se associaram parasitariamente quase uma quinzena de micro-partidos, a maioria deles, sem sede e alguns mesmos sem militantes sequer, a não ser os proprios dirigentes, nalguns casos constituido unicamente de pessoas da mesma familia. Cereja sobre o bolo, Artur Sanha surge à cabeça como porta-voz, numa cacofônica conferência de imprensa, vir anunciar, seguindo as instruções dos seus patréoes militares, a «caducidade da ANP», a «exclusão do PAIGC de qualquer eventual participação num governo de unidade nacional»..., entre outras barbaridades sem nexo, senão baboseiras de uma mente invadida e perdida pela deriva do poder.
Relembre-se ao Artur Sanha e os seus patrões e comparsas golpista, de que, a ANP, não se extingue tout court, pelo fim da legislatura para que foi eleita. Ela mantém-se me funções, funcionando esse orgão nos intervalo de nova eleição, através da sua Comissão Permanente até eleição e a tomada de posse dos novos deputados saidos das novas eleições legislativas. Portando, essa caducidade so existe na mente e nos manuais golpistas de Bissau.
Assim, ligando os factos, é de elementar conclusão de que, a saida em força do porta-voz do « Forum » não é mais do que a voz da cobertura politica de um golpe de estado maduramente concebido e acordado entre os militares e o PRS, sob orientação e liderança respectivamente de, Antonio Injai e Kumba Yala. Esse plano estava ha muito urdido por estes dois protagonistas, que por um lado, visam desestructurar e aniquilar politicamente o PAIGC e por outro, assumir de facto na plenitude o poder por via desse plano politico militar delineado e posto à execução pelo duo Comando Militar/PRS.
Sabia-se de antemão de que, tanto a CEDEAO, assim como o actual governo de transição não tinham condições nem interesse na realização da propalada eleições gerais. Deixou-se correr o tempo, e foi-se amuderecendo o plano do assalto ao poder com a complacência e cumplicidade da CEDEAO. E evidente de que, quer os militares, quer a sua ala politica, o PRS, nunca estiveram interessados na realização desse pleito democratico, pois estão conscientes de que têm, mais garantias de governar pela força e pela via do golpe do que, através de um processo democratico. O Povo esta enjoado e enojado dos militares e do PRS que, por mais trafulhices que possam fazer não teriam a minima garantia de ganhar... mesmo batotando. Assim, o caminho mais facil e o que têm à mão: a força das armas e cumplicidade da CEDEAO para de transito em transito se perpetuarem no poder e tribalizar o pais.
Com essas declarações sequêncialmente em harmonia desses actores da nossa desgraça, estamos perante o assalto final do poder pelos militares balantas e o PRS na Guiné-Bissau.
Esse plano de assalto do poder, consumar-se-a da seguinte forma:
A criação de um Conselho Nacional de Transição (CNT) com um mandato incial de dois anos e em que o PAIGC seria excluido (a meu ver, nem devera nunca participar nessa trama) ;
A nomeação de um novo Presidente de Transição cuja escolha recairia irremediavelmente sobre Kumba Yala, permitindo-lhe « concluir » o seu mandato de dois anos interrompidos pelo caricato golpe militar de 2003. Mandato esse interrompido que, que os militares balantas nunca perdoaram ao malogrado Verissimo Correia Seabra que acabou por pagar com vida essa ousadia;
Ao Serifo Nhamadjo (sabendo-se que quase de certeza recusara) sera proposta a chefia do CNT (orgão desprovido de poderes, pois o poder sera exercido entre AI e KY), para novamente encobrir a balantização do golpe;
O Primeiro Ministro seria ora Artur Sanha, ora Malam Sambu (braço direito e financeiro-môr de KY). Este posto é que dara mais problemas entre os dois homens fortes e cuja possivel saida, podera passar em ultima instância pela escolha de um pau mandado saido dos dissidentes dos PAIGC;
A formação do governo de transição, incluindo Ministérios e Secretarias de Estado, sera composto em 80% pelo PRS e os restantes 20% serão divididos pelos unhas de fome dos micro-partidos e alguns dissidentes do PAIGC que não podem viver fora da esfera do poder;
A transição inicialmene prevista para dois anos (para colmatar o mandato interrompido de KY) durara para além desse periodo, desde que consigam manter o apoio da CEDEAO, particularmente da Nigéria (pais mais interessado a par do Senegal na manutenção do status quo na Guiné-Bissau), assim como dos proventos do narcotrafico e de grupos mafiosos que estão interessados e desejosos de instalarem os seus centros de negocios obscuros nesse pais entregue ao desmando e aos fora-de-lei dos militares e mercê de um tribalismo crescente e sanguinario.
Perante este cenario que esta prestes a se consumar e, na hipotese remota de a CEDEAO não ser conivente neste golpe final à democracia, atrevo-me a perguntar, qual sera a reacção dessa organização, visto que, tanto o Presidente, assim como o Governo por eles impostos, em nenhuma ocasião cumpriram com as recomendações saidas dos seus orgãos de decisão e em nenhum momento se dignaram cumprir os engajamentos assumidos para o periodo de transição. Senão vejamos :
- O Governo imposto pela CEDEAO nunca aceitou a abertura do dialogo à principal e maioritaria força politica do pais, o PAIGC, recusando sistematicamente a sua inclusão em todos os processos delineados para a saida da crise ;
- A ANP, devido a recusa intransigente de Ibraima Sory Djalo, mantem-se bloqueada até a presente data, negando este descarada e abusivamente a seguir as recomendações dos Chefes de Estado da CEDEAO no sentido de se realizarem eleições para a Mesa desse orgão que eles entenderam perservar para levar a cabo as «reformas legais» indicadas na roteiro para a saida da crise ;
- Os militares, em algum momento aceitaram recolher às casernas e deixar de se imiscuiemr em assuntos politicos e, pelo contrario mais intervêm, mandando no Presidente Interino, no Governo de Transição e impunemente vão matando, torturando e prendendo indefesos cidadãos ao minimo gemido de discordância com os seus desmandos de poder ;
- As tropas da CEDEAO, néao passa de uma bosta no pasto, pois nada fazem e nunca conseguiram se impôr para proteger os cidadãos e as instituições do pais, face a brutalidade e desmandos dos militares. Mais parecem caucionadores da saga sanguinaria que se abate contra o Povo da Guiné-Bissau, pois assistem impavidos e serenos as séries de assassinatos, raptos, espancamentos, torturas e prisões arbitrarias de politicos e cidadãos... sem mugir nem tussir ;
Porém, a aceitar essa mosntruosidade politica que se apronta, associada às desfeitas e falta de seriedade ja suficientemente demostrada pelos militares e o PRS (reais detentores do poder na Guiné-Bissau) nesse malfadado processo de transição, essa organização esta a pôr seriamente em causa a sua credibilidade e, inevitavelmente, os niveis de confiança do Povo Guineense em relação a esta organização tocara o fundo do descrédito, caso não ponham fim a este plano maquiavélico e ignobil.
A ser assim, forçosamente so restara à CEDEAO a porta da saida pequena, deixando espaço a outros actores, mais habilitados, mais sérios, mais coerentes, desinteressados e realmente interessados em resolver os problemas do Povo da Guiné-Bissau.
Sendo assim também, a União Africana (UA) e as Nações Unidas, não poderão ficar calados, assobiando para o lado e deixar o Povo Guineense entregue a dois loucos desvairados e a uma bicharada de gente que so sabe roubar e matar em nome de um militarismo tribal cego e sectario.
Apolinario Gilvêncio Silva
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Muito obrigados a todos! AAS
Guiné-Bissau: Ramos Horta acompanha com "preocupação"
"Eu continuo a seguir a evolução da situação na Guiné-Bissau com muita preocupação, mas também com muita compreensão", afirmou à agência Lusa José Ramos-Horta. O antigo Presidente timorense falava no aeroporto Nicolau Lobato antes de viajar para Singapura e onde ainda esteve reunido com o Presidente interino deposto guineense, Raimundo Pereira, que hoje chegou a Timor-Leste para uma visita de trabalho de dois
dias. "Conheço muito bem a Guiné-Bissau, mas pouco mais posso dizer além de manifestar solidariedade e simpatia", afirmou José Ramos-Horta, disponibilizando-se para ajudar directamente ou indirectamente na resolução da crise que o país vive desde 12 de
Abril.
A 12 de Abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente. A Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em Abril do próximo ano. A maior parte da comunidade internacional, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), não reconhece as novas autoridades de Bissau.
"Tudo o que as autoridades no terreno na Guiné-Bissau necessitarem da minha parte, tudo o que o Governo legítimo e as Nações Unidas necessitarem da minha parte, tudo o que possa contribuir directa ou indirectamente farei, é só uma questão de ver em
que as áreas em que Timor possa ajudar", acrescentou o antigo Presidente timorense. Raimundo Pereira viajou acompanhado do chefe da diplomacia guineense deposto, Mamadu Djaló Pires, e deverá ser recebido ainda pelo novo Presidente timorense, Taur Matan Ruak.
Parabéns ao Aly, que hoje fez 46 anos!!!
Meu amigo Aly,
Desejo-te, do mais profundo de mim mesmo, que esta data se repita por muitos e bons anos, na companhia de quem mais queiras e no local onde MELHOR TE SINTAS.
Tudo de bom para ti e para os teus.
Um grande abraço.
J.Dias
Braga
Tiros na fronteira
Registou-se ontem uma forte troca de tiros entre as forças armadas da Guiné-Bissau e as forças do MFDC, na zona de N'Pack, fronteira norte com o Senegal. Estes confrontos comprovam o envolvimento efectivo das nossas tropas ao lado das forças armadas senegalesas. Mais um problema para a Guiné-Bissau, a contento do Senegal... AAS
Assaltos
Homens armados irromperam na noite de segunda para terça-feira na aldeia de Simbandi Balante, no departamento comunal de Goudomp. Esses elementos supostamente pertencentes ao Movimento das Forças Democraticas da Casamance (Mfdc) pilharam lojas e obrigaram cerca de dez jovens da localidae a transportarem os produtos do roubo em direcção à fronteira com a Guiné Bissau. Foi por volta das 01h de madrugada que um grupo de cerca de cinquenta homens armados penetraram na referida aldeia, tomando como alvo do assalto as lojas, vulgo boutiques que pilharam sem contenção. Segundo as vitimas, os assaltantes dividiram-se em dois grupos a fim de levarem a cabo os seus intentos, sem no entanto dispararem um so tiro evitando assinalar a sua presença no local.
O exercito acantonado nas proximidades da aldeia, beneficiando de reforços militares vindo de Samine apos denuncia de populares acabaram por intervir afuguentando os assaltantes que como tem sido habito desapareceram na noite sem deixar rastos.
Como tem sido habito, essas operações, aparentemente levados à cabo por elementos do MFDC são normalmente associados pelas autoridades senegalesas à Guiné-Bissau, ora por alegarem, que frequentemente os assaltantes se refugiem no nosso territorio, ora por associarem elementos do nosso exercito a tais acções de puro banditismo fazendo-se passar por elementos dessa força de resistência do sul do Senegal.
Ninguém Está Acima do Interesse Nacional
Num país como a Guiné-Bissau, cheio de divisões e antagonismos muitas delas artificiais, criadas e alimentadas por pessoas com ambições desmedidas, é da responsabilidade de um Governo sério estabelecer pontos de cooperação e contactos com os sectores mais activos da sociedade, procurando construir uma ampla frente de luta contra o subdesenvolvimento, em vez de os votar ao ostracismo, tentando isolá-los ou mesmo diabolizá-los.
As consequências desta postura traduziram-se no acentuar da existência de uma “espécie de Estado”, a funcionar em regime de self-service em que tudo está à venda ao desbarato, desde os recursos naturais a ilhas, passando por aeroportos e pistas de aviação, deitando-se para trás das costas os acordos internacionais ambientais subscritos pelo nosso país e que são, ainda, uma das maiores fontes de prestígio no estrangeiro.
As enormes quantidades de droga que atravessam diariamente a Guiné-Bissau suscitam o interesse e envolvimento dos mais variados sectores da sociedade, chegando mesmo a envolver insuspeitos responsáveis, alguns deles estrangeiros, para além das forças que supostamente deveriam desmantelar as redes e os que a nível judicial deviam punir exemplarmente os narcotraficantes.
O envolvimento de governantes, militares, juízes, políticos, empresários e simples cidadãos, é facilmente identificável através do surgimento de súbitos sinais exteriores de riqueza, injustificáveis à luz dos empregos e receitas de que auferem legalmente.
Igualmente se recorre à prática de sujar o nome de todos, mesmo os que mais denunciam e combatem o tráfico de droga criando a imagem na opinião pública de que afinal todos são corruptos e todos estão envolvidos no sistema, subentendendo-se que não vale a pena ter uma postura de seriedade, antes sendo mais inteligente juntar-se à droga e dela aproveitar.
A passividade das organizações internacionais especializadas ajuda a reforçar este sentimento de impotência, mais parecendo que aguardam que o controlo do aparelho de Estado pelos carteis da droga seja total, para logo sair a clamar que se está perante mais um Narco-Estado e que nada há a fazer. Afinal por onde andaram durante este tempo todo?
No meio deste quadro preocupante da evolução de um “país forjado na luta”, é reconfortante assistir-se o papel que a Liga Guineense dos Direitos Humanos tem asumido na liderança intransigente do combate à impunidade, à corrupção e à violação dos direitos humanos, readquirindo o prestígio e a força de outrora. Assim os parceiros externos tenham a capacidade de o compreender e a consciência da importância de se solidarizarem com ela, contribuindo para aumentar o espaço de intervenção da sociedade civil.
Adão Nhaga
Costa do Marfim: Governo caiu
Alassane Ouattara anunciou a dissolução da sua equipa governamental, no decurso de um Conselho de Ministros, surpreendendo tudo e todos, porquanto nenhum rumor deixava transparecer profundas discordias no seio dos Houphouétistes.
Contradições no seio da Coligação dos Houéphouétistes para a democracia e a paz (RHDP) estão no seio dessa dissolução governamental. Essa Coligação é composta, entre outros partidos pelo RDR de Alassane Ouattara, o PDCI de Henri Konan Bédié e dois outros partidos menos importantes. O presidente Ouattara ao que parece não dissolveu o governo como sanção ao trabalho desenvolvido pelos membros do seu governo. Parece sim, que ele dissolveu o governo pelo facto de entender de que a solidariedade no seio fa aliança não correspondia as suas expectativas. Efectivamente, ontem, no decurso do voto de uma lei sobre a reforma do casamento, os deputados da RHDP que não pertencentes ao RDR do presidente Ouattara, votaram contra o texto em questão.
A recusa de adoptar esse projecto de lei, apoiada pelos lideres dos partidos politicos do RHDP foi o a gota de agua que fez transbordar a coligação, segundo um comunicado tornado publico pela presiência ivoiriense. Esse facto fez com a Presidência ivoiriense estima-se que era necessario rever os termos dessa aliança. O Presidente Alassane Ouattara esta actualmenet em contacto com os membros das formações politicas do RHDP para a composição de um novo elenco governamental, sendo possivel que os mesmos ministros mantenham os seus postos, pois trata-se antes de mais de um problema interno da aliança no seio da aliança, facto que podera ser resolvido através de um compromisso politico.
Porém, segundo meios bem informados, a decisão de dissolver o governo, ao que tudo indica, parece monstrar que o ambiente não é perfeito no seio do RHDP e ele podera deteriorar-se ainda mais aquando da escolha dos candidatos para as eleições municipais que tera lugar no inicio do proximo ano. Um facto particularmente notado, é que essa dissolução deu-se na altura em que o todo poderoso Presidente da Assembleia Nacional, Guillaume Soro esta de viagem em visita oficial na Austria, ele que costuma ser ouvido em todas as questões com preponderância politico militar na Costa do Marfim. BBC Afrique
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Tirar lições
Acho que pode servir para publicação.
Vamos lá olhar com a lupa esse artigo intitulado “Alta-tensao nos meios politico militar”. Não para criticar! Mas para tentar melhor compreender e, se possível, procurar entender o perfil de algum meio ou de certos indivuduos da nossa Guiné-Bissau.
A primeira coisa que devemos nos lembrar é que a Guiné-Bissau vive e se entretem de rumores. Sem invalidar o velho ditado: “onde há fumo, há fogo!” que aliàs o país sistematicamente dá força de verdade por confirmá-lo quase sempre, sobretudo a partir do golpe de estado de 14 de Novembro de 1980 com o assassinato e asilo de pessoas responsáveis pelo segredo de estado e a decapitação do sistema até aí montado pelo PAIGC. A partir dessa data, até o cãozinho de quem manda conhece segredos do estado. Isso dá fama, torna importante o bajulador e qualquer outra pessoa a roda do poder. Mas, mostra as fragilidades do poder que deste modo se foi arrastastando sem rumo pelas ruas esborracadas da capital. Todos sabemos, que não precisamos ser ministros, jornalistas ou militante de primeira linha de um partido para ter acesso a informação importante senão capital para o desenrolar de qualquer que seja o assunto no país. Assim vai a Guiné-Bissau...
O primeiro paragrafo desse artigo informa sobre a tensão nos quarteis e nos meios politicos: o estado de nervosismo, de perca de controlo e as alas a querer subir enquanto tenta fazer descer outras. É nisto que estamos desde há uns trinta anos. As alas que podemos interpretar por alianças momentaneas sobre bases deslizantes resultaram no 14 de Novembro, no 17 de Outubro, no surgimento de alguns partidos politicos, como o próprio PRS, ou na constituição de alguns governos, na questão da tráfico de armas e o 7 de Junho e mais outros acontecimentos que se seguiram e, só nossas, sucedendo sucessivamente e sem cessar! Portanto não há novidade!
Em todos esses “eventos” houve sempre uns sacrificados, uns que ascendem ou resistem com o tempo, dependendo da capacidade estratégica de estar com esta ou com aquela ala fazendo o “matchundade” e o malabarismo aqui e acolá mas com fito bem claro: sobreviver no circulo das decisões e quiçá, nos tempos actuais, amealhar dinheiro.
Pareceu-nos que o engenheiro Serifo Nhamadjo era uma pessoa lúcida até ouvi-lo dizer, numa dessas emissões televisivas de campanha eleitoral que o falecido presidente Malam Bacai Sanhá (e sua ala ou vice versa – é a mesma coisa) o teria desejado como seu sucessor e, até ter sido nomeado Presidente da República pelos senhores supremos da CEDEAO. Tudo isso, também, como resultado de existência de alas no seio do PAIGC, de conflitos mal resolvidos, de indisciplina partidaria e do contexto no qual esse partido vive há muito e que o levou ao leilão após o sete de Junho. Uma coisa o senhor Presidente de Transição deve saber: “kim ku djunta ku purku farel ki ta kumé”.
Não vale a pena resmungar ou ripostar, pois o senhor Presidente sabe: o outro tinha muito mais carisma, foi chefe deles mas viu a triste e inadmissivel sorte que o coube? De uma coisa estamos certa, o engenheiro homem de paz, esta onde esta para servir quem o colocou lá. Vou lhe lembrar também uma: cagado em cima de uma árvore foi porque alguém o colocou lá. Humilhação? Foi aquilo que a CEDEAO fez com o povo guineense com a sua ajuda também!
Indjai preocupado? Tem faca e queijo na mão! Porque se preocupar? Ele sabe que é o senhor dos céus, da terra, do mar e de tudo o que respira na Guiné-Bissau. Esta mais que provado. E, que a CEDEAO nunca foi solução para nenhum país. E, mais. Os guineenses estão como que anestesiados. Acabou “corta, nanci. Raça banana” ???!
Não vos incito a guerra! Longe de mim tal intenção, já tirei lição do sucedido com o amigo Aly. Os mais lúcidos sabem que sempre é melhor ser “pursumido na gasadjo di guinti” em vez de andar por aí colocando a vida em perigo, como essa de andar a chamar por uma Angola sensata ou pelo proprio Indjai que acudiu e impôs ordem a sua maneira.
Mas constato a falta de liderança e de uma visão estratégica, a avareza pelo poder e, enfim a pequenez do espírito que acompanham os factos e que finalmente levam a criar, a aceitar e a se conformar com rumores.
Em jeito de conclusão: guineenses aprendam a tirar lições!
Quinha
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